quinta-feira, 6 de julho de 2023

Pastor Valadão existir não é nada, duro é ter quem siga alguém tão asqueroso e repugnante

Existem pessoas que exalam vilania. Sim, aquela vilania típica de desenhos de super-heróis, do malfeitor que não faz questão de disfarçar sua ruindade, dando gargalhadas funestas e se divertindo com a desgraça alheia. É impressionante como o bolsonarismo pariu uma multidão desses sujeitos que se jactam de ser o mal personificado, sejam por suas ações ou por suas palavras.

Nas hostes “evangélicas” o fenômeno parece ter ainda mais força e as lideranças desse segmento pretensamente “cristão” já não fazem esforço algum para pelo menos tentar passar uma imagem condizente com a bondade infinita de Jesus, mesmo que recheada de segundas intenções e objetivos inconfessáveis. O tal André Valadão é um desses indivíduos.

Para qualquer ser humano minimamente atento e com os dois pés no chão, é só olhar suas expressões e ouvir aquilo que sai da sua boca para perceber que se trata de um homem asqueroso e repugnante. Valadão não tenta dissimular sua ruindade e a jazida de ódio que jorra de suas entranhas. Tudo bem que o ódio, como disse o ministro Silvio Almeida, é um negócio rentável, mas não tenho a intenção aqui de acusar Valadão de ser assim por ter interesses econômicos, de poder ou por vaidade. O que não dá pra negar é que ele é assim porque quer.

O que é evidente, e pode ser notada por qualquer simples vivente, é sua obsessão por parecer um carrasco medieval em busca de um “pecado” que justifique todo tipo de barbaridade contra o “pecador”. Em especial, ele tem uma fixação pelos homossexuais e transexuais.

Nos últimos dias surgiu um vídeo de uma “pregação” de Valadão em que ele explicitamente incita o assassinato de gays e outras pessoas cuja orientação sexual não seja a heterossexualidade. A voz é suave, as expressões são polidas, o rosto está sempre sereno, mas o discurso é puro ódio assassino. Quando colocado contra a parede, grava mais vídeos e, com o mesmo semblante “santo”, cinicamente diz não ter dito o que disse. No espaço reservado aos comentários, nas redes sociais, um oceano de gente o aplaudindo e dando os parabéns por sua maldade e sadismo, em microtextos sempre eivados de um “cristianismo” estranho.

Existir alguém como Valadão não é nada, isso tem por aí aos montes. Encontramos às dúzias durante a vida quem é mau e se sente bem em ser assim. Duro mesmo é quando nos deparamos com quem venera uma figura tão abjeta e dantesca. Em mim, e só posso falar por mim, surge invariavelmente uma pergunta sem resposta: por quê?

Quando notamos a multidão que idolatra Bolsonaro e a horda que defende aguerridamente Valadão, o que temos de forma inegável é o culto à canalhice. Quem vai a um festival de música, paga ingressos, gasta seu dia de folga e se esbalda de cantar é porque ama música, assim como aquele torcedor que não perde um jogo do seu time do coração e o tempo todo está disposto a defendê-lo da língua de ferina de seus rivais. Ele o faz porque ama futebol.

Essa gente se delicia na maldade e na canalhice porque definitivamente é uma gente má e canalha. A semântica do idioma e o mais elementar dos raciocínios até comprovam isso, mas difícil mesmo é compreender como pode alguém ser guiado e venerar um cidadão tão desumano e nojento.

 

Ø  André Valadão pode ser extraditado e impedido de pregar, diz advogada

 

André Valadão é alvo de investigação do Ministério Público Federal por homofobia e poderá sofrer punições graves na Justiça. Ele pode pegar cinco anos de prisão pelo crime e também pode ser extraditado.

Durante a pregação, o pastor afirmou: “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês.”

Como o caso aconteceu nos Estados Unidos, em um culto de igreja no YouTube, a advogada e mestre em Direito Penal Jacqueline Valles afirma que ele também pode ser enquadrado por incitação ao crime. Ela integra a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abacrim) e falou sobre o caso ao Estadão.

Para Jacqueline, “se houver uma convenção com o país onde o crime foi cometido, o brasileiro pode ser extraditado para a aplicação das leis nacionais”. Caso a investigação aponte o crime de homofobia, André Valadão poderá ser mandado para o Brasil para cumprir a pena.

Caso na Justiça

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta segunda-feira, 3, um procedimento para apurar possível prática de homofobia praticada pelo líder religioso durante transmissão de um culto pelo YouTube.

O procedimento é de autoria do procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias. Na terça-feira (4/7), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o pastor responderá legalmente por “propagar ódio contra as pessoas”.

 

Ø  Extrema-direita usa teologia violenta contra LGBTs para controle social, diz pastor  Henrique Vieira

 

Em entrevista ao programa Fórum Café desta quarta-feira (5), o deputado federal e pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) comentou as falas recentes do pastor André Valadão e a ascensão do conservadorismo evangélico dentro do nosso país.

“É majoritariamente popular, majoritariamente de mulheres e majoritariamente negro. É uma fração da classe trabalhadora brasileira no nosso país. Agora, de fato tem um conservadorismo predominante, mas não unânime, e de fato existe um fundamentalismo evangélico muito vinculado à extrema-direita e ao bolsonarismo que tem penetrado fortemente nas instituições”, disse.

“Há uma violência desse setor evangélico”, disse. “A gente precisa saber identificar esse fundamentalismo e combatê-lo firmemente, pedagogicamente, porque esse fundamentalismo é autoritário e violento”, completou o deputado.

“Se entregar o evangélico para extrema-direita, nós temos um problema, porque é uma fração cada vez mais numérica da classe trabalhadora do nosso país”, disse.

•        Sexualidade, conservadorismo e controle

Nesta segunda-feira, um vídeo de André Valadão pedindo a morte das pessoas LGBTQIA+ em seu palanque da Igreja Batista da Lagoinha viralizou nas redes sociais. As imagens chocaram e causaram revolta de diversos setores da sociedade, inclusive dentro do governo Lula. Vieira, que é pastor evangélico e deputado federal do campo da esquerda, comentou o caso.

“Dentro de uma determinada teologia cristã hegemônica a sexualidade sempre foi um problema”. afirmou. “A sexualidade como fonte de prazer, de liberdade, como uma experiência constitutiva da humanidade, sempre foi um problema para uma teologia baseada culpa e no medo”, disse.

Henrique relembrou a violência contra as pessoas LGBTQIA+. “Corpos domesticados inclusive em sua sexualidade são corpos mais interessantes a um sistema de controle e de medo. A diversidade sexual desmonta esse castelo, ela afirma a força da individualidade e da singularidade, então ela é um problema para o sistema ultraconservador”, diz.

“Há uma teologia agressiva a partir de uma leitura não-filtrada pelo Cristo”, diz. “Tem a ver como uma forma de interdição de controle da sexualidade”, disse.

 

Ø  A obsessão de André Valadão contra as LGBT+ faz parte de um projeto de poder

 

O nome do pastor André Valadão, da Igreja da Lagoinha, tem sido um dos principais assuntos nas redes sociais e na imprensa desde segunda-feira (3), quando viralizou um culto em que ele incentiva os fiéis a matarem pessoas LGBT+.

Após atacar as Paradas LGBT, André Valadão convocou as pessoas a matar as LGBT. "Essa porta foi aberta quando tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de retomar o controle e dizer: 'não, pode parar, resetar'. Aí Deus diz: 'não posso mais, já enviei esse arco-íris, se eu pudesse, eu mataria tudo e começaria tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então agora está com vocês'. Vocês não entenderam o que eu disse: agora está com vocês. Vou repetir: está com vocês", disse o pastor.

Nos últimos meses, André Valadão tem sistematicamente atacado a comunidade LGBT+ com discursos que pregam violência extrema contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Isso faz parte de um projeto político maior que envolve a família Valadão como um todo.

A jornalista Luciana Petersen, que se apresenta como "jornalista crente ex-valadete", publicou um dossiê sobre a família Valadão, o qual ajuda a entender a obsessão do clã da Lagoinha contra a comunidade LGBT+.

De acordo com o levantamento de Luciana Petersen, "a família Valadão raiz é composta pelo Pastor Márcio (que faleceu recentemente), Renata e seus filhos: André, Ana Paula e Mariana. No princípio, eram apenas uma família pastoral branca em uma igreja batista de BH, a Lagoinha".

Em seguida, Petersen explica que "a Lagoinha começou como uma igreja comum e teve até outros pastores antes de Márcio Valadão, mas tornou-se uma igreja grande na década de 90 e cresceu ainda mais graças à banda oficial, o Diante do Trono, liderada por Ana Paula Valadão".

"Diante do Trono é uma das maiores (e melhores) bandas cristãs do Brasil. Ela lotou estádios em quase todas as capitais, lançou mais de 30 álbuns e DVDs, e suas músicas são cantadas até hoje em igrejas".

Os Valadão possuem um projeto de poder: "o plano dos Valadão parece ser dominar, seja por meio de vias religiosas, artísticas, empreendimentos (como o cartão de crédito fé, etc.) ou políticas. Tudo isso por uma missão maior: levar o evangelho, encher igrejas e estádios, mas com prosperidade para eles".

No entanto, para que o pastor Márcio Valadão alcançasse seu plano, era necessário ter uma família perfeita, e assim ele arranjou um casamento para seu filho, André Valadão.

Luciana Petersen destaca que "nem sempre eles [família Valadão] estiveram ligados à extrema-direita. Os Valadão apoiaram Marina Silva em 2010. André e Ana Paula diziam orar por Dilma. Ambos apoiaram Bolsonaro".

A guinada rumo ao "cristofascismo": "A guinada rumo ao cristofascismo não é de hoje, não é exclusiva dos Valadão nem do Brasil. Porém, nem todo crente. Em 2017, André convidou Deltan Dallagnol para o seu culto Fé na Lagoinha Sede e o público virou as costas para o lavajatista. Na semana seguinte, ele deu uma bronca nos fiéis".

·         André Valadão será investigado pelo MPF após pregar morte às LGBT+

O Ministério Público Federal (MPF) no Acre declarou nesta terça-feira (4) ter aberto um procedimento para investigar as falas do pastor André Valadão, que, em um culto realizado no último domingo (2) e transmitido pelas redes sociais da Igreja Batista da Lagoinha, incentivou os fiéis a matarem pessoas LGBT.

O MPF vai investigar se o pastor André Valadão cometeu o crime de homofobia. O procedimento foi aberto pelo procurador Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PRDC), que tomou conhecimento do caso por meio da imprensa.

Em entrevista ao UOL, a advogada Jacqueline Valles, mestra em Direito Penal, afirmou que Valadão pode ser enquadrado no crime de homofobia e incitação ao crime. "Se a investigação concluir que esse senhor cometeu o crime de homofobia, ele pode, sim, ser extraditado para cumprir pena no Brasil", disse Jacqueline, que é membra da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abacrim).

 

Ø  Glauber Braga detona pastor André Valadão: "Bandido. Incentiva o homicídio"

 

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) detonou o pastor fundamentalista André Valadão durante discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (4).

Para Glauber Braga, André Valadão "é um bandido" e "incentiva o homicídio de

"Existe um bandidão chamado André Valadão que precisa ser devidamente responsabilizado. Olha o que esse sujeito disse: 'Agora é hora de retomar o controle e dizer: 'não, pode parar, resetar'. Aí Deus diz: 'não posso mais, já enviei esse arco-íris, se eu pudesse, eu mataria tudo e começaria tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então agora está com vocês', isso disse André Valadão", destaca Glauber Braga.

Em seguida, o deputado afirma que André Valadão "incentiva o homicídio". Ele [André Valadão] pode dar mil desculpas depois. Ele está sim incentivando o homicídio, a agressão, a violência contra a população LGBTQIA+. Esse sujeito precisa ser devidamente responsabilizado", disse Glauber Braga.

 

Ø  Esposa de André Valadão diz que casamento deles foi “hiper arranjado”

 

Cassiane, a esposa do pastor bolsonarista e homofóbico André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, afirma em um vídeo que circula nas redes que o casamento deles foi arranjado pelo sogro, o pastor Márcio Valadão, fundador do império evangélico.

Ela conta que “nunca tinha visto” André e que seu enlace foi “hiper arranjado”:

 “Quando ele [Márcio] me viu assim numa foto, ele já pensou no Dedé [André], achou que eu combinava com o Dedé. Ele me mandou um livro na época sobre namoro e ele encheu o livro de fotos do André, desde pequenininho. Cada capítulo, ele colocou um monte de foto do André e mandou pra mim lá em Londrina”, diz ela.

“Eu não entendi nada né, um livro sobre namoro, o André nos Estados Unidos, eu nunca tinha visto o André. Então, é um homem de fé, ele já viu lá na frente. Ai, depois de muitos anos, o André voltou, enfim, não tinha dado nada e ele [Márcio] insistiu. Ele marcou um dia um almoço quando era impossível eu encontrar com o André no final de um congresso que tinham, sei lá, sete, oito mil pessoas. Ele tirou o André lá de dentro e falou comigo para almoçar com ele, armou tudo. Então, ali que o André me pediu de cara em namoro, em casamento, mas foi hiper arranjado. Eu falo que meu casamento foi arranjado e pelo pastor Márcio”.

 

Fonte: Fórum/Metrópoles

 

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