sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

ONU condena desfile de corpos de reféns israelenses em Gaza

O chefe de Direitos Humanos das ONU condenou a forma como o Hamas fez a devolução dos quatro corpos de reféns israelenses nesta quinta-feira (20) em um comunicado à imprensa.

Volker Turk disse que o desfile de corpos em Gaza foi abominável e vai contra o direito internacional.

"Segundo o direito internacional, qualquer entrega dos restos mortais de pessoas falecidas deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade do falecido e de suas famílias", afirmou.

O grupo terrorista Hamas entregou na manhã desta quinta os restos mortais de um bebê, uma criança, a mãe deles e um idoso em caixões preto. O bebê tinha oito meses e era o mais jovem dos reféns israelenses do Hamas mantidos na Faixa de Gaza.

Três dos restos mortais são da família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em GazaShiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de oito meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue.

A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos.

As vítimas tinham sido feitas reféns no ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas em Israel. Outras 251 foram sequestradas pelo grupo terrorista. A retaliação israelense, que lançou uma guerra contra o grupo terrorista, deixou cerca de 48 mil mortos e destruiu cidades inteiras no território palestino.

No momento da entrega dos corpos, o Hamas estendeu uma mensagem no pano de fundo do palanque. Nela, o grupo terrorista alegou que os quatro reféns foram mortos por um ataque aéreo israelense durante a guerra, e estampou uma imagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com dentes de vampiro e sangue saindo de sua boca.

Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas. O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu desculpas pelos reféns mortos.

"Agonia. Sofrimento. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida", afirmou Herzog em publicação no X após a entrega dos corpos.

O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também era mantido como refém pelo grupo palestino. Ele estava entre os que foram libertados em 1º de fevereiro. A família Bibas tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, que fica próximo à Faixa de Gaza e perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador do kibutz da família Bibas.

O Hamas já havia afirmado em novembro de 2023 que os meninos e a mãe haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense, mas as mortes nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel. Os corpos passarão por exames de DNA.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel. Um dia angustiante, um dia de luto."

Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do premiê entoando palavras de ordem.

Até esta quinta, 19 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.

Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em liberar um total de 33 reféns israelenses —e já havia avisado que alguns deles estavam mortos— em troca de 2 mil prisioneiros palestinos. No sábado (22), o grupo terrorista prometeu libertar mais seis reféns vivos.

·        2ª fase do acordo em negociação

Segundo a agência de notícias, as negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de cerca de 60 reféns restantes. A Reuters informou que menos da metade deles são considerados vivos.

A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra. No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas.

Na quarta-feira (19), o Hamas informou que está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase do acordo, conforme declaração de Taher al-Nunu, um líder do grupo terrorista palestino.

"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.

¨      Hamas entrega corpos de bebê, criança, mãe e idoso em caixões pretos para Israel

O grupo terrorista Hamas entregou na manhã desta quinta-feira (20) os restos mortais de um bebê, uma criança, a mãe deles e um idoso em caixões preto. O bebê tinha oito meses e era o mais jovem dos reféns israelenses do Hamas mantidos na Faixa de Gaza.

Três dos restos mortais são da família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em GazaShiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de oito meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue. Os restos mortais passarão por exames de DNA.

A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos.

A ONU condenou a forma como o Hamas entregou os corpos dos reféns. O chefe de Direitos Humanos das ONU, Volker Turk, disse que o desfile de corpos em Gaza foi abominável e vai contra o direito internacional.

As vítimas tinham sido feitas reféns no ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas em Israel. Outras 251 foram sequestradas pelo grupo terrorista. A retaliação israelense, que lançou uma guerra contra o grupo terrorista, deixou cerca de 48 mil mortos e destruiu cidades inteiras no território palestino.

No momento da entrega dos corpos, o Hamas reafirmou uma alegação de novembro de 2023, de que a mãe e os meninos Bibas haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense durante a guerra. As mortes, no entanto, nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel.

Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas. Israelenses se juntaram em diversos locais do país para prestar homenagens durante o transporte dos caixões. O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu desculpas pelos reféns mortos.

"Agonia. Sofrimento. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida", afirmou Herzog em publicação no X após a entrega dos corpos.

O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também era mantido como refém pelo grupo palestino. Ele estava entre os que foram libertados em 1º de fevereiro. A família Bibas tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, que fica próximo à Faixa de Gaza e perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador do kibutz da família Bibas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel, um dia angustiante, de luto."

Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do premiê entoando palavras de ordem.

Até esta quinta, 19 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.

Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em liberar um total de 33 reféns israelenses —e já havia avisado que alguns deles estavam mortos— em troca de 2 mil prisioneiros palestinos. No sábado (22), o grupo terrorista prometeu libertar mais seis reféns vivos.

¨      Israel fica de luto após confirmação da morte de família de reféns com devolução dos corpos

O Hamas entregou, na manhã desta quinta-feira (20), os restos mortais de quatro reféns israelenses que morreram na Faixa de Gaza, entre eles o do bebê Kfir Bibas, que tinha apenas 8 meses quando foi levado durante o ataque que deu início à guerra com Israel e era o mais novo do grupo sequestrado.

Os quatro corpos, que estavam em caixões pretos, foram exibidos em um palco em Gaza antes de serem devolvidos e levados pela Cruz Vermelha.

Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas.

Israelenses se alinharam na estrada, debaixo de chuva, perto da fronteira com Gaza, para prestar suas homenagens enquanto o comboio que transportava os caixões passava.

"Estamos aqui juntos, com o coração partido, o céu também chora conosco e rezamos para ver dias melhores", disse uma mulher, que se identificou apenas como Efrat à agência de notícias Reuters.

Em Tel Aviv, pessoas também se reuniram, algumas chorando, no que ficou conhecido como Praça dos Reféns, em frente ao quartel-general da Defesa de Israel.

O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu desculpas pelos reféns mortos em publicação no X: "Agonia. Sofrimento. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida".

¨      Quem era a família Bibas, símbolo de dor dos reféns

Foi apenas horas depois de o Hamas invadir Israel em 7 de outubro de 2023, no ataque que deu início à guerra, que a família Bibas virou o grande símbolo dos israelenses sequestrados pelo grupo terrorista.

Naquele mesmo dia, imagens de uma moradora de um dos kibutz atacados no sul de Israel, o Nir Oz, aterrorizada, cercada por homens armados e segurando seus dois filhos pequenos viralizaram nas redes sociais.

Era Shriri Bibas, levada naquele dia por terroristas do Hamas junto de seu filho Ariel, de 4 anos, e Kfir, um bebê de apenas nove meses, o mais novo entre os 251 sequestrados pelo Hamas no ataque.

Por 20 meses, a família Bibas se tornou um símbolo da luta de parentes dos reféns, que também direcionou seus protestos ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. As imagens de Shiri e das crianças sorridentes eram usadas como uma espécie de bandeira de esperança e de cobrança a Netanyahu pela devolução dos reféns.

Nesta semana, depois de quase um ano e meio, o Hamas confirmou os rumores de que os três estavam mortos, e os corpos da família e de outro refém, Oded Lifschitz, de 83 anos, foram entregues por membros do grupo terrorista a Israel nesta quinta-feira (20), como parte do acordo de cessar-fogo entre as duas partes.

O marido de Shiri e pai dos dois meninos também foi sequestrado no mesmo dia. Mas Yarden Bibas foi devolvido pelo Hamas com vida em 1º de fevereiro, dentro do acordo de cessar-fogo. Durante todo o tempo de sequestro, Yarden foi mantido separado do resto de sua família.

Ele foi sequestrado antes da mulher e dos filhos, porque, no momento do ataque, deixou o esconderijo onde estavam para distrair os terroristas. Mas um segundo grupo de membros do Hamas encontrou o esconderijo e levou os três.

Yarden nunca encontrou, durante o cativeiro, com a esposa e os filhos, segundo a imprensa israelense.

Já os pais de Shiri Bibas morreram durante o ataque do grupo terrorista ao kibutz, onde também viviam. O kibutz da família Bibas foi um dos mais destruídos no ataque de 7 de outubro do Hamas. Na ocasião, um em cada quatro moradores do local foi morto ou sequestrado naquele dia.

Foi lá onde as duas crianças sequestradas nasceram e estavam crescendo. Nos dias seguintes do ataque de 7 de outubro, triciclos e brinquedos ainda estavam espalhados no gramado do lado de fora da casa da família, enquanto a porta da frente perfurada por balas exibia pôsteres dos quatro sorridentes membros da família Bibas.

Mas a família vinha considerando se mudar. Segundo parentes, Shiri e Yarden estudavam ir morar nas Colinas de Golã, território sírio anexado por Israel em 1981.

Eles queriam se mudar justamente por conta das tensões na região em que viviam: o kibutz fica perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e o lançamento de foguetes era frequente.

Apesar de a família Bibas ter se tornado o símbolo da esperança entre os parentes de reféns, a demora para devolvê-los começou a alimentar rumores de que eles estariam mortos.

A maioria das mulheres e crianças entre os 251 sequestrados foi libertada pelo Hamas já no primeiro acordo de trégua entre Israel e Hamas, no final de novembro de 2023. Mas Shiri e as crianças nunca apareciam nas listas.

Depois, o Hamas disse que Shiri e os filhos foram mortos em um ataque aéreo israelense.

Israel sempre disse que nunca conseguiu verificar a alegação e que os três não estão entre os 36 reféns de Gaza que as autoridades israelenses declararam mortos à revelia, com base em inteligência e perícia.

No ano passado, os militares israelenses recuperaram um vídeo de câmeras de segurança que mostrava Shiri e seus filhos vivos em Gaza no dia de seu sequestro.

Já em 30 de novembro de 2023, o Hamas chegou a divulgar um vídeo no qual Yarden Bibas, ainda em cativeiro, implorava a Netanyahu para que sua família fosse enterrada em Israel. No entanto, após sua libertação em fevereiro deste ano, Yarden disse que a mensagem do vídeo foi escrita pelo Hamas, que o obrigou a lê-la.

A família, então, tinha esperanças de que o Hamas havia mentido.

"Minha luz ainda está lá, e enquanto eles estiverem lá, tudo aqui estará escuro", disse ele na ocasião. Sua irmã, Ofri Bibas Levy, disse que Yarden, 35, tem se apegado à esperança de que o Hamas tenha mentido para ele sobre o destino de sua esposa e filhos.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo, disse Yiftach Cohen, morador de Nir Oz, comunidade que perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel. Um dia angustiante, um dia de luto."

Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do primeiro-ministro entoando palavras de ordem.

 

Fonte: g1

 

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