Estudo revela ligação entre uso de
pesticidas e Doença de Parkinson
Um estudo preliminar
divulgado na terça (27) revelou uma ligação entre o uso de pesticidas e
herbicidas na agricultura e a incidência da doença de Parkinson nas regiões das
Montanhas Rochosas e Grandes Planícies dos Estados Unidos. A pesquisa, que será
apresentada na 76ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, agendada
para ocorrer de 13 a 18 de abril de 2024, em Denver e on-line, empregou métodos
geográficos para examinar as taxas da doença de Parkinson e compará-las com os
níveis regionais de utilização de pesticidas e herbicidas.
A Dra. Brittany
Krzyzanowski, do Barrow Neurological Institute em Phoenix, Arizona, autora do
estudo, explica: “Nossos métodos nos permitiram identificar partes do país onde
havia uma relação entre o uso de pesticidas e a doença de Parkinson e,
subsequentemente, identificar onde essa relação era mais forte,
possibilitando-nos explorar pesticidas específicos naquela região. Na vasta
extensão das Montanhas Rochosas e Grandes Planícies, identificamos 14
pesticidas associados à doença de Parkinson.”
A pesquisa abrangeu
uma análise dos registros de 21,5 milhões de pessoas inscritas no Medicare em
2009, visando determinar a taxa de incidência da doença de Parkinson em várias
regiões do país. Os pesquisadores investigaram a possível relação entre essas
taxas e o uso de 65 pesticidas.
Descobriu-se que os
pesticidas e herbicidas simazina, atrazina e lindano apresentaram a relação
mais significativa com a doença de Parkinson. Em condados com maior exposição
ao herbicida simazina, por exemplo, as chances de desenvolver a doença eram 36%
maiores em comparação com aqueles com menor exposição. Resultados semelhantes
foram observados para atrazina e lindano, com incrementos de 31% e 25% nas
chances de desenvolver a doença, respectivamente.
Esses resultados se
mantiveram consistentes mesmo após ajustes para fatores como exposição à
poluição do ar. A Dra. Krzyzanowski expressa preocupação: “É alarmante que
estudos anteriores já tenham identificado outros pesticidas e herbicidas como
potenciais fatores de risco para a doença de Parkinson. Além disso, há centenas
de pesticidas ainda não estudados quanto a qualquer relação com a doença. Mais
investigações são necessárias para determinar essas relações e,
esperançosamente, motivar ações para reduzir o risco de doenças, diminuindo os
níveis desses pesticidas.”
Uma limitação do
estudo foi sua dependência de estimativas em nível de condado, uma vez que
informações detalhadas sobre a exposição a pesticidas em nível individual não
estavam disponíveis para a população estudada.
Substituir carne vermelha por proteínas
vegetais pode aumentar expectativa de vida e reduzir emissões de gases de
efeito estufa
Um estudo recente
conduzido na Universidade McGill, em colaboração com a Escola de Higiene e
Medicina Tropical de Londres, oferece evidências convincentes de que a
substituição parcial de proteínas de origem animal por vegetais pode aumentar a
expectativa de vida e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Vale
ressaltar que os benefícios variam de acordo com o tipo de proteína animal
substituída.
O estudo, intitulado
“Substituições Parciais de Proteínas de Origem Animal por Vegetais nas Dietas
Canadenses: Sinergias e Compensações entre Nutrição, Saúde e Resultados
Climáticos“, foi publicado na revista Nature Food. Utilizando dados de uma
pesquisa nacional de nutrição, os pesquisadores analisaram os registros
alimentares dos canadenses e modelaram substituições parciais (25% e 50%) de
carne vermelha e laticínios por proteínas vegetais como nozes, sementes,
legumes, tofu e bebidas fortificadas de soja, considerando resultados
nutricionais, de saúde e climáticos.
A carne vermelha e os
laticínios destacam-se como os principais contribuintes para as emissões de
gases de efeito estufa relacionadas à dieta no Canadá, como evidenciado por
estudos anteriores. Este estudo revelou que a pegada de carbono associada à
dieta pode diminuir em 25% quando metade do consumo de carne vermelha é
substituído por proteínas vegetais. Em contrapartida, as substituições de
laticínios resultaram em reduções menores, em torno de 5%.
Olivia Auclair,
primeira autora do estudo e recente doutora graduada no Departamento de
Zootecnia da McGill, afirma: “Demonstramos que os benefícios para a saúde
humana e planetária não requerem mudanças drásticas nas dietas, como adotar
padrões alimentares restritivos ou excluir completamente certos grupos
alimentares. Podemos alcançar tais benefícios através de simples substituições
parciais de carne vermelha, especialmente por proteínas vegetais”.
É conhecido que dietas
ricas em produtos de origem animal aumentam o risco de doenças cardíacas,
diabetes e certos tipos de câncer. Este estudo sugere que substituir metade da
carne vermelha da dieta por proteínas vegetais pode prolongar a vida em quase nove
meses, em média, devido a um menor risco de doenças crônicas.
Quando os benefícios
são analisados por gênero, os homens tendem a se beneficiar mais com a mudança,
com um aumento duplo na expectativa de vida em comparação com as mulheres. Por
outro lado, a substituição parcial de laticínios por proteínas vegetais resultou
em ganhos menores na expectativa de vida e em um aumento da inadequação de
cálcio em até 14%.
Sergio Burgos, autor
sênior do estudo e professor associado do Departamento de Ciência Animal da
McGill, além de cientista do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da
Universidade McGill, expressa sua esperança: “Espero que nossas descobertas
auxiliem os consumidores a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis e
sustentáveis e influenciem as futuras políticas alimentares do Canadá”.
À medida que mais
pessoas buscam dietas conscientes da saúde e sustentáveis, as conclusões deste
estudo servem como um guia, capacitando indivíduos a fazerem escolhas
informadas que beneficiam tanto o bem-estar pessoal quanto o do planeta.
Homens com
masculinidade frágil têm medo de aderir ao veganismo, revela estudo
Patricia Eustachio
Colombo, coautora e Pesquisadora Honorária do Centro de Mudanças Climáticas e
Saúde Planetária da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, destaca:
“Aumentar o consumo de alimentos vegetais, juntamente com a redução de carne vermelha/processada,
traria benefícios consideráveis para a saúde e o meio ambiente, envolvendo
mudanças relativamente pequenas nas dietas da maioria dos canadenses”.
Fonte: eCycle
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