sábado, 8 de julho de 2023

Entenda o que é desertificação do solo

Desertificação é um fenômeno caracterizado pela transformação (natural ou antrópica) de uma área vegetativa em deserto. O evento pode ser descrito como a perda da capacidade produtiva dos solos, deixando-os áridos e inférteis. Ele ocorre muitas vezes porque as atividades econômicas desenvolvidas em determinada região ultrapassam a capacidade de suporte e de sustentabilidade do solo.

·         Quais as causas da desertificação do solo?

As mudanças climáticas, que são agravadas pela atividade humana, têm sido a principal causa da desertificação no mundo. Isso quer dizer que o solo perde seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer qualquer tipo de vegetação. Seja florestas naturais ou plantações feitas pelo ser humano.

·         Problemas ambientais do processo de desertificação

A ONU classifica como desertificação os danos nas áreas de ocorrência localizadas nas regiões de clima árido, semiárido e subúmido seco. Esse processo provoca três tipos de problemas: ambientais, sociais e econômicos. 

Isso porque ela afeta a produção e a oferta de alimentos, promove a migração das populações para os centros urbanos, gerando pobreza e prejudica a fauna e a flora do local, com possibilidade de causar até a extinção de determinadas espécies.

As causas da desertificação são diversas: desmatamento, mineração, expansão da agropecuária, irrigação mal planejada, sobreuso ou uso inapropriado do solo, entre outros. Todos esses problemas contribuem para a perda da qualidade do solo, levando à redução da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à perda de água do subsolo e à erosão eólica

Sem a vegetação, as chuvas vão rareando, o solo vai ficando árido e sem vida, e a sobrevivência fica muito difícil. Os moradores, agricultores e pecuaristas geralmente abandonam essas terras devido às condições climáticas e vão procurar outro lugar para viver.

O crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos, contribuindo para a desertificação.

Em resumo, os principais problemas são:

  • Eliminação da cobertura vegetal;
  • Redução da biodiversidade;
  • Salinização e alcalinização do solo;
  • Intensificação do processo erosivo;
  • Redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos;
  • Diminuição na fertilidade e produtividade do solo;
  • Redução das terras agricultáveis;
  • Redução da produção agrícola;
  • Desenvolvimento de fluxos migratórios.

<<< Onde ocorre a desertificação

A desertificação está presente em mais de 110 países e afeta a vida de mais de 250 milhões de pessoas, sendo um problema de ordem global. As áreas mais atingidas são: 

  • Oeste da América do Sul;
  • Norte e sul da África;
  • Oriente Médio;
  • Ásia Central, a região noroeste da China;
  • Austrália;
  • Sudoeste dos Estados Unidos;

Já no Brasil encontra-se a região nordeste do país.

·         Como evitar a desertificação

O problema da desertificação passou a despertar o interesse da comunidade científica no início do século XX. Contudo, somente no século XXI passou a ser destacado como um sério problema ambiental, devido ao seu impacto social e econômico. Afinal o processo ocorre de forma mais acentuada em áreas correspondentes aos países em desenvolvimento.

O Brasil assinou, em 1995, acordos com programas da ONU contra a desertificação. O Plano de Ação de Combate à Desertificação, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, passou a vigorar em 2000.

Esses acordos são desenvolvidos em escala internacional. A convenção da ONU de foi criada em 1994, e entrou em vigor em 1996. A mesma possui 193 membros, e teve por objetivo desenvolver projetos para a redução da desertificação, em especial nos países africanos.

Entretanto, é preciso de medidas mais efetivas contra a desertificação, como o incentivo político a formas mais sustentáveis de produção. Para que eles reduzam o desmatamento e, consequentemente, a desertificação.

 

Ø  OMM: Países precisam se preparar para calor extremo gerado pelo El Niño

 

Pela primeira vez, em sete anos, a Organização Meteorológica Mundial, OMM, identificou indícios do surgimento do fenômeno El Niño.

Desenvolvido na região tropical do Oceano Pacífico, o evento climático cria condições para aumento de temperatura e instabilidade no clima. 

·         Novos recordes de calor

O chefe do Serviço Regional de Previsão Climática da OMM, Wilfram Okia, disse que o Caribe, a América Central e a região norte da América do Sul estão entre os que serão mais afetados. 

O El Niño surge em intervalos de dois a sete anos e dura de nove meses a um ano. A mais recente atualização da OMM prevê que este episódio tem 90% de probabilidade de continuar na segunda metade de 2023. 

De acordo com o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o início do El Niño “aumentará muito a probabilidade de o mundo bater recordes de temperatura.” A previsão é de calor extremo em várias partes do mundo e nos oceanos. 

Em maio, a OMM já havia indicado que há 98% de chance de que pelo menos um dos próximos cinco anos, e o período de cinco anos como um todo, seja o mais quente já registrado. 

Isso significa que o recorde atingido em 2016, quando houve um El Niño excepcionalmente forte, seria superado.

·         Antecipação para salvar vidas

Taalas enfatizou que a declaração de um El Niño pela OMM é “o sinal para os governos de todo o mundo mobilizarem os preparativos para limitar os impactos na saúde, nos ecossistemas e nas economias.”

Ele disse que alertas precoces e ações de antecipação de eventos climáticos extremos “são vitais para salvar vidas e meios de subsistência.”

Os eventos do El Niño são normalmente associados ao aumento das chuvas em partes da América do Sul, dos Estados Unidos, do Chifre da África e da Ásia central.

Por outro lado, o El Niño também pode causar secas severas na Austrália, Indonésia, áreas do sul da Ásia, América Central e no norte da América do Sul.

Durante o verão boreal, a água quente resultante do El Niño pode impulsionar furacões no centro/leste do Oceano Pacífico, mas pode impedir também a formação de furacões na Bacia do Atlântico.

·         Impactos de saúde

A diretora de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da Organização Mundial da Saúde, OMS, Maria Neira, disse que a provável ocorrência do El Niño em 2023 e 2024 terá “efeitos graves nos principais determinantes da saúde.”

Como principais riscos, ela mencionou o aumento de doenças transmitidas pela água, como a cólera, e potenciais surtos de doenças transmitidas por mosquitos, como a malária e febre do Vale do Rift.

Para apoiar a preparação nos países, a OMM passou a emitir Atualizações Climáticas Sazonais Globais (em inglês), que incorporam influências de outros eventos climáticos, como a Oscilação do Atlântico Norte, a Oscilação do Ártico e o Dipolo do Oceano Índico.

 

Fonte: eCycle/ONU News

 

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