Leonardo Attuch: A Folha está à procura de
um "bolsonarista minimamente civilizado"
O jornalista Fernando
Canzian, um dos quadros mais orgânicos da Folha de S. Paulo, publicou uma
espécie de classificado político nas páginas do jornal, nesta terça-feira 2. No
texto Lula por um triz, ele
expressou o pensamento da direção da Folha e de um setor da classe dominante
brasileira que é mais conectado aos interesses do capital financeiro
parasitário. Segundo ele, "não é improvável que mais da metade do país só
esteja à espera de um bolsonarista minimamente civilizado" para descartar
o presidente Lula.
Lula, como todos
sabem, foi eleito por uma frente ampla que atraiu setores da classe dominante
que já estavam cansados da fuleragem bolsonarista. Pegava mal, nos salões daqui
e de fora, ser representado pelo ogro miliciano que presidiu o Brasil entre 2019
e 2022. Com a volta do PT ao poder, esses mesmos setores vêm tentando enquadrar
o presidente Lula dentro do receituário neoliberal.
Mas Lula é tinhoso. Já
reviu a política de preços e dividendos da Petrobras, valorizou novamente o
salário mínimo, retomou grandes projetos de infraestrutura e abandonou a ideia
de estado mínimo que prevaleceu no Brasil durante a triste era Temer-Bolsonaro.
O Brasil agradece. O
crescimento de 2023 foi seis vezes maior do que se previa. O de 2024 também
ficará bem acima das previsões. Mas há quem não goste de uma prosperidade
melhor distribuída. Estes, de fato, estão de saco cheio e, como diz o colunista
da Folha, à procura de um "bolsonarista minimamente civilizado".
O ponto é que os
adjetivos bolsonarista e civilizado não cabem na mesma frase. Nem mesmo com a
ressalva do advérbio minimamente. Aliás, se alguém encontrar este espécime pode
embalá-lo e enviá-lo num pacote à Alameda Barão de Limeira, na sede da Folha de
S. Paulo, aos cuidados de Fernando Canzian.
Na real mesmo, o que a
Folha está fazendo no dia de hoje é antecipar seu apoio ao governador Tarcisio
de Freitas, que ontem encerrou a Operação Verão, deixando 56 mortos na Baixada
Santista. Ao mesmo tempo em que comanda uma Polícia Militar que assassina os
mais pobres, Tarcisio premia os mais ricos e prepara um plano de privatizações
que começará pela Sabesp, entregando o patrimônio paulista ao capital
financeiro local e internacional. Tarcisio é a cara do "bolsonarismo
minimamente civilizado", mas há controvérsias se ele, de fato, representa
a civilização, especialmente depois que decidiu ser papagaio de pirata do genocida Benjamin Netanyahu.
Em tempo: Lula não está por um triz e será reeleito em 2026.
¨
Bolsonaro volta a mostrar desespero sobre
prisão: “Atirar para matar”
Jair Bolsonaro voltou
a repetir o que disse a alguns interlocutores, entre eles um ministro do STF,
em 2022, sobre a perspectiva de ser preso – hoje bem mais próxima.
Da primeira vez,
Bolsonaro falou a um ministro do Supremo sobre atirar em quem tentasse
prendê-lo, durante uma conversa no Palácio da Alvorada no primeiro fim de
semana de agosto. Disse um agitado Bolsonaro na ocasião:
“Eu atiro para matar,
mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer”, afirmou Bolsonaro na época.
Agora, Bolsonaro
voltou a falar em “atirar para matar”, numa conversa recente com um deputado de
seu partido. E garantiu que não aceitará ser preso.
A propósito, o
ex-presidente costuma flertar com uma bravata. Já disse que não acataria mais
ordens no STF, que não haveria eleição em 2022 sem voto impresso e que não
aceitaria o resultado do pleito daquele ano se não saísse vencedor.
Ø
Tarcísio é cria do fascismo bolsonarista
mais medonho. Por Tiago Barbosa
O regime racista de
violência naturalizada contra negro e pobre e de proteção incondicional a rico
e branco é validado diariamente pela mídia corporativa.
É ela quem bajula
personagens centrais para a manutenção de uma polícia acostumada a atirar a
ermo na favela e se curvar em área "nobre"
É ela quem normaliza
um delinquente fascista publicamente conhecido por defender a tortura e a
cultura das armas sob slogan de "bandido bom é bandido morto".
A exaltação recente ao
governador de SP - uma cria do fascismo bolsonarista mais medonho - como
político de centro é um novo aval às atrocidades autorizadas por ele.
Foi esse
"centrista" quem disparou um "Tô nem aí" quando questionado
sobre métodos selvagens da PM em operações repletas de assassinatos.
É ele quem libera as
ações denunciadas por moradores de áreas pobres como sessões de terror para
"vingar" outros policiais.
Essa mídia antilulista
acima de tudo fecha os olhos para reportar como natural o acúmulo de cadáveres
em face das ações executadas pela PM.
Nenhum veículo
enquadra esse cenário de horror permanente como uma desumanidade merecedora de
ação enérgica das instituições para interromper o derramamento de sangue.
Pelo contrário: todos
os sinais emitidos pelas matérias minimizam as barbaridades e endossam a
ideologia punitivista, racista e aporofóbica na raiz da desumanização das
vítimas.
A morte de um pai de
família por um dono de um Porsche em alta velocidade, nesta semana, é
destituída de autoria e - pasmem! - atribuída à potência do carro.
Não há questionamento
contundente pela punição a quem liberou o motorista sem sofrer as devidas
sanções da lei após o episódio.
A condescendência com
o empresário é oposta à truculência na abordagem a trabalhadores negros na
favela - como flagrou um vídeo chocante de espancamento do filho de um pai
cadeirante em frente à família.
A naturalização
sucessiva da inferiorização da vida negra pela mídia - com silêncios, omissões
diante de violações e elogios incabíveis a quem chancela a selvageria - é a
fiadora de um modelo falido de sociedade.
Fracassado, violento e
letal para quem tem o destino determinado pela classe social, a cor da pele e a
indiferença desumana e cúmplice de um jornalismo vassalo do poder e do
dinheiro.
Ø Derrite transferiu PM da Rota filho de deputado para ele não ir
à Operação Escudo
Um jovem tenente da
Polícia Militar de São Paulo é transferido repentinamente de seu posto na Rota,
a unidade de elite da corporação paulista, para um batalhão da Zona Oeste da
capital bem no momento em que se iniciava a chamada Operação Escudo, na Baixada
Santista, no segundo semestre de 2023. Após o assassinato de um PM da Rota em
Guarujá, no litoral, uma mega ação na Baixada Santista, que durou cinco semanas
e foi recheada de tiros de fuzil, um total de 28 pessoas foram mortas. A
história passaria despercebida se não fosse por um detalhe.
O oficial em questão é
Rafael Mecca Sampaio, filho do deputado estadual bolsonarista Major Mecca (PL),
um veterano PM da reserva e influente parlamentar da chamada ‘bancada da bala’
da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O pedido para tirar o filho da
Rota, e consequentemente dos ‘confrontos’ perigosos nas favelas da Baixada,
teria sido feito diretamente pelo deputado ao secretário de Segurança Pública
do estado, o também PM da Rota Guilherme Derrite (PL), que é deputado federal e
está licenciado para chefiar a pasta no governo de Tarcísio de Freitas
(Republicanos). A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo nesta
quarta-feira (3).
A Folha reporta que
oficiais da PM ouvidos pelo jornal estariam revoltados com a situação. Na
versão deles, o pedido do Major Mecca “era para que o filho não se envolvesse
em ocorrências com morte, o que poderia prejudicar a carreira dele na PM”. Se
foi isso, ou se o pedido foi para tirar o filho da linha de frente por medo de
que algo ocorresse com o tenente, não é possível afirmar.
A solicitação do
deputado foi encaminhada por Derrite para o então comandante do Policiamento de
Choque da PM, coronel José Augusto Coutinho, que retirou Rafael Mecca da Rota
(que é o 1° Batalhão de Choque da PM de São Paulo), o alocando no 4° BPM/M, sediado
na Vila Leopoldina. Segundo a SSP, a mudança “foi técnica” e não mantém
qualquer conexão com o “suposto pedido” do parlamentar da Alesp. Coutinho, o
coronel que efetuou a retirada do tenente da mais temida unidade policial
paulista, foi meses depois colocado por Derrite como subcomandante-geral da PM
de São Paulo.
Ø Derrite tem mais assessores policiais militares do que o
contingente de 588 municípios paulistas
O número de assessores
policiais militares à disposição do secretário Guilherme Derrite (PL), da
Segurança Pública de São Paulo, supera o contingente da Polícia Militar
empregado em 588 municípios paulistas, conforme relatado pela Folha de S. Paulo nesta
terça-feira (2).
De acordo com o
levantamento mais recente, o secretário teria supostamente contado com 241
assessores PMs em novembro de 2023. A quantidade de oficiais na função seria
ainda superior ao ano anterior, que supostamente contou com 183 assessores à
disposição de Derrite.
O serviço de
assessoria policial militar geralmente é responsável pela proteção do
secretário, familiares do agente público e da sede da pasta. Durante a gestão
do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), PMs também foram nomeados
para outras funções, como a postagem de imagens nas redes sociais.
Os oficiais da equipe
de assessores da SSP podem receber uma gratificação extra de cerca de R$ 7 mil
no salário mensal.
¨ Secretário da Segurança de SP elabora proposta que pode
aposentar 40% dos coronéis na ativa em meio a racha na corporação
O secretário Guilherme
Derrite (PL), da Segurança Pública de São Paulo, está elaborando um projeto de
lei que propõe novas regras para a aposentadoria compulsória na Polícia
Militar, conforme reportagem da Folha de S. Paulo publicada
nesta segunda-feira (1). Se a medida for aprovada, cerca de 40% dos coronéis em
atividade poderão ser imediatamente transferidos para a reserva.
Membros da PM e
especialistas em segurança interpretam a proposta como uma tática para lidar
com o grupo de coronéis que se opõem ao avanço politização nos altos cargos da
instituição militar.
Em fevereiro deste
ano, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) movimentou, de uma vez só,
34 coronéis da Polícia Militar de São Paulo. Na época, o número 2 da
corporação, o coronel José Alexander de Albuquerque Freixo, ainda foi
exonerado.
Ø
PSDB de SP quer lançar a prefeito
ex-deputado condenado por assédio
Condenado em primeira
instância na Justiça paulista por importunação sexual contra a então colega
Isa Penna (imagem em destaque), o
ex-deputado estadual Fernando Cury deve sair pré-candidato do PSDB à Prefeitura
de Itatinga, no interior do estado.
O anúncio será feito
na tarde deste sábado (6/4) na Arena Bol, no centro da cidade, em meio à
cerimônia simbólica de filiação de Cury ao partido – o ex-deputado consta como
filiado do PSDB desde março deste ano.
No ano passado, Cury
foi condenado a um ano e dois meses de reclusão em regime aberto por apalpar Isa Penna (PCdoB) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em dezembro de 2020.
A Justiça substituiu a
pena de prisão por uma multa de 20 salários mínimos que devem ser destinados a
uma entidade pública ou privada, além da prestação de serviços à comunidade
pelo mesmo período determinado pela sentença.
A cena foi registrada
pela transmissão ao vivo da TV Alesp. Na ocasião, Cury era filiado ao
Cidadania, partido do qual foi expulso após o episódio, e que atualmente possui federação com o PSDB – o acordo foi firmado em maio de 2022, um ano após Cury deixar a sigla.
·
Deputado não reeleito
Após o episódio, Cury
teve o mandato suspenso por seis meses. Ele tentou a reeleição à Alesp em 2022
pelo União Brasil, mas não foi eleito.
Natural da cidade
vizinha de Botucatu, a menos de 40 km de Itatinga, o ex-deputado mudou seu
domicílio eleitoral para concorrer em um município cujo eleitorado é de 13,8
mil pessoas.
Um convite ao ato de
filiação, divulgado em aplicativos de mensagens, aponta Cury como o “o deputado
que mais fez por Itatinga” e responsável pelo envio de milhares de reais em
emendas ao município.
Fonte: Brasil 247/Metropoles
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