sábado, 9 de novembro de 2024

Novembro Azul: homens são convocados a cuidar da saúde e a refletir sobre machismo, problemas sexuais e outros temas

O Novembro Azul é muito mais do que uma campanha ou um convite: é uma convocação para que todos os homens assumam o protagonismo de sua saúde. Além de destacar a importância do diagnóstico precoce de tumores urológicos, como os de próstata, testículo e pênis, o movimento  incentiva homens a partir dos 50 anos – ou 45 para quem possui histórico familiar de câncer de próstata – a agendar consultas com um urologista e a realizar exames de rastreamento que facilitem a detecção precoce da doença. Mas não para por aí, já que ao longo do mês também acontecem debates sobre diversos outros temas importantes relacionados ao universo masculino.

Para o urologista Nilo Jorge Leão, coordenador de urologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), mais do que convocar a população masculina a cuidar da saúde, o Novembro Azul é uma excelente oportunidade que a sociedade tem de discutir questões culturais como o machismo e o fato de tantos homens morrerem por acidentes de carro, abuso de álcool e droga, violência e doenças cardiovasculares. “O movimento abre espaço, ainda, para discussões a respeito de problemas sexuais masculinos, tais como impotência e ejaculação precoce. Precisamos criar um ambiente onde os homens se sintam confortáveis para falar sobre esses e outros assuntos e consigam superar o medo e o preconceito”, frisou o especialista.

O câncer de próstata, grande protagonista do Novembro Azul, é o segundo tumor mais prevalente entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pulmão, e representa 29,2% dos tumores masculinos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Exames como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal são essenciais para detectar alterações precocemente, muitas vezes antes do aparecimento de sintomas. Além disso, os tumores de testículo e pênis, menos frequentes, também têm melhor prognóstico quando diagnosticados nos estágios iniciais. Para tanto, o autoexame e consultas regulares com um urologista desempenham papel fundamental.

•        Diagnóstico

Segundo Nilo Jorge Leão, quando o PSA e o exame de toque retal indicam suspeitas, a biópsia prostática é realizada para confirmar o diagnóstico. “Em casos mais complexos, exames de imagem como o PET-CT PSMA e a ressonância magnética são utilizados para o estadiamento e uma avaliação detalhada da doença”, destacou o urologista do HMDS. Para incentivar a realização de exames de rastreamento e o diagnóstico precoce, o HMDS promove a campanha “Seja mais forte que a sua melhor desculpa”.

De acordo com a médica nuclear Carolina Cruz Assad, os avanços tecnológicos são aliados na luta contra o câncer. “O PET-CT PSMA oferece precisão no estadiamento do câncer de próstata e na detecção de recidivas. Este exame avalia todo o corpo com alta sensibilidade e sem efeitos colaterais significativos, permitindo um diagnóstico mais preciso", explicou a especialista.

•        Tratamento

A abordagem para os tumores urológicos varia conforme o estágio e a agressividade da doença. Para o câncer de próstata, os tratamentos vão desde vigilância ativa, indicada para casos de baixo risco, até cirurgias avançadas, como a robótica, radioterapia e terapias sistêmicas, como hormonioterapia e quimioterapia, para estágios mais avançados. Já os tumores de testículo e pênis podem ser tratados com cirurgias e, quando necessário, terapias complementares, como quimioterapia.

 

•        Procura por exames que revelam câncer de próstata e outras doenças aumenta no Novembro Azul

Durante o Novembro Azul, campanha mundial de conscientização sobre a prevenção e rastreamento do  câncer de próstata, cresce a procura por exames que vão além dos tradicionais toque retal e PSA (antígeno prostático específico). Aproveitando a oportunidade para realizar checkups, muitos homens consultam urologistas neste período e relatam sintomas relacionados a outras condições de saúde, como a disfunção erétil, o que resulta em pedidos de exames complementares.

Um dos exames em alta nesta época do ano é a Biópsia de Próstata Guiada por Ultrassonografia, indicada nos casos em que há elevação do PSA ou alterações detectadas no toque retal. Segundo o médico radiologista Antonio Carlos Matteoni, vice-presidente da Federação Mundial de Ultrassonografia em Medicina e Biologia, antes da biópsia, o paciente geralmente passa por uma ressonância multiparamétrica da próstata.

“Durante o procedimento, realizado com sedação feita por um anestesista, para maior segurança e conforto do paciente, utilizamos tecnologias avançadas como o MV Flow, para avaliar a vascularização da próstata, e a elastografia, que verifica a elasticidade do tecido prostático. Isso nos ajuda a identificar áreas da próstata que demandam mais atenção e das quais tiramos mais fragmentos”, explicou o especialista.

Outro procedimento muito requisitado na Clínica Matteoni ao longo do mês de novembro é o Ultrassom Peniano com Doppler e Fármaco-Indução, frequentemente solicitado para investigar disfunção erétil. O radiologista Bruno Emanuel Costa e Silva explica que o exame avalia o fluxo sanguíneo no pênis, permitindo distinguir entre causas orgânicas e não orgânicas do problema.

“A medicação vasodilatadora aplicada induz a ereção, e conseguimos analisar tanto as artérias cavernosas quanto possíveis fugas venosas, causas comuns da disfunção erétil. Também utilizamos esse método para pacientes com condições como a Doença de Peyronie, que causa curvatura peniana e dificuldade na relação sexual”, esclareceu.

Além de contribuir para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o Novembro Azul também desempenha um papel importante na identificação de outros problemas de saúde masculina, como disfunções urológicas e condições vasculares.

Durante a realização dos exames, é comum identificar causas vasculares da disfunção erétil, como a arteriogênica – dificuldade de circulação do sangue pelas artérias cavernosas – ou a fuga venosa, em que o sangue retorna pelas veias de forma inadequada. “Esses casos são mais prevalentes em pacientes hipertensos, diabéticos, obesos e tabagistas, fatores de risco que destacam a importância de exames complementares no cuidado integral à saúde masculina”, resumiu o radiologista Bruno Emanuel que compõe o corpo clínico da Clínica Matteoni.

 

Fonte: Por Carla Santana – Assessora de Imprensa

 

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