Bolsonaro preso: para Cúpula Militar joias levarão ex-presidente à
cadeia
O avanço das investigações sobre a Organização
Criminosa que traficou joias recebidas pelo governo brasileiro para vender nos
EUA vai levar o ex-presidente e capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro
(PL) à prisão.
Esta é a avaliação da cúpula das Forças Armadas,
segundo reportagem de Bela Megale, no jornal O Globo desta sexta-feira (25).
Diante da coleção de provas reunidas pela Polícia
Federal (PF), o generalato busca se afastar cada vez mais do bolsonarismo e dos
"reflexos" que a prisão do ex-presidente pode ter na já arranhada
imagem das Forças Armadas.
Entre os generais, já há quem defenda um mea culpa,
dizendo que os militares escolhidos para assessor Bolsonaro, como o tenente
coronel Mauro Cid, eram "excessivamente subservientes" ao
ex-presidente e podem levá-lo à cadeia.
Cid e o pai, o general Mauro Lourena Cid, são
investigados como membros da Organização Criminosa que traficava as joias,
assim como outros militares que atuaram na ajudância de ordens da Presidência,
sob o comando de Cid filho.
• Entrega
dos extratos bancários
Nesta quinta-feira (24), os advogados Paulo Cunha
Bueno e Daniel Tesser entregaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) extratos de
contas bancárias de Jair Bolsonaro.
"Em que pese a ausência de qualquer intimação
que permitisse a confirmação de tal determinação, o peticionário comparece de
forma espontânea aos presentes autos, para apresentar seus extratos bancários,
do período em que atuou como Presidente da República, afastando a necessidade de
se movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em
questão", diz a petição protocolada na corte.
A defesa pediu à corte sigilo sobre a movimentação
bancária de Bolsonaro, que mostra, entre outros, vendas de carros, jet-ski e
ressarcimento de despesas com saúde sobre as intervenções decorrentes do
atentado a faca durante a campanha em 2018.
A quebra de sigilo de Bolsonaro e da
ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, já havia sido decretada pelo ministro
Alexandre de Moraes no dia 17 de agosto por causa da investigação sobre o
contrabando das joias.
<><> Cúpula militar dá como certa a
prisão de Bolsonaro e avalia que não haverá "reflexo algum" nas
Forças Armadas
Até mesmo os altos membros das Forças Armadas
acreditam que o destino de Jair Bolsonaro (PL) será a prisão, narra Bela
Megale, do jornal O Globo. A percepção sobre essa possibilidade mudou entre os
militares após o avanço das investigações sobre o esquema de desvio e venda
ilegal de joias da Presidência da República durante o governo Bolsonaro. A
visão predominante é que uma eventual prisão de Bolsonaro não terá
"reflexo algum" na caserna e não provocará qualquer mobilização entre
os militares da ativa ou da reserva.
Essa perspectiva está fundamentada na percepção de
que o apoio a Bolsonaro enfraqueceu à medida que evidências surgiram implicando
o ex-ocupante do Palácio do Planalto e outros militares em transações ilegais
de compra e venda de joias. A aquisição e comercialização desses itens de luxo
foram orquestradas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel
Mauro Cid, juntamente com seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, e
outros que assessoravam Bolsonaro.
Alguns membros das Forças Armadas chegam até a
reconhecer equívocos e apontam a escolha de indivíduos excessivamente
subservientes a Bolsonaro dentro dos quadros militares como um dos motivos que
possivelmente contribuíram para a situação que o levou a enfrentar acusações
criminais.
Polícia
Federal encontrou o problema que Bolsonaro finge não ver na conspiração
Anos de blindagem devem ter deixado Jair Bolsonaro
mal-acostumado. Sem embaraço, o ex-presidente admitiu que enviou ao empresário
Meyer Nigri, no ano passado, uma mensagem que atacava a credibilidade das
eleições e pedia ao aliado que repassasse “ao máximo” o texto.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema?”,
questionou Bolsonaro, em conversa com a Folha. O ex-presidente é um
especialista no uso de perguntas retóricas para fazer pouco caso do risco de
pagar pelos próprios atos (“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”).
Desta vez, será mais difícil sustentar o deboche. A
Polícia Federal já encontrou “o problema”. Além de disparar absurdos em
público, Bolsonaro também era uma metralhadora de notícias falsas em conversas
privadas. Abastecia aliados e estimulava a disseminação de mentiras sobre as
eleições, fornecia matéria-prima para o golpismo e espalhava mensagens que
falavam em guerra civil.
As provas coletadas pelos investigadores são
elementos concretos de materialidade sobre o papel de Bolsonaro na incitação de
uma insurreição.
O então presidente usava sua autoridade para
ampliar o alcance de informações falsas que corroíam a credibilidade das
eleições e serviriam de munição para ataques golpistas.
Os contornos dessa cadeia são nítidos no caso da
mensagem que o ex-presidente confessou ter enviado, insinuando a existência de
uma trama liderada pelo TSE. Segundo a GloboNews, logo depois do disparo, o
texto foi reproduzido em páginas de aliados de Bolsonaro. Meses mais tarde,
eles usariam aqueles argumentos num movimento golpista.
A PF também encontrou mensagens distribuídas por
Bolsonaro que citavam um conflito violento como possível consequência daquela
campanha de desinformação. “O STF será o responsável por uma guerra civil no
Brasil”, dizia um dos textos, obtido pelo UOL.
Sobram provas de que o então presidente era um
integrante ativo de uma conspiração que pretendia derrubar o governo eleito e
culminou nos ataques de 8 de janeiro.
NOTA
– Note-se como o ex-presidente se comporta como um
completo idiota(o que sempre foi). Ele próprio se encarrega de confirmar provas
materiais que seriam apenas circunstanciais. Bolsonaro poderia alegar que a
mensagem teria sido postada por algum assessor mais dedicado, digamos assim,
mas fez questão de confirmar que ele mesmo tomou a esdrúxula iniciativa. E
assim fica cada vez mais difícil defendê-lo.
Mudança
de rumos? Os celulares apreendidos que podem colocar Bolsonaro na cadeia
Muitos têm pensado que as informações extraídas dos
celulares do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, de seu pai, o general
Mauro Cesar Lourena Cid, ou do próprio Jair Bolsonaro serão suficientes para
mandar o ex-presidente para a cadeia. De fato, essas conversas e arquivos
recuperados pela Polícia Federal têm grande importância para as investigações
que apuram os crimes cometidos pelo líder da extrema direita brasileira. No
entanto, nos últimos dias, outros aparelhos e diálogos passaram a ter mais
interesse para as autoridades.
Quando a PF localizou o advogado Frederick Wassef
dentro de uma churrascaria elegante de um shopping de São Paulo, na noite do
dia 16 deste mês, uma grande mudança começava nas investigações. Os agentes
apreenderam bem no meio do jantar não só o celular usado por Wassef no dia a
dia, mas também um aparelho que servia apenas para falar com Bolsonaro. A
descoberta deixou os policiais entusiasmados e a claque seguidora do
ex-presidente preocupada.
Para ser preciso, foram quatro os celulares apreendidos
com o advogado naquela ocasião, e neles a PF descobriu mais de um terabyte de
informações, ou seja, um verdadeiro universo arquivos, diálogos e outros dados,
sendo uma parte deles no telefone usado exclusivamente com o antigo ocupante do
Palácio do Planalto. Ali, dizem alguns investigadores, estariam muitas provas
que podem complicar ainda mais a situação de Bolsonaro.
Num outro caso envolvendo a família do
ex-presidente, a Polícia Civil do Distrito Federal teria conseguido acesso a um
novo celular que poder ser fundamental para selar o destino do homem que
‘governou’ o Brasil nos últimos quatro anos. Investigando pelos crimes de
estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de
dinheiro, o filho caçula de Bolsonaro, Jair Renan, entregou seu aparelho e HDs
para os policiais que foram a seus endereços cumprir mandados de busca
expedidos pela Justiça, nesta manhã (24).
As notícias que vêm dos integrantes da família é
que a ação foi inesperada e pode revelar fatos perturbadores contra o já
encurralado chefe do clã, que certamente imagina que o rebento mais novo, até
pela pouca idade, não tomava muitas precauções nos diálogos que travava e nos
arquivos que salvava no dispositivo.
<><> PF não vê relevância em celular de
Bolsonaro e foca em aparelhos de Wassef e Jair Renan
A Polícia Federal avançou na análise de dados dos
celulares apreendidos com o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Investigadores relataram que, a partir de agora, vão direcionar o foco em
dispositivos de duas figuras do círculo íntimo de Bolsonaro: o advogado
Frederick Wassef e Jair Renan, filho caçula do ex-presidente.
A avaliação é que os celulares de Wassef e Jair
Renan podem ampliar e dar novos rumos às investigações que já são conduzidas
pela PF.
Advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef foi
alvo de busca e apreensão na última semana. Ele é investigado por suposta
participação no esquema de venda e recompra de relógios recebidos por Bolsonaro
em viagens oficiais pela Presidência.
Quatro aparelhos celulares foram apreendidos com
Wassef. Um dos dispositivos era utilizado exclusivamente pelo advogado para
conversar com Jair Bolsonaro.
Segundo investigadores ouvidos pelo blog, a perícia
nos celulares de Frederick Wassef já começou, mas o volume de dados ainda é um
desafio. O material soma mais de 1 terabyte — unidade de armazenamento de dados
digitais, equivalente a 1024 gigabytes.
O volume identificado é um sinal para os
investigadores de que dados extraídos nos dispositivos poderão abastecer os
inquéritos abertos na PF.
Além dessa análise, a Polícia Federal também
trabalha para obter acesso aos dispositivos apreendidos com Jair Renan
Bolsonaro na manha desta quinta-feira (24). O filho caçula de Bolsonaro foi
alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal que investiga um grupo
suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem
de dinheiro.
Um celular e um HD foram apreendidos em dois
endereços de Jair Renan, em Brasília e em Balneário Camboriú (SC). A PF pedirá
compartilhamento do material.
• Celular
de Bolsonaro
Ao blog, investigadores também afirmaram que foi
concluída a análise dos dados do aparelho celular apreendido com o próprio
ex-presidente Jair Bolsonaro. O dispositivo foi obtido pela PF em maio, na
operação que apura supostas fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro e
aliados.
A conclusão dos investigadores é que o celular não
trouxe informações relevantes para as apurações conduzidas pela PF. Na prática,
isso significa que o dispositivo será "descartado" para os
inquéritos.
Bolsonaro
apresenta extratos ao STF, mas defesa pede sigilo dos dados
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes conceder a quebra de sigilo bancário do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL-RJ), solicitada pela Polícia Federal (PF), na investigação do
suposto esquema de presentes entregues por delegações estrangeiras e que
deveriam ser incorporados à União, a defesa de Bolsonaro apresentou os extratos
dos anos em que ele esteve à frente do Executivo. Os advogados, porém, pediram
sigilo dos dados.
Os advogados do ex-presidente ainda afirmaram que
ele apresenta a documentação de forma “espontânea”, a fim de que não seja
preciso “movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em
questão”. As informações são do blog de Julia Duailibi, do G1.
A defesa também solicita que os autos tenham sigilo
decretado. Entre os dados dos extratos, estão as vendas de automóvel, jet-ski,
e ressarcimento de despesas com saúde.
“Em que pese a ausência de qualquer intimação que
permitisse a confirmação de tal determinação, o peticionário comparece de forma
espontânea aos presentes autos, para apresentar seus extratos bancários, do
período em que atuou como presidente da República, afastando a necessidade de
se movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão”,
afirma a petição assinada pela defesa do ex-presidente, composta pelos
advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser.
E continua: “Considerando o teor dos documentos ora
apresentados, requer a decretação do sigilo da presente petição e seus anexos.
Não obstante, informa que está à disposição da Justiça para quaisquer
esclarecimentos acerca de sua movimentação bancária”.
·
Bolsonaro eleito pelo voto popular
A petição ainda destaca que Bolsonaro alcançou o
cargo mais alto do Executivo brasileiro, bem como foi eleito por voto popular
nas eleições de 2018, e que ele se manteve “fiel aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade, pilares constitucionais que
pavimentam a administração pública”.
Na quinta-feira (24/8), a colunista Mônica Bergamo,
da Folha de S.Paulo, noticiou que os advogados iriam solicitar a devolução das
joias entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Na última terça-feira (22/8), conforme adiantou o
blog do Noblat no Metrópoles, a defesa do ex-presidente deu indicações de que
insistiria na tese de desconhecimento da ilegalidade da venda das joias.
No domingo (20/8), o Fantástico, da TV Globo, teve
acesso a mensagens do celular do tenente-coronel Mauro Cid que indicam que o
ex-presidente sabia sobre o esquema de venda de joias. Segundo a reportagem,
Bolsonaro também acompanhava de perto a operação para recuperar os itens nos
Estados Unidos.
Entenda
A Polícia Federal (PF) solicitou a quebra do sigilo
bancário de Bolsonaro, com concessão do ministro do STF Alexandre de Moraes, na
quinta-feira passada (17/8), após investigações de um suposto esquema de venda
de presentes dados por delegações estrangeiras ao governo brasileiro.
Veja quais objetos estão sendo analisados pela PF,
no esquema das joias:
• joias
femininas;
• escultura
de cavalo, de liga metálica;
• kits
masculinos (ouro branco e rosé).
Só as joias femininas, que seriam destinadas à
então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, estão avaliadas em R$ 4,15 milhões. No
valor incidem tanto a grife que agrega luxo quanto a quantidade e qualidade dos
diamantes no conjunto. Em relação aos kits masculinos, o relógio mais caro é o
rosé, da marca Choppard, que está avaliado em R$ 695 mil.
Após
semanas de intenso desgaste, centro-direita vê "lua minguante" para
radicais bolsonaristas
Dirigentes de partidos de centro e centro-direita
que deram suporte ao governo de Jair Bolsonaro chegam ao fim desta semana
fazendo um balanço sobre a situação jurídica e política do ex-presidente, que
vê uma série de apurações fechando o cerco contra ele, aliados e familiares.
Para um presidente de partido do centrão, a
"mediocridade dos esquemas" suspeitos até agora tem acelerado o
desgarramento de pessoas que não estão no núcleo radical do bolsonarismo,
inclusive na política, antecipando a busca por opções "racionais e viáveis
para 2026".
Um outro dirigente ouvido concorda com a avaliação
e diz que essa percepção se tornará palatável já nas eleições municipais do ano
que vem, quando ele prevê um apequenamento da escolha de representantes de uma
direita radical.
A "lua minguante" para o bolsonarismo
radical amplia os olhares sobre opções viáveis nos governos estaduais: além de
Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) é lembrado como
opção.
Fonte: Fórum/Brasil 247/FolhaPress/g1
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