segunda-feira, 28 de agosto de 2023

'Líder de torcida' da OTAN propõe dividir os países do BRICS sob lógica absurda e pouco racional

Salvo raras exceções, os líderes ocidentais, os meios de comunicação social, os investigadores e os acadêmicos são capazes de disfarçar quaisquer ambições imperialistas contra a Rússia, a China e outras nações que trabalham para criar uma nova ordem mundial multipolar. Alguns, no entanto, não conseguem deixar de compartilhar sua megalomania.

Você provavelmente nunca ouviu falar de Gunther Fehlinger. Ele é um economista austríaco, antigo conselheiro do Partido Popular Europeu e presidente do Comitê Austríaco para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Nos últimos dois dias, pouco depois do BRICS ter mais do que duplicado o número de membros na cúpula do bloco na África do Sul, o seu nome e as suas publicações começaram a aparecer nos trending topics das redes sociais.

A razão? Um fluxo aparentemente interminável de mensagens ultrajantes de conteúdo absurdo pedindo que os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) bem como os novos membros do bloco, Irã, Etiópia e Egito, sejam desmantelados em uma série de dezenas de minúsculos Estados fáceis de controlar.

Apelo à libertação do povo do Brasil desmantelando o Socialista Genocida BRICS aliado da Rússia enganado por Lula da Silva, em cinco novos Estados livres melhores que podem aderir à OTAN, OCDE, Mercosul

A África do Sul socialista corrupta, aliada da Rússia genocida, deve ser desmantelada por se unir ao BRICS

Em sua postagem no X no sábado (26), Gunther Fehlinger usou um mapa do Reddit de uma África do Sul remanescente, uma República Volkstaat (uma proposta de Estado-nação africano totalmente branco), uma República do Cabo Ocidental e um Reino Zulu. A publicação teve mais de 500.000 visualizações em 24 horas.

Depois disso, ele foi atrás da Índia, Rússia e China, publicando mapas como se estes tivessem sido "descolonizados" e divididos em mais de uma centena de entidades separadas. Mas ele não parou por aí e foi atrás de reproduzir sua lógica distorcida com Irã, Etiópia e Egito.

Fehlinger continuou a publicar seu péssimo conteúdo até este domingo (27), respondendo a publicações que o acusavam de pressionar pelo colonialismo e imperialismo ocidentais, sugerindo que os "crimes coloniais" aconteceram "50 anos atrás", e alegando que "as únicas potências coloniais que restam hoje são a Rússia, China, Irã e, até certo ponto, Índia e Brasil."

Também neste domingo, Fehlinger lançou um discurso inflamado contra o inexistente "Império do Mal, a União Soviética", alegando que o colapso da URSS foi responsável pelo crescimento econômico e demográfico global, e que depois da Rússia ser "desmantelada" em 2024, "o Produto Interno Bruto [PIB] global quadruplicará novamente pelos próximos 30 gloriosos anos de vitória das democracias de mercado federais."

Os historiadores especializados nas consequências do colapso soviético nas economias regionais, na demografia e na segurança regional e global gostariam provavelmente de ter uma palavrinha com o economista austríaco sobre suas afirmações, especialmente tendo em conta que a atual crise na Ucrânia, que impulsionou grande parte da crise econômica global, é um resultado direto da expansão agressiva da OTAN na Europa Oriental a partir da década de 1990.

Usuários de toda a parte começaram a reagir às postagens de Fehlinger.

"Boa tentativa, mas o Brasil permanecerá unido como nação democrática e continuará a ser o país mais mestiço do mundo, independentemente de fazer parte do BRICS ou não. Além disso, no Brasil a maioria do POVO decide quem será o presidente, não um colégio eleitoral", escreveu um usuário brasileiro do X, criticando o sistema eleitoral dos EUA. "Você está seriamente tentando cortar o Brasil em pedaços? Falcões europeus como você, sem qualquer empatia pelos interesses dos povos sofredores das ex-colônias europeias, são a razão pela qual o Brasil está agora olhando para os BRICS", disse outro.

Deixando de lado as piadas, as respostas raivosas e as réplicas desconcertadas, a lógica distorcida dos comentários de Fehlinger não está muito longe do pensamento da vida real de muitos pensadores e formuladores de políticas neoconservadoras e neoliberais nos EUA e em outras capitais ocidentais, mesmo que geralmente não sejam tolos o suficiente para dizer tudo isso em voz alta.

A partir de maio de 2022, por exemplo, a Polônia, a República Checa, a Suécia, a Bélgica, os Estados Unidos e o Japão acolheram um fórum patrocinado pela União Europeia (UE) e pela OTAN de "ativistas da oposição" russos e grupos nacionalistas independentistas que exigem o desmembramento da Rússia – um retrocesso aos esforços da CIA durante a Guerra Fria para desmembrar a URSS.

Em 2006, o Armed Forces Journal, a publicação oficial para oficiais militares norte-americanos e líderes governamentais e industriais, publicou um mapa interessante de um "Oriente Médio reimaginado" mostrando a Ásia Ocidental – incluindo muitos dos antigos aliados da América, divididos e reconfigurados.

O mapa, criado no auge da "guerra global ao terror" da administração Bush, parecia corroborar as recordações do antigo comandante supremo aliado da Europa na OTAN, Wesley Clark, que certa vez disse em um fórum que imediatamente após os ataques terroristas de 11 de setembro, pessoas no Pentágono lhe disseram que os EUA tinham iniciado uma política de invasão e conquista de "sete países em cinco anos" em todo o Oriente Médio. Só o estagnação das guerras de agressão dos EUA no Afeganistão e no Iraque salvou o resto da região de um destino semelhante.

<><> Posições do BRICS no G20 serão fortalecidas após a adesão de novos Estados-membros, diz Lavrov

O chanceler russo vê a ampliação do agrupamento, que deve começar no início do próximo ano, como aumentando sua influência a nível internacional.

A posição do BRICS ampliado no G20 sairá reforçada e a Rússia coordenará suas abordagens com os novos Estados-membros nas várias plataformas internacionais, disse neste domingo (27) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.

"É claro que as posições do BRICS, já ampliado, no G20 serão fortalecidas, porque tanto a Arábia Saudita quanto a Argentina estão lá", afirmou o ministro em declarações ao canal russo Rossiya 24.

"A divisão formal do G20 em G7+ e BRICS+ está agora mesmo tomando forma prática, e certamente coordenaremos nossas abordagens com os novos membros tanto na ONU, como no G20 e em outras plataformas internacionais", continuou ele.

A última cúpula do BRICS foi realizada de terça-feira (22) a quinta-feira (24) em Joanesburgo, África do Sul, sob a presidência do país anfitrião. Durante a cúpula Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano, fez um convite oficial à Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para se juntarem ao BRICS. Ramaphosa disse que a adesão plena dos novos países terá início em 1º de janeiro de 2024.

Recentemente 22 países expressaram seu desejo de se juntar ao bloco, incluindo os seis que já foram convidados. Tal acontece após as sanções abrangentes impostas pelos países ocidentais à Rússia devido à sua operação militar especial na Ucrânia, o que elevou a porcentagem da economia mundial sancionada para os maiores níveis de todos os tempos.

<><> Na 14ª Cúpula da CPLP, Lula assina acordos de cooperação bilateral com São Tomé e Príncipe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva termina sua viagem à África em São Tomé e Príncipe por ocasião da 14ª Cúpula da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), expandindo laços com o país de língua portuguesa.

Ao discursar na cúpula da CPLP em São Tomé e Príncipe, o presidente Lula destacou as diferenças geracionais entre os líderes dos países integrantes e a juventude de hoje, afirmando que é preciso recorrer "à própria juventude para entender" a nova realidade em que estamos inseridos.

"As novas tecnologias são uma conquista extraordinária da inteligência humana, mas com elas o desemprego e a precarização alcançam novos patamares. O uso irresponsável das redes sociais, com a propagação de fake news e discursos de ódio, ameaça a democracia. O culto ao individualismo leva à descrença de muitos jovens na ação coletiva", afirmou Lula ressaltando contudo, que "formar nossa juventude não é suficiente".

Para o presidente, todos os problemas atuais enfrentados pela comunidade internacional com a introdução de novas tecnologias e o aprofundamento da crise climática, impactam de forma contundente o universo do trabalho.

"[...] Vivemos o desafio de dinamizar nossas economias garantindo trabalho digno, salário justo e proteção aos trabalhadores e trabalhadoras", afirmou.

O presidente ressaltou ainda que as transições digital e ecológica devem ser aproveitadas para gerar oportunidades neste campo, que segundo ele, poderia evitar a concentração de riquezas promovendo o comércio justo e sustentável além de novos investimentos entre os países.

"A iniciativa angolana de incorporar a cooperação econômica como novo pilar da nossa comunidade ajudará a interligar nossos mercados. Somos quase 300 milhões de consumidores, espalhados por quatro continentes e com um PIB [Produto Interno Bruto] de 2,3 trilhões de dólares [cerca de R$ 11,2 trilhões]", afirmou.

Lula ressaltou ainda que é preciso "evitar o neocolialismo que leve a um novo ciclo de exploração predatória de minerais críticos e outros recursos naturais", chamando a atenção para o esforço brasileiro em ouvir a sociedade civil nas questões climáticas envolvendo os países amazônicos.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou a importância dos dois acordos assinados entre Brasil e São Tomé e Príncipe para estimular não apenas o intercâmbio diplomático, mas também o comercial entre eles.

O primeiro dos acordos visa a cooperação entre as academias diplomáticas e seus estudantes, promovendo estágios cruzados, enquanto o segundo visa a promoção e proteção de investimentos garantindo um aumento nas relações bilaterais entre os países.

"[...] Um acordo de promoção e proteção de investimentos que será muito importante para dar garantias para que haja investimentos cruzados entre esses dois países e que mais companhias brasileiras, investimentos brasileiros aqui e também estimulará, sem dúvida, o comércio entre os dois países e também uma participação de São Tomé e Príncipe em investimentos no Brasil", disse o ministro na saída da assinatura.

 

Ø  Euro mostra participação mais baixa de todos os tempos em liquidações internacionais via SWIFT

 

O euro caiu em uma demonstração sem precedentes do seu declínio nos pagamentos globais através do SWIFT, destacando uma mudança na preferência pelo dólar e pelo yuan chinês.

De acordo com dados da SWIFT, divulgados pelos meios de comunicação esta semana, em julho, a economia mundial assistiu a queda da utilização do euro em pagamentos internacionais para um nível mais baixo de todos os tempos.

O relatório indicou que, em julho, o percentual de transações globais efetuadas utilizando a segunda moeda mais popular do mundo diminuiu para 24,4%, uma queda de 6,83 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

O percentual de pagamentos em dólares americanos saltou para 46,4%, enquanto as liquidações internacionais utilizando o yuan chinês ultrapassaram os 3%, marcando o nível mais elevado desde o início de 2022. A influência do yuan no comércio exterior tem crescido consistentemente, em conformidade com a estratégia de Pequim de promover o adoção global de sua moeda.

O sistema da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT) continua sendo o principal método para lidar com pagamentos internacionais. No entanto, sistemas alternativos de comunicação entre bancos surgiram nos últimos anos.

Em resposta às sanções dos EUA em 2014, a Rússia iniciou o estabelecimento do seu sistema de pagamentos nacional único, o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em russo), que facilita a transmissão de mensagens financeiras entre bancos, independentemente de estarem localizados dentro ou fora do país. A Rússia apresentou ao público a sua alternativa ao MasterCard e à Visa, o cartão Mir, em dezembro de 2015. Os cartões agora já estão em uso ativo em vários países.

<><> Europa está enfrentando onda de falências, mas segue apoiando a Ucrânia, aponta mídia

O número de falências de empresas europeias atingiu o nível mais elevado nos últimos anos, mas a União Europeia (UE) continua patrocinando a Ucrânia à custa da sua própria economia, escreve PressTV.

"A União Europeia seguirá fornecendo armas à Ucrânia na guerra contra a Rússia, apesar das falências de empresas nos países europeus terem atingido o nível mais elevado nos últimos anos", diz mídia.

O porta-voz da política externa da Comissão Europeia, Peter Stano, disse em entrevista ao canal que a UE continuará apoiando Kiev "tanto quanto for preciso". Entretanto, destaca-se que com sua declaração o político apenas minimizou os receios em relação à crise que se aproxima e que afeta o custo de vida na Europa.

De acordo com dados oficiais da UE divulgados na semana passada, em comparação com o trimestre anterior o número de falências aumentou 8,4% e, portanto, atingiu o nível mais alto desde o início da coleta de dados em 2015.

Por fim, o canal ressalta que, segundo vários especialistas, as sanções antirrussas impostas pela União Europeia tiveram um resultado oposto ao esperado.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou anteriormente que as sanções ocidentais foram um duro golpe para toda a economia mundial e também apontou que o Ocidente pretende piorar a vida de milhões de pessoas.

 

Ø  Políticas comerciais anti-China de Trump e Biden têm custos para os EUA, segundo pesquisa

 

Os EUA reduziram as importações da China nos últimos anos, mas os dados podem ocultar uma sobreposição das cadeias de suprimento, e os preços subiram para os consumidores americanos, cita a mídia.

A dependência dos EUA das cadeias de suprimentos ligadas à China não foi necessariamente reduzida e os consumidores enfrentaram custos mais altos apesar das políticas seguidas pelas administrações de Donald Trump e Joe Biden, segundo uma pesquisa apresentada no sábado (26) em um simpósio econômico do Fed, o banco central dos EUA.

A pesquisa, citada no sábado (26) pela agência britânica Reuters, concluiu que as tarifas dos EUA sobre produtos chineses, as políticas industriais recentemente promulgadas e a pandemia da COVID-19 desencadearam uma "grande redistribuição" nas cadeias de suprimentos, com a proporção das importações da China nos EUA diminuindo de 21,6% em 2016 para 16,5% em 2022, relataram Laura Alfaro, economista da Escola de Gestão de Harvard, Massachussets, e Davin Chor, professor associado da Escola de Gestão de Tuck, em Dartmouth, também em Massachussets.

Ao mesmo tempo, os autores do estudo, que falaram durante um encontro anual de banqueiros centrais e economistas em Jackson Hole, Wyoming, EUA, sublinharam que os preços para os consumidores aumentaram, sem uma clara maior eficiência de fabricação nos EUA.

Eles mencionaram que o Vietnã e o México captaram grande parte do comércio realocado para fora da China, mas que o próprio gigante asiático reforçou o investimento nesses países, o que aumenta a probabilidade de reposição das fontes de produção na prática. Além disso, a política de espalhar as cadeias de suprimentos por vários países "podem expor empresas e países ao risco de interrupções" em eventos como pandemias ou mudanças na política tarifária.

Outra conclusão foi que o comércio geral "se manteve estável em pouco menos de 60% do Produto Interno Bruto mundial, em vez de entrar em queda livre", concluíram Alfaro e Chor, mesmo com os temores de desglobalização e fragmentação das economias em todo o mundo.

 

Ø  Contraofensiva lenta da Ucrânia faz Biden perder interesse e pensar em negociações com Rússia

 

A lentidão da contraofensiva ucraniana está preocupando os aliados de Kiev, que temem um reforço das tropas russas, informou a Bloomberg.

De acordo com a mídia, citando fontes ligadas às autoridades europeias, quanto mais se prolonga a contraofensiva, mais difícil está sendo para os EUA manter seu apoio em termos políticos.

Os funcionários europeus temem que o presidente americano, Joe Biden, tente empurrar a Ucrânia para negociações com a Rússia caso os militares ucranianos não tenham sucesso significativo em sua contraofensiva.

A mídia também ressalta que o apoio de Washington à Ucrânia segue sendo essencial, já que a Europa não tem condições financeiras e capacidade militar para manter as forças de Kiev.

Com toda a lentidão ucraniana, os EUA estarão cada vez menos interessados no que ocorre na Ucrânia e será cada vez mais difícil para os europeus convencerem os americanos de que a Ucrânia é um problema de Biden, destacou a fonte citada pela mídia.

A Bloomberg ressalta ainda que a Rússia tem munições suficientes para pelo menos mais um ano de combates, com o Kremlin empregando novas tropas na linha de frente. O desgaste do longo conflito está se tornando uma vantagem para os russos, refere a Bloomberg.

Funcionários aliados de Kiev admitiram à Bloomberg que é muito provável que o conflito fique estagnado devido ao lento avanço ucraniano.

Anteriormente, o Ministério da Defesa da Rússia informou que, durante a contraofensiva, Kiev sofreu mais de 26 mil baixas, além de perder três mil equipamentos militares.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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