Dino defende fim da vitaliciedade no STF
O ministro da Justiça, Flávio Dino, voltou a
defender, em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, que ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal) tenham mandato de 11 anos. Em 2009, Dino, então
deputado federal, apresentou uma PEC com o objetivo de mudar o tempo de mandato
dos magistrados da Corte.
“Defendi [em 2009] e defendo até hoje. Esse é um
modelo bom, modelo que a Europa pratica. Os EUA não, os EUA têm a cláusula do
‘bem servir’, que não tem nem a aposentadoria compulsória. São modelos bem
diferentes, mas eu acho que o mandato é uma mudança importante”, disse.
Dino ressaltou que não defende que, se aprovada, a
mudança de mandato seja retroativa. “Seria para os novos ministros. Acho
adequado porque ele percorre três [mandatos de] presidente da república’.
O período proposto por Dino se deve, segundo ele, a
média aritmética de mandatos de ministros de supremas cortes da Europa.
“Eu entrei em silêncio obsequioso [sobre o
tema].”Eu peguei o mandato dos principais países da Europa e fiz média
aritmética. Deu 11 anos. Essa é a principal razão. É um mandato que não é muito
curto nem muito longo. É moderado, eu diria”.
• Dino
no STF?
O ministro também falou sobre uma eventual
indicação ao STF, que hoje tem uma vaga disponível após a aposentadoria, da
ex-presidente da Corte, Rosa Weber, em 27 de setembro.
“Estou bem acomodado”, afirmou sobre estar à frente
do Ministério da Justiça. Dino disse que não tem falado sobre o assunto e que
não cabe a ele decidir se assumirá ou não uma cadeira na Corte.
“Eu estou bem acomodado na cadeira que estou. Estou
aqui [no Ministério da Justiça] com ânimo definitivo, mas quem decide não sou
eu. É Deus e o presidente Lula”, disse.
Em 2023, o STF tem duas vacâncias. A primeira com a
aposentadoria do ex-ministro Ricardo Lewandowski —que deixou o Supremo em 11 de
abril—, e a de Rosa Weber.
• Dino
anuncia providências contra violência policial
O ministro Flávio Dino respondeu críticas sobre a
segurança pública em meio à pressão para que o Ministério da Justiça seja
desmembrado. O que aconteceu: Dino defendeu um “acompanhamento mais profundo e
atento sobre as três esferas da Federação que atuam na Segurança”. Ele também
falou sobre um equilíbrio entre ações de inteligência e força.
Estamos sempre prontos ao diálogo. Por isso mesmo,
sustento uma premissa: inteligência em segurança pública não é uma espécie de
“pedra filosofal”, que exclui a necessidade de uso comedido e proporcional da força.
Nem a força é uma “pedra filosofal” que implique dar tiros a esmo, sem
inteligência. Ministro Flávio Dino Bastidores, opinião e análise dos fatos mais
relevantes da política, na palma da sua mão.
O governo federal tem sido alvo de críticas devido
a problemas de segurança pública. Em Salvador, por exemplo, a PM matou 55
pessoas no mês de setembro. No Rio de Janeiro, a morte da menina Heloísa e o
flagrante de um treinamento de guerrilha de bandidos no Complexo da Maré
elevaram a pressão sobre o Ministério da Justiça.
A segurança é a área temática do governo federal,
com pior avaliação entre os eleitores, segundo pesquisa do instituto Atlas
feita de 20 a 25 de setembro. Dino também sofre pressão de integrantes do PT,
que articulam para que o Ministério da Justiça seja desmembrado para a criação
de uma pasta específica de Segurança.
Existe sim uma Política Nacional de Segurança
Pública aprovada por Lei, que está sendo executada com planos, programas e
ações articuladas, sem descuidar das imprescindíveis ações emergenciais. Chamar
esse esforço de “sopa de letrinhas”, além de ser panfletário, desrespeita
dezenas de profissionais que estão se dedicando ao tema com seriedade e
responsabilidade.
Ministro Flávio Dino O governo Lula (PT) lança hoje
um plano que prevê quase R$ 900 milhões para o combate a organizações
criminosas. O plano é elaborado pela pasta desde março, mas foi acelerado para
responder à escalada da crise das últimas semanas.
Lula
sofre ameaça sobre escolha ao STF
A tentativa de
tutelar Lula nas escolhas ao STF e à PGR está cada vez maior. Nunca se
viu tal pressão igual sobre um presidente nessas questões. Confira matéria do
UOL, abaixo.
***
A cientista política Graziella Testa avaliou que
Lula pode até sofrer consequências eleitorais se não promover a diversidade em
suas próximas indicações ao STF (Supremo Tribunal Federal) e também ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça). Se não escolher ninguém com essas
características, Lula precisará prestar contas e certamente vai sofrer as
consequências, inclusive eleitorais se não o fizer.
A questão é que o Lula se coloca em uma posição
confortável, mas ele poderia se utilizar desses momentos para colocar em
prática a cena dele subindo a rampa do Palácio em sua posse junto a diferentes
setores da sociedade. Graziella Testa, cientista política.
Em participação no UOL News, Graziella avalia que o
bom trabalho exercido por Rosa Weber é mais um argumento para convencer Lula a
escolher uma mulher como nova ministra do STF. A cientista política ressaltou a
histórica falta de diversidade em cargos do alto escalão do Judiciário, e que o
presidente tem a oportunidade de selar um compromisso visto em sua cerimônia de
posse.
Nesse momento em que a ministra Rosa Weber se
aposenta e com essa visão pública positiva do que ela fez, há novos argumentos
para justificar a presença de um mínimo de mulheres nesse espaço de decisão.
Pensando sob o ponto de vista do racismo estrutural do Brasil, é uma questão
ainda mais séria ver a falta de diversidade de pessoas que ocupam esses
assentos do Supremo.
A avaliação é da cientista política Graziella
Testa, para quem o governo federal deveria colocar o combate ao crime
organizado como uma de suas prioridades ao centrar suas preocupações sobre o
tema. O governo Lula é mal avaliado pela população nessa questão da segurança
pública, enquanto em outros aspectos ganhou bastante apoio desde as eleições,
como educação e economia. A questão da segurança pública é o calcanhar de
Aquiles do governo.
Ao analisar a reta final da CPI do 8/1, Josias de
Souza lamentou o seu desfecho “melancólico”. O colunista apontou o desinteresse
do governo Lula e a ausência de militares do alto escalão envolvidos nos atos
golpistas como fatores cruciais para as investigações da comissão apresentarem
resultados aquém do esperado.
Se o presidente convida, é muito difícil dizer
não’, diz Dino sobre STF Há por trás uma grande operação para blindar oficiais
das Forças Armadas e um desinteresse do governo de levar esta CPI até as
últimas consequências. Estamos a duas semanas do encerramento da CPI e a
comissão vive um epílogo melancólico. A relatora [Eliziane Gama] e o presidente
[Arthur Maia] estão no mesmo barco, mas cada um rema em uma direção.
Lula
confirma decisão de pôr Dino no STF
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge
Messias, está diante de uma encruzilhada na campanha para tentar ser indicado
para ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga aberta com a aposentadoria de
Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme informou a equipe da coluna, quem
conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a portas fechadas em
Brasília, antes da cirurgia que ele fez para colocar uma prótese na bacia, saiu
convicto de que seu escolhido é o ministro da Justiça, Flávio Dino.
O que Lula quer agora é acertar o substituto de
Dino, que seria Messias. Mas a possibilidade de vir a assumir a Justiça se
transformou em uma armadilha, e para evitá-la o advogado-geral da União não
quer nem falar no assunto.
O raciocínio de Messias é de que, enquanto Lula não
anunciar sua indicação, a disputa pelo Supremo está aberta. Se ele admitir a
possibilidade de assumir a Justiça no lugar de Dino, estará automaticamente
fora da corrida pelo STF – e ainda por cima aceitando o ministério do colega
como “prêmio de consolação”.
Outro efeito colateral seria comprar uma briga com
os candidatos à vaga de Flávio Dino, alguns dos quais são aliados na campanha
para convencer Lula a indicá-lo para o Supremo.
O secretário-executivo, Ricardo Capelli, o
secretário nacional de Justiça, Augusto Botelho, e o advogado e coordenador do
grupo Prerrogativas Marco Aurélio Carvalho, sonham com o ministério da Justiça.
Além disso, Messias tem feito várias críticas à
gestão de Dino, e seus aliados temem que ele caia de paraquedas numa crise de
segurança pública em que um dos protagonistas é o governo da Bahia, comandado
pelo PT há 15 anos.
O enfrentamento de facções criminosas, a
articulação com estados na área de segurança pública e as sucessivas operações
da Polícia Federal também são questões complexas, que exigem um grande esforço
de negociação política e de exposição pública a que o advogado-geral da União
não está acostumado.
Messias também tem receio de não carta branca para
escalar sua própria equipe e ter que manter egressos da gestão de Dino.
Apesar de todas essas ressalvas, ninguém nem no
Planalto e nem no PT acredita que Messias vá dizer não a Lula e seu grupo não
tem dúvidas de que Messias não terá escolha, caso Lula decida realmente
convocá-lo para o lugar de Dino.
Agora
são quatro os candidatos à PGR
Augusto Aras até tentou, mas não será reconduzido à
Procuradoria-Geral da República. Ele terminou seu mandato na última terça-feira
e Lula ainda não indicou um sucessor. A disputa se afunilou em quatro nomes:
Paulo Gonet, Carlos Frederico e Luiz Augusto Lima estiveram em um almoço com
Aras, no último dia de trabalho do ex-PGR no cargo.
Enquanto Antônio Carlos Bigonha, outro favorito,
preferiu almoçar com o ex-deputado petista José Genoíno. Powered By PlayUnmute
Fullscreen Paulo Gonet é “apadrinhado” por outros petistas históricos, como
José Dirceu, além dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF.
Já Carlos Frederico comanda as denúncias contra os
acusados pelo 8 de janeiro e tem a simpatia de auxiliares palacianos. Como
carta fora do baralho, Aras gostaria de ver Luiz Augusto Lima como seu
sucessor, nome que também agrada alguns ministros próximos a Lula.
• Aras
indicou candidato de Gilmar e Moraes para PGR
Um dos cotados a PGR, o vice-procurador-geral
eleitoral Paulo Gonet foi designado ao cargo que ocupa por Augusto Aras.
Beleza. Antes disso, ele já havia sido indicado pelo agora ex-PGR a outra
função.
Gonet foi nomeado no fim de 2019 como diretor-geral
da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU). Seu mandato de dois
anos inclusive foi interrompido para que ele assumisse na PGE.
Apadrinhado por Alexandre de Moraes e Gilmar
Mendes, Gonet não goza da simpatia de uma ala mais progressista do PT, como
mostrou a coluna da Malu Gaspar, pelo perfil conservador. O vice PGE votou
contra responsabilizar mortos pela ditadura.
A propósito, se Gonet for o escolhido de Lula, vai
repetir um feito de Rodrigo Janot, que também foi diretor-geral da ESMPU antes
de chegar à PGR.
Bolsonarista
do STF barra reparação a vítimas de violência policial
O ministro André Mendonça, do STF, pediu vista e
interrompeu a análise da responsabilidade pela morte de civis durante operações
policiais ou militares. O que aconteceu: O tema começou a ser analisado no
plenário virtual da Corte na última sexta-feira (29) e terminaria na próxima
sexta-feira (6).
O ministro Edson Fachin, relator do caso, votou por
responsabilizar o poder público mesmo quando a origem do disparo for
inconclusiva. O voto dele foi seguido pela ministra Rosa Weber, que se
aposentou na última semana. Bastidores, opinião e análise dos fatos mais
relevantes da política, na palma da sua mão.
Fachin ressaltou, no voto, que “não se pode limitar
a descobrir de onde partiu o projétil, sendo necessário olhar para o serviço de
segurança pública realizado como um todo, incluindo a tomada de decisão em
realizar a operação e o seu planejamento”. Sem perícia conclusiva que afaste o
nexo, há responsabilidade do Estado pelas causalidades em operações de
segurança pública Edson Fachin, em voto Ação tem base em caso no Rio O caso diz
respeito à morte de um homem de 34 anos, em junho de 2015, atingido dentro de
casa por uma bala perdida, na Vila dos Pinheiros, no complexo de favelas da
Maré, no Rio de Janeiro.
Além de responsabilizar o Estado, Fachin determinou
uma indenização de R$ 200 mil para cada um dos pais da vítima, bem como R$ 100
mil para o irmão do falecido, bem como o ressarcimento por despesas com funeral
e pagamento de pensionamento vitalício nos moldes requeridos na inicial.
A família de Vanderlei Conceição de Albuquerque
moveu ação contra a União e o Estado do Rio de Janeiro, mas o juízo de primeiro
grau julgou improcedentes os pedidos de indenização por danos morais,
ressarcimento das despesas do funeral e pensão vitalícia. A decisão baseou-se
na ausência de provas de que o disparo teria sido realizado por militares do
Exército.
O laudo pericial foi inconclusivo quanto à origem
do projétil. O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) manteve a
decisão. Em recurso ao STF, a família argumenta que é totalmente desnecessária
a discussão sobre a origem da bala, porque o Estado responde objetivamente
pelos danos causados por seus agentes a terceiros.
Fonte: g1/UOL/Veja
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