Pastor Valadão
existir não é nada, duro é ter quem siga alguém tão asqueroso e repugnante
Existem
pessoas que exalam vilania. Sim, aquela vilania típica de desenhos de
super-heróis, do malfeitor que não faz questão de disfarçar sua ruindade, dando
gargalhadas funestas e se divertindo com a desgraça alheia. É impressionante
como o bolsonarismo pariu uma multidão desses sujeitos que se jactam de ser o
mal personificado, sejam por suas ações ou por suas palavras.
Nas
hostes “evangélicas” o fenômeno parece ter ainda mais força e as lideranças
desse segmento pretensamente “cristão” já não fazem esforço algum para pelo
menos tentar passar uma imagem condizente com a bondade infinita de Jesus,
mesmo que recheada de segundas intenções e objetivos inconfessáveis. O tal
André Valadão é um desses indivíduos.
Para
qualquer ser humano minimamente atento e com os dois pés no chão, é só olhar
suas expressões e ouvir aquilo que sai da sua boca para perceber que se trata
de um homem asqueroso e repugnante. Valadão não tenta dissimular sua ruindade e
a jazida de ódio que jorra de suas entranhas. Tudo bem que o ódio, como disse o
ministro Silvio Almeida, é um negócio rentável, mas não tenho a intenção aqui
de acusar Valadão de ser assim por ter interesses econômicos, de poder ou por
vaidade. O que não dá pra negar é que ele é assim porque quer.
O
que é evidente, e pode ser notada por qualquer simples vivente, é sua obsessão
por parecer um carrasco medieval em busca de um “pecado” que justifique todo
tipo de barbaridade contra o “pecador”. Em especial, ele tem uma fixação pelos
homossexuais e transexuais.
Nos
últimos dias surgiu um vídeo de uma “pregação” de Valadão em que ele
explicitamente incita o assassinato de gays e outras pessoas cuja orientação
sexual não seja a heterossexualidade. A voz é suave, as expressões são polidas,
o rosto está sempre sereno, mas o discurso é puro ódio assassino. Quando
colocado contra a parede, grava mais vídeos e, com o mesmo semblante “santo”,
cinicamente diz não ter dito o que disse. No espaço reservado aos comentários,
nas redes sociais, um oceano de gente o aplaudindo e dando os parabéns por sua
maldade e sadismo, em microtextos sempre eivados de um “cristianismo” estranho.
Existir
alguém como Valadão não é nada, isso tem por aí aos montes. Encontramos às
dúzias durante a vida quem é mau e se sente bem em ser assim. Duro mesmo é
quando nos deparamos com quem venera uma figura tão abjeta e dantesca. Em mim,
e só posso falar por mim, surge invariavelmente uma pergunta sem resposta: por
quê?
Quando
notamos a multidão que idolatra Bolsonaro e a horda que defende aguerridamente
Valadão, o que temos de forma inegável é o culto à canalhice. Quem vai a um
festival de música, paga ingressos, gasta seu dia de folga e se esbalda de
cantar é porque ama música, assim como aquele torcedor que não perde um jogo do
seu time do coração e o tempo todo está disposto a defendê-lo da língua de
ferina de seus rivais. Ele o faz porque ama futebol.
Essa
gente se delicia na maldade e na canalhice porque definitivamente é uma gente
má e canalha. A semântica do idioma e o mais elementar dos raciocínios até
comprovam isso, mas difícil mesmo é compreender como pode alguém ser guiado e
venerar um cidadão tão desumano e nojento.
Ø
André
Valadão pode ser extraditado e impedido de pregar, diz advogada
André Valadão é alvo
de investigação do Ministério Público Federal por homofobia e poderá
sofrer punições graves na Justiça. Ele pode pegar cinco anos de prisão pelo
crime e também pode ser extraditado.
Durante
a pregação, o pastor afirmou: “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e
dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti
esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi
que não posso’, agora tá com vocês.”
Como
o caso aconteceu nos Estados Unidos, em um culto de igreja no YouTube, a
advogada e mestre em Direito Penal Jacqueline Valles afirma que ele também pode
ser enquadrado por incitação ao crime. Ela integra a Associação Brasileira dos
Advogados Criminalistas (Abacrim) e falou sobre o caso ao Estadão.
Para
Jacqueline, “se houver uma convenção com o país onde o crime foi cometido, o
brasileiro pode ser extraditado para a aplicação das leis nacionais”. Caso a
investigação aponte o crime de homofobia, André Valadão poderá ser mandado para
o Brasil para cumprir a pena.
Caso
na Justiça
O
Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta segunda-feira, 3, um
procedimento para apurar possível prática de homofobia praticada pelo líder
religioso durante transmissão de um culto pelo YouTube.
O
procedimento é de autoria do procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC)
no Acre, Lucas Costa Almeida Dias. Na terça-feira (4/7), o ministro da Justiça,
Flávio Dino, afirmou que o pastor responderá legalmente por “propagar ódio
contra as pessoas”.
Ø
Extrema-direita
usa teologia violenta contra LGBTs para controle social, diz pastor Henrique Vieira
Em
entrevista ao programa Fórum Café desta quarta-feira (5), o deputado federal e
pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) comentou as falas recentes do pastor André
Valadão e a ascensão do conservadorismo evangélico dentro do nosso país.
“É
majoritariamente popular, majoritariamente de mulheres e majoritariamente
negro. É uma fração da classe trabalhadora brasileira no nosso país. Agora, de
fato tem um conservadorismo predominante, mas não unânime, e de fato existe um
fundamentalismo evangélico muito vinculado à extrema-direita e ao bolsonarismo
que tem penetrado fortemente nas instituições”, disse.
“Há
uma violência desse setor evangélico”, disse. “A gente precisa saber
identificar esse fundamentalismo e combatê-lo firmemente, pedagogicamente,
porque esse fundamentalismo é autoritário e violento”, completou o deputado.
“Se
entregar o evangélico para extrema-direita, nós temos um problema, porque é uma
fração cada vez mais numérica da classe trabalhadora do nosso país”, disse.
• Sexualidade, conservadorismo e controle
Nesta
segunda-feira, um vídeo de André Valadão pedindo a morte das pessoas LGBTQIA+
em seu palanque da Igreja Batista da Lagoinha viralizou nas redes sociais. As
imagens chocaram e causaram revolta de diversos setores da sociedade, inclusive
dentro do governo Lula. Vieira, que é pastor evangélico e deputado federal do
campo da esquerda, comentou o caso.
“Dentro
de uma determinada teologia cristã hegemônica a sexualidade sempre foi um
problema”. afirmou. “A sexualidade como fonte de prazer, de liberdade, como uma
experiência constitutiva da humanidade, sempre foi um problema para uma
teologia baseada culpa e no medo”, disse.
Henrique
relembrou a violência contra as pessoas LGBTQIA+. “Corpos domesticados
inclusive em sua sexualidade são corpos mais interessantes a um sistema de
controle e de medo. A diversidade sexual desmonta esse castelo, ela afirma a
força da individualidade e da singularidade, então ela é um problema para o
sistema ultraconservador”, diz.
“Há
uma teologia agressiva a partir de uma leitura não-filtrada pelo Cristo”, diz.
“Tem a ver como uma forma de interdição de controle da sexualidade”, disse.
Ø
A
obsessão de André Valadão contra as LGBT+ faz parte de um projeto de poder
O
nome do pastor André Valadão, da Igreja da Lagoinha, tem sido um dos principais
assuntos nas redes sociais e na imprensa desde segunda-feira (3), quando
viralizou um culto em que ele incentiva os fiéis a matarem pessoas LGBT+.
Após
atacar as Paradas LGBT, André Valadão convocou as pessoas a matar as LGBT.
"Essa porta foi aberta quando tratamos como normal aquilo que a Bíblia já
condena. Agora é hora de retomar o controle e dizer: 'não, pode parar,
resetar'. Aí Deus diz: 'não posso mais, já enviei esse arco-íris, se eu
pudesse, eu mataria tudo e começaria tudo de novo. Mas já prometi para mim
mesmo que não posso, então agora está com vocês'. Vocês não entenderam o que eu
disse: agora está com vocês. Vou repetir: está com vocês", disse o pastor.
A
jornalista Luciana Petersen, que se apresenta como "jornalista crente
ex-valadete", publicou um dossiê sobre a família Valadão, o qual ajuda a
entender a obsessão do clã da Lagoinha contra a comunidade LGBT+.
De
acordo com o levantamento de Luciana Petersen, "a família Valadão raiz é
composta pelo Pastor Márcio (que faleceu recentemente), Renata e seus filhos:
André, Ana Paula e Mariana. No princípio, eram apenas uma família pastoral
branca em uma igreja batista de BH, a Lagoinha".
Em
seguida, Petersen explica que "a Lagoinha começou como uma igreja comum e
teve até outros pastores antes de Márcio Valadão, mas tornou-se uma igreja
grande na década de 90 e cresceu ainda mais graças à banda oficial, o Diante do
Trono, liderada por Ana Paula Valadão".
"Diante
do Trono é uma das maiores (e melhores) bandas cristãs do Brasil. Ela lotou
estádios em quase todas as capitais, lançou mais de 30 álbuns e DVDs, e suas
músicas são cantadas até hoje em igrejas".
Os
Valadão possuem um projeto de poder: "o plano dos Valadão parece ser
dominar, seja por meio de vias religiosas, artísticas, empreendimentos (como o
cartão de crédito fé, etc.) ou políticas. Tudo isso por uma missão maior: levar
o evangelho, encher igrejas e estádios, mas com prosperidade para eles".
No
entanto, para que o pastor Márcio Valadão alcançasse seu plano, era necessário
ter uma família perfeita, e assim ele arranjou um casamento para seu filho,
André Valadão.
Luciana
Petersen destaca que "nem sempre eles [família Valadão] estiveram ligados
à extrema-direita. Os Valadão apoiaram Marina Silva em 2010. André e Ana Paula
diziam orar por Dilma. Ambos apoiaram Bolsonaro".
A
guinada rumo ao "cristofascismo": "A guinada rumo ao
cristofascismo não é de hoje, não é exclusiva dos Valadão nem do Brasil. Porém,
nem todo crente. Em 2017, André convidou Deltan Dallagnol para o seu culto Fé
na Lagoinha Sede e o público virou as costas para o lavajatista. Na semana
seguinte, ele deu uma bronca nos fiéis".
·
André Valadão será investigado pelo MPF após pregar
morte às LGBT+
O
Ministério Público Federal (MPF) no Acre declarou nesta terça-feira (4) ter
aberto um procedimento para investigar as falas do pastor André Valadão, que,
em um culto realizado no último domingo (2) e transmitido pelas redes sociais
da Igreja Batista da Lagoinha, incentivou os fiéis a matarem pessoas LGBT.
O
MPF vai investigar se o pastor André Valadão cometeu o crime de
homofobia. O procedimento foi
aberto pelo procurador Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela Procuradoria
dos Direitos do Cidadão (PRDC), que tomou conhecimento do caso por meio da
imprensa.
Em
entrevista ao UOL, a advogada Jacqueline Valles, mestra em Direito Penal,
afirmou que Valadão pode ser enquadrado no crime de homofobia e incitação ao
crime. "Se a investigação concluir que esse senhor cometeu o crime de
homofobia, ele pode, sim, ser extraditado para cumprir pena no Brasil",
disse Jacqueline, que é membra da Associação Brasileira dos Advogados
Criminalistas (Abacrim).
Ø
Glauber
Braga detona pastor André Valadão: "Bandido. Incentiva o homicídio"
O
deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) detonou o pastor fundamentalista André
Valadão durante discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira
(4).
Para
Glauber Braga, André Valadão "é um bandido" e "incentiva o
homicídio de
"Existe
um bandidão chamado André Valadão que precisa ser devidamente responsabilizado.
Olha o que esse sujeito disse: 'Agora é hora de retomar o controle e dizer:
'não, pode parar, resetar'. Aí Deus diz: 'não posso mais, já enviei esse
arco-íris, se eu pudesse, eu mataria tudo e começaria tudo de novo. Mas já
prometi para mim mesmo que não posso, então agora está com vocês', isso disse
André Valadão", destaca Glauber Braga.
Em
seguida, o deputado afirma que André Valadão "incentiva o homicídio".
Ele [André Valadão] pode dar mil desculpas depois. Ele está sim incentivando o
homicídio, a agressão, a violência contra a população LGBTQIA+. Esse sujeito
precisa ser devidamente responsabilizado", disse Glauber Braga.
Ø Esposa de André
Valadão diz que casamento deles foi “hiper arranjado”
Cassiane, a esposa do pastor bolsonarista e
homofóbico André Valadão,
líder da Igreja Batista da
Lagoinha, afirma em um vídeo que circula nas redes que o casamento deles
foi arranjado pelo sogro, o pastor
Márcio Valadão, fundador do império evangélico.
Ela
conta que “nunca tinha visto” André e que seu enlace foi “hiper arranjado”:
“Quando ele [Márcio] me viu assim numa foto,
ele já pensou no Dedé [André], achou que eu combinava com o Dedé. Ele me mandou
um livro na época sobre namoro e ele encheu o livro de fotos do André, desde
pequenininho. Cada capítulo, ele colocou um monte de foto do André e mandou pra
mim lá em Londrina”, diz ela.
“Eu
não entendi nada né, um livro sobre namoro, o André nos Estados Unidos, eu
nunca tinha visto o André. Então, é um homem de fé, ele já viu lá na frente.
Ai, depois de muitos anos, o André voltou, enfim, não tinha dado nada e ele
[Márcio] insistiu. Ele marcou um dia um almoço quando era impossível eu
encontrar com o André no final de um congresso que tinham, sei lá, sete, oito
mil pessoas. Ele tirou o André lá de dentro e falou comigo para almoçar com
ele, armou tudo. Então, ali que o André me pediu de cara em namoro, em
casamento, mas foi hiper arranjado. Eu falo que meu casamento foi arranjado e
pelo pastor Márcio”.
Fonte:
Fórum/Metrópoles
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