90% do desperdício
alimentar ocorre durante a cadeia produtiva
O
estudo inédito “O Alimento que Jogamos
Fora – Causas,
consequências e soluções para uma prática insustentável”, realizado
pela MindMiners em
parceria com a Nestlé, traz
uma série de insights sobre desperdício de
alimentos e
como empresas e população podem repensar suas atitudes.
O
levantamento mostra que apenas 4% das empresas do ramo alimentício
entrevistadas na pesquisa nunca descartam alimentos, reaproveitando-os de
maneira correta. Entre os 96% que afirmaram descartar comida, mais da metade
(54%) diz realizar os descartes sempre ou frequentemente.
O desperdício
alimentar é
um problema grave que precisa ser visto com mais atenção. Dados da ONU (Organização das Nações
Unidas) e da FAO (Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) revelam que cerca de 30% da
produção global de alimentos é desperdiçada ou perdida anualmente, o que
equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas. Esses números são ainda mais
alarmantes quando consideramos as milhares de pessoas que sofrem de fome ou insegurança alimentar. No Brasil, por
exemplo, são 33 milhões de pessoas vivendo nessas condições.
O Brasil está entre os dez países que mais
desperdiçam alimentos no mundo. Números mostram que mais de R$ 1,3 bilhão
em frutas, legumes e verduras vão para o lixo anualmente nos supermercados
brasileiros, e cada brasileiro descarta em média, por ano, 60 quilos de
alimentos bons para consumo.
“O alimento tem o poder de transformar vidas, assim como de causar impactos
significativos no meio ambiente. Na Nestlé, temos o compromisso global de reduzir 50% das emissões de
CO2 até 2030. Ao diminuir o desperdício de alimentos conseguimos economizar
recursos e energia, além de minimizar as
emissões de gases de efeito estufa associadas à produção. Isso também
tem o poder de impactar positivamente a nível social promovendo a segurança alimentar. E para promover a
segurança alimentar, somos parceiros do Mesa Brasil, que é o maior Banco de Alimentos da América Latina. Juntos, viabilizamos a
doação de mais de 900 mil quilos de alimentos em 2022”, reforça Barbara Sapunar, Diretora Executiva de Business Transformation da Nestlé
Brasil.
Apesar
do percentual alto de empresas que desperdiçam alimentos, 66% das empresas ou
colaboradores do ramo alimentício e 75% das pessoas em geral acreditam que a responsabilidade
em relação à redução do descarte de alimentos deveria ser da população. Porém,
o estudo mostra que o maior volume
de desperdício não ocorre dentro das casas, com o consumidor final.
“É
uma conta que não fecha, e esse debate precisa ocupar cada vez mais espaço. É
claro que a população também deve ser conscientizada, afinal uma parte do
desperdício também ocorre nas casas. No entanto, o volume diário de comida
preparada e processada em uma única empresa do ramo alimentício é muito maior
do que em uma casa com 3 ou 4 pessoas. Há muito o que ser feito pelas empresas
nesse sentido”, pontua a Coordenadora de Insights da MindMiners, Juliana Tranjan.
O alimento que jogamos fora: impacto e consciência
2.000
respondentes da população geral e 500 respondentes proprietários ou
colaboradores de empresas do ramo alimentício de todo o país foram ouvidos pela
pesquisa, que faz uma análise aprofundada sobre como as empresas podem reverter
esse quadro de desperdício, auxiliando inclusive na conscientização da população
sobre o tema. Alguns dos números levantados pela pesquisa da MindMiners e Nestlé mostram que:
- Para 63% dos
entrevistados, a fome no mundo e
no Brasil é
um tema preocupante, e o público feminino e a geração acima de 60 anos se
mostraram mais sensíveis ao tema;
- Para 85%,
combater o desperdício de alimentos no país é importante;
- 50% do
desperdício de alimentos ocorre durante o manuseio e transporte;
- Legumes e
verduras correspondem a 21% dos alimentos descartados nas empresas;
- 92% dos
respondentes acreditam que a ação do estabelecimento em que são
proprietários ou colaboradores pode fazer a diferença na redução do
desperdício de alimentos.
>>>> Como as empresas podem contribuir e
se responsabilizar?
“A doação de alimentos, além de minimizar
o desperdício, contribui para a redução da fome e da insegurança alimentar
enfrentadas por indivíduos em condições de vulnerabilidade”, ressalta Juliana. Porém, o estudo mostrou que
houve uma queda de 80% nas doações de alimentos no Brasil em 2022 em relação ao ano de 2020, e somente 13% dos
respondentes afirmam que realizam regularmente a doação de alimentos. “ONGs dizem que pessoas e empresas
deixaram de doar após o pico da pandemia, mas a fome e a insegurança alimentar ainda persistem”.
Além
disso, as empresas têm um grande potencial educativo, podendo compartilhar
informações com os colaboradores e com a população. Entre as medidas já
adotadas pelas empresas, 47% afirmam que fazem um rigoroso controle de estoque.
64%
dos entrevistados não conseguiram, de maneira espontânea, associar marcas
ao combate do desperdício de
alimentos. No entanto, entre as pessoas que conseguiram associar marcas
a iniciativas de combate ao desperdício, a Nestlé figura como a 1ª empresa mais associada a esse tipo de
ação.
Fonte:
EcoDebate
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