domingo, 27 de agosto de 2023

Walter Delgatti: nova revelação sobre encontros ocultos entre hacker, militares e Bolsonaro

O advogado de Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara" que está preso e que vem fazendo acusações graves contra Jair Bolsonaro, revelou nesta sexta-feira (25) um novo detalhe sobre as reuniões ocultas que seu cliente teria participado no Ministério da Defesa com militares de alto escalão.

À Polícia Federal (PF) e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Delgatti afirmou que teria sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir o sistema das urnas eletrônicas e do judiciário com o objetivo de demonstrar uma suposta e pretensa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação para influenciar a eleição em prol de Jair Bolsonaro.

Além disso, o hacker diz que o próprio Bolsonaro o pediu para que invadisse as urnas e o mandou ter reuniões com militares de alta patente para discutir o assunto. Delgatti revelou que esteve 5 vezes no Ministério da Defesa em 2022, que em todas as ocasiões entrou pela porta dos fundos, sob orientação dos militares, para que não fosse visto, e que está por trás do relatório emitido pela pasta questionando a segurança do sistema eletrônico de votação.

Nova informação dada pelo advogado Ariovaldo Moreira à jornalista Andreia Sadi, do portal G1, obre a conspiração golpista, dá conta de que Delgatti, além de entrar pela porta dos fundos no Ministério da Defesa, teria ido ao local, em todas as ocasiões, utilizando um máscara para cobrir o rosto, sob orientação dos próprios militares - evidenciando o caráter clandestino dos encontros.

>>>> As revelações de Walter Delgatti à CPMI dos Atos Golpistas

•        A promessa de indulto presidencial por parte de Jair Bolsonaro para que Delgatti tentasse invadir os sistemas de urnas eletrônicas;

•        Uma promessa de emprego da parte de Carla Zambelli (PL-SP) na campanha eleitoral de Bolsonaro;

•        A revelação de que o próprio Bolsonao lhe pediu um grampo sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e que o grampo foi feito;

•        A aparição de Duda Lima, marqueteiro de Bolsonaro, na cena do crime. Ele teria pedido a Delgatti um código-fonte fake das urnas para validar teorias conspiratórias de que as eleições não seriam seguras;

•        O relato de que teria orientado pessoas ligadas ao Ministério da Defesa de Bolsonaro na produção do famigerado ‘relatório’ sobre as urnas eletrônicas.

 

Ø  CPI põe Cúpula do Exército em pânico

Apesar de uma forte pressão das Forças Armadas, a CPI mista dos Atos Golpistas prepara-se para convocar um desses três generais para depor: os ex-ministros da Defesa Freire Gomes (de Lula) e Paulo Sergio Nogueira (de Jair Bolsonaro) e Gustavo Henrique Dutra, o ex-chefe do Comando Militar do Planalto durante do 8 de Janeiro.

O Exército avalia a convocação como um “assunto delicado”, “que causa mal estar”. O chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Soares e Silva, já disse em conversas com integrantes da CPI que esses depoimentos serviriam para “desmoralizar o Exército”.

Nos últimos dias, houve uma grande movimentação para que a CPI desistisse da convocação. Em vão, ao menos até agora. Um destacado integrante da CPI afirma que um dos três deve prestar depoimento:

— É mais provável que seja o general Dutra, mas existem ainda negociações em curso.

CPI do Golpe: Moraes autoriza compartilhar inquéritos, laudos e análises periciais

Além das discussões sobre esses três militares, a CPI deve aprovar na semana que vem depoimentos de um dos dois generais mais próximos de Jair Bolsonaro na presidência: Augusto Heleno e Braga Neto. Há uma decisão para que apenas um dos dois seja convocado.

•        Moraes e Chefe da PF acenam a militares

O ministro Alexandre de Moraes e o chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fizeram um aceno a militares. Ao prestigiarem a cerimônia do Dia do Soldado, no Quartel-General, nesta sexta-feira (25/8), buscaram ressaltar que nada têm contra a instituição Exército Brasileiro.

Ambos conduzem o inquérito das joias de Bolsonaro e o do 8 de Janeiro, recheados de militares. Nos bastidores, Moraes e Andrei têm dito que pessoas físicas do Exército são investigadas, não a Força. Dessa forma, buscam evitar um tensionamento.

Moraes teve, ainda, outro motivo para ir ao evento. Sua chefe de gabinete, Cristina Yukiko Kusahara, foi agraciada com uma medalha.

Na foto em destaque, Alexandre de Moraes e Andrei Rodrigues conversam, na cerimônia do Dia do Soldado, com Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça que comandou a intervenção federal e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após o 8 de Janeiro.

 

       É mentira que Bolsonaro nunca se encontrou com o hacker Walter Delgatti

 

Não é verdade que Jair Bolsonaro (PL) nunca se encontrou com o hacker Walter Delgatti Neto. Postagens que circulam nas redes sociais tiram de contexto um trecho da programação da GloboNews, que aborda as supostas visitas oficiais do hacker ao Ministério da Defesa. Em nota à imprensa, a defesa do ex-presidente confirmou que ele esteve na presença de Delgatti. O próprio Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan, também admitiu que esteve com o hacker.

O conteúdo falso acumulava cerca de 20 mil compartilhamentos e 30 mil curtidas no Facebook e Instagram até a tarde desta sexta-feira (25). A desinformação também circula no WhatsApp, plataforma em que não é possível medir o alcance (fale com a Fátima).

Publicações nas redes ludibriam ao dizer que nunca houve encontro entre Bolsonaro e o hacker Walter Delgatti Neto. As postagens tiram de contexto um trecho do telejornal Edição das 18h, da GloboNews, exibido na última quarta-feira (23). No vídeo, o jornalista César Tralli afirma que não há registros das supostas visitas de Delgatti ao Ministério da Defesa, — apesar das alegações do hacker. Em nenhum momento, Tralli diz que não houve encontro entre Delgatti e Bolsonaro.

. @CesarTralli: fonte do Ministério da Defesa diz que não há imagem ou qualquer registro de encontros com Walter Delgatti. Oficialmente, nada que confirme as idas do hacker para reuniões no prédio da pasta.

Em comunicado à imprensa, os advogados do ex-presidente afirmou que Delgatti esteve no Palácio da Alvorada com Bolsonaro, que determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações sobre o sistema eleitoral feitas pelo hacker. "Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto", disseram os defensores.

Além disso, o próprio Bolsonaro já confirmou o encontro com o hacker em entrevista. "Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto", disse o ex-presidente.

As versões divergem do que foi apontado por Delgatti à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro. Durante depoimento, o hacker afirmou ter ido ao Ministério da Defesa cinco vezes. Entretanto, a pasta afirma que não há registros oficiais das visitas — tema da reportagem da GloboNews utilizada para desinformar sobre os encontros.

Esta peça de desinformação também foi checada pela Reuters.

>>> Referências:

1. G1

2. Twitter (@globonews)

3. CNN Brasil

4. Jovem Pan

5. Senado Federal

6. O Globo

 

Ø  Em proposta enviada a Zambelli, hacker promete trabalhar com ferramenta “essencial à democracia“

 

Em proposta oficial de trabalho que teria sido enviada à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o hacker Walter Delgatti Neto afirma que seu trabalho consiste em desenvolver “ferramenta de dados essenciais para a democracia”.

O documento, ao qual a CNN teve acesso, chama a atenção pelo fato de o próprio Delgatti ter dito, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investia os atos criminosos do dia 8 de janeiro, ter sido contratado pela parlamentar para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e grampear o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Ainda segundo a proposta de trabalho de dez páginas, Delgatti usaria de ciência de dados, sociologia, análise jurídica e ciência política para atuar nas redes sociais da deputada federal. A missão final do hacker com o trabalho para Zambelli seria “estabelecer uma conexão entre a sociedade e os tomadores de decisão”.

O hacker promete ainda o monitoramento de Twitter (atual X), Facebook, Instagram e demais redes, com análise em tempo real “de qualquer assunto”. Segundo o documento, o trabalho seria realizado por 60 dias e o pagamento da deputada para Delgatti seria no valor de R$ 10 mil.

A proposta vem sendo usada por pessoas ligadas à Carla Zambelli em uma tentativa de afirmar que o contato entre a parlamentar e o hacker teria sido somente com fins profissionais e lícitos. No entanto, a Polícia Federal (PF) afirmou que Delgatti recebeu pelo menos R$ 13,5 mil de assessores da deputada federal, valor maior do que o informado na proposta.

Em um último depoimento prestado à PF, Delgatti aumentou o valor ainda mais e disse ter recebido de Zambelli e pessoas próximas a ela cerca de R$ 40 mil para invadir o sistema do CNJ. Do montante, R$ 13 mil foram em movimentações bancárias e o restante teria sido pago em dinheiro vivo.

A CNN entrou em contato com a defesa de Walter Delgatti que, até a publicação desta reportagem, não se manifestou sobre a proposta de trabalho que teria sido enviada a Zambelli.

A assessoria da deputada disse que confirma que “a proposta em questão foi recebida pela sua coordenação de campanha, e na sequência encaminhada à empresa responsável por suas mídias sociais”. Para ela, isso “corrobora seus argumentos de que os únicos serviços prestados foram referentes a manutenção e gestão de páginas eletrônicas, o que se concretizou mediante subcontratação”, acrescentando que o acerto foi “posteriormente suspenso em razão da ausência de conclusão dos serviços pelo contratado”.

·         Delgatti: fui tratado como filho por Carla Zambelli; sua mãe me serviu leite com Nescau

Walter Delgatti, conhecido como o “Hacker de Araraquara", ao contrário do que revelou na CPMI dos Atos Golpistas, teve uma relação bem próxima com a deputada federal Carla Zambelli (PL). Em gravação obtida pelo Metrópoles, ele chegou a dizer que foi tratado na casa dela quase como um filho e que a mãe da deputada chegou a servir leite com Nescau para ele.

“Eles estenderam a mão para mim, cara. A Carla me tratou hoje como se fosse um filho, coisa que nunca aconteceu na minha vida”, disse Delgatti. “A ponto da mãe dela me servir leite com Nescau, na mesa, e acompanhado com ela”, contou o programador, revelando que jogou até vídeo-game com o filho de Zambelli.

•        Ações contra Delgatti

A defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP), por sua vez, vai lançar uma contraofensiva jurídica contra Delgatti, que afirma ter recebido mais de R$ 40 mil de assessores da parlamentar para invadir sistemas do sistema judiciário brasileiro.

A partir de agora, a defesa da parlamentar vai abrir ações contra Delgatti, que era contratado como prestador de serviço do gabinete de Zambelli, por "falsa comunicação de crime" e "calúnia".

De acordo com o advogado de Carla Zambelli, Daniel Bialski - que também defende Michelle Bolsonaro - não houve "pagamento para fraudar urna, para tentar criar um mandado de prisão em nome do ministro Alexandre de Moraes".

A tentativa da defesa da parlamentar é se esforçar para invalidar Delgatti como depoente, tentando descredibilizá-lo como testemunha.

•        Áudio identificando pagamento

Delgatti entregou à Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (18),  um áudio recebido de uma assessora da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), identificada como ‘Cris’ pelo hacker de Araraquara, que lhe prometia entrar em contato para acertar pagamentos e propostas.

“Oi, Walter. Só para te dar um alô e dizer que hoje a tarde eu te ligo pra gente trocar ideia sobre o pagamento e sobre essa tua proposta, tá? A gente está no corre da campanha, aqui na rua e tal, e acontece que não deu tempo de te ligar, tá bom? Mas à tarde pretendo fazer isso pra gente conversar um pouquinho mais, tá bom? (SIC)”, diz a voz feminina na gravação.

 

       PGR reforça pedido de condenação de 30 investigados pelo 8 de janeiro

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reforçou nesta sexta-feira (25) pedido de condenação de 30 acusados que participaram da execução dos atos golpistas de 8 de janeiro. O pedido está nas alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na petição, o subprocurador Carlos Frederico Santos reitera que os denunciados devem ser condenados pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.

Para embasar os pedidos de condenações, o subprocurador inseriu fotos, vídeos e relatórios de inteligência contra o grupo, acusado de participar da invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo.

“A pena a ser aplicada aos acusados deve ser exemplar por se tratar de crimes graves praticados em contexto multitudinário que visavam a implantar um regime autoritário no lugar de um governo legitimamente eleito”, escreveu o subprocurador.

A procuradoria também solicitou que os danos sejam ressarcidos pelos acusados. O prejuízo apurado é de R$ 25 milhões.

Até o momento, a PGR já reforçou 115 pedidos de condenações contra investigados pelos atos de 8 de janeiro.

Em outro inquérito que apura os atos, a procuradoria avalia a realização de acordos de não persecução penal. A possibilidade de acordo envolve os acusados que estavam no acompanhamento montado em frente ao quartel do Exército em Brasília no dia dos atos e não participaram da invasão de prédios públicos. Podem ser beneficiadas 1.156 pessoas.

<><> MPF pede que Roberto Jefferson vá a júri popular e seja condenado por quatro tentativas de homicídio

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que Roberto Jefferson seja levado a júri popular pelas quatro tentativas de homicídio ocorridas em outubro passado, às vésperas do segundo turno das eleições, contra agentes da Polícia Federal (PF). Na ocasião, Jefferson resistiu ao cumprimento de um mandado de prisão expedido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado arremessou três granadas contra um delegado, um escrivão e dois agentes da PF e disparou cerca de 50 tiros contra o grupo.

A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal prevê que Roberto Jefferson responda por tentativa de homicídio com dolo eventual. Os procuradores afirmam que o político assumiu o risco de assassinar os quatro policiais ao atacá-los. Na contramão, os advogados de Jefferson sustentam que ele não assumiu o risco de matá-los; assim, deveria ser julgado por lesão corporal culposa, dano e resistência. Se a Justiça Federal acatar a denúncia do MPF, o ex-deputado poderá ser condenado a até 30 anos de prisão.

•        Saúde frágil.

No início de agosto, o ministro Alexandre de Moraes acatou uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e solicitou que sejam feitos exames para avaliar o quadro clínico de Roberto Jefferson. O político está em prisão preventiva desde outubro do ano passado, e em junho acabou transferido para o Hospital Samaritano de Botafogo em decorrência de seu estado de saúde. Advogados pedem a revogação da prisão em função do estado de saúde. Moraes avalia se o hospital do sistema penitenciário de Bangu está apto para tratá-lo.

•        Histórico.

Antes da prisão preventiva ser decretada por Alexandre de Moraes em outubro, Roberto Jefferson já cumpria prisão domiciliar há dez meses. Contudo, o político descumpriu as medidas cautelares impostas e manteve o uso das redes sociais. O ministro decidiu prendê-lo após as infrações, e a situação jurídica de Jefferson se complicou ao atacar os policiais federais que foram à casa dele para cumprir o mandado de prisão expedido.

 

Fonte: Fórum/O Globo/Metrópoles/Aos Fatos/Itatiaia/Agencia Brasil

 

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