quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Especialista militar: nenhum dinheiro dos EUA ajudará Ucrânia a derrotar Rússia

EUA acabarão fornecendo assistência financeira à Ucrânia, mas o dinheiro americano não ajudará Kiev a derrotar a Rússia, declarou Daniel Davis, especialista militar e tenente-coronel aposentado americano, em entrevista ao canal de TV britânico GB News.

"Ao fim e ao cabo, alguns fundos provavelmente serão transferidos. Minha previsão é que em certa etapa o governo americano chegará a algum acordo. […]. Mas transformar isso em uma vitória sobre a Rússia […] não será possível", considera o especialista.

De acordo com Davis, o acordo final entre o Congresso e a Casa Branca envolverá uma quantia muito menor da que era buscada pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

O especialista sugeriu que os EUA não ignoraram os baixos resultados que trouxeram os pacotes anteriores de ajuda à Ucrânia. Washington percebeu que a vitória da Ucrânia é impossível, observou Davis.

Recentemente o líder democrata do Senado dos EUA, Chuck Schumer, admitiu que os senadores não chegaram a um acordo para ajudar a Ucrânia, já que a questão se mostrou ser difícil e o trabalho continuará em janeiro.

·        Envio de sistemas russos Pantsir à zona da operação militar criará problemas para Ucrânia

O surgimento de sistemas de mísseis e artilharia antiaérea Pantsir na última modificação — o Pantsir-SM — na zona de operação militar especial criará sérios problemas para as Forças Armadas da Ucrânia.

O portal polonês Interia avaliou como o complexo modernizado pode impactar a situação no front.

"Este [surgimento de sistemas Pantsir-SM na zona da operação militar especial] pode significar sérios problemas para a Ucrânia, que ultimamente baseia suas ações em ataques de drones", avança a mídia.

Vale a pena notar que o referido sistema de mísseis modernizado é capaz de detectar pequenos alvos a uma distância de até 75 quilômetros, e o uso de novos mísseis guiados aumenta o alcance da interceptação em até 40 quilômetros.

No início de dezembro, uma fonte informou à Sputnik que as Forças Armadas da Rússia começaram a utilizar os complexos modernizados Pantsir-SM na operação especial. Os novos sistemas demonstram maior eficácia de combate em comparação com a versão-base do complexo.

·        Gabinete ucraniano apresenta projeto de lei para impulsionar o esforço de mobilização, diz mídia

Com o estrangulamento da ajuda ocidental e o fracasso da contraofensiva de Kiev, a Ucrânia também tem sofrido com a escassez de mão de obra há quase dois anos após o início da operação militar especial russa.

De acordo com a Bloomberg, o gabinete ucraniano apresentou ao parlamento um projeto de lei que estabelece um novo plano de mobilização para o Exército, visando resolver divergências entre a liderança política e militar sobre o recrutamento, em um contexto em que a famigerada contraofensiva ucraniana foi considerada um fracasso por diversos analistas militares.

Segundo a apuração, o projeto de lei prevê a redução da idade de recrutamento durante o conflito para homens sem experiência militar de 27 para 25 anos, e limita os motivos para atrasar o alistamento, além de propor a introdução de "treinamento militar básico" para cidadãos de menos de 25 anos.

Reabastecer as fileiras esgotadas do Exército está no topo da agenda da Ucrânia diante de seus inúmeros desafios no esforço para manter a guerra por procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia. Com a iminente escassez de munições, a ajuda financeira reduzida dos parceiros de Kiev e o segundo inverno (Hemisfério Norte) na frente de batalha, a escassez de mão de obra representa um obstáculo ainda maior.

O presidente ucraniano Vladimir Zelensky está considerando, mas não assinou outro plano de recrutamento que está em sua mesa desde junho e também propôs uma redução da idade de recrutamento para 25 anos.

Embora os líderes militares da Ucrânia tenham pedido a mobilização de até 500 mil pessoas, o presidente disse no dia 19 de dezembro que aguardava um pacote abrangente que incluísse um plano para rotações e saídas de tropas. O general Valery Zaluzhny, chefe militar da Ucrânia, criticou no início deste mês o ritmo do recrutamento como lento demais diante do poderio russo.

Segundo a mídia ucraniana citada pela Bloomberg, os legisladores ucranianos planejam debater o projeto de lei no dia 10 de janeiro. O gabinete também apresentou legislação que endureceria a punição para quem se esquivasse do recrutamento.

 

Ø  Conflito na Ucrânia afeta a Alemanha e sobe dívida pública para 2,5 trilhões de euros, diz mídia

 

As sanções contra fontes de energia russas, impostas após o início da operação militar da Rússia na Ucrânia, causaram crise energética na Europa e "custaram caro à Alemanha", cuja dívida pública atingiu um recorde, escreve o jornal turco Yeni Safak.

Segundo publicou o jornal, "a crescente necessidade de financiamento devido à crise energética com hostilidades como pano de fundo" provocou rápido crescimento da dívida pública alemã.

A incerteza sobre o fornecimento de energia no meio da operação especial russa em curso na Ucrânia, a suspensão do fornecimento de gás russo pelo gasoduto Nord Stream 1 e as sanções da União Europeia contra fontes de produção energética desequilibraram os mercados alemães.

O jornal lembra que, de acordo com o Escritório Federal de Estatísticas alemão (Destatis), entre janeiro e setembro de 2023, a dívida pública total do país com instituições não governamentais, incluindo todos os orçamentos básicos e complementares nos níveis federal, estadual, fundos de seguridade social e municípios, aumentou em 85,8 bilhões de euros, atingindo recorde de 2,454 trilhões de euros.

Em comparação com o final de 2022, o total da dívida aumentou 3,6%, enquanto a dívida dos municípios e associações municipais cresceu 7,6%, atingindo 151,5 bilhões de euros, destaca o Yeni Safak.

A economia germânica, que até recentemente era considerada a locomotiva da Europa, está perdendo posições, enfrentando o processo de "desindustrialização" que não pode ser freado.

Isso é uma consequência de o país ter aderido às sanções antirrussas e ter renegado aos hidrocarbonetos que durante décadas recebeu a preços baixos.

Eles reiteraram repetidas vezes que as medidas punitivas contra a Rússia prejudicam mais aqueles que as impõem e que a UE acabou na posição de uma colônia estadunidense.

 

Ø  Shoigu: interrompendo a ofensiva da Ucrânia, forças da Rússia cumpriram principal objetivo do ano

 

O Exército da Rússia está tomando posições cada vez mais vantajosas e expandindo os territórios sob seu controle em todas as direções na zona da operação militar especial, disse o ministro da Defesa Sergei Shoigu durante uma conferência.

"Nós avançamos consistentemente no rumo para alcançar os objetivos declarados da operação especial", disse Shoigu.

As tropas russas conseguiram frustrar a contraofensiva ucraniana graças às linhas defensivas construídas com eficácia, à confiabilidade do equipamento e às ações decisivas dos combatentes, observou o chefe do órgão militar.

"Vários fatores decisivos contribuíram para isso: a criação de um sistema eficaz de linhas defensivas, a alta capacidade de combate de todas as unidades e subunidades, a confiabilidade e eficácia do equipamento militar russo", declarou o ministro.

"E acima de tudo – as ações hábeis e resolutas dos defensores da pátria, que abnegadamente garantem a segurança do país e de seus cidadãos", acrescentou.

O complexo industrial de defesa da Rússia aumentou em muitas vezes o volume de produção para atender às necessidades do Ministério da Defesa e está trabalhando 24 horas por dia, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

De acordo com Shoigu, os funcionários do complexo industrial de defesa russo desafiaram o "gabado potencial técnico-militar ocidental".

Ele também destacou o apoio sem precedentes que o povo russo expressou aos combatentes que participam da operação especial. Shoigu ressaltou que foram os esforços comuns na retaguarda e na frente que ajudaram as tropas russas a tomar a iniciativa na linha de contato do combate.

·        Ucrânia enfrenta escassez de munição e pessoal enquanto Rússia aumenta produção de armas

Em 2023, o Exército russo testemunhou um aumento no fornecimento de armas, enquanto os estoques militares ucranianos estão quase esgotados.

A produção de armas para as Forças Armadas russas aumentou significativamente, de acordo com o vice-primeiro-ministro e chefe do Ministério da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov.

"No que diz respeito à indústria de defesa [russa], para diversos itens, observamos um aumento de 10 a 12 vezes na produção e nos volumes de fornecimento. Infelizmente, não posso divulgar detalhes específicos sobre fornecimento e financiamento, mas fiquem tranquilos, os números são substanciais", afirmou à Sputnik.

Além disso, o volume de pedidos estatais de defesa para 2023 dobrou em relação ao ano anterior, revelou o oficial russo durante a entrevista.

Em contraste, o Exército ucraniano enfrenta escassez crescente de armas e munições. Conforme publicou o The Washington Post, recentemente, algumas unidades ucranianas estão sendo forçadas a cancelar assaltos planejados devido à falta de projéteis de artilharia na linha de frente.

Um militar da 128ª Brigada de Assalto de Montanha disse ao jornal que seus artilheiros "recebem um limite de projéteis para cada alvo".

A brigada está atualmente lutando na região sudeste de Zaporozhie.

Embora as tropas ucranianas sejam consideradas "motivadas", os soldados admitem que "não se pode vencer uma guerra apenas com motivação".

Por sua vez, um artilheiro da 148ª Brigada de Artilharia, que opera um obuseiro de 155 mm, disse que sua unidade agora está disparando apenas de 10 a 20 projéteis por dia contra alvos russos, enquanto anteriormente disparavam uma média de 50 projéteis por dia, e às vezes até 90.

Os soldados ucranianos lamentaram especialmente o fato de não terem vantagem numérica sobre os russos, nem armas suficientes para lutar. Ao longo de seis meses da chamada contraofensiva, as Forças Armadas da Ucrânia perderam mais de 125 mil soldados e 16 mil unidades de várias armas, afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, no início de dezembro.

Enquanto isso, o contingente militar russo de 617 mil soldados está reforçando suas posições ao longo da linha de frente de quase 2 mil quilômetros.

O The Washington Post admitiu que as forças russas continuam avançando nas frentes sul e leste, e também estão "atacando" posições ucranianas com drones e ataques de mísseis.

O presidente dos EUA, Joe Biden, não conseguiu persuadir os congressistas americanos a aprovar o pacote de ajuda de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 293,490 bilhões) para a Ucrânia antes do recesso de inverno. Além disso, a Hungria bloqueou a concessão de US$ 54,5 bilhões (R$ 266,580 bilhões) em ajuda da UE a Kiev.

Apesar do anúncio do presidente ucraniano Vladimir Zelensky de planos para aumentar a produção de armas e estabelecer um polo da indústria de defesa no Estado do Leste Europeu, fontes da Sputnik rejeitaram essas ambições.

Segundo elas, a Ucrânia não tem a capacidade de sustentar a produção, e os fabricantes de armas ocidentais estão relutantes em investir no país.

O jornal concluiu que a incapacidade de Biden em garantir o financiamento tão necessário para a Ucrânia antes do final do ano demonstra que a Casa Branca não pode garantir apoio infinito.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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