671 declarações são
investigadas por esquema no Imposto de Renda na Bahia
A
Receita Federal deflagrou uma operação combater fraude na Declaração do Imposto
de Renda da Pessoa Física envolvendo 35.230 declarantes que informaram falsas
despesas de saúde. O objetivo era reduzir o imposto de renda devido.
As
investigações identificaram que esses contribuintes declararam, nos exercícios
de 2018 a 2022, aproximadamente R$ 350 milhões em despesas de saúde fictícias
para 472 profissionais liberais. Embora os profissionais tenham informado os
recebimentos em suas próprias declarações, a comparação com outros dados
fiscais, patrimoniais e financeiros levou a Receita a suspeitar que os
pagamentos eram fictícios. Na Bahia, são 671 declarantes investigados, 1.089
declarações, com um total de despesas de R$ 11.015.964.
Em
um dos casos, um fisioterapeuta do Mato Grosso declarou em 2021 ter recebido R$
4,4 milhões de clientes de sete estados distintos. Para receber o rendimento
declarado, seria necessário que ele trabalhasse 24 horas por dia, durante todos
os 365 dias do ano, cobrando em média R$ 502 por hora.
Em
outro caso, um odontólogo com domicílio fiscal no Rio de Janeiro declarou ter
recebido, de 2018 a 2022, cerca de R$ 5,5 milhões de clientes de 5 estados
distintos (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio de Janeiro e Roraima).
Como
alguns contribuintes recebem as restituições, fica a impressão de que o
intermediário entrega o que prometeu. No entanto, como a Receita Federal tem 5
anos para realizar a auditoria, é provável que a fraude seja identificada –
como ocorreu nessa operação.
A
Receita Federal intimará os declarantes e os profissionais de saúde
investigados a comprovar o pagamento e a prestação do serviço. No entanto,
enquanto não intimados, os contribuintes podem se autorregularizar,
apresentando declarações retificadoras.
Caso
não retifiquem as declarações, nem comprovem os pagamentos e a prestação dos
serviços, os contribuintes estarão sujeitos ao pagamento do imposto acrescido
de multa e juros, além de eventuais sanções penais e administrativas.
A
Receita Federal alerta aos contribuintes que desconfiem de pessoas que dizem
conhecer mecanismos para aumentar restituições de imposto de renda e recomenda
que, caso o contribuinte opte por não fazer a sua própria declaração, sempre
exija cópia das declarações entregues, para conferir o que foi informado.
Ø Band Bahia também é
investigada por suspeita de 'Golpe do Pix'
Uma
outra emissora de TV da Bahia é alvo de investigação por suspeita de praticar o
"Golpe do Pix". O escândalo da Record TV foi o primeiro a estourar,
no mês passado, e agora uma situação similar é apurada na Band Bahia.
A
Polícia Civil informou que o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio
recebeu uma denúncia referente a um golpe envolvendo doações via PIX, em um
programa de TV e está analisando a veracidade do caso. Não foram
informados mais detalhes, por se tratar de uma apuração preliminar.
A
polícia não informou o nome da TV envolvida, mas o CORREIO apurou que se trata
da Band Bahia. Contudo, no caso da emissora a suspeita envolve um programa
terceirizado, que não é de responsabilidade do núcleo jornalístico.
O
CORREIO entrou em contato com a assessoria de imprensa da Band Bahia, que
informou que não vai comentar o caso.
·
Caso Record
No
início do ano, estourou o caso envolvendo a Record TV. O repórter Marcelo
Castro e um produtor do Balanço Geral foram demitidos por suspeita de
participação no esquema.
Nesta
quarta-feira (3), Castro foi até a delegacia que investiga a suposta fraude
para pedir informações sobre o caso. Ele, mais uma vez, negou participação no
esquema.
"Apesar
de não ter sido intimado, eu respeito a Polícia Civil e o trabalho do delegado
Charles Leão por isso compareci a delegacia hoje ao lado do meu advogado Marcos
Rodrigues para buscar informações e prestar esclarecimentos. Eu ainda não fui
ouvido, mas estou a disposição", disse ele.
Marcelo
também desabafou sobre os ataques que tem sofrido nas redes sociais e nas ruas.
"Tem o trabalho de investigação e quem pode falar algo é a Polícia Civil.
Não fulano ou ciclano, pessoas querendo aparecer", afirmou.
Ø
Febraban
informa que bancos deixarão de oferecer DOC até fevereiro de 2024
Após
39 anos de existência, o Documento de Ordem de Crédito (DOC) deixará de ser
oferecido pelos bancos associados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
até 29 de fevereiro de 2024. Também será extinta a Transferência Especial de
Crédito (TEC), feita exclusivamente por empresas para pagar benefícios aos
funcionários.
De
acordo com a entidade, a extinção das duas modalidades se dá pela queda na
utilização, e também pelo menor custo-benefício aos clientes. Atualmente,
segundo a Febraban, sistemas como o da Transferência Eletrônica Disponível
(TED) e o do Pix apresentam maior rapidez e conveniência.
Levantamento
da Febraban com base nos dados do Banco Central aponta que em 2022 foram
realizadas 59 milhões de transações através do DOC, apenas 3,7% do total
registrado no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Ficou atrás inclusive dos
cheques, utilizados em 202,8 milhões de operações.
A
TED, que continuará funcionando, teve 1,01 bilhão de operações, e o Pix, o meio
de pagamento mais utilizado do País, 24 bilhões.
"Com
o surgimento do Pix e a alta movimentação bancária com menores taxas, tanto a
TEC quando o DOC deixaram de ser a primeira opção dos clientes, que têm dado
preferência ao Pix, por ser gratuito e instantâneo", afirma em nota o
presidente da Febraban, Isaac Sidney. "A Febraban e os bancos estão
constantemente avaliando a modernização e atualização de todos os meios de
pagamentos utilizados no País, a fim de melhorar a conveniência para os
clientes."
·
Cronograma
A
Febraban informou os prazos para o encerramento das duas funções. Segundo a
entidade, os bancos terão de encerrar a oferta de serviços DOC aos clientes até
as 22 horas do dia 15 de janeiro de 2024.
Até
esta data, os DOCs emitidos por pessoas físicas ou jurídicas poderão ser
agendados com liquidação até a data de fechamento do sistema, ou seja, 29 de
fevereiro do ano que vem. Nesse mesmo dia, os bancos fecharão os sistemas de
recebimento e processamento tanto do DOC quanto do TEC.
·
Histórico
O
DOC foi criado pelo BC em 1985, e permite a transferência de recursos entre
contas de diferentes titularidades, mas o crédito na conta do beneficiário
ocorre apenas no dia útil seguinte à data de emissão. Além disso, as
transferências via DOC têm limite de R$ 4.999,99. A TED, que cai no mesmo dia a
depender do horário de realização, não tem limite.
Já
a TEC foi criada pelo BC em 2006, concorrendo, à época, com o DOC. A diferença
era a possibilidade de transferir recursos para várias contas ao mesmo tempo, o
que permitia, por exemplo, a distribuição de salários de uma folha de
pagamento, e creditava os recursos no mesmo dia.
Ambas
as operações são cobradas pelos bancos, sendo que cada um define as taxas
praticadas ou a inclusão de uma determinada quantidade de operações em pacotes
mensais de conta corrente.
Fonte:
Correio
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