Walter Delgatti: nova revelação sobre encontros ocultos entre hacker,
militares e Bolsonaro
O advogado de Walter Delgatti Neto, o "hacker
de Araraquara" que está preso e que vem fazendo acusações graves contra
Jair Bolsonaro, revelou nesta sexta-feira (25) um novo detalhe sobre as
reuniões ocultas que seu cliente teria participado no Ministério da Defesa com
militares de alto escalão.
À Polícia Federal (PF) e à Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Delgatti afirmou que teria sido
contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir o sistema
das urnas eletrônicas e do judiciário com o objetivo de demonstrar uma suposta
e pretensa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação para influenciar a
eleição em prol de Jair Bolsonaro.
Além disso, o hacker diz que o próprio Bolsonaro o
pediu para que invadisse as urnas e o mandou ter reuniões com militares de alta
patente para discutir o assunto. Delgatti revelou que esteve 5 vezes no
Ministério da Defesa em 2022, que em todas as ocasiões entrou pela porta dos
fundos, sob orientação dos militares, para que não fosse visto, e que está por
trás do relatório emitido pela pasta questionando a segurança do sistema
eletrônico de votação.
Nova informação dada pelo advogado Ariovaldo
Moreira à jornalista Andreia Sadi, do portal G1, obre a conspiração golpista,
dá conta de que Delgatti, além de entrar pela porta dos fundos no Ministério da
Defesa, teria ido ao local, em todas as ocasiões, utilizando um máscara para
cobrir o rosto, sob orientação dos próprios militares - evidenciando o caráter
clandestino dos encontros.
>>>> As revelações de Walter Delgatti à
CPMI dos Atos Golpistas
• A
promessa de indulto presidencial por parte de Jair Bolsonaro para que Delgatti
tentasse invadir os sistemas de urnas eletrônicas;
• Uma
promessa de emprego da parte de Carla Zambelli (PL-SP) na campanha eleitoral de
Bolsonaro;
• A
revelação de que o próprio Bolsonao lhe pediu um grampo sobre o ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e que o grampo foi feito;
• A
aparição de Duda Lima, marqueteiro de Bolsonaro, na cena do crime. Ele teria
pedido a Delgatti um código-fonte fake das urnas para validar teorias
conspiratórias de que as eleições não seriam seguras;
• O
relato de que teria orientado pessoas ligadas ao Ministério da Defesa de
Bolsonaro na produção do famigerado ‘relatório’ sobre as urnas eletrônicas.
Ø CPI põe Cúpula do Exército em pânico
Apesar de uma forte pressão das Forças Armadas, a
CPI mista dos Atos Golpistas prepara-se para convocar um desses três generais
para depor: os ex-ministros da Defesa Freire Gomes (de Lula) e Paulo Sergio
Nogueira (de Jair Bolsonaro) e Gustavo Henrique Dutra, o ex-chefe do Comando
Militar do Planalto durante do 8 de Janeiro.
O Exército avalia a convocação como um “assunto
delicado”, “que causa mal estar”. O chefe do Estado Maior do Exército, general
Fernando Soares e Silva, já disse em conversas com integrantes da CPI que esses
depoimentos serviriam para “desmoralizar o Exército”.
Nos últimos dias, houve uma grande movimentação
para que a CPI desistisse da convocação. Em vão, ao menos até agora. Um
destacado integrante da CPI afirma que um dos três deve prestar depoimento:
— É mais provável que seja o general Dutra, mas
existem ainda negociações em curso.
CPI do Golpe: Moraes autoriza compartilhar
inquéritos, laudos e análises periciais
Além das discussões sobre esses três militares, a
CPI deve aprovar na semana que vem depoimentos de um dos dois generais mais
próximos de Jair Bolsonaro na presidência: Augusto Heleno e Braga Neto. Há uma
decisão para que apenas um dos dois seja convocado.
• Moraes
e Chefe da PF acenam a militares
O ministro Alexandre de Moraes e o chefe da Polícia
Federal, Andrei Rodrigues, fizeram um aceno a militares. Ao prestigiarem a
cerimônia do Dia do Soldado, no Quartel-General, nesta sexta-feira (25/8),
buscaram ressaltar que nada têm contra a instituição Exército Brasileiro.
Ambos conduzem o inquérito das joias de Bolsonaro e
o do 8 de Janeiro, recheados de militares. Nos bastidores, Moraes e Andrei têm
dito que pessoas físicas do Exército são investigadas, não a Força. Dessa
forma, buscam evitar um tensionamento.
Moraes teve, ainda, outro motivo para ir ao evento.
Sua chefe de gabinete, Cristina Yukiko Kusahara, foi agraciada com uma medalha.
Na foto em destaque, Alexandre de Moraes e Andrei
Rodrigues conversam, na cerimônia do Dia do Soldado, com Ricardo Cappelli,
secretário-executivo do Ministério da Justiça que comandou a intervenção
federal e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após o 8 de Janeiro.
É
mentira que Bolsonaro nunca se encontrou com o hacker Walter Delgatti
Não é verdade que Jair Bolsonaro (PL) nunca se
encontrou com o hacker Walter Delgatti Neto. Postagens que circulam nas redes
sociais tiram de contexto um trecho da programação da GloboNews, que aborda as
supostas visitas oficiais do hacker ao Ministério da Defesa. Em nota à
imprensa, a defesa do ex-presidente confirmou que ele esteve na presença de
Delgatti. O próprio Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan, também admitiu que
esteve com o hacker.
O conteúdo falso acumulava cerca de 20 mil
compartilhamentos e 30 mil curtidas no Facebook e Instagram até a tarde desta
sexta-feira (25). A desinformação também circula no WhatsApp, plataforma em que
não é possível medir o alcance (fale com a Fátima).
Publicações nas redes ludibriam ao dizer que nunca
houve encontro entre Bolsonaro e o hacker Walter Delgatti Neto. As postagens
tiram de contexto um trecho do telejornal Edição das 18h, da GloboNews, exibido
na última quarta-feira (23). No vídeo, o jornalista César Tralli afirma que não
há registros das supostas visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa, — apesar
das alegações do hacker. Em nenhum momento, Tralli diz que não houve encontro
entre Delgatti e Bolsonaro.
. @CesarTralli: fonte do Ministério da Defesa diz
que não há imagem ou qualquer registro de encontros com Walter Delgatti.
Oficialmente, nada que confirme as idas do hacker para reuniões no prédio da
pasta.
Em comunicado à imprensa, os advogados do
ex-presidente afirmou que Delgatti esteve no Palácio da Alvorada com Bolsonaro,
que determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações sobre o sistema
eleitoral feitas pelo hacker. "Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais
esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato
direto ou indireto", disseram os defensores.
Além disso, o próprio Bolsonaro já confirmou o
encontro com o hacker em entrevista. "Teve a reunião e eu mandei ele para
o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no
Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto", disse o ex-presidente.
As versões divergem do que foi apontado por
Delgatti à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro.
Durante depoimento, o hacker afirmou ter ido ao Ministério da Defesa cinco
vezes. Entretanto, a pasta afirma que não há registros oficiais das visitas —
tema da reportagem da GloboNews utilizada para desinformar sobre os encontros.
Esta peça de desinformação também foi checada pela
Reuters.
>>> Referências:
1. G1
2. Twitter (@globonews)
3. CNN Brasil
4. Jovem Pan
5. Senado Federal
6. O Globo
Ø Em proposta enviada a Zambelli, hacker promete trabalhar com ferramenta
“essencial à democracia“
Em proposta oficial de trabalho que teria sido
enviada à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o hacker Walter Delgatti
Neto afirma que seu trabalho consiste em desenvolver “ferramenta de dados
essenciais para a democracia”.
O documento, ao qual a CNN teve acesso, chama a atenção pelo fato de o próprio
Delgatti ter dito, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) que investia os atos criminosos do dia 8 de janeiro, ter sido contratado
pela parlamentar para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
grampear o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ainda segundo a proposta de trabalho de dez
páginas, Delgatti usaria de ciência de dados, sociologia, análise jurídica e
ciência política para atuar nas redes sociais da deputada federal. A missão
final do hacker com o trabalho para Zambelli seria “estabelecer uma conexão
entre a sociedade e os tomadores de decisão”.
O hacker promete ainda o monitoramento de Twitter
(atual X), Facebook, Instagram e demais redes, com análise em tempo real “de
qualquer assunto”. Segundo o documento, o trabalho seria realizado por 60 dias
e o pagamento da deputada para Delgatti seria no valor de R$ 10 mil.
A proposta vem sendo usada por pessoas ligadas à
Carla Zambelli em uma tentativa de afirmar que o contato entre a parlamentar e
o hacker teria sido somente com fins profissionais e lícitos. No entanto, a
Polícia Federal (PF) afirmou que Delgatti recebeu pelo menos R$ 13,5 mil de
assessores da deputada federal, valor maior do que o informado na proposta.
Em um último depoimento prestado à PF, Delgatti aumentou
o valor ainda mais e disse ter recebido de Zambelli e pessoas próximas a ela
cerca de R$ 40 mil para invadir o sistema do CNJ. Do montante, R$ 13 mil foram
em movimentações bancárias e o restante teria sido pago em dinheiro vivo.
A CNN entrou
em contato com a defesa de Walter Delgatti que, até a publicação desta
reportagem, não se manifestou sobre a proposta de trabalho que teria sido
enviada a Zambelli.
A assessoria da deputada disse que confirma que “a
proposta em questão foi recebida pela sua coordenação de campanha, e na
sequência encaminhada à empresa responsável por suas mídias sociais”. Para ela,
isso “corrobora seus argumentos de que os únicos serviços prestados foram
referentes a manutenção e gestão de páginas eletrônicas, o que se concretizou
mediante subcontratação”, acrescentando que o acerto foi “posteriormente
suspenso em razão da ausência de conclusão dos serviços pelo contratado”.
·
Delgatti: fui tratado como filho por Carla
Zambelli; sua mãe me serviu leite com Nescau
Walter Delgatti, conhecido como o “Hacker de
Araraquara", ao contrário do que revelou na CPMI dos Atos Golpistas, teve
uma relação bem próxima com a deputada federal Carla Zambelli (PL). Em gravação
obtida pelo Metrópoles, ele chegou a dizer que foi tratado na casa dela quase
como um filho e que a mãe da deputada chegou a servir leite com Nescau para
ele.
“Eles estenderam a mão para mim, cara. A Carla me
tratou hoje como se fosse um filho, coisa que nunca aconteceu na minha vida”,
disse Delgatti. “A ponto da mãe dela me servir leite com Nescau, na mesa, e
acompanhado com ela”, contou o programador, revelando que jogou até vídeo-game
com o filho de Zambelli.
• Ações
contra Delgatti
A defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP), por
sua vez, vai lançar uma contraofensiva jurídica contra Delgatti, que afirma ter
recebido mais de R$ 40 mil de assessores da parlamentar para invadir sistemas
do sistema judiciário brasileiro.
A partir de agora, a defesa da parlamentar vai
abrir ações contra Delgatti, que era contratado como prestador de serviço do
gabinete de Zambelli, por "falsa comunicação de crime" e
"calúnia".
De acordo com o advogado de Carla Zambelli, Daniel
Bialski - que também defende Michelle Bolsonaro - não houve "pagamento
para fraudar urna, para tentar criar um mandado de prisão em nome do ministro
Alexandre de Moraes".
A tentativa da defesa da parlamentar é se esforçar
para invalidar Delgatti como depoente, tentando descredibilizá-lo como
testemunha.
• Áudio
identificando pagamento
Delgatti entregou à Polícia Federal (PF) na última
sexta-feira (18), um áudio recebido de
uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), identificada como
‘Cris’ pelo hacker de Araraquara, que lhe prometia entrar em contato para
acertar pagamentos e propostas.
“Oi, Walter. Só para te dar um alô e dizer que hoje
a tarde eu te ligo pra gente trocar ideia sobre o pagamento e sobre essa tua
proposta, tá? A gente está no corre da campanha, aqui na rua e tal, e acontece
que não deu tempo de te ligar, tá bom? Mas à tarde pretendo fazer isso pra
gente conversar um pouquinho mais, tá bom? (SIC)”, diz a voz feminina na
gravação.
PGR
reforça pedido de condenação de 30 investigados pelo 8 de janeiro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reforçou
nesta sexta-feira (25) pedido de condenação de 30 acusados que participaram da
execução dos atos golpistas de 8 de janeiro. O pedido está nas alegações finais
enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na petição, o subprocurador Carlos Frederico Santos
reitera que os denunciados devem ser condenados pelos crimes de associação
criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de
Estado e dano qualificado.
Para embasar os pedidos de condenações, o
subprocurador inseriu fotos, vídeos e relatórios de inteligência contra o
grupo, acusado de participar da invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e
do Supremo.
“A pena a ser aplicada aos acusados deve ser
exemplar por se tratar de crimes graves praticados em contexto multitudinário
que visavam a implantar um regime autoritário no lugar de um governo
legitimamente eleito”, escreveu o subprocurador.
A procuradoria também solicitou que os danos sejam
ressarcidos pelos acusados. O prejuízo apurado é de R$ 25 milhões.
Até o momento, a PGR já reforçou 115 pedidos de
condenações contra investigados pelos atos de 8 de janeiro.
Em outro inquérito que apura os atos, a
procuradoria avalia a realização de acordos de não persecução penal. A
possibilidade de acordo envolve os acusados que estavam no acompanhamento
montado em frente ao quartel do Exército em Brasília no dia dos atos e não
participaram da invasão de prédios públicos. Podem ser beneficiadas 1.156
pessoas.
<><> MPF pede que Roberto Jefferson vá
a júri popular e seja condenado por quatro tentativas de homicídio
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça
Federal que Roberto Jefferson seja levado a júri popular pelas quatro
tentativas de homicídio ocorridas em outubro passado, às vésperas do segundo
turno das eleições, contra agentes da Polícia Federal (PF). Na ocasião,
Jefferson resistiu ao cumprimento de um mandado de prisão expedido por ordem do
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado
arremessou três granadas contra um delegado, um escrivão e dois agentes da PF e
disparou cerca de 50 tiros contra o grupo.
A denúncia oferecida pelo Ministério Público
Federal prevê que Roberto Jefferson responda por tentativa de homicídio com
dolo eventual. Os procuradores afirmam que o político assumiu o risco de
assassinar os quatro policiais ao atacá-los. Na contramão, os advogados de
Jefferson sustentam que ele não assumiu o risco de matá-los; assim, deveria ser
julgado por lesão corporal culposa, dano e resistência. Se a Justiça Federal
acatar a denúncia do MPF, o ex-deputado poderá ser condenado a até 30 anos de
prisão.
• Saúde
frágil.
No início de agosto, o ministro Alexandre de Moraes
acatou uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e solicitou
que sejam feitos exames para avaliar o quadro clínico de Roberto Jefferson. O
político está em prisão preventiva desde outubro do ano passado, e em junho
acabou transferido para o Hospital Samaritano de Botafogo em decorrência de seu
estado de saúde. Advogados pedem a revogação da prisão em função do estado de
saúde. Moraes avalia se o hospital do sistema penitenciário de Bangu está apto
para tratá-lo.
• Histórico.
Antes da prisão preventiva ser decretada por
Alexandre de Moraes em outubro, Roberto Jefferson já cumpria prisão domiciliar
há dez meses. Contudo, o político descumpriu as medidas cautelares impostas e
manteve o uso das redes sociais. O ministro decidiu prendê-lo após as
infrações, e a situação jurídica de Jefferson se complicou ao atacar os
policiais federais que foram à casa dele para cumprir o mandado de prisão
expedido.
Fonte: Fórum/O Globo/Metrópoles/Aos Fatos/Itatiaia/Agencia
Brasil
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