terça-feira, 6 de agosto de 2024

RELIGIÃO E POLÍTICA: candidato em Belém tem apoio de pastor do avião com maconha, tio de Damares

O pré-candidato do MDB a prefeito de Belém Igor Normando, que é primo do atual governador do estado, recebeu o apoio de Josué Bengston pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, ex-deputado federal, e tio da ex-ministra do governo Bolsonaro, Damares Alves. A Igreja Quadrangular é uma das mais fortes na capital paraense, e tem forte representação política na cidade.

A divulgação do encontro nas redes sociais do pré-candidato não é nova mas continua alvoroçando a política local. O apoio de evangélicos mais conservadores é uma tentativa de disputar o eleitorado bolsonarista contra o delegado Éder Mauro (PL) que até o momento lidera todas as pesquisas para a prefeitura da “cidade das mangueiras”. Igor aparece empatado tecnicamente em segundo lugar com o ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) e fez questão de agradecer nominalmente o apoio na sua publicação: “Adesão importante à nossa caminhada. Agradeço a confiança dos amigos Pastor Josué Bengtson, Paulo Bengtson, (...), que se juntaram à nossa pré-candidatura à prefeitura de Belém”

<><> Casos da Família Bengston

Foi no avião da igreja do pastor Josué que a Polícia Federal apreendeu, em maio de 2023, 290 kg de skunk, um tipo concentrado e valioso de maconha, em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém, avaliado em mais de R$ 4 milhões. Um homem responsável pela droga foi preso.

Josué e os filhos, Paulo e Marcos, acumulam um histórico de corrupção e violência no campo. Marcos Bengtson foi preso em 2010, acusado de ser o mandante do assassinato do sem-terra José Valmeristo Soares, o Caribé, em Santa Luzia (PA). Antes de matar Caribé, os criminosos o torturaram. O camponês João Batista Galdino também foi torturado, mas conseguiu escapar com vida.

O pastor e ex-deputado, que é tio da Senadora Damares Alves (Republicanos-DF), também foi condenado em 2018 pela Justiça Federal à perda do mandato por enriquecimento ilícito. Ele fez parte de um esquema de desvio de recursos da saúde no Pará, conhecido como ‘máfia das ambulâncias’. Seus direitos políticos foram suspensos por oito anos.

¨      O que Malafaia acha de um nome da Universal para vice de Ramagem

A campanha de Alexandre Ramagem (PL-RJ) consultou o pastor Silas Malafaia nos últimos dias sobre a possibilidade de o deputado bolsonarista ter um nome ligado à igreja Universal como vice na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

A consulta foi feita porque o PL está em negociações avançadas com o Republicanos para que a deputada estadual fluminense Jucélia Freitas, mais conhecida como “Tia Ju, seja candidata a vice na chapa de Ramagem em outubro.

O Republicanos — e a própria Tia Ju — são ligados à Universal. Já Malafaia é o principal líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Apesar de ambas serem evangélicas, há divergências entre os líderes das duas igrejas.

<><> E o que Malafaia acha de Tia Ju?

Segundo apurou a coluna, Malafaia foi consultado sobre Tia Ju a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de fazer críticas a líderes da Universal, o pastor respondeu não ter vetos ao nome da parlamentar como vice de Ramagem.

A chapa de Ramagem está com problemas para bater o martelo na vice. Ramagem quer uma mulher como número 2 na disputa pela prefeitura. Especialmente para que o PL possa cumprir a cota feminina no uso do fundo eleitoral.

O PL chegou a acertar com o MDB o nome da ex-deputada Rosane Felix de vice. A emedebista, porém, preferiu disputar uma vaga de vereadora no Rio. Há ainda a possibilidade de Ramagem ter uma chapa pura, com uma vice do PL.

¨      Candidata em Curitiba, Rosangela Moro ainda é deputada por SP? Entenda

Eleita deputada federal pelo estado de São Paulo, a parlamentar Rosangela Moro (União-SP) pretende concorrer ao cargo de vice-prefeita este ano – mas não da capital paulista.

A mulher do ex-ministro da Justiça e atual senador Sergio Moro (União-PR) se apresentou na última segunda-feira (29) como pré-candidata na disputa pela Prefeitura de Curitiba, ingressando na chapa do deputado estadual Ney Leprevost (União). A candidatura foi oficializada pelo partido na última quinta-feira (1º).

Natural da capital paranaense, Rosangela é deputada desde 2023. Ela foi eleita pelo estado de São Paulo nas eleições gerais de 2022, com 217.170 votos.

Por uma nota divulgada à imprensa, sua equipe informou que ela irá continuar atuando como deputada por São Paulo mesmo no período eleitoral e disputando uma eleição no Paraná.

<><> Mudança de domicílio

Em março de 2024, Rosangela Moro optou por trocar seu domicílio eleitoral para o Paraná.

O domicílio eleitoral, contudo, não precisa ser o local onde more ou tenha nascido o eleitor – a escolha do domicílio eleitoral pode baseada, por exemplo, em um vínculo familiar, em um vínculo de trabalho e até mesmo em um vínculo afetivo.

Não há nenhuma previsão específica na legislação que proíba uma pessoa ser deputada federal representando um estado e ter domicílio eleitoral no outro, explica Fernando Neisser, professor de Direito Eleitoral da FGV-SP.

“Nem na Constituição Federal nem na legislação eleitoral há uma proibição, no âmbito do Congresso Nacional, de que deputados e deputadas mantenham domicílio eleitoral no estado pelos quais foram eleitos”, explica Neisser.

O especialista também cita a existência de “leis orgânicas de municípios” em algumas cidades, que proíbem a mudança de domicílio eleitoral para vereadores e prefeitos.

Mas a regra não é replicada no âmbito federal. “Portanto, do ponto de vista legal, não há como retirar o mandato, cassar o mandato da deputada Rosangela Moro” diz o professor.

CNN entrou em contato com a equipe da deputada para comentar o tema, mas não obteve retorno até o momento.

<><> Ação na Justiça

Apesar de não ser ilegal, a transferência motivou uma ação do PT que pediu a cassação do mandato da parlamentar.

A sigla alegou fraude em relação à representatividade aos eleitores que votaram nela como deputada federal por São Paulo.

Em junho deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) rejeitou a ação.

 

¨      Orcrim bolsonarista: Bolsonaristas mataram crítico Pablo Villaça, mas ele continua vivo

O professor de Jiu-Jitsu e bolsonarista Renzo Gracie compartilhou em suas redes na quinta-feira (31), uma notícia falsa com a morte do cineasta Pablo Villaça. O próprio Villaça, com muito bom-humor, se encarregou de desmentir a notícia:

“Acordei hoje com a notícia muito triste da minha morte precoce em função de um mal súbito que, segundo bolsonaristas, foi provavelmente causado por vacinas. Deve ser verdade, pois foi espalhada pelo WhatsApp e pelo perfil oficial desse cara pra quase 300 mil seguidores”, escreveu ele compartilhando o print da mensagem de Gracie.

A seguir, no entanto, Villaça pondera sobre os transtornos que a brincadeira de mau gosto poderia ter causado:

“Brincadeiras à parte, olha a seriedade da coisa: eu avisei no grupo do WhatsApp da família sobre essa ‘notícia’ e meu irmão respondeu que ainda bem que tinha visto minha mensagem antes, porque recebeu várias mensagens assustadas perguntando se era verdade”, disse.

Villaça disse ainda: “agora imaginem se minha mãe recebe mensagens sobre isso do nada, sem saber o que estava acontecendo. Esse povo é canalha demais. É muito bom estar do lado oposto ao dessa gente imunda. O bolsonarismo é um esgoto”.

Logo depois, ele compartilhou o desmentido dos próprios bolsonaristas, ainda sem perder o humor:

Nunca imaginei uma nota da comunidade dessa…

¨      Júlia Zanatta, que perdeu ação contra a Fórum, é uma das maiores assediadoras de jornalistas do país, diz Abraji

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) é uma das maiores assediadoras judiciais de jornalistas do país. É o que aponta o Monitor de Assédio Judicial Contra Jornalistas da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). 

O assédio judicial é definido como o uso de medidas judiciais de efeitos intimidatórios contra o jornalismo, em reação desproporcional à atuação jornalística lícita sobre temas de interesse público. Segundo a Abraji,  o monitor é uma ferramenta para mapear o mau uso do poder judiciário com o intuito de silenciar o trabalho jornalístico no Brasil. O projeto coleta dados e produz análises a respeito dos casos de assédio judicial no país, que são disponibilizados em um banco de dados sistematizado, com estatísticas divulgadas por meio desta plataforma e relatórios publicados.

Júlia Zanatta consta como a 5ª pessoa que mais assedia judicialmente jornalistas no país. Ao todo, foram 12 ações movidas pela deputada bolsonarista contra profissionais da imprensa entre 2023 e 2024. O primeiro lugar do ranking é Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, com 53 processos. 

<><> Júlia Zanatta perde ação contra jornalistas da Fórum 

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar pedido de investigação feito pela deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) contra dois jornalistas da Fórum. O caso havia se tornado um inquérito da Polícia Federal (PF) e os profissionais foram intimados pelos investigadores. Após as diligências, entretanto, o MPF decidiu arquivar o caso por não enxergar elementos que ensejem a continuidade das investigações. 

“A parlamentar representou junto ao MPF por supostos crimes contra a honra em matéria jornalística. Após abertura de inquérito a pedido do MPF para a Polícia Federal (PF), os jornalistas Luiz Carlos Azenha e Ivan longo prestaram depoimento perante a autoridade policial”, relatou André Luiz de Carvalho Matheus, advogado atuante em liberdade de expressão e litígio estratégico e sócio fundador do escritório Flora, Matheus & Mangabeira.

No caso do jornalista Ivan Longo, a deputada o acusou de difamação por conta de uma matéria que apontava ser falsa a denúncia de que ela teria sofrido assédio do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA). No caso de Luiz Carlos Azenha, a alegação é que o jornalista teria incorrido em em calúnia ao afirmar que a parlamentar “tem histórico de desrespeito e fake news nas redes sociais”, além de ter dito que o perfil nas redes de Zanatta “Dona de Casa Opressora” a pratica homofobia e transfobia. 

O advogado destacou que, nos depoimentos, os jornalistas provaram que exerceram seu direito constitucional de liberdade de expressão e imprensa.

“Eles demonstraram que a parlamentar usou o MPF e a PF para tentar assediar jornalistas. Após parecer final do delegado responsável pelo inquérito e análise do procurador da República, o inquérito foi arquivado, demonstrando a prevalência da liberdade de expressão e imprensa”, ressaltou o advogado.

“Acredito que o MPF entendeu que a deputada estava tentando, com a representação, submeter os jornalistas à autocensura. Dessa forma, o arquivamento demonstra que prevaleceu esse direito fundamental para o jornalismo no Brasil”, acrescentou André Luiz.

O advogado explicou que o MPF, no caso, é o titular da ação penal e o órgão manda arquivar ou não o inquérito. Com isso, as polícias federal e civil não podem arquivar sem o pedido do Ministério Público. Portanto, o caso não foi para a Justiça, ficou somente entre o MP e a PF, porque estava em investigação. Então, o MP entendeu que era melhor arquivar.

André Luiz ainda ressaltou que Júlia Zanatta é, hoje, considerada uma das maiores assediadoras do Brasil. “Seu nome consta no monitor do assédio judicial promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Deve-se ressaltar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal (STF) já pautou casos de assédio judicial contra jornalistas e entendemos que a metodologia usada pela deputada se enquadra perfeitamente nesse entendimento”, completou.

 

¨      Adolescente é apreendido com artigos nazistas e armas após alerta da embaixada dos EUA

Um adolescente de 17 anos foi apreendido em Itanhaém, no litoral de São Paulo, com artigos nazistas e armas após a Embaixada dos Estados Unidos emitir um alerta. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de planejar um ataque na cidade. Entre os artigos nazistas encontrados, foram apreendidos livros sobre o ditador Adolf Hitler. O pai dele, de 47 anos foi preso. 

A apreensão ocorreu por volta de 12h de quinta-feira, 1º, em uma residência no bairro Cidade Anchieta. Ao Terra, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém informou que a equipe recebeu um relatório da Homeland Security Investigations (HSI), Departamento de Segurança Interna no exterior, que monitorou o comportamento do adolescente nas redes sociais. 

Na investigação, os policiais descobriram que o rapaz já vinha apresentando comportamento incomum na escola, nas redes sociais e também já tinha registro de violência doméstica. Nas conversas interceptadas, inclusive, ele mencionava acesso a uma arma de fogo, no entanto, a polícia constatou que o pai dele, com quem mora, não possui registro de armamento no sistema. 

As autoridades, em posse dessas informações, solicitaram um mandado de busca e apreensão, deferido pela 3ª Vara Criminal de Itanhaém. Na quinta, a polícia se direcionou à residência, onde foram recebidos pelo pai do adolescente.

<><> Reação do adolescente e do pai

Inicialmente, ele negou manter uma arma de fogo, no entanto, seu filho apresentou o item, bem como capacete, chapéu e botas. O adolescente foi questionado sobre as conversas referentes à supremacia branca, antissemita, racista, misógina e de possíveis ataques em escola, mas negou. Em resposta, ele alegou que os policiais deveriam provar as acusações. 

Em busca no quarto do adolescente, os agentes encontraram sobre a cama as botas e chapéu reverenciando o exército soviético, e em seu guarda-roupa, um "mini-altar" reverenciando Hitler, bandeiras nazistas e uma arma de fogo, aparentemente inoperante. 

Também foram localizados o capacete com símbolo da suástica e máscara com desenho de caveira, os mesmos objetos que ele usa na foto postada na rede social. Após o achado, ainda segundo a Polícia Civil, o adolescente passou a adotar uma conduta agressiva, dizendo a um dos agentes: "Preto nojento, vocês deveriam morrer, seus nojentos, pode vir pra cima seu preto nojento". Ele também tentou avançar contra os policiais, mas foi contido e algemado. 

Os policiais ainda encontraram uma arma que teria sido herdada do avô, por parte de pai, dentro de uma estante, que apesar de ter fechadura, as chaves estavam em um local de fácil alcance, o que possibilitaria o menor de idade a pegá-la. O armamento estava carregado e pronto para o uso. 

Também foi encontrado um soco inglês com uma faca acoplada que, segundo o pai do adolescente, foi confiscada dias antes. Uma faca foi encontrada dentro do veículo da família.

O homem foi questionado se sabia das ações do filho e dos livros de conteúdo nazista, e alegou que os livros foram dados por uma ex-companheira, "a título de curiosidade", e que o celular utilizado pelo adolescente era seu, mas que nunca tinha visto as conversas. Ele também afirmou que não percebeu a adoração do filho pelo seguimento nazista, e apenas recebeu alguns comunicados da escola, referente a um grande número de faltas.

<><> Celular continha provas

Ao analisar o celular do adolescente, as autoridades identificaram conversas em que uma pessoa negociava armas com ele, além de vídeos de agressão, culto ao nazismo, e massacres. 

Outra imagem encontrada pela polícia é de 12 de maio deste ano, quando ele agride um homem em situação de rua, que estava dormindo. Ele aparece no vídeo atingindo-o na cabeça com uma pedra. Ao que tudo indica, a ação foi filmada e compartilhada entre o grupo. 

Os policiais também tiveram acesso a vídeos em que o adolescente aparece apresentando seus trajes ao grupo e fazendo saudação a Hitler. O celular foi encaminhado para o setor de inteligência da Polícia Civil para passar por perícia. O caso foi registrado como posse de arma/ato infracional de resistência, preconceito de raça.

 

Fonte: Fórum/Metrópoles/Terra

 

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