Perda de relevância da França espelha
decadência da Europa na geopolítica global, dizem analistas
Em entrevista à
Sputnik Brasil, especialistas apontam que a influência em queda da França como
ator global relevante é um sinal de que a Europa caminha para se tornar um
continente cada vez mais dispensável nas relações políticas e econômicas.
O presidente francês,
Emmanuel Macron, tem ganhado destaque nos noticiários nas últimas semanas.
No início de março,
ele irritou seus parceiros da União Europeia (UE) ao afirmar que a Europa não
pode ser "covarde" em relação ao conflito ucraniano e sugerir o envio
de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para lutar pelo
regime de Kiev, o que na prática desencadearia um conflito global.
Posteriormente, ele
causou polêmica ao postar em suas redes sociais um vídeo com ajuda humanitária
da França sendo lançada por via aérea, à Faixa de Gaza, em meio à ofensiva
israelense no enclave, sendo acusado de hipocrisia pelo fato de a França ser um
dos países fornecedores de armas a Israel.
Mais recentemente,
Macron veio ao Brasil para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, marcado por trocas de declarações afetivas.
Em entrevista à
Sputnik Brasil, analistas apontam que essa postura mais atuante de Macron no
cenário internacional, baseada em uma liderança forçada, é fruto de problemas
internos e externos que não afetam apenas a França, mas vários países da
Europa, e sinalizam o declínio da relevância do continente na geopolítica
global.
·
Qual a importância do continente europeu
para o mundo?
Afonso de Albuquerque,
professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal
Fluminense (PPGCOM/UFF), afirma que, para entender a situação de Macron,
"vale a pena começar pelo problema macro", pois segundo ele "não
dá para pensar a situação da França atual sem pensar a questão da União
Europeia".
"Quando a gente
fala em União Europeia, […] fala em um corte. Porque quando a União Europeia
surge, absorve todas as unidades. Então a capacidade de qualquer país do bloco
de fazer política externa independente não é eliminada, mas é limitada em algum
grau, já que agora existe uma macroestrutura, que é a União Europeia. […] Parte
do esforço da França será voltado para manter a União Europeia. E aí é preciso
ver que a França é um país que vive um processo contínuo de degradação da
posição externa ao longo do último século."
Ele acrescenta que,
desde o fim da Segunda Guerra Mundial, "a França experimenta um processo
de declínio relacionado ao fim da colonização formal e ao avanço dos Estados
Unidos como líder do campo ocidental", o que colocou a Europa em posição secundária.
Somada a isso, está a
perda acelerada da relevância econômica não apenas da França, mas também da
Alemanha.
"A Alemanha hoje
está decaindo aceleradamente de sua condição de superpotência industrial, tanto
devido aos problemas de acesso a combustível e energia, não provocados, mas
agravados pela guerra entre Rússia e Ucrânia e a posição que a Alemanha tomou
[no conflito], mas também devido à perda de competitividade em termos mais
gerais, causada pelo fato de que a Ásia produz mais barato, de que a própria
Alemanha e outros países europeus levam suas fábricas para fora do seu próprio
país em busca de maior lucratividade."
Ele afirma que outro
fator que levou ao declínio europeu é a ascensão de novos atores, sobretudo do
Sul Global, que ganharam relevância na comunidade internacional, como China,
Rússia, Brasil e Índia.
"A posição que o
Brasil desempenha no BRICS […] é muito subestimada. O Brasil é o país do BRICS
com o maior poder de interlocução global", explica.
Albuquerque acrescenta
que Lula atualmente tem uma posição muito invejável, com capacidade de não
sujeitar o Brasil à submissão europeia.
"É a posição de
você poder ser do BRICS, poder dizer 'Não vamos apoiar a Ucrânia' e, mesmo
assim, a Europa dizer 'Ok'. Porque a posição do Brasil não é mais a posição
colonial de autocolonização, de submissão internacional que já foi no passado.
E isso é interessante porque torna o Brasil um país mais confiável do que um
país submisso. Porque se o Brasil fosse submisso, se o Brasil cedesse à Europa
em tudo o que ela quisesse, […] não valeria tanto para a Europa quanto
vale."
Segundo Albuquerque,
todos esses fatores fizeram cair por terra "a ideia de superioridade que
muitos europeus, acima dos 40 anos, ainda cultivam, expressa pelo chefe de
política externa da UE, Josep Borrell, que em 2022 causou polêmica ao afirmar
que 'a Europa é um jardim, o mundo é uma selva'".
·
Qual a raiz do encolhimento da França na
África?
Natali Hoff,
professora de relações internacionais e ciência política do Centro
Universitário Internacional (Uninter), afirma que a perda de influência da
França entre ex-colônias na África também é um reflexo do declínio europeu.
"No caso francês,
quando a gente pensa nessa perda de relevância geopolítica, para mim fica
evidente as relações com essa África francófona. Nos últimos anos, a França tem
tido muitos reveses, muitas perdas estratégicas e políticas, principalmente nos
países da região do Sahel que foram colônias francesas e que a França, depois
do processo de independência, se estabeleceu como a potência que ali
influenciava e tinha vantagens para utilizar os recursos, explorava esses
países", explica.
"Nos últimos
tempos, a gente assistiu a uma série de golpes de Estado que subverteram
governos, alguns governos até autoritários e longos, e a instalação de novos
grupos com outra visão sobre a influência francesa, uma visão mais
negativa", acrescenta a especialista.
Hoff afirma que a
perda da influência francesa sobre essas regiões é bem significativa porque
afeta a exploração econômica de recursos muito sensíveis e leva a França
"a costurar novas parcerias e novos acordos para poder substituir esses
recursos".
A especialista afirma
ainda que as recentes atitudes de Macron buscam "cavar um pouco mais de
protagonismo para essa França que vem perdendo relevância, mas que também é
algo que se observa com relação a toda a Europa".
"Ela [a Europa]
já não é tão relevante quanto outros atores, como […] China e Estados Unidos.
Militarmente, também não é tão relevante quanto a Rússia. Acho que essa perda
de relevância geopolítica da França é meio que um sintoma que a gente vê com todos
os países da Europa, e que ficou mais evidenciado ainda quando a gente começou
a ver as críticas dos países do Sul Global ao histórico de exploração
econômica, ao fato de que as instituições liberais, multilaterais, pensadas
para definir questões internacionais, muitas vezes atendem mais aos interesses
dos países desenvolvidos, entre eles os da Europa, também questionando a
hipocrisia dos países europeus com relação ao conflito entre Israel e Hamas em
Gaza, onde se observa que aqueles mesmos países que defenderam a Ucrânia, que
defendem os direitos humanos de maneira tão veemente, não se posicionam do
mesmo modo com as violações constantes que a gente tem visto acontecer em Gaza,
cometidas pela parte de Israel."
Quanto à perda de
influência da França na África, Estevão Chaves de Rezende Martins, professor do
Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), destaca
que no espectro político europeu ainda há quem considere que "a imigração
clandestina, o islamismo e o fanatismo terrorista são a fonte e o resultado de
todos os males".
"Majoritariamente,
o país [França] é europeísta — consciente, bem ou mal, que no século 21, fora
da integração não há salvação. As eleições para o Parlamento europeu servirão
de termômetro do sentimento social e político em todos os 27 membros", diz
Martins.
Ele afirma que, apesar
das declarações que irritaram países da UE sobre o envio de tropas à Ucrânia,
"Macron é um europeísta convicto e, mesmo quando toma a iniciativa de
falar de forma ousada, sempre busca negociar com os demais países da UE e da OTAN".
Segundo Martins, a
postura calorosa de Macron durante sua visita ao Brasil reflete uma tentativa
de se reaproximar do país após anos de afastamento.
"Houve uma
paralisia geral das relações entre os dois países, agravada pelo fato de [Jair]
Bolsonaro, com sua usual incivilidade, haver ofendido a esposa de Macron no
plano pessoal. A eleição do presidente Lula foi saudada efusivamente pelo
governo francês, apontando para um aquecimento e cooperação relançadas, acordo
do Mercosul excluído.
·
Movimento de ruptura com a França pode
chegar à Guiana Francesa?
Questionado se essa
tendência de busca pela ruptura com a França pode alcançar a Guiana Francesa,
vizinha do Brasil e território ultramarino da França, Martins diz descartar
essa hipótese.
"Improvável. O
problema da Guiana, com cerca de 300 mil habitantes, agora está mais na invasão
de gangues armadas, originadas no território do Brasil, de garimpeiros ilegais,
traficantes de armas e de drogas. [...] Não se tem notícias de associação entre
a Guiana [Francesa] e as políticas dos Estados africanos."
Albuquerque, por sua
vez, afirma não considerar essa hipótese em curto prazo. Ele aponta que a
Guiana Francesa é um território colonial da França, com uma boa relação com a
metrópole e algumas vantagens garantidas, como o valor do salário, que é pago
em euro, o que tem levado muitos brasileiros a migrarem para o país.
Porém, ele sublinha
que em longo prazo, em um "espectro de decadência da França, é possível
imaginar que sim, uma vez que as vantagens do laço com a metrópole não estejam
mais presentes".
"Eu imagino que a
França, ou seja, o que o Macron está fazendo, é administrar uma queda. As
relações econômicas do mundo, cada vez mais vão dispensar a Europa. A Europa
vai se transformar num continente dispensável. É o que eu vejo para as próximas
décadas. As relações globais vão passar longe dali. E quando isso acontecer, de
fato, perde-se todo o poder. Historicamente, isso aconteceu em todos os
impérios. E não há razão para imaginar que a Europa será muito diferente
disso."
Ø China ultrapassa EUA como parceiro preferido do Sudeste Asiático
A China destronou os
EUA e se tornou a principal escolha de alinhamento para os países do Sudeste
Asiático, à medida que Washington perde terreno em uma série de questões
fundamentais, desde o envolvimento econômico regional até a guerra entre Israel
e Hamas, indicou nova pesquisa asiática.
Um inquérito,
publicado nesta terça-feira (2) e realizado pelo Instituto ISEAS-Yusof Ishak,
mostra a popularidade da China em uma corrida "tête-à-tête" com os
Estados Unidos subindo de 38,9% no ano passado para 50,5% neste ano.
A pesquisa de 2023
mostrou que 38,9% preferiram a China e 61,1% escolheram os EUA. A sondagem foi
realizada entre 3 de janeiro e 23 de fevereiro, coletando respostas de 1.994
pessoas.
Entre os
entrevistados, 33,7% eram do setor privado; 24,5% do governo; 23,6% da
academia, grupos de reflexão e instituições de pesquisa; 12,7% de organizações
não governamentais e meios de comunicação; e os restantes 5,6% de organizações
regionais ou internacionais.
Entre os dez países da
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o possível alinhamento com
os chineses foi mais evidente entre os entrevistados da Malásia, com 75,1%,
seguido pela Indonésia e Laos com 73,2% e 70,6%, respectivamente.
"A confiança nos
EUA diminuiu. Isso pode ser atribuído em parte à crescente rivalidade entre a
China e os EUA, que levou a um aumento da ansiedade relativamente à crescente
influência estratégica e política dos EUA", afirma o relatório.
Em análise, a
Bloomberg acredita que as nações do Sudeste Asiático abraçaram amplamente
Washington como uma presença de segurança necessária, mas a região também conta
com Pequim como um importante financiador e parceiro comercial, em uma altura
em que os líderes regionais procuram novos
Os habitantes do
Sudeste Asiático também estão "cada vez mais inseguros" sobre a
eficácia do Quadro Econômico Indo-Pacífico para a Prosperidade (IPEF, na sigla
em inglês), um esforço liderado pelos EUA para aumentar o comércio que tem sido
criticado pela sua falta de acesso significativo ao mercado, relata a mídia.
Em termos gerais,
"há um sentimento crescente de otimismo entre os asiáticos do sudeste
relativamente às suas futuras relações com a China", afirma o relatório,
acrescentando que "as Filipinas emergiram como as mais cautelosas".
A última sondagem
também coloca o conflito Israel-Hamas no topo da lista de preocupações
geopolíticas da região, com uma grande proporção de entrevistados preocupados
com o fato de "o ataque de Israel a Gaza estar indo longe demais".
Quase um terço dos
inquiridos receava que a guerra no Oriente Médio catalisasse o aumento de
atividades extremistas, enquanto a diminuição da confiança no direito
internacional e em uma ordem baseada em regras era a segunda principal
preocupação.
"[...] apesar da
distância geográfica, o conflito repercutiu fortemente nesta região
diversificada, multirracial e multirreligiosa", afirma a pesquisa.
·
China se opõe à relatório dos EUA
Também nesta
terça-feira (2), o Ministério do Comércio da China disse que se opõe firmemente
ao Relatório de Estimativa Comercial Nacional dos EUA sobre Barreiras ao
Comércio Exterior, divulgado em 31 de março, que disse "listar a China
como um país de principal preocupação".
O documento "não
forneceu nenhuma evidência para provar que as políticas e práticas relevantes
da China violavam as regras da Organização Mundial do Comércio [OMC], mas
acusou arbitrariamente a China de ter as chamadas políticas e práticas 'não
mercantis' e barreiras em produtos agrícolas e políticas de dados", disse
um porta-voz do ministério em comunicado, citado pela Reuters.
Os EUA deveriam parar
de fazer "falsas acusações" contra outros países, respeitar as regras
da OMC e manter uma ordem comercial internacional justa, acrescentou o
porta-voz.
Ø
Deputados russos denunciam 'grupo criminoso
organizado' com responsáveis de EUA, OTAN e Ucrânia
Após o ataque
terrorista ao Crocus City Hall, vários deputados da Duma (câmara baixa do
Parlamento russo) enviaram uma petição à Procuradoria-Geral para solicitar a
ajuda de Estados estrangeiros na investigação do financiamento do terrorismo
pela Ucrânia.
Os parlamentares pedem
para "considerar essa declaração como uma denúncia de crime, investigar os
fatos de organização e financiamento do terrorismo, enviar pedidos de ajuda a
Estados estrangeiros para investigarem os fatos de financiamento do terrorismo".
"A declaração
descreve fatos e eventos que confirmam a existência de um grupo criminoso
organizado [terrorista] que inclui altos funcionários dos EUA, líderes do bloco
político-militar da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], parceiros
comerciais ucranianos de [Joe] Biden, líderes políticos da Ucrânia e
funcionários da Direção Geral de Inteligência e Serviço de Segurança […] do
Ministério da Defesa ucraniano", detalha o documento.
Os signatários também
apelam ao Comitê de Investigação e ao Gabinete do Procurador-Geral da Rússia
para "solicitarem aos Estados estrangeiros que adotem medidas para
identificar, detectar, bloquear ou deter fundos utilizados ou alocados para
cometer crimes terroristas e exigir a condenação ou extradição de pessoas
envolvidas no financiamento do terrorismo".
Ao mesmo tempo, os
deputados pedem aos órgãos citados que "levem à Justiça pessoas singulares
e coletivas envolvidas no financiamento do terrorismo" e informem o
público sobre os fatos apurados e as decisões tomadas.
A declaração foi
assinada, entre outros, pelo chefe do Comitê da Duma para o Extremo Oriente e
antigo candidato à presidência russa, Nikolai Kharitonov, pelo filósofo
Aleksandr Dugin e pelo antigo membro da Verkhovna Rada da Ucrânia (parlamento
unicameral ucraniano) Andrei Derkach.
A petição também foi
enviada ao Escritório Federal de Justiça da Alemanha, ao Departamento de
Justiça dos Estados Unidos, ao Ministério da Justiça e Ordem Pública de Chipre
e ao Ministério da Justiça da França.
Esse pedido é uma
consequência, considerando a série de ataques terroristas perpetrados em
território russo, como o ataque à Câmara Municipal de Crocus, os ataques contra
líderes políticos e figuras públicas russas, bem como os constantes
bombardeamentos das regiões do país que fazem fronteira com a Ucrânia.
Moscou forneceu
repetidas provas do envolvimento de Kiev e de seus apoiadores ocidentais,
incluindo os Estados Unidos, nesses atos. A Ucrânia e o Ocidente, por outro
lado, negam o seu envolvimento.
¨ Ante eventual volta de Trump, OTAN corre para aprovar medidas
que deixam ajuda a Kiev sob sua chefia
Uma delas foi sugerida
pelo secretário-geral, Jens Stoltenberg, o qual propôs estabelecer um fundo de
contribuições quinquenal no valor de US$ 100 bilhões (R$ 505 bilhões) para o
país do Leste Europeu.
Os membros e aliados
da Aliança Atlântica ainda estão discutindo a proposta de Stoltenberg e
qualquer mecanismo de contabilidade, incluindo a possibilidade de incluir a
ajuda bilateral à Ucrânia no montante global, segundo fontes ouvidas pela
Bloomberg.
Como parte do pacote,
a OTAN também poderia assumir as funções operacionais do Grupo de Defesa de
Contato da Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos, que coordena as entregas de
armas de cerca de 50 países para Kiev.
Com o comandante
supremo aliado da OTAN, general Chris Cavoli, na chefia, tal medida poderia
proteger a estrutura de qualquer mudança política que possa resultar após as
eleições norte-americanas de novembro.
A perspectiva do
regresso de Donald Trump desencadeou um aumento do debate entre os aliados
sobre o que a Europa deveria fazer para garantir que Washington continue a
investir na segurança transatlântica, relata a mídia.
O possível retorno do
republicano também levantou preocupações entre as autoridades europeias de que
Trump poderia retirar a ajuda dos EUA à Ucrânia à luz dos comentários de que
tentaria "acabar com a guerra em um dia".
A agência
norte-americana analisa que se os aliados apoiarem a proposta de Stoltenberg,
uma medida da OTAN para assumir um papel mais ativo na ajuda à Ucrânia marcaria
uma mudança de paradigma para a aliança militar, que anteriormente se
distanciou desses esforços para evitar ser potencialmente arrastada para uma
guerra mais ampla com a Rússia.As discussões ocorrem na semana em que os
ministros das Relações Exteriores da aliança se reúnem em Bruxelas, quarta (3)
e na quinta-feira (4), para celebrar o 75º aniversário da aliança, em 4 de
abril.
Porém, a proposta do
fundo e da chefia do grupo de contacto que precisa da aprovação dos 32
Estados-membros da OTAN, provavelmente mudará antes que os líderes concordem,
disseram as fontes.
Fonte: Sputnik Brasil
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