Passado o calor eleitoral, onde as promessas se eternizam entre todos os candidatos em “defesa” da melhoria dos serviços de saúde pública prestados à população, fica ainda mais claro, a importância da união de todos e a responsabilidade da sociedade em defesa do atendimento de qualidade à saúde daqueles que recorrem ao serviço de saúde publica. Todos precisam abraçar esta causa, pois é um sonho de todos brasileiros. Porém, o que se ver nos dias atuais, é uma saúde publica de péssima qualidade, beirando ao colapso total, apesar dos “eternos” desmentidos de nossos dirigentes. Claro, eles não precisam e nem se utilizam desses serviços. Nem eles nem os familiares. São hospitais construídos sem condições de operar, muitos inaugurados a toque de caixa, apenas com o objetivo de render votos ou para dar uma satisfação ao eleitorado, muitos funcionando sem médicos, enfermeiras, sem medicamentos, ou mesmo sem leitos ou uma simples maca; os existentes totalmente sucateados e alguns sem as mínimas condições de funcionamento, diante da situação de precariedade e da falta de manutenção e conservação. Alguns funcionam como verdadeiros matadouros, se me permitem o termo. Diante desta situação ficamos a perguntar: afinal de quem será a culpa? Quem será o responsável por tanto descaso e falta de comprometimento? Pagamos talvez a mais elevada carga tributária do planeta, cujo maior escorchado é exatamente a classe pobre, pois não possui as condições e os artifícios de transferir para terceiros os impostos que são seus. Afinal, para onde está indo este dinheiro? E ainda falam em ressuscitar o famigerado imposto do cheque, que serviu para tudo menos para a saúde. Com certeza estão à procura de mais uma fonte que servirá para desvios dos recursos públicos e enriquecimento de políticos e empresários gananciosos que não tem compromisso com o bem estar da população. E onde está à contrapartida do Estado diante da escorcha tributária praticada contra a população? Será que deixam de investir nas necessidades básicas da população por acharem que o dinheiro é pouco, com isto poderá prejudicar as suas mordomias e regalias? Nesta hora então, a qualidade de vida da população vá para o ralo, pois a eleição já passou? No entanto, eles, os governantes e políticos, coitados, “inocentes” os grandes sacrificados se acham merecedores de grandes mordomias, tais como, direito a viagens, combustível dentre outras regalias, por conta do nosso dinheiro, além de se alto concederem altos salários e algo a mais. Porém, em relação à saúde pública é fundamental que medidas sejam tomadas para o aumento do seu financiamento, não com a imposição de novo imposto, pois já pagamos impostos suficientes para termos uma saúde de qualidade, questão de prioridade. Mas que fique claro, o aumento do financiamento pelo setor público por si só não servira de garantias quanto à melhoria na sua qualidade. O que irá nos garantir a melhoria dos serviços é um financiamento bem direcionado e adequado do sistema, aliado a um controle tanto por parte do Poder Público como pela sociedade para que não ocorram os desvios dos recursos e das suas finalidades, prática está que já se tornou comum na grande maioria de nossos municípios. Basta ver as páginas policiais dos nossos jornais. Se conseguirmos aumentar o financiamento e impedir a roubalheira, com certeza paulatinamente chegaremos lá. Porém, não dá para falar em melhoria dos serviços prestados na área da saúde pública, se nas suas discussões não estiverem inseridas todos que direta ou indiretamente, estão envolvidos com a saúde pública. E aí entraria, não só os profissionais e gestores, mas também a sociedade representada por Associações de Moradores, Sindicatos e ONG’s, transferindo para todos a discussão e apresentação de propostas que venham viabilizar de forma efetiva as condições da melhoria do ambiente de trabalho e do atendimento. Apesar de a todo o momento ouvirmos desculpas buscando justificar o injustificável pelo Ministério, Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde (que no Brasil deveria se chamar da DOENÇA) em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, medido anualmente, o qual está muito aquém das possibilidades do país diante dos elevados impostos pagos por todos nós, torna-se necessários a união de todos, para uma atuação concreta e possamos obter significativos avanços nas áreas sociais. Este é um desafio que a sociedade precisa urgentemente assumir, debater e trazer para a mesa das suas discussões a gestão da saúde pública. Esta deve ser uma bandeira, que deve ser levantada por todos e suas discussões não devem conter preconceitos ou ideologias, tendo em vista ser uma luta de todos e para todos, a busca da a assistência e o atendimento de qualidade à saúde da população é uma obrigação e dever do Estado, e que por falta de ações da sociedade ele tem se omitido. Independente de quem esteja no Poder cabe a nós fiscalizar, interagir, debater e cobrar, de forma que possam ser garantido para todos a melhoria e a qualidade do atendimento. O que não podemos mais admitir é o estado terminal que a saúde pública se encontra, e nós, os contribuintes, aquele que a cada minuto é escorchado com o crescente número de impostos, ficarmos de braços cruzados assistindo os desmandos cometidos pelos que se intitulam “gestores” e aceitarmos e as desculpas esfarrapadas ditas diariamente, sem que se observe qualquer ação ou medidas efetivas serem tomadas para reverter a situação, ou que ao menos traga alguma esperança do restabelecimento da moralidade par o setor. Torna-se urgente que, no âmbito dos municípios sejam criadas Comissões interdisciplinar de Saúde, contando com a participação dos profissionais que diretamente ou indiretamente atendem à Saúde Pública e membros da comunidade, representados por associações de moradores ou ong’s, cujas reuniões regulares, pelo menos uma cada trimestre, devem ser prescindidas de audiências públicas, contando com a participação dos moradores, de forma que as múltiplas questões que envolvem os médicos e paramédicos e o paciente sejam discutidas e buscadas as soluções. Este seria um dos caminhos a ser trilhado na busca de uma saúde mais qualificada. Muitos desafios nos aguardam e outros estão por vir, mas é importante e fundamental o amadurecimento, não só da classe médica e paramédica, mas também da comunidade, cujo amadurecimento traga avanços políticos, técnicos, estruturais de forma que os frutos deste amadurecimento e destes avanços possam efetivamente ser colhidos pela sociedade.
5 comentários:
Amigo blogueiro
Leia
Blogueiro Ricardo Gama fala sobre atentado e diz que ainda não foi chamado para depor.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/128594+blogueiro+ricardo+gama+fala+sobre+atentado+e+diz+que+ainda+nao+foi+chamado+para+depor
tomamos a liberdade de postar.
http://caosnasaudepublica.blogspot.com/2011/04/saude-publica-que-merecemos.html
2011/4/18 francklinroozewelt
Leia e comente em www.palavradesa.blogspot.com
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Um fraternal abraço.
JORGE BENGOCHEA
Na verdade o texto do companheiro se refere não a "saúde" mas à "doença" pública, na medida que aborda a demanda nos hospitais e o aspecto tratamentista das patologias sociais.
Se a abordagem de Roozwelt já significa um desafio à dura realidade, se mesmo o tratamentismo é algo distante do cidadão comum, quem dirá a genuína saúde, em sua versão promocional ou preventiva.
A genuína saúde tem uma lógica que é "não ficar doente". Enquanto mais hospitais, clínicas e farmácias em uma localidade, mais deficitária é sua saúde. Porém, enquanto mais livrarias, bibliotecas e escolas, maior a probabilidade de uma vida com qualidade.
Parabenizo Francklin por sua coragem e o convido a refletirmos de forma ainda mais utópica, incluindo no SUS de forma definitiva as terapias integrativas, a homeopatia, a acupuntura e a educação escolar que vise não somente evitar mosquito A ou mosca B, mas mostrar que, por exemplo, a Souza Cruz, o McDonalds e a Coca Cola são COISAS muito piores para a saúdse do cidadão. (Alexandre Pimentel - Naturopata e Militante do Partido Verde)
Gostei muito do texto.
Tomei a liberdade de postar!
Pois essa causa eu e muitas outras pessoas concertezam irão aderir.
Parabens pela exposição aliada a crítica construtiva, realmente o que os gestores fazem com a SAÚDE PÚBLICA, é uma vergonha, como estive CONSELHEIRO DE SAÚDE no meu município, tive a oportunidade de ver quanta irregularidade os gestores praticam por ignorar ou interesses politiqueiros, a lei 8.080/CF de 1988 é clara: A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO, porém sem a sua REGULAMENTAÇÃO QUE ESTÁ HÁ 11 ANOS AGUARDANDO NO CONGRESSO de nada vale. Os gestores ao serem apanhados em ilícitos saem ilesos pois afirmam que tal lei não está REGULAMENTADA AINDA.
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