Continuando a discutir a situação do trabalho
escravo em nosso País, cujo tema, apesar de estarmos em pleno sec. XXI ainda é
vivenciado por diversos trabalhadores, principalmente no campo brasileiro,
devidamente respaldado pela bancada ruralista no Congresso Nacional.
De acordo
com o padre Roque Pattussi, coordenador do Centro Pastoral do Migrante,
entidade ligada à igreja católica que apóia os imigrantes no país, “existe no
Brasil diversos grupos que são trancados em porões, fechados com grades e
cadeados”. Isto em um País que diz ter uma política de combate ao trabalho
escravo.
Os
empregadores assim agem, aproveitando da ignorância dos imigrantes e de muitos
trabalhadores ainda analfabetos, os quais desconhecem completamente a legislação
brasileira, abusando assim através do
terror psicológico.
A prática
da escravidão, infelizmente não se resume ao homem do campo, mas também nas
zonas urbanas e com imigrantes estrangeiros, os quais não contam com a proteção
do Ministério do Trabalho, não existindo na Legislação nada que os proteja, nem
a Legislação Trabalhista, nem o Estatuto do Estrangeiro lhes dá o devido
respaldo.
Porém, o
que mais enoja, é que é uma situação de conhecimento de todos, inclusive das
autoridades, sem que qualquer medida seja tomada que puna rigorosamente e
exemplarmente estes empresários gananciosos e criminosos, cuja situação de
degradação acabam contraindo doenças das mais variadas. Muitas mulheres não
fazem acompanhamento pré–natal porque não tem documentos.
Padre
Roque Patussi, revela que: “o mundo do imigrante está piorando, antes os
imigrantes procuravam unir-se para ser fortes. Agora, querem ser ricos para ser
fortes”. A exploração vem gerando uma eterna repetição de experiências ruins.
Ora, todos
sabem que, para que possamos combater o Trabalho Escravo em nosso País torna-se
necessário que toda sociedade esteja engajada e que transforme esta luta em uma
ação de conscientização coletiva, de forma que junto aos consumidores seja identificada
na cadeia produtiva quem pratica este tipo de atitude, identificando quem
realmente lucra com esse tipo de exploração e alertar o consumidor, para que
seus produtos sejam boicotados.
O
Estatuto do Estrangeiro (Lei n.º 6815 de 19/08/80) veda aos estrangeiros com
visto de turista, temporário ou de trânsito, o exercício de qualquer atividade
remunerada. Então se não podem exercer atividade remunerada, podem ser
escravizadas para aumentar os lucros desses empresários gananciosos?
Vivemos
em um Estado democrático de Direito e cabe a Administração Pública constituída o dever e a obrigação de preservar a dignidade
humana e as instituições, o respeito à ordem jurídica independentemente de
qualquer provocação.
É isto
que os cidadãos brasileiros esperam
daqueles que eleitos façam com que as eles sejam efetivamente cumpridas.
Para isto
é necessário o Governo Federal garanta os recursos humanos e financeiros
suficientes para melhorar a fiscalização do trabalho, sendo fundamental não
apenas uma maior participação de órgãos, mas que o Judiciário também cumpra sua
parte, esquecendo os valores financeiros que estão por trás, punindo
efetivamente os infratores.
E não só
punindo, mas fazendo com que estes criminosos realmente cumpram integralmente
os anos a eles atribuídos.
Portanto,
reprimir o trabalho escravo em nosso País em pleno séc. XXI e garantir que a impunidade continue a vigorar, mesmo que
estes tenham atrás de si padrinhos políticos fortes, é fazer com que o Estado
cumpra apenas o que determina a nossa Constituição que todos juram cumpri-las
no ato de posse, mas que esquecem de lê-la depois que alcança os seus objetivos
pessoais.
Não
devemos apenas esperar dos Movimentos Sociais a solução do problema, pois a
estes cabem unicamente o papel de denunciar, porém, devemos sim cobrar das
Instituições Públicas para que construam uma rede de proteção qualificada, não
só apenas para o combate, mas que possa garantir a todos os trabalhadores o
mínimo de dignidade humana, estabelecendo uma rede de atendimento qualificado,
realizando o cadastramento dos trabalhadores e empregadores, efetuando uma
fiscalização efetiva, sem que os servidores se utilizem do suborno e ou
repassem informações privilegiadas de forma a preparar o infrator e lhes dar
condições de maquiar o cenário ou até mesmo evadir do local.
Que sejam
estabelecidas Políticas Públicas de inclusão social para aqueles trabalhadores
encontrados em situação de escravidão ou de degradação humana, construindo
historicamente uma verdadeira função social, já que sabemos não ser do
interesse do Estado mudar os poderosos padrões econômicos latifundiários
herdados ainda do nosso período colonial, mantendo-os intactos, apesar dos
diversos Movimentos Sociais que lutam contra este estado de coisa, preparando
quem sabe para o futuro ou para as novas gerações, o terreno para a realização
de uma democracia plena.
3 comentários:
Há limite para tudo — até mesmo para os direitos fundamentais das pessoas. Por exemplo: você é livre para dizer o que quiser. Mas você não pode dizer tudo o que queira. Á lei considera crime determinadas coisas. Ela também deveria punir quem abusa do cinismo — e por abusar; ofende a sociedade. Foi o caso recente de Renan Calheiros (PMDB-AL), há pouco eleito presidente do Senado. Abusou de ser cínico.
Os magistrados que aprovarem essa repugnante legislação
deverão, todos eles, passar por exame proctológico obrigatório
(com divulgação pública das imagens) para aferir se não deram
o cuzinho por aí. A lei tem que valer para todos, né?
Alguns políticos, nada têm a temer. É raro, mas existem homens como os Senadores Alvaro Dias e Pedro Simon.
Agora, gente desta espécie,
tem que botar as barbas de molho, se mancar, arrumar sua trouxa e ficar pianinho.
Sai daí Feliciano. Volta pra tua igreja e vai tirar dinhewiro de gente estúpida.
PS. Quando pegar os cartões de débito, lembra bem! Não esquece de anotar as senhas.
PS1. Não esquece de levar o Renan.
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