quinta-feira, 1 de junho de 2023

Sem laboratório na escola, alunas de Adustina criam plástico biodegradável na cozinha de casa

“Era apenas uma panela, uma colher e um sonho”, brinca uma das alunas do Colégio Estadual Castro Alves. Elas precisam de laboratório para ampliar pesquisa.

Sem laboratório, vidrarias e demais equipamentos necessários numa pesquisa científica, três alunas do Colégio Estadual Castro Alves, em Adustina, nordeste baiano, criaram um plástico biodegradável a partir do feijão na cozinha de casa. “Era apenas uma panela, uma colher e um sonho”, brinca Rayka Nobre Santana, 17, estudante do terceiro ano. Foi na cozinha da casa dela que a maioria dos experimentos aconteceram junto com as colegas Hewellynn Maytssa, 16, e Gezanna Viana, 17. 

O objetivo era apresentar um projeto para a feira de ciências do colégio, mas elas foram além. “A gente se bateu muito para conseguir fazer isso. Já existiam outros plásticos biodegradáveis, mas a depender do material usado, muda a quantidade. E nós demoramos dois meses para achar a quantidade certa”, lembrou Hewellynn. O motivo da persistência foi a originalidade do projeto. 

 “Possa até ser que exista, mas o plástico biodegradável feito a partir da folha de feijão, a gente não conseguiu achar em lugar nenhum. Achamos a partir de maracujá, banana, pode existir de outras leguminosas... mas feijão foi algo que partimos do zero mesmo”, conta. 

O feijão foi escolhido não por acaso. Adustina, localizada a 364 quilômetros de distância de Salvador, é conhecida por ser referência na produção do alimento. “Nossas famílias têm plantações. A cidade é bem rural, a gente produz alimentos e nossos pais são agricultores. Foi fácil trabalhar com o feijão”, diz Hewellynn.

Embora a ideia do projeto tenha partido do trio, a feira de ciências da escola foi uma ideia da professora de biologia Tatiane Silva, que orientou as meninas. “Não só eu, mas também os outros professores das demais áreas, como o de física e a de português, que ajudou na parte textual, pois elas também precisaram entregar um relatório científico. Mas o trabalho delas eu acompanhei de perto, pois desde o princípio era uma ideia muito boa”, afirmou. 

Outro ponto que estimulou a ideia inovadora foi o tema escolhido da feira de ciências. Os grupos de alunos tiveram que tratar de projetos relacionados a questões ambientais. “Escolhemos esse assunto devido a toda problemática atual e por essa ser uma questão também muito recorrente na prova do Enem. Elas tiveram a ideia de fazer o plástico biodegradável diante do problema que é a demora para o plástico se decompor na natureza”, explica. 

•        Sem laboratório 

De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, o plástico leva mais de 400 anos para se decompor. Já os plásticos biodegradáveis levam alguns meses ou anos, a depender do material. No caso do produto das alunas de Adustina, somente mais pesquisas poderão informar quanto tempo o plástico delas vai levar para se decompor. Mas para isso ser feito, elas relatam precisar de mais estrutura. 

Para Rayka Nobre Santana, somente com mais estrutura é que será possível chegar a um resultado maior com esse projeto. “A gente fez em pequena escala, sem laboratório, na cozinha, mas acreditamos ser possível desenvolver embalagens ou sacolas através desse plástico. Mas, para isso, precisamos de um laboratório onde poderemos fazer mais pesquisas", conta. 

Segundo as alunas, foram dois tipos de plástico biodegradável feitos: o transparente, ideal para sacolas ou plástico filme, e o feito com folhas de feijão, ideal para embalagens ou materiais mais resistentes. Para a professora Tatiane Silva, uma estrutura adequada iria reduzir o tempo que as alunas levaram para chegar no resultado. 

“Seria perfeito se a gente tivesse um laboratório e todos os equipamentos disponíveis. Para esse trabalho das meninas, os materiais e vidrarias iriam adiantar muito o processo. Mas a gente não para por isso. Continuamos ensinando através de metodologias ativas para experimentações. A gente volta e meia tenta improvisar e acaba saindo coisas práticas”, afirmou. 

Agora, a meta do grupo é aprimorar a pesquisa, apesar da falta de estrutura, e submeter o trabalho a outras feiras de ciência a nível estadual e até nacional, como a Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba). “A gente tem muito incentivo para estudar. Apesar de não ter estrutura, temos professores muito bons. Foram eles que nos apresentaram o método científico e sabemos que podemos contar com eles para ir além”, disse Hewellynn. 

O CORREIO procurou a Secretaria da Educação da Bahia para falar sobre se há prazo para ser colocado um laboratório na escola, mas até o fechamento da reportagem não houve retorno.

 

       Prefeitura de Salvador vai treinar 20 mil professores e 115 mil alunos em segurança cibernética

 

Um acordo de cooperação assinado nesta quarta-feira (31) pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit), e a Fortinet, vai garantir o fortalecimento da segurança cibernética na gestão municipal da capital baiana. O plano de ação prevê um treinamento, organizado pelo Fortinet Training Institute, sobre segurança cibernética para cerca de 10 mil funcionários públicos, 20 mil professores da rede municipal e 115 mil alunos. Além disso, a parceria prevê treinamentos para a população, a partir de iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec).

O acordo foi assinado pelo prefeito Bruno Reis, pelo titular da Semit, Samuel Araújo, e pelo country manager da Fortinet Brasil, Frederico Tostes, em solenidade no Palácio Thomé de Souza. A parceria com a empresa, líder global em segurança cibernética, permite a criação de um ambiente colaborativo para simplificar e integrar os sistemas da Prefeitura, tornando-os mais eficazes e automatizando a detecção e a mitigação de ameaças online.

Instituições governamentais são um dos principais alvos de criminosos cibernéticos, que buscam afetar a segurança e os serviços públicos em troca de algum ganho. Por isso, ferramentas abrangentes de segurança online são fundamentais para que o poder público possa garantir a disponibilidade de serviços à população de forma segura. Dentro do escopo de integração dos sistemas, a Fortinet ainda fará um mapeamento de todas as entidades municipais para construir um diagnóstico de vulnerabilidades existentes e melhorias necessárias nas redes, além de ações recomendadas por especialistas da companhia.

O prefeito destacou a importância da parceria com uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo. “Com esse apoio da Fortinet, estamos passando 800 km de infovias pela cidade, garantindo acesso gratuito à internet em todos os prédios e logradouros públicos, conectando o cidadão de forma mais organizada. Essa cibersegurança é fundamental para garantir o funcionamento de áreas vitais da Prefeitura, além de proteger os dados, pois sabemos o valor da informação. Então, trazemos maior segurança para a Prefeitura também no ambiente digital”, afirmou.

“É o primeiro acordo de cooperação com um ente público brasileiro. Isso mostra o quanto evoluímos neste sentido. Estamos avançando. A Semit unificou todos os procedimentos deste setor, construindo uma linguagem única para a Prefeitura, passando a saber tudo que ocorre em cada área. Em breve, teremos a criação de um data center único, onde as informações serão cruzadas, permitindo a elaboração de políticas públicas mais eficazes, a partir de dados precisos sobre as demandas da população. Assim poderemos tomar decisões de forma mais acertada”, acrescentou.

A partir de junho, o treinamento da Fortinet para conscientização e capacitação em segurança cibernética já estará habilitado e disponível na Prefeitura. Com o treinamento, os funcionários estarão aptos a reconhecer ataques cibernéticos e evitar que o sistema da Prefeitura seja vítima dessas ocorrências, bem como proteger a eles próprios e os seus familiares. Os treinamentos do Fortinet Training Institute são certificados e contam com ferramentas interativas, vídeos e testes de conhecimento que abordam os principais conceitos, recomendações e as melhores práticas de segurança cibernética.

Segundo Frederico Tostes, country manager da Fortinet Brasil e vice-presidente de Cloud para a América Latina e Canadá, a companhia atua para tornar possível um mundo digital em que todos possam confiar, e a parceria com a Prefeitura de Salvador contribui com esse objetivo e beneficia diretamente a população soteropolitana. “A Fortinet entende que a conscientização e a educação em segurança online são parte da sua responsabilidade social corporativa e um pilar fundamental para os governos. Como parte do nosso compromisso em aumentar esse conhecimento, disponibilizamos uma série de cursos gratuitos sobre segurança cibernética para que, não apenas profissionais de tecnologia, mas entidades governamentais e a sociedade, possam ampliar as suas habilidades técnicas”, ressaltou.

Titular da Semit, Samuel Araújo lembra que a Fortinet traz toda a parte de infraestrutura para a Prefeitura. "Vamos tornar Salvador uma cidade cada vez mais inteligente, com o uso racional da tecnologia, buscando melhorar as condições de vida do cidadão. O objetivo básico deste acordo tem três pilares: formação, capacitação e segurança. Então, vamos utilizar toda a estrutura da Fortinet, que fornecerá essa experiência em segurança, com treinamento para nossas equipes, de modo a colocar Salvador em um patamar de cidade digital de ponta, neste primeiro acordo celebrado por esta empresa na América Latina", salientou.

Neste primeiro momento, 1.500 livros infantis sobre segurança online serão distribuídos para escolas. O livro “Cyber Safe: Dicas de uma cachorrinha para segurança na Internet”, da Fortinet, narra de maneira lúdica pontos essenciais para preservar a segurança das crianças, como o compartilhamento de fotos e informações pessoais, o uso de senhas e o cyberbullying. Além disso, traz dicas para pais e responsáveis, que devem estar sempre atentos às atividades das crianças quando elas estão online. O livro também possui a versão digital, que já está disponível para uso.

A SEMIT e a Fortinet trabalharão em campanhas constantes de conscientização digital para que a população tenha acesso a informações sobre como identificar e se prevenir de ameaças online, como os criminosos cibernéticos trabalham e orientações para se manter seguro. As campanhas trarão temas como o que são os ataques usando “phishing”, que rouba informações pessoais, recomendações para a proteção e o uso de senhas fortes, segurança em compras online, boas práticas no uso de e-mails, entre outros.

“O desconhecimento dos riscos quando se está navegando na internet e de como agir em uma situação de vulnerabilidade aumenta a possibilidade de uma pessoa sofrer um ataque, seja em seu celular ou computador pessoal ou no computador das empresas e dos órgãos públicos. Quando entendemos isso, passamos a adotar uma cultura de segurança online que ainda é incipiente, mas este cenário está mudando e este projeto com a Prefeitura de Salvador é um grande exemplo”, lembrou Samuel Araújo.

 

Fonte: Correio

 

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