quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Prêmio Nobel da Mentira

Os bolsonaristas, a exemplo do chefe deles, são cultores da morte, propagadores do ódio, dinheiristas, sem escrúpulos e fascistas, mas, principalmente, mentirosos. São filhos e dependentes das histórias que criam e que passam como verdade para um bando de seguidores alienados, fanáticos e sem nenhuma capacidade de fazer qualquer análise crítica. É realmente feliz a comparação desse grupo com o gado no pasto, tangidos por um berrante. 

Tenho dito que é muito difícil enfrentar, na política e na vida, pessoas sem o menor critério ético nas discussões. Quando o seu adversário faz uso contumaz da mentira e ousa dar ao fato falso um ar de verossímil, a hipótese de um debate sério e honesto se esvai completamente.

Bolsonaro passou todo o seu governo amparado em fake news que constrangiam qualquer cidadão que tem vergonha na cara. Simples assim. Foram milhares de ataques aos fatos coordenados por um gabinete do ódio que, meticulosamente, distribuía inverdades com objetivo político. 

Ele próprio é o resumo dessas histórias inventadas. Tendo sido um deputado federal por 28 anos, apresentou-se como um não político e alguém contra a política tradicional. Ele se dizia o novo e não teve pejo em investir numa imagem para arrebatar os incautos ávidos para serem tangidos.

No triste episódio desta guerra insana entre Israel e Palestina, mesmo com todo o horror das milhares de mortes de crianças, jovens civis, médicos, jornalistas e mulheres, os bolsonaristas querem se aproveitar da dor e da comoção pública para espalharem mentiras e posarem de heróis. Fracos de caráter, mesquinhos e canalhas. Surfam em fake news irresponsáveis que são espalhadas para demonstrar um lado humanista que, definitivamente, não existe nesses seres escatológicos.

Quando era Presidente da República, Bolsonaro foi peremptório ao se negar a dar assistência humanitária aos brasileiros na crise sanitária na China e na guerra da Ucrânia, só para citar dois exemplos. Desdenhou dos brasileiros de forma irônica e vulgar.

De maneira sórdida, cruel. Na verdade, seguiu a mesma linha que assumiu no enfrentamento da pandemia no Brasil, quando ridicularizava a dor e o desespero dos que morriam sem ar. Também não esqueceremos o sadismo oficial em negar aos milhões de brasileiros o direito à vacina. Com ironia e sarcasmo, caçoava dos que falavam em nome da vida e da ciência.

Esse grupo, responsável pela política da mentira, quer agora assumir a paternidade no resgate dos brasileiros em Israel e na Faixa de Gaza. Após um encontro com o embaixador de Israel no Brasil, e ao ver o sucesso das negociações do governo Lula repatriando os brasileiros, o próprio Bolsonaro ligou para a CNN e disse que foi dele o sucesso da operação.

E é seguido nas redes sociais pelos acéfalos Sérgio Camargo, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e outros que, há muito, perderam a noção do ridículo. Eles chegaram a propor que ele se candidate ao prêmio Nobel da Paz! Não há limites para a humilhação e para o deboche. 

O fato objetivo é que o governo brasileiro conseguiu trazer mais de 1.450 brasileiros que estavam em Jerusalém, Israel. Foram mais de dez viagens humanitárias, sem nenhum custo para o cidadão que estava sendo salvo. O próprio avião presidencial ficou à disposição do plano de resgate em paz.

No entanto, no meio insano e no mundo à parte da realidade, que é habitado pelos bolsonaristas bizarros, no qual a mentira é a única forma de comunicação, o herói da salvação dos brasileiros é o genocida ex-presidente. Alguns lunáticos permitem dividir a glória com o prefeito de Sorocaba, que disse que foi o responsável pelo envio do avião da presidência. 

Difícil conviver com essa gentalha. Em qualquer debate tem que haver regras, ainda que mínimas, que possam dar um norte de seriedade, ética e respeito. Quando se enfrenta os bárbaros, para eles, esses são conceitos líquidos que nunca poderão ser sequer levados em conta. É a mentira o mais forte mantra. E nós temos que nos afastar dessas baixarias, pois, se usarmos os meios da barbárie, mesmo para combatê-la, eles terão vencido, porque estaremos nos rebaixando e nos igualando a eles.

Remeto-me a Clarice Lispector:

“O pior de mentir é que cria falsa verdade. (Não, não é tão óbvio como parece, não é truísmo; sei que estou dizendo uma coisa e que apenas não sei dizê-la do modo certo, aliás o que me irrita é que tudo tem de ser “do modo certo”, imposição muito limitadora.) O que é mesmo que eu estava tentando pensar? Talvez isso: se a mentira fosse apenas a negação da verdade, então este seria um dos modos (negativos) de dizer a verdade. Mas a mentira pior é a mentira “criadora”.”

 

Ø  Polícia Federal deve indiciar Bolsonaro em inquéritos das fake news e das milícias digitais

 

A Polícia Federal (PF) deve concluir no início de 2024 os inquéritos das fake news e das milícias digitais e indiciar Jair Bolsonaro (PL) na esfera criminal, o que pode levar o ex-presidente à prisão. As informações são de Aguirre Talento, no portal Uol nesta terça-feira (26).

Segundo os investigadores, até o momento há elementos para indiciar o ex-presidente por crimes como organização criminosa, peculato (desvios de recursos públicos) e atos contra o Estado Democrático de Direito. No entanto, a decisão sobre os crimes que serão imputados a Bolsonaro só se darão ao final do inquérito.

A PF acredita que com Paulo Gonet, que substituiu Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), os inquéritos devem ter rápida tramitação até serem julgados.

No inquérito das milícias digitais, os investigadores se desdobram em cinco linhas de investigação: ataques a opositores, ataques às urnas eletrônicas e ao Judiciário, tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, propagação de fake news sobre a Covid-19 e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens indevidas.

Os inquéritos criminais contra Bolsonaro ganharam impulso após a delação do ex-ajudante de ordens, o tenente coronel Mauro Cid. 

·        Ofensiva no TSE

Na Justiça Eleitoral, que condenou Bolsonaro à inelegibilidade até 2030, a defesa do ex-presidente prepara uma ofensiva para tentar reverter o quadro até 2026 e tentar deixá-lo apto para uma possível nova disputa contra Lula nas eleições presidenciais.

A estratégia é liderada pelo ex-Secretário de Comunicação (Secom) da Presidência, que faz parte do corpo de advogados de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.

Ele foi escalado pelo ex-presidente para construir pontes com o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo principal de tentar reverter a inelegibilidade.

Segundo informações de Bela Megale, no jornal O Globo, Wajngarten tenta se aproximar da corte via ministro Gilmar Mendes, com quem teria tido ao menos dois encontros nas últimas semanas - um deles em área reservada a autoridades em um aeroporto de São Paulo.

Além de tentar reverter a inelegibilidade, Wajngarten também busca reaver as armas e objetos de ex-assessores que foram apreendidos em operações da Polícia Federal - além de tentar reconduzir alguns dos auxiliares para a assessoria do ex-presidente.

 

Ø  Bolsonarista convoca "vaquinha" para assassinar presidente Lula

 

Um homem, identificado como André Luiz no X (antigo Twitter), propôs a realização de uma “vaquinha” para contratar um sniper e assassinar o presidente Lula durante a sua folga em uma praia controlada pelas Forças Armadas.

O comentário foi uma resposta a uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). "Precisamos fazer uma vaquinha para pagar um mercenário com um rifle de precisão", escreveu o homem. 

O ministro interino da Justiça, Ricardo Cappelli, ao tomar conhecimento da grave ameaça ao presidente da República, revelou que determinou à Polícia Federal que investigue o caso.

"Estou encaminhando hoje à Polícia Federal uma determinação para que apure a ameaça feita ao presidente Lula nas redes sociais, fazendo alusão a 'rifle de precisão' e 'vaquinha para tal'. As redes sociais não são e não serão um terreno de incentivo a crimes contra as autoridades", declarou Ricardo.

Após a repercussão do caso, o usuário identificado como André Luiz admite que errou, mas debocha da decisão do Ministério da Justiça de investigá-lo. "Diante dos últimos ocorridos, podemos chegar a uma conclusão: eu errei? Sim! Eu contrataria um mercenário para eliminar um Presidente da República? Não, afinal, gastaria o dinheiro em outra coisa".

 

Fonte: Por Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, em O Cafezinho/Fórum

 

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