Entenda o que é
desertificação do solo
Desertificação é um fenômeno caracterizado pela
transformação (natural ou antrópica) de uma área vegetativa em deserto. O
evento pode ser descrito como a perda da capacidade produtiva dos solos, deixando-os áridos e inférteis. Ele
ocorre muitas vezes porque as atividades econômicas desenvolvidas em
determinada região ultrapassam a capacidade de suporte e de sustentabilidade do solo.
·
Quais as causas da desertificação do solo?
As
mudanças climáticas, que são agravadas pela atividade humana, têm sido a
principal causa da desertificação no
mundo. Isso quer dizer que o solo perde seus nutrientes e a capacidade de fazer
nascer qualquer tipo de vegetação. Seja florestas naturais ou plantações feitas
pelo ser humano.
·
Problemas ambientais do processo de desertificação
A
ONU classifica como desertificação os
danos nas áreas de ocorrência localizadas nas regiões de clima árido, semiárido
e subúmido seco. Esse processo provoca três tipos de problemas: ambientais, sociais e
econômicos.
Isso
porque ela afeta a produção e a oferta de alimentos, promove a migração das
populações para os centros urbanos, gerando pobreza e prejudica a fauna e a
flora do local, com possibilidade de causar até a extinção de determinadas espécies.
As causas da desertificação são
diversas: desmatamento,
mineração, expansão da agropecuária, irrigação mal planejada, sobreuso ou uso
inapropriado do solo, entre outros. Todos esses problemas contribuem para a perda da qualidade do solo,
levando à redução da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à
perda de água do subsolo e à erosão eólica.
Sem
a vegetação, as chuvas vão rareando, o solo vai ficando árido e sem vida, e a
sobrevivência fica muito difícil. Os moradores, agricultores e pecuaristas
geralmente abandonam essas terras devido às condições climáticas e vão procurar
outro lugar para viver.
O
crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos naturais
também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos, contribuindo para
a desertificação.
Em
resumo, os principais problemas são:
- Eliminação da
cobertura vegetal;
- Redução da
biodiversidade;
- Salinização e
alcalinização do solo;
- Intensificação
do processo erosivo;
- Redução da
disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos;
- Diminuição na
fertilidade e produtividade do solo;
- Redução das
terras agricultáveis;
- Redução da
produção agrícola;
- Desenvolvimento
de fluxos migratórios.
<<< Onde ocorre a desertificação
A desertificação está presente em
mais de 110 países e afeta a vida de mais de 250 milhões de pessoas, sendo um
problema de ordem global. As áreas mais atingidas são:
- Oeste da
América do Sul;
- Norte e sul da
África;
- Oriente Médio;
- Ásia Central,
a região noroeste da China;
- Austrália;
- Sudoeste dos
Estados Unidos;
Já no Brasil encontra-se a região nordeste do
país.
·
Como evitar a desertificação
O problema da desertificação passou
a despertar o interesse da comunidade científica no início do século XX.
Contudo, somente no século XXI passou a ser destacado como um sério problema ambiental, devido ao seu
impacto social e econômico. Afinal o processo ocorre de forma mais acentuada em
áreas correspondentes aos países em desenvolvimento.
O
Brasil assinou, em 1995, acordos com programas da ONU contra a desertificação. O Plano de Ação de Combate à Desertificação,
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, passou a vigorar em 2000.
Esses
acordos são desenvolvidos em escala internacional. A convenção da ONU de foi
criada em 1994, e entrou em vigor em 1996. A mesma possui 193 membros, e teve
por objetivo desenvolver projetos para a redução da desertificação, em especial nos países
africanos.
Entretanto,
é preciso de medidas mais efetivas contra a desertificação, como o incentivo político a formas mais
sustentáveis de produção. Para que eles reduzam o desmatamento e,
consequentemente, a desertificação.
Ø
OMM:
Países precisam se preparar para calor extremo gerado pelo El Niño
Pela
primeira vez, em sete anos, a Organização Meteorológica Mundial, OMM,
identificou indícios do surgimento do fenômeno El Niño.
Desenvolvido
na região tropical do Oceano Pacífico, o evento climático cria condições para
aumento de temperatura e instabilidade no clima.
·
Novos recordes de calor
O
chefe do Serviço Regional de Previsão Climática da OMM, Wilfram Okia, disse que
o Caribe, a América Central e a região norte da América do Sul estão entre os
que serão mais afetados.
O
El Niño surge em intervalos de dois a sete anos e dura de nove meses a um ano.
A mais recente atualização da OMM prevê que este episódio tem 90% de
probabilidade de continuar na segunda metade de 2023.
De
acordo com o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o início do El Niño
“aumentará muito a probabilidade de o mundo bater recordes de temperatura.” A
previsão é de calor extremo em várias partes do mundo e nos oceanos.
Em
maio, a OMM já havia indicado que há 98% de chance de que pelo menos um dos
próximos cinco anos, e o período de cinco anos como um todo, seja o mais quente
já registrado.
Isso
significa que o recorde atingido em 2016, quando houve um El Niño
excepcionalmente forte, seria superado.
·
Antecipação para salvar vidas
Taalas
enfatizou que a declaração de um El Niño pela OMM é “o sinal para os governos
de todo o mundo mobilizarem os preparativos para limitar os impactos na saúde,
nos ecossistemas e nas economias.”
Ele
disse que alertas precoces e ações de antecipação de eventos climáticos
extremos “são vitais para salvar vidas e meios de subsistência.”
Os
eventos do El Niño são normalmente associados ao aumento das chuvas em partes
da América do Sul, dos Estados Unidos, do Chifre da África e da Ásia central.
Por
outro lado, o El Niño também pode causar secas severas na Austrália, Indonésia,
áreas do sul da Ásia, América Central e no norte da América do Sul.
Durante
o verão boreal, a água quente resultante do El Niño pode impulsionar furacões
no centro/leste do Oceano Pacífico, mas pode impedir também a formação de
furacões na Bacia do Atlântico.
·
Impactos de saúde
A
diretora de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da Organização Mundial
da Saúde, OMS, Maria Neira, disse que a provável ocorrência do El Niño em 2023
e 2024 terá “efeitos graves nos principais determinantes da saúde.”
Como
principais riscos, ela mencionou o aumento de doenças transmitidas pela água,
como a cólera, e potenciais surtos de doenças transmitidas por mosquitos, como
a malária e febre do Vale do Rift.
Para
apoiar a preparação nos países, a OMM passou a emitir Atualizações Climáticas Sazonais
Globais (em
inglês), que incorporam influências de outros eventos climáticos, como a
Oscilação do Atlântico Norte, a Oscilação do Ártico e o Dipolo do Oceano
Índico.
Fonte:
eCycle/ONU News
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