Sem
laboratório na escola, alunas de Adustina criam plástico biodegradável na
cozinha de casa
“Era apenas uma panela, uma colher e um sonho”,
brinca uma das alunas do Colégio Estadual Castro Alves. Elas precisam de
laboratório para ampliar pesquisa.
Sem laboratório, vidrarias e demais equipamentos
necessários numa pesquisa científica, três alunas do Colégio Estadual Castro
Alves, em Adustina, nordeste baiano, criaram um plástico biodegradável a partir
do feijão na cozinha de casa. “Era apenas uma panela, uma colher e um sonho”,
brinca Rayka Nobre Santana, 17, estudante do terceiro ano. Foi na cozinha da
casa dela que a maioria dos experimentos aconteceram junto com as colegas
Hewellynn Maytssa, 16, e Gezanna Viana, 17.
O objetivo era apresentar um projeto para a feira de
ciências do colégio, mas elas foram além. “A gente se bateu muito para
conseguir fazer isso. Já existiam outros plásticos biodegradáveis, mas a
depender do material usado, muda a quantidade. E nós demoramos dois meses para
achar a quantidade certa”, lembrou Hewellynn. O motivo da persistência foi a
originalidade do projeto.
“Possa até
ser que exista, mas o plástico biodegradável feito a partir da folha de feijão,
a gente não conseguiu achar em lugar nenhum. Achamos a partir de maracujá,
banana, pode existir de outras leguminosas... mas feijão foi algo que partimos
do zero mesmo”, conta.
O feijão foi escolhido não por acaso. Adustina,
localizada a 364 quilômetros de distância de Salvador, é conhecida por ser
referência na produção do alimento. “Nossas famílias têm plantações. A cidade é
bem rural, a gente produz alimentos e nossos pais são agricultores. Foi fácil
trabalhar com o feijão”, diz Hewellynn.
Embora a ideia do projeto tenha partido do trio, a
feira de ciências da escola foi uma ideia da professora de biologia Tatiane
Silva, que orientou as meninas. “Não só eu, mas também os outros professores
das demais áreas, como o de física e a de português, que ajudou na parte
textual, pois elas também precisaram entregar um relatório científico. Mas o
trabalho delas eu acompanhei de perto, pois desde o princípio era uma ideia
muito boa”, afirmou.
Outro ponto que estimulou a ideia inovadora foi o
tema escolhido da feira de ciências. Os grupos de alunos tiveram que tratar de
projetos relacionados a questões ambientais. “Escolhemos esse assunto devido a
toda problemática atual e por essa ser uma questão também muito recorrente na
prova do Enem. Elas tiveram a ideia de fazer o plástico biodegradável diante do
problema que é a demora para o plástico se decompor na natureza”, explica.
• Sem
laboratório
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente,
o plástico leva mais de 400 anos para se decompor. Já os plásticos
biodegradáveis levam alguns meses ou anos, a depender do material. No caso do
produto das alunas de Adustina, somente mais pesquisas poderão informar quanto
tempo o plástico delas vai levar para se decompor. Mas para isso ser feito,
elas relatam precisar de mais estrutura.
Para Rayka Nobre Santana, somente com mais estrutura
é que será possível chegar a um resultado maior com esse projeto. “A gente fez
em pequena escala, sem laboratório, na cozinha, mas acreditamos ser possível
desenvolver embalagens ou sacolas através desse plástico. Mas, para isso,
precisamos de um laboratório onde poderemos fazer mais pesquisas", conta.
Segundo as alunas, foram dois tipos de plástico
biodegradável feitos: o transparente, ideal para sacolas ou plástico filme, e o
feito com folhas de feijão, ideal para embalagens ou materiais mais
resistentes. Para a professora Tatiane Silva, uma estrutura adequada iria
reduzir o tempo que as alunas levaram para chegar no resultado.
“Seria perfeito se a gente tivesse um laboratório e
todos os equipamentos disponíveis. Para esse trabalho das meninas, os materiais
e vidrarias iriam adiantar muito o processo. Mas a gente não para por isso.
Continuamos ensinando através de metodologias ativas para experimentações. A
gente volta e meia tenta improvisar e acaba saindo coisas práticas”,
afirmou.
Agora, a meta do grupo é aprimorar a pesquisa,
apesar da falta de estrutura, e submeter o trabalho a outras feiras de ciência
a nível estadual e até nacional, como a Feira de Ciências, Empreendedorismo e
Inovação da Bahia (Feciba). “A gente tem muito incentivo para estudar. Apesar
de não ter estrutura, temos professores muito bons. Foram eles que nos
apresentaram o método científico e sabemos que podemos contar com eles para ir
além”, disse Hewellynn.
O CORREIO procurou a Secretaria da Educação da Bahia
para falar sobre se há prazo para ser colocado um laboratório na escola, mas
até o fechamento da reportagem não houve retorno.
Prefeitura
de Salvador vai treinar 20 mil professores e 115 mil alunos em segurança
cibernética
Um acordo de cooperação assinado nesta quarta-feira
(31) pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Inovação e
Tecnologia (Semit), e a Fortinet, vai garantir o fortalecimento da segurança
cibernética na gestão municipal da capital baiana. O plano de ação prevê um
treinamento, organizado pelo Fortinet Training Institute, sobre segurança
cibernética para cerca de 10 mil funcionários públicos, 20 mil professores da
rede municipal e 115 mil alunos. Além disso, a parceria prevê treinamentos para
a população, a partir de iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento,
Emprego e Renda (Semdec).
O acordo foi assinado pelo prefeito Bruno Reis, pelo
titular da Semit, Samuel Araújo, e pelo country manager da Fortinet Brasil,
Frederico Tostes, em solenidade no Palácio Thomé de Souza. A parceria com a
empresa, líder global em segurança cibernética, permite a criação de um
ambiente colaborativo para simplificar e integrar os sistemas da Prefeitura,
tornando-os mais eficazes e automatizando a detecção e a mitigação de ameaças
online.
Instituições governamentais são um dos principais
alvos de criminosos cibernéticos, que buscam afetar a segurança e os serviços
públicos em troca de algum ganho. Por isso, ferramentas abrangentes de
segurança online são fundamentais para que o poder público possa garantir a
disponibilidade de serviços à população de forma segura. Dentro do escopo de
integração dos sistemas, a Fortinet ainda fará um mapeamento de todas as
entidades municipais para construir um diagnóstico de vulnerabilidades
existentes e melhorias necessárias nas redes, além de ações recomendadas por
especialistas da companhia.
O prefeito destacou a importância da parceria com
uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo. “Com esse apoio da
Fortinet, estamos passando 800 km de infovias pela cidade, garantindo acesso
gratuito à internet em todos os prédios e logradouros públicos, conectando o
cidadão de forma mais organizada. Essa cibersegurança é fundamental para
garantir o funcionamento de áreas vitais da Prefeitura, além de proteger os
dados, pois sabemos o valor da informação. Então, trazemos maior segurança para
a Prefeitura também no ambiente digital”, afirmou.
“É o primeiro acordo de cooperação com um ente
público brasileiro. Isso mostra o quanto evoluímos neste sentido. Estamos
avançando. A Semit unificou todos os procedimentos deste setor, construindo uma
linguagem única para a Prefeitura, passando a saber tudo que ocorre em cada
área. Em breve, teremos a criação de um data center único, onde as informações
serão cruzadas, permitindo a elaboração de políticas públicas mais eficazes, a
partir de dados precisos sobre as demandas da população. Assim poderemos tomar
decisões de forma mais acertada”, acrescentou.
A partir de junho, o treinamento da Fortinet para
conscientização e capacitação em segurança cibernética já estará habilitado e
disponível na Prefeitura. Com o treinamento, os funcionários estarão aptos a
reconhecer ataques cibernéticos e evitar que o sistema da Prefeitura seja
vítima dessas ocorrências, bem como proteger a eles próprios e os seus
familiares. Os treinamentos do Fortinet Training Institute são certificados e
contam com ferramentas interativas, vídeos e testes de conhecimento que abordam
os principais conceitos, recomendações e as melhores práticas de segurança
cibernética.
Segundo Frederico Tostes, country manager da
Fortinet Brasil e vice-presidente de Cloud para a América Latina e Canadá, a
companhia atua para tornar possível um mundo digital em que todos possam
confiar, e a parceria com a Prefeitura de Salvador contribui com esse objetivo
e beneficia diretamente a população soteropolitana. “A Fortinet entende que a
conscientização e a educação em segurança online são parte da sua
responsabilidade social corporativa e um pilar fundamental para os governos.
Como parte do nosso compromisso em aumentar esse conhecimento, disponibilizamos
uma série de cursos gratuitos sobre segurança cibernética para que, não apenas
profissionais de tecnologia, mas entidades governamentais e a sociedade, possam
ampliar as suas habilidades técnicas”, ressaltou.
Titular da Semit, Samuel Araújo lembra que a
Fortinet traz toda a parte de infraestrutura para a Prefeitura. "Vamos
tornar Salvador uma cidade cada vez mais inteligente, com o uso racional da
tecnologia, buscando melhorar as condições de vida do cidadão. O objetivo
básico deste acordo tem três pilares: formação, capacitação e segurança. Então,
vamos utilizar toda a estrutura da Fortinet, que fornecerá essa experiência em
segurança, com treinamento para nossas equipes, de modo a colocar Salvador em
um patamar de cidade digital de ponta, neste primeiro acordo celebrado por esta
empresa na América Latina", salientou.
Neste primeiro momento, 1.500 livros infantis sobre
segurança online serão distribuídos para escolas. O livro “Cyber Safe: Dicas de
uma cachorrinha para segurança na Internet”, da Fortinet, narra de maneira
lúdica pontos essenciais para preservar a segurança das crianças, como o
compartilhamento de fotos e informações pessoais, o uso de senhas e o
cyberbullying. Além disso, traz dicas para pais e responsáveis, que devem estar
sempre atentos às atividades das crianças quando elas estão online. O livro
também possui a versão digital, que já está disponível para uso.
A SEMIT e a Fortinet trabalharão em campanhas
constantes de conscientização digital para que a população tenha acesso a
informações sobre como identificar e se prevenir de ameaças online, como os
criminosos cibernéticos trabalham e orientações para se manter seguro. As
campanhas trarão temas como o que são os ataques usando “phishing”, que rouba
informações pessoais, recomendações para a proteção e o uso de senhas fortes,
segurança em compras online, boas práticas no uso de e-mails, entre outros.
“O desconhecimento dos riscos quando se está
navegando na internet e de como agir em uma situação de vulnerabilidade aumenta
a possibilidade de uma pessoa sofrer um ataque, seja em seu celular ou computador
pessoal ou no computador das empresas e dos órgãos públicos. Quando entendemos
isso, passamos a adotar uma cultura de segurança online que ainda é incipiente,
mas este cenário está mudando e este projeto com a Prefeitura de Salvador é um
grande exemplo”, lembrou Samuel Araújo.
Fonte: Correio
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