Doença
arterial periférica: o que é e causas
A
doença arterial periférica (DAP) é uma condição caracterizada pelo
estreitamento das artérias periféricas que transportam o sangue do coração para
outras partes do corpo. Ela afeta a circulação sanguínea dos membros inferiores
e superiores, ou seja, braços, mãos, pernas e pés.
O
tipo mais comum da doença é conhecido como DAP dos membros inferiores, em que o
fluxo sanguíneo é reduzido para as pernas e pés. A DAP nos membros superiores
(braços, mãos e dedos) é menos comum, mas ainda afeta uma porcentagem da
população.
A
condição é comum, embora dados de 2021 indiquem que no Brasil, anualmente,
0,0053% da população é diagnosticada com doença arterial periférica. Ela afeta,
principalmente, idosos, com 20% da população acometida pela doença tendo mais
de 65 anos de idade.
Infelizmente,
a DAP não possui cura, mas pode ser tratada. No entanto, ela progride
assintomática em 80% dos casos, o que compromete a eficácia do tratamento e o
prognóstico da doença.
• O que causa a doença arterial
periférica?
A
doença arterial periférica é causada através de um processo conhecido como
aterosclerose — o acúmulo de depósitos gordurosos contendo colesterol (placas)
nas paredes das artérias. Essas placas de gordura impedem o fluxo de sangue ao
resto do corpo, causando danos aos tecidos. Em alguns casos, os danos são tão
extremos que levam à gangrena — a morte dos tecidos.
Existem
certos fatores e problemas de saúde que aumentam o risco de desenvolvimento de
DAP e outras formas de doenças cardiovasculares, incluindo:
• Tabagismo — fumar é considerado o
fator de risco mais significativo para o desenvolvimento da doença;
• Diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2;
• Pressão alta (hipertensão);
• Colesterol alto;
• Envelhecimento;
• Obesidade;
• Estresse;
• Consumo frequente de alimentos ricos
em gorduras saturadas;
• Sedentarismo;
• Histórico familiar de doenças
cardíacas;
• Doença renal crônica.
Além
disso, causas menos comuns de doença arterial periférica incluem:
• Inflamação dos vasos sanguíneos;
• Lesões nos braços ou pernas;
• Alterações nos músculos ou
ligamentos;
• Exposição à radiação.
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Como identificar a DAP?
A
maioria das pessoas que eventualmente são diagnosticadas com DAP começam
assintomáticas. De fato, segundo o Centers for Disease Control and Prevention
(CDC), dos Estados Unidos, até 4 em cada 10 pessoas com a condição não sentem
dores nas pernas ou outros sintomas.
Porém,
os sintomas da doença arterial periférica podem incluir:
• Frieza na parte inferior das pernas
ou pés, especialmente quando comparado com o outro lado;
• Claudicação intermitente — dor nas
pernas ao caminhar ou ao realizar outras atividades;
• Dormência ou fraqueza nas pernas;
• Falta de pulso ou pulso fraco nas
pernas ou pés;
• Cãibras dolorosas em um ou ambos os
quadris, coxas ou músculos da panturrilha após certas atividades, como caminhar
ou subir escadas;
• Pele brilhante nas pernas;
• Mudanças na cor da pele nas pernas;
• Crescimento mais lento das unhas dos
pés;
• Feridas nos dedos dos pés, pés ou
pernas que não cicatrizam;
• Dor ao usar os braços, como dores e
cãibras ao tricotar, escrever ou realizar outras tarefas manuais;
• Disfunção erétil;
• Perda de cabelo ou crescimento mais
lento de pelos nas pernas.
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Diagnóstico
Existem
diversos tipos de diagnóstico para DAP, incluindo o exame físico dos membros
superiores e inferiores do paciente. Outros testes usados para o diagnóstico da
doença podem incluir:
• Índice tornozelo-braquial: compara a
pressão arterial no tornozelo com a pressão arterial no braço.
• Exames de sangue: verifica os níveis
de colesterol.
• Ultrassom: visualiza a artéria com
ondas sonoras e mede o fluxo sanguíneo em uma artéria para indicar a presença
de um bloqueio.
• Tomografia computadorizada: mostra as
artérias do abdômen, pelve e pernas.
• Angiografia por Ressonância Magnética
(ARM): informações semelhantes às geradas por uma tomografia computadorizada,
mas sem a necessidade de raios X.
• Angiografia: um agente de contraste é
injetado nas artérias, o que ajuda a mostrar os vasos sanguíneos durante
radiografias
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Estágios da doença arterial periférica
Após
o diagnóstico, muitos profissionais de saúde usam o sistema Fontaine para
atribuir um estágio à doença arterial periférica. Os estágios incluindo no
sistema Fontaine são:
• I: Assintomático (sem sintomas).
• IIa: Claudicação leve (dor nas pernas
durante o exercício).
• IIb: Claudicação moderada a grave.
• III: Dor isquêmica em repouso.
• IV: Úlceras ou gangrena.
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Possíveis tratamentos
O
tratamento da doença arterial periférica pode envolver tanto mudanças de estilo
de vida quanto um tratamento cirúrgico. Enquanto a doença em si não tem cura, o
seu tratamento é fundamental para que os pacientes mantenham uma boa qualidade
de vida.
Além
disso, o tratamento pode ajudar a diminuir o risco de possíveis complicações
associadas à DAP, como ataques cardíacos e AVCs.
• Prática de exercícios físicos
A
prática de exercícios físicos é uma parte essencial do tratamento da doença
arterial periférica. O exercício regular ajuda o corpo a usar melhor o oxigênio
e melhora os sintomas da doença, além de melhorar o condicionamento físico do
paciente.
• Mudanças na dieta
Uma
das possíveis causas da DAP é o colesterol alto, que é uma das principais
consequências de uma alimentação não saudável. Portanto, uma dieta pobre em
gordura saturada, gordura trans e colesterol, e rica em alimentos naturais,
como frutas e vegetais, é indicada para os pacientes. Essas mudanças na
alimentação promovem a diminuição do colesterol, que pode reverter alguns dos
sintomas da condição.
• Não fumar
O
uso de tabaco aumenta o risco de DAP, ataque cardíaco e acidente vascular
cerebral, de acordo com a American Heart Association. Parar de fumar pode
ajudar a retardar a progressão da condição, assim como de outras doenças
cardíacas.
• Cuidado com os pés
Pessoas
com DAP, especialmente aquelas que também têm diabetes, correm o risco de má
cicatrização de feridas e lesões na parte inferior das pernas e pés. Por isso,
muitos profissionais de saúde ressaltam a importância do cuidado com os pés,
que incluem a higiene do local, além do tratamento de possíveis feridas.
• Medicamentos
Um
profissional de saúde pode prescrever medicamentos para ajudar a controlar
vários aspectos da DAP. Isso pode incluir medicamentos:
• Antiplaquetários;
• Cujo objetivo é reduzir o colesterol;
• Para o tratamento da hipertensão;
• Anticoagulantes.
Além
disso, uma pesquisa realizada pela Northwestern University and University of
Florida demonstrou que o uso do nicotinamida, uma forma de vitamina B3, pode
aumentar a resistência à caminhada de pacientes com doença arterial periférica.
No
entanto, é importante notar que nenhum tratamento, incluindo o uso de
suplementos ou medicamentos controlados, deve ser feito sem a supervisão
médica. Consulte um profissional da saúde — apenas eles poderão diagnosticar e
tratar a condição de acordo com o seu quadro.
Fonte:
eCycle
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