Festivais gastronômicos são opções de lazer para o fim de semana, em
Salvador
O soteropolitano “raiz”, aquele “inimigo do fim”,
sabe que, depois de uma noite de farra, a feijoada na Feira de São Joaquim é um
bom lugar para reabastecer o corpo. Tem também aqueles que reservam ao almoço
de domingo uma saidinha com a família ou amigos para colocar o papo em dia.
Esses são apenas alguns exemplos comuns, mas que apontam para a centralidade da
comida nas relações e afetos.
Mais que resolver a necessidade fisiológica de
nutrir o corpo, comer – e preparar o alimento - movimenta hábitos e história de
um povo e de um lugar. Do preparo a apreciação, a comida é cultura. Neste fim
de semana, quem estiver em Salvador e desejar ampliar o leque de sabores e
experiências tem duas boas opções: o Festival Tempero Bahia, que tem
programação intensa sábado e domingo (26 e 27) no Passeio Público, no Largo dos
Aflitos; e o 4º Festival Gastronômico da Feira de São Joaquim, no bairro
Calçada. Ambos começam às 11h.
Enquanto a primeira opção desloca e reúne em um
mesmo local a cozinha de restaurantes como o Boteco Português e o Solar Rio
Vermelho, além de chefs como Ana Célia, do Zanzibar, Tereza Paim , da Casa de
Tereza e a veterana Elíbia Portela, a segunda abre as portas do já tradicional
espaço cultural da cidade e oferece um menu grátis para degustação de 13 pratos
de restaurantes distintos localizados na Feira.
“Eu faço uma coisa que é dentro da minha vida desde
criança. A religião e a comida sempre foram muito próximas. Na realidade, por
conta da cultura do preto, a gente tem na base da comida o inhame, a batata, o
aipim, uma comida misturada África com Nordeste. É mais do que matar a fome. É
o prazer de cozinhar o que eu via quando era criança e hoje transformar para
vender. É muito bacana porque na minha época não existiam esses grandes
restaurantes, essa evolução da comida”, diz Ana Célia, aos 74 anos.
Ana Célia é uma das convidadas da Cozinha Show do
Tempero Bahia, que vai reservar momentos especiais para quem for ao local.
Reunindo chefs nordestinos convidados e locais, cada dia da programação, os
chefs trarão à mesa, com degustação, um prato diferente, seguido de explicações
sobre ingredientes, histórias de vida, apresentação de receitas, técnicas,
teorias e práticas. A maratona de aulas é gratuita, mediante inscrições pela
plataforma Sympla.
• Atrações musicais
Além das opções gastronômicas, os festivais também
oferecem opções musicais, exposições e afins. No Passeio Público, a programação
musical conta com show de Jau e DJ Ana Blohen (sábado), Better Together e
Autorais, com Jorge Zarath, Tonho Matéria e Tenison Delrey (domingo) (programação
completa em temperooficial.com.br). Já na Feira de São Joaquim, a grade musical
tem Bambeia, Swing do Fora, Gal do Beco, CBX Samba Club e Samba Trator. Todos
no domingo a partir das 13h30 (programação detalhada em @festsj).
“Eu não tenho dúvida que a Feira de São Joaquim tem
uma das culinárias mais ricas de Salvador. A gente tem tentado mostrar o quanto
temos também grandes chefs, criados dentro da cozinha, cada um praticando da
sua forma artesanal. A Feira é um espaço que foi reformado, ganhou vários restaurantes,
tem vista para a Baía de Todos-os-Santos, mas continua esquecido dos festivais
gastronômicos da cidade. E por isso há quatro anos decidimos criar o nosso
próprio festival”, conta Nilton Ávila, conhecido como Gago da Feira, membro do
Instituto Feira de São Joaquim, um dos realizadores da proposta.
>>>> Confira os restaurantes e os
pratos disponíveis nos respectivos festivais:
• Festival
Tempero Bahia
Casa de Tereza – maniçoba; sarapatel; bolinho de
feijoada
Solar Rio Vermelho – feijoada de frutos do mar;
camarões grelhados ao molho de jabuticaba com purê de mandioquinha; quiche de
alho poró com queijo gouda; crepes salgados e doces
Boteco Português – bacalhau à Gomes Sá; camarão à
Brás; bolinho de bacalhau; rissois negro de cabrito; rossois de leitão,
croquete de alheira; pastel de nata; travesseiro de sintra; baba de camelo
Boteco do Piri – sarapatel de frutos do mar;farofa
de bode do sol com vinagrete de feijão verde; caldo de pitu; cocada de coco com
rapadura do serrado e especiarias
Da Vila – risoto de cogumelhos; salpicão de tofu
defumado e de frango;bolinho do mar; wrap de frango e marguerita, brownie; açaí
tradicional, kombuchas
Confeitaria Thiago Sá – bolos de pote; slace
cake;brownie; croissant tradicional; macarons, brigadeiros, café expresso
Pastel Bartô – pastéis; batata frita
• Festival
Gastronômico da Feira de São Joaquim
Bar e Restaurante São Jorge - escondidinho de carne
de fumeiro
Restaurante de Jacó - carneiro com pirão
Recanto do Bené - sarapatel
Sílvia Bar - dobradinha
Toca do Teiú - churrasco à moda da casa
Jânio Bar - assado misto ao molho madeira
Bar e Restaurante da Cigana - moqueca de camarão à
moda da casa
Restaurante Cheiro e Sabor da Sônia - peixe frito e
salada especial da casa
Restaurante Tempero de Mãe - costelinha com pirão
de leite
Bar e Restaurante Tia Jane - moqueca de fato com
ovo de codorna
Bar e Restaurante do Edy - feijoada da casa
Cantinho da Dadá - rabada com pirão
Restaurante Mar e Sol - arrumadinho de camarão
Teatro
Isba confirma espetáculos até novembro
Após a requalificação técnica dos equipamentos de
som, luz, projeção e ar-condicionado, o Teatro Isba confirmou mais espetáculos
no espaço, que será reaberto no dia 1º de setembro, com sessão extra do sucesso
Tom na Fazenda, produzido e protagonizado pelo ator pernambucano Armando
Babaioff. As outras duas apresentações, nos dias 2 e 3 de setembro, já estão
esgotadas.
Além de Tom..., o diretor artístico do Teatro Isba,
Fred Soares, citou ainda a peça Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, com os atores
Juliana Martins e Sergio Marone (direção de Rosane Svartman e Lírio Ferreira),
nos dias 23 e 24 de setembro; dois espetáculos de stand up comedy (João Pimenta
e Jhordan Matheus), em outubro – mesmo mês que deve receber Vera Fischer; e em
novembro, Miá Melo.
O equipamento foi fechado em 2020, na pandemia.
Durante esse período com portas fechadas, começou uma articulação entre Fred e
o empreendedor Leandro Xavier Timóteo, do Grupo Educacional Faveni, mantenedor
do Centro Universitário Social da Bahia (Unisba), em conjunto com a pró-reitora
Priscila Lima, para promover a reabertura do espaço.
Além da requalificação de sua estrutura técnica, o
local também passou por higienização. Não houve, no entanto, mudanças no
layout. A capacidade é de 498 lugares.
Fred Soares explica ainda que ele funcionará, pelos
próximos três meses, em formato diferente dos demais, fazendo a locação do
equipamento apenas. A empresa de Fred entrará com a parte técnica.
“Inicialmente, a necessidade de reabertura do teatro se deu, principalmente,
pela falta de espaços para realizar meus projetos, como o Catálogo Brasileiro
de Teatro. Contudo, resolvemos abrir para toda a classe, atendendo a uma
demanda reprimida do mercado por espaços culturais na cidade.”
O teatro será mantido pela Faveni, que tem 15 anos
no mercado e atua no segmento educacional nas modalidades presencial e a
distância, com cerca de 300 polos no Brasil.
Fonte: Correio
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