Sedentarismo pode ser tão perigoso à saúde quanto fumar, diz estudo
Está longe de cumprir com uma rotina de exercícios
físicos no seu dia a dia? Está na hora de rever as suas escolhas. Ainda mais
depois de um estudo de pesquisadores da Pennington Biomedical Research Center e
Arnold School of Public Health, University of South Carolina. Onde as
instituições estadunidenses compararam inatividade física e sedentarismo com
hábito de fumar.
• Relação
da inatividade física e sedentarismo com hábito de fumar
Esse trabalho de pesquisa mencionou que o tempo
entregue para comportamento sedentário em níveis de atividade física e aptidão
cardiorrespiratória se relacionam com as taxas de mortalidade.
O levantamento citou na sequência a inatividade
física com efeito deletério equiparado ao tabagismo e obesidade e a estimativa
global que 9,4% de todas as 57 milhões de mortes no mundo do ano de 2008 podem
ser atribuídas para inatividade física, o que significa mais de 5 milhões de
óbitos pelo planeta.
Há ainda na sequência o acréscimo de que também se
relaciona com os riscos de obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão,
doenças cardiovasculares, fragilidade vinculada ao envelhecimento e câncer.
Diante dessas constatações, o que sobra é a
recomendação de ao menos 250 minutos
de exercícios físicos em média e alta intensidade, que associam força e atividades cardiorrespiratórias, para que um
sujeito não seja sedentário.
• Os
reforços dos autores
Os estudiosos apontaram que essas diretrizes não sugerem
recomendações sobre tempo sedentário ou metas para níveis de aptidão
cardiorrespiratória. Ou seja, é interessante para a prevenção de doenças,
envelhecimento tranquilo e redução da mortalidade prematura ampliar o foco da
mensagem de saúde pública.
Dessa maneira, o objetivo da saúde pública seria
não só incluir mais exercícios físicos. Mas também uma proposta de menos tempo
sentado e com maior aptidão cardiorrespiratória.
• A
visão do cardiologista sobre inatividade física e sedentarismo com hábito de
fumar
“A falta de atividade física regular pode ser tão
prejudicial à saúde quanto o tabagismo? Bom, basicamente um corpo que não se
mexe, né. É um corpo que não tem todos aqueles benefícios e não tem um
condicionamento cardiovascular adequado. A resposta: a descarga de adrenalina
desse corpo é maior. Você acaba tendo uma lesão na superfície dos vasos, que a
gente chama de endotélio e acaba sendo mais exacerbada nos pacientes
sedentários. Então, o corpo dele fica mais doente”, respondeu com exclusividade
para o Sport Life o cardiologista dos Hospitais Universitário Cajuru e São
Marcelino Champagnat Dr. Gustavo Lenci Marques.
É adepto do tabagismo, de um longo tempo de
sedentarismo e com direito a uma alimentação inadequada? Calma que há uma
solução proposta pelo doutor Gustavo para abandonar esses hábitos.
“Eu coloco aqui que parar de fumar e praticar
exercício é também uma dieta, né? Uma dieta adequada com menos produtos
industrializados e menor consumo calórico. São os três pilares: uma alimentação
saudável, não fumar e praticar exercício por uma vida longa”, encerrou Lenci
Marques.
Brasil
segue sendo exemplo, mas o cigarro avança no país, diz OMS
Apesar do sucesso das políticas públicas de combate
ao cigarro, 10% da população adulta brasileira ainda fuma diariamente no país.
É o que aponta o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o
combate à epidemia de tabaco, divulgado nesta segunda-feira (31/7).
O documento faz um panorama global do combate ao
cigarro e aponta o Brasil como um dos melhores exemplos de sucesso. Os técnicos
alertam, entretanto, que as políticas públicas do país estão estagnadas. A
maioria das leis (inclusive a anti-tabaco e a de distribuição de nicotina a
dependentes) foram implementadas entre 2002 e 2015 e desde então há novas
iniciativas.
Além disso, mesmo com a taxação de mais de 80% de
impostos sobre o cigarro, o produto se tornou mais barato no país nos últimos
anos em relação ao que era há uma década (comparando os valores em dólares).
Além do Brasil, apenas outros oito países ficaram com cigarros
proporcionalmente mais baratos nos últimos anos.
• Cigarro
e vape avançam no país
O relatório denuncia ainda que apesar de o cigarro
estar banido de todos os ambientes fechados no país, em bares e boates, o
respeito social a esta norma é de nota seis de um máximo de 10. No transporte
público, por exemplo, o Brasil alcançou a nota máxima e em restaurantes ficou
com nove.
O relatório aponta que parte desta ameaça pode
estar nos cigarros eletrônicos. Os vapes quebram as barreiras de publicidade e
conseguem um alto engajamento com a juventude. Apesar de seu uso estar sendo
proibido em muitos países, como já é no Brasil, para a OMS os vapes são a maior
ameaça recente às políticas anti-tabagistas.
“Os vapes atingem especialmente crianças e
adolescentes ao serem disponibilizados com sabores e visuais atraentes.
Surpreendentemete, muito pouco tem sido feito no mundo para proteger os menores
destes dispositivos”, diz o relatório.
Políticas públicas brasileiras são exemplo
Apesar dos desafios, o caso do Brasil segue sendo
uma referência para a OMS. Segundo o relatório, ao menos 15 mil crianças
brasileiras foram salvas de mortes prematuras no Brasil graças às políticas de
zero cigarro em ambientes fechados no Brasil.
De acordo com o relatório, 1,3 milhão de pessoas
morre ao ano por serem fumantes passivos no mundo, mas exemplos como os das
políticas brasileiras têm salvo muitas vidas. Inspirados no modelo brasileiro,
o número de países que aprovou leis anti-tabagistas subiu de 10 em 2007 para 74
em 2022.
O Brasil é um dos únicos quatro países do mundo que
cumpre todos os seis critérios básicos de prevenção contra o tabaco. Além de
nós, Turquia, Mauritânia e Holanda cumprem os seguintes critérios:
• Monitorar
o uso e as políticas de prevenção;
• Proteger
as pessoas da fumaça do cigarro;
• Oferecer
ajuda gratuita a quem quer deixar de fumar;
• Divulgar
publicamente os perigos do uso do tabaco;
• Criar
barreiras para a publicidade de cigarro;
• Aumentar
os impostos contra a indústria do tabaco.
Fonte: Sport Life/Metrópoles
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