Depressão na
infância e adolescência: veja quais os sinais de alerta
A
depressão é uma doença crônica que acomete o lado emocional do indivíduo, tendo
como principais características uma profunda tristeza e o sentimento de
desilusão. Devido à falta de informação sobre o tema, a tendência geral é
acreditar que se trata de uma condição ligada exclusivamente à fase adulta.
Porém, o problema pode acometer também crianças e adolescentes.
É
o que mostra levantamento do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Universidade de
São Paulo (USP) realizado durante a pandemia. Segundo a pesquisa, 36% dos
jovens brasileiros desenvolveram quadros de depressão (e ansiedade) durante o período
mais agudo do fenômeno mundial.
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Depressão na infância
A
Dra. Tamirez Cruz, médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade
e depressão, explica que a depressão durante a infância apresenta alguns
desafios relacionados ao diagnóstico. Isso porque seus sintomas podem se
confundir facilmente com birras e mau humor, que são extremamente comuns nessa
fase da vida.
Conforme
Tamires, é a intensidade, a duração, a frequência e a alteração dos hábitos da
criança que dão indícios mais claros de que a criança está deprimida ou não.
"Para um correto diagnóstico de depressão é essencial que os sintomas
estejam presentes pelo menos nas duas últimas semanas e que representem uma
alteração considerável no dia a dia da criança", afirma.
Segundo
a médica, são sintomas comuns da
depressão infantil a irritabilidade e a agitação motora. Esses
sinais também são associadas ao transtorno de hiperatividade e, por isso, podem
levar a um diagnóstico errôneo. Além desses, há tristeza, cansaço, insônia,
perda ou ganho de peso e dores de cabeça e abdominais.
"Alterações
comportamentais como medo de dormir sozinha, falta de vontade de ir à escola e
redução do rendimento escolar também são indicativos de que a criança pode ter
desenvolvido um quadro depressivo", diz.
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Como acolher a criança com depressão
Para
evitar que a depressão prejudique a criança, interferindo em seu
desenvolvimento psicológico e social, a Dra. Tamires ressalta a importância do
auxílio médico no início da doença, além do tratamento adequado ao longo dela.
Tamires
também reforça também o papel-chave dos pais no processo de cura da depressão
de seus filhos. "O distúrbio pode ocorrer como consequência de relações
desestruturadas entre os pais, cobranças exageradas e a falta de tempo para
convivência. Por isso, reforço positivo (presença de uma recompensa) sempre é
indicado na educação das crianças", afirma.
Além
disso, é essencial que os pais mantenham um canal de comunicação aberto com as
crianças, evitando dar ordens a elas sobre o que fazer. Também é preciso sempre
escutá-las com atenção, pois assim descobrirão com mais facilidade as causas do
problema.
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Depressão na adolescência
Com
relação aos adolescentes, a médica explica que podem a patologia pode surgir de
fatores como: exposição à violência doméstica, emocional ou sexual; bullying;
abandono; e contato com substâncias psicoativas. Além disso, segundo a Dra.
Tamires, as redes sociais são, na atualidade, um agravante para o
desenvolvimento do distúrbio nessa fase da vida.
A
médica ressalta que, ao mesmo tempo que as redes podem encurtar distâncias,
promover a interação social e o acolhimento, elas propiciam o envolvimento com
pessoas nocivas, que não relutam em tecer comentários pejorativos relacionados
à aparência dos jovens, por exemplo. Estes, por não terem uma estrutura
emocional ainda sedimentada, viram alvo fácil para que a tristeza profunda
e a depressão se instalem.
Não
à toa, afirma a médica, os principais
sintomas da depressão na adolescência estão relacionados ao
convívio social. Com isso, os jovens costumam isolar-se e evitar a interação
com pais ou amigos.
Claro,
ressalta Tamires, tais atitudes nem sempre denotam um quadro depressivo, por
isso cabe aos pais identificar quando esse comportamento é resultado de
sofrimento que pode resultar em prejuízo social e emocional ao jovem.
"Para ajudar nessa missão, é de grande valia ter uma pessoa próxima ao
adolescente que possa alertar a família caso perceba que ele está
diferente", orienta.
·
Como ajudar os adolescentes nessa situação
Identificado
o problema, os pais devem se manter abertos ao diálogo a fim de ajudar seus
filhos adolescentes a saírem da situação em que se encontram. De acordo com a
especialista, a conversa é um dos melhores caminhos também para evitar que os
jovens desenvolvam um quadro depressivo. A médica ressalta ainda a importância
dos relacionamentos positivos com a família e pessoas próximas no tratamento da
depressão.
Os
jovens, obviamente, não podem prescindir de ajuda profissional na luta contra a
depressão. Terapias e o uso de antidepressivos receitados por médicos
psiquiatras são os tratamentos que geralmente são aplicados nesses casos.
Segundo Tamires, são pontos positivos também na tarefa de prevenir ou combater
a depressão o suporte escolar, a alimentação saudável e a prática de atividade
física. "É necessário ainda que todas as pessoas mais próximas se
envolvam, deem carinho, apoio e atenção ao adolescente", conclui.
Ø
Aperto
de mão fraco pode indicar depressão, afirma estudo
Cientistas
da Faculdade de Medicina da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, sugerem que
um simples aperto de mão tem muito a dizer sobre uma pessoa, inclusive sobre
sua saúde mental. O estudo sul-coreano apontou que uma pegada fraca pode ser um
sinal precoce de depressão. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores
avaliaram 51 mil adultos de seis países, todos tinham mais de 45 anos.
·
Como foi feito o estudo
A
equipe responsável pela pesquisa mediu a força de pegada dos voluntários com um
dinamômetro. Mais tarde, eles compararam os resultados com uma avaliação de
saúde mental. Os respondentes deveriam avaliar afirmações como: "Estou
incomodado com coisas que geralmente não me preocupam" e "Senti que
tudo o que fiz foi um esforço em vão", por exemplo.
As
pessoas que tinham menos forças nas mãos apresentaram até três vezes mais
chances de concordar com afirmações negativas, comportamento que já está
associado à depressão. "A avaliação oportuna da força de preensão manual
pode ajudar na detecção precoce do risco de depressão entre adultos de meia-idade
e idosos", sugerem os autores do trabalho.
Os
pesquisadores não definiram um motivo específico para a relação entre a
depressão e a fraqueza das mãos. No entanto, eles sugerem que a pegada fraca
pode estar associada à carência de atividades físicas, que também costuma se
relacionar à deterioração do bem-estar mental. Os autores destacam que, embora
o método possa contribuir para o diagnóstico, não substitui uma avaliação
psicológica adequada.
·
Sintomas de depressão
A
prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%,
aponta o Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a pasta, os sinais
indicativos de depressão são:
- Humor
depressivo: sensação
de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Acreditam que
perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou alegria.
Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria.
Muitos se mostram mais apáticos do que tristes, referindo "sentimento
de falta de sentimento". Julgam-se um peso para os familiares e amigos,
invocam a morte como forma de alívio para si e familiares. Fazem avaliação
negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro. Percebem as
dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de pôr fim a um estado
penoso. Além disso, os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar
morto até planos detalhados de se matar. Esses pensamentos devem ser
sistematicamente investigados;
- Retardo motor, falta de
energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta
de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa;
- Insônia ou
sonolência: A
insônia geralmente é intermediária ou terminal. A sonolência está mais
associada à depressão chamada Atípica;
- Apetite: geralmente
diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de depressão aumento do
apetite, com maior interesse por carboidratos e doces;
- Redução do
interesse sexual;
- Dores e
sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas
digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.
Fonte:
Saúde em Dia
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