8 doenças típicas do verão e como
evitá-las
Durante o verão, o aumento das temperaturas e a maior
exposição ao sol podem favorecer o aparecimento de diversas condições típicas
dessa estação: virose, queimaduras, micose, intoxicação alimentar, dengue,
entre outras. Elas não são exclusivas desse período, mas costumam ser mais
frequentes nessa época do ano, em que há uma combinação de fatores climáticos e
comportamentais que justifica o aumento dos casos.
Para prevenir problemas de saúde, é essencial adotar
alguns cuidados – especialmente com as crianças e os idosos.
<><> A seguir, conheça os principais
problemas de saúde que dão as caras no verão e como evitá-los.
1. Micoses
As micoses são infecções fúngicas comuns no verão
devido ao aumento da umidade e do calor, que favorecem o crescimento de fungos.
Eles podem surgir em qualquer lugar do corpo, mas regiões como pés, virilhas e
áreas entre os dedos ficam mais propensos a essas infecções, especialmente
quando há suor excessivo e roupas úmidas.
“Existem vários
tipos de infecções por fungos que atingem a pele, os pelos e as unhas. Todas
estão sob o guarda-chuva que popularmente as pessoas chamam de micose”, pontua
o dermatologista Andrey Malvestiti, do Hospital Israelita Albert Einstein.
As micoses mais comuns surgem entre os dedos (as
chamadas frieiras), nas unhas, nas regiões de dobras do corpo (virilha e
embaixo das mamas), no couro cabeludo e espalhadas
no tronco (como as chamadas de pano branco). Elas causam coceira, descamação e
vermelhidão. Caso surjam esses sintomas, é importante procurar um médico.
Para prevenir as micoses, mantenha a pele seca e arejada
(principalmente entre os dedos e na região da virilha); use roupas leves, com
tecidos que facilitem a evaporação do suor, e troque a roupa molhada logo após
usar piscina, entrar no mar ou fazer exercícios.
Além disso, é fundamental evitar andar descalço em
locais públicos. “Uma dica para manter as regiões entre os dedos bem seca é
usar o secador de cabelo ligado no frio ou complementar a secagem com um pedaço
de papel higiênico, pois ele tem um alto poder de absorção”, orienta
Malvestiti.
2. Bicho geográfico
O bicho geográfico é uma infecção causada por larvas de
parasitas encontrados, principalmente, em ambientes contaminados por fezes de
cachorros e gatos, como na areia da praia e áreas de terra molhada. “Quando a
pessoa pisa no solo contaminado, a larva penetra na pele e vai caminhando
devagarinho. Ele [o bicho geográfico] recebe esse nome devido ao traçado em
forma de linhas sinuosas que se formam na pele, lembrando um mapa geográfico”,
explica o dermatologista.
A larva é microscópica, então ela consegue penetrar na
pele íntegra. Os sintomas incluem coceira intensa e o aparecimento desse
“trajeto vermelho” na pele. Para se prevenir, evite andar descalço em áreas de
risco e mantenha a higiene adequada. Caso a infecção ocorra, o tratamento
envolve o uso de medicamentos tópicos ou orais, conforme orientação médica.
“Após tratar, a pele descama, se renova e não fica nenhuma cicatriz”, destaca o
médico.
3. Insolação e queimaduras
A insolação e as queimaduras solares são problemas
bastante comuns durante o verão, causados pela exposição excessiva
ao sol.
A insolação ocorre quando o corpo não consegue regular sua temperatura devido
ao calor intenso, levando a sintomas como náusea, dor de cabeça, tontura e pele
quente e seca. Já as queimaduras solares são danos à pele causados pelos raios
ultravioletas (UV) que resultam em vermelhidão, dor e até bolhas.
“A insolação é uma queimadura solar exagerada. Bebês e
idosos, por serem mais vulneráveis, têm risco maior, precisando de mais
atenção. Para evitar esses problemas, é essencial usar protetor solar, roupas
leves e chapéu, além de buscar sombra nos horários de pico do sol”, orienta
Malvestiti. Em caso de insolação ou queimaduras, é importante procurar
atendimento médico e hidratar-se adequadamente.
4. Queimadura por limão
As queimaduras por limão são outro problema
relativamente comum no verão e ocorrem quando o suco da fruta entra em contato
com a pele e, posteriormente, a pessoa se expõe ao sol. Isso provoca uma
fitofotodermatose, que acontece devido a uma reação química com a pele, em que
os compostos presentes no limão aumentam a sensibilidade cutânea à luz solar.
O resultado pode ser uma queimadura dolorosa, que causa
ardência, manchas escuras e até bolhas. “O limão é o grande vilão, talvez por
ser mais consumido nas praias, em bebidas como caipirinha e nos alimentos, mas
qualquer fruta cítrica pode causar essas queimaduras. Assim como alguns
temperos e plantas”, observa o médico.
Para evitar queimaduras por limão, é importante lavar
bem as mãos e a pele após manusear a fruta, além de evitar a exposição direta
ao sol depois do contato. Caso ocorra uma queimadura, saia do sol e procure um
dermatologista para o tratamento adequado.
5. Intoxicação alimentar
As chamadas doenças de transmissão hídrica e alimentar
(DTHA) podem causar quadros de infecções gástricas e intestinais, popularmente
chamadas de intoxicação
alimentar.
Elas acontecem pela ingestão de água contaminada ou de alimentos malconservados
ou manipulados incorretamente no calor.
“No verão, estamos expostos a diversas situações que
podem ter impacto na conservação de alimentos. As altas temperaturas e más
práticas de manipulação de alimentos favorecem a proliferação bacteriana e de
toxinas”, alerta a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita
Albert Einstein.
Importante ressaltar que nem sempre o alimento
contaminado tem gosto ou aspecto ruim. Alguns exemplos de agentes causadores
dessas infecções são bactérias (Salmonella, E.coli, Staphyloccus),
vírus (rotavírus, norovírus) e parasitas (como a giárdia). Os sintomas mais
comuns são diarreia, náusea, vômito,
dor abdominal e, eventualmente, febre.
Para prevenir essas infecções é essencial manter a
higiene adequada das mãos ao manipular ou ingerir alimentos (isso pode ser
feito usando álcool em gel 70% ou água e sabonete se as mãos estiverem
visivelmente sujas); beber somente água potável e de boa qualidade; manter boas
práticas de manipulação de alimentos e ter atenção com aqueles que necessitam
de refrigeração.
6. Viroses
As viroses também são
muito comuns no verão devido ao aumento das temperaturas e à maior circulação
de pessoas em locais públicos. Durante essa estação, vírus respiratórios,
gastrointestinais e até mesmo transmitidos por mosquitos, como os vírus da
dengue e da zika, se tornam mais prevalentes.
Os sintomas variam conforme o tipo de vírus, mas podem
incluir febre, dor de cabeça, náusea, vômito e diarreia. “No verão, em geral,
nós mudamos os nossos hábitos, nos alimentamos de maneira diferente, os riscos
aumentam. As medidas de prevenção são as mesmas da intoxicação alimentar.
Manter uma boa higienização das mãos é essencial para tentar minimizar essas
viroses”, recomenda Gouveia.
7. Dengue, zika e chikungunya
A proliferação de mosquitos vetores de doenças
infectocontagiosas – como dengue, zika e
chikungunya –
é favorecida quando as temperaturas são mais altas. Combinando esse fator com
as chuvas, que propiciam o amadurecimento dos ovos de mosquitos depositados no
ambiente, os casos de transmissão aumentam consideravelmente.
Essas doenças causam sintomas como febre, dores no
corpo, manchas na pele e, em casos mais graves, podem levar a complicações. A
dengue pode causar sangramentos, o zika pode afetar o desenvolvimento fetal
durante a gravidez e a chikungunya provoca dores articulares intensas.
“É importante que as pessoas tomem medidas de
prevenção. É essencial eliminar focos de água parada, como em vasos, pneus e
recipientes, que servem de criadouros para o mosquito”, explica Gouveia. Use
também repelente, roupas claras e, se possível, instale telas nas janelas de
casa.
Vale lembrar ainda que há vacinas contra algumas
arboviroses, entre elas a febre amarela e a dengue. No Sistema Único de Saúde
(SUS), a vacina contra a dengue está disponível para crianças e adolescentes de
10 a 14 anos. Na rede privada, a QDenga está disponível para os pequenos a
partir dos 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos. Já a vacina da febre
amarela faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) e está disponível
gratuitamente pelo SUS em todo o Brasil.
8. Conjuntivite
A conjuntivite é uma inflamação na conjuntiva (parte
branca dos olhos) que pode ser mais comum no verão devido ao aumento da exposição
a ambientes com alta circulação de pessoas. A doença pode ser causada por
vírus, bactérias, alergias ou química (pelo contato com substâncias como
protetor solar, por exemplo).
Importante frisar que a única conjuntivite transmitida
entre pessoas é a infecciosa, causada por vírus, bactérias ou fungos. “No
verão, as conjuntivites virais são as mais prevalentes e o principal agente
responsável é o adenovírus, que é altamente contagioso pelo contato entre as
pessoas”, alerta Adriano Biondi, oftalmologista do Hospital Israelita Albert
Einstein.
Os adenovírus são responsáveis por cerca de 90% das
conjuntivites contagiosas. Os sinais e sintomas comuns, de maneira geral,
incluem olho avermelhado e lacrimejante, sensação de prurido, inchaço da
conjuntiva e das pálpebras, surgimento de secreção e, em casos mais graves, a
formação de membrana nos olhos.
É importante procurar um médico para diagnóstico e
tratamento adequados. “Muitas vezes, a pessoa tem conjuntivite viral e trata
com antibiótico de maneira equivocada”, adverte Biondi. Quando a fase aguda
termina, a visão pode ficar prejudicada. “É importante que o tratamento seja
feito de maneira cuidadosa. Se a pessoa apresentar baixa visão depois de um
quadro de conjuntivite, ela precisa usar medicamentos por algumas semanas. Se
não tratar adequadamente, isso pode afetar a visão de forma permanente”,
finaliza o oftalmologista.
Fonte: CNN Brasil
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