'ESCOLA SEM MILÍCIA': Ligações entre
milícia e Estado do Rio de Janeiro contam com empresa que atua em escolas
As já conhecidas
ligações, quase umbilicais, entre o Estado do Rio de Janeiro e milícias que
atuam na capital fluminense agora têm a participação de uma empresa que fornece
serviços de acesso à internet para escolas públicas e é utilizada por um
importante miliciano para lavar dinheiro. É o que diz a coluna do Guilherme
Amado, no site Metrópoles.
Na última quarta-feira
(28) a Estrelar Web foi alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério
Público do Rio. Um dos grupos envolvidos é o Comitê de Inteligência Financeira
e Recuperação de Ativos (Cifra), especializado em lavagem de dinheiro e criado
em parceria pelos governos e ministérios públicos federais e estaduais.
A empresa é legalizada
pela Anatel e presta serviços para a Secretaria de Educação do governo do Rio
de Janeiro, encabeçado pelo bolsonarista Cláudio Castro (PL-RJ). A pasta teria
autorizado o repasse de dinheiro público a 4 escolas estaduais que contrataram
a empresa. Os pagamentos, que vão de R$ 50 a R$ 159 mensais, foram feitos entre
abril e dezembro do ano passado.
Três dessas escolas
estão nos bairros de Santa Cruz e Inhoaíba, em áreas dominadas pelo Bonde do
Zinho, a milícia mais poderosa do Rio. Mas as coincidências não param por aí.
A investigação aponta
que a Estrelar Web é usada justamente para lavagem de dinheiro pelo próprio
Zinho, registrado como Luis Antônio da Silva Braga.
A Justiça determinou
que a Estrelar Web e as demais empresas que foram alvo da investigação tivessem
seus bens e funcionamento bloqueados. Por sua vez, a Secretaria de Educação
afirmou ao site supracitado que não se responsabiliza pela fiscalização dos contratos
das escolas.
O desmonte por trás da parceria de
“inovação” entre Tarcísio e o Google
O governador de São
Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou com entusiasmo uma
“parceria estratégica” com o Google “para impulsionar inovação no estado”, em
uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes, no dia 21 de fevereiro. Contudo, o
Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq) alerta
que a ação tem como plano de fundo a submissão do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT) à gigante das buscas.
Um dos pontos altos da
parceria prevê a criação do segundo “centro de engenharia” do Google no Brasil,
que deve ser construído no campus do IPT, localizado na Cidade Universitária.
Com isso, supostos 400 funcionários da BigTech devem ocupar o prédio 1 da
entidade, o edifício histórico “Adriano Marchini”. Para isso, foi autorizada a
transferência da biblioteca do IPT para outro local.
Segundo a avaliação do
SINTPq, esse e outros pontos do acordo levantam dúvidas sobre os reais impactos
positivos da parceria, que “parece mais uma privatização disfarçada do
instituto público de pesquisas”.
“A reforma desse
prédio para acomodar os interesses da Google levanta questionamentos sobre os
verdadeiros benefícios para a instituição. O investimento anunciado pela Google
não se reverte em melhorias para o IPT, mas na valorização imobiliária para a multinacional”,
afirma Priscila Leal, diretora do SINTPq.
Leal destaca que o
prédio escolhido para sediar o centro de engenharia da Google é “parte
fundamental do patrimônio histórico do instituto, tendo abrigado importantes
laboratórios de pesquisa que contribuíram significativamente para o
desenvolvimento industrial brasileiro”. Sendo assim, “a iniciativa é um
contraponto ao discurso oficial de desenvolvimento, sendo na verdade um ato de
submissão aos interesses do capital estrangeiro e das grandes empresas de
tecnologia”, alerta.
A expectativa é que o
centro de engenharia da Google comece a operar em 2026. Para o sindicato, “essa
data representa não apenas o início de uma nova fase para o IPT, mas também o
aprofundamento de um processo de desmonte que ameaça a própria existência e
relevância do instituto na cena científica e tecnológica nacional”.
Na esteira da
concessão da sede do IPT, o sindicato também contesta a promessa de que a
Google deve apresentar soluções inovadoras ao setor, uma vez que investimentos
em Ciência e Tecnologia são prioritariamente financiados pelo Estado.
“A parceria com a
Google não apenas ignora essa premissa básica, mas também não se traduz em
benefícios concretos para a instituição de pesquisa (…) É sempre uma
dificuldade muito grande conseguir aprovação para realização de concurso
público. O último grande concurso foi fruto de denúncia do Sindicato ao
Ministério Público sobre a terceirização da atividade fim, e já se vai mais de
uma década. Enquanto isso, o governo de São Paulo entrega o IPT para iniciativa
privada, sob o pretexto da lei paulista de inovação. O IPT vem abrigando
diversas empresas em seu campus, inclusive uma universidade foi instalada lá.
Agora é a vez da Google entrar pela porta da frente e ocupar um patrimônio
histórico dentro do IPT”, completa Leal.
• Tarcísio confirma leilão de privatização
da Emae para 10 de abril
O governador do Estado
de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou nesta quinta-feira
(29), que o leilão para privatização da Empresa Metropolitana de Águas e
Energia (Emae) deve ocorrer em 10 de abril.
O governador já havia
dito que o leilão seria no primeiro semestre. Ele é visto como um teste prévio
para a venda da Sabesp (SBSP3), que é uma operação consideravelmente maior e
estava prevista para o primeiro trimestre, mas houve atraso na definição do processo.
A declaração de
Tarcísio foi dada durante leilão da privatização do Trem Intercidades Eixo
Norte, que vai conectar a capital paulista a Campinas, no interior do estado. O
grupo Comporte, da família dos fundadores da companhia aérea Gol (GOLL4), foi o
único a apresentar proposta e venceu a disputa.
O Comporte opera o
sistema metroferroviário da região metropolitana de Belo Horizonte e participou
do leilão em consórcio com a CRRC, de Hong Kong, que afirma ser a maior
fornecedora de equipamento ferroviário do mundo. Eles ofereceram um desconto de
0,01% sobre a contraprestação máxima que o governo de São Paulo terá que
desembolsar para viabilizar o projeto (cerca de R$ 8 bilhões).
• Privatização da Emae
A Emae (EMAE4) opera
atualmente cinco usinas, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada.
A maior parte vem da usina hidrelétrica (UHE) Henry Borden, em Cubatão (SP),
que tem 889 MW de capacidade e contrato de concessão até janeiro de 2043. Também
compõem o portfólio as estações de Porto Goés, Rasgão e Pirapora.
A empresa encerrou
setembro com receita líquida de R$ 603 milhões, no acumulado em 12 meses, e
patrimônio líquido de R$ 1,16 bilhão. A companhia tem também diversos ativos
imobiliários que serão incorporados ao processo de privatização.
Michelle usa Bolsonaro como modelo para
vender produtos de beleza em rede social
A ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro usou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como modelo para
propagandear um conjunto de produtos de beleza da linha de cosméticos dela. Em
um vídeo publicado no Instagram nesta sexta-feira, 1º, ela utiliza itens da "MB"
- acrônimos de Michelle Bolsonaro - no rosto do marido.
O vídeo é embalado por
uma versão modificada da trilha sonora do clássico desenho animado "A
Pantera Cor-de-Rosa", que fez sucesso entre as décadas de 1960 e 1980.
Na publicação, a
ex-primeira-dama incentivou os seus seguidores a comprarem os itens, dizendo
que os cosméticos deixam a pele dos compradores como a do "meu
galego", em referência ao ex-presidente.
"Para ter a pele
do meu galego, que fica lindo sem filtro em todas as fotos, é só clicar no link
na minha bio", escreveu Michelle.
O conjunto de
hidratante, sabonete de limpeza facial, máscara facial e sérum facial custa R$
300, mas está sendo vendido por R$ 168.
A linha de produtos de
beleza foi lançada em março do ano passado por Michelle e Agustin Fernandez,
maquiador e influenciador uruguaio, amigo próximo da ex-primeira-dama.
Em agosto do ano
passado, quando Fernandez e Michelle estavam em um restaurante em Brasília, o
maquiador jogou um copo de água em uma mulher que provocou a ex-primeira-dama
sobre o escândalo da venda ilegal de joias da Presidência da República,
revelado pelo Estadão.
Naquele dia, a Polícia
Federal (PF) havia deflagrado a Operação Lucas 12:2, que investiga aliados de
Bolsonaro pela comercialização de joias e outros objetos de valor recebidos em
viagens oficiais. A ex-primeira-dama é mencionada nas investigações. Em uma
troca de mensagens para discutir a venda dos itens preciosos, auxiliares do
ex-presidente disseram que Michelle havia "sumido" com uma joia
recebida pelo então chefe do Executivo.
Recentemente,
Bolsonaro foi alvo de outra operação da PF, que investiga o suposto
planejamento de uma tentativa de golpe de Estado por ex-ministros,
ex-assessores e militares de alta patente após as eleições de 2022. O
ex-presidente convocou um ato na Avenida Paulista, que reuniu centenas de
milhares de apoiadores no último domingo, 25, em sua defesa.
Durante a
manifestação, Michelle fez um discurso com forte apelo religioso, com queixas
sobre "ataques e injustiças" sofridos por ela e sua família. A
presidente do PL Mulher se referiu ao público presente como o "exército de
Deus nas ruas", formado por homens e mulheres "que não desistem da
sua nação".
A ex-primeira-dama
disse ainda que vive "um dia de cada vez" e que a família Bolsonaro
somente está "de pé" por causa das orações dos apoiadores
bolsonaristas. "Por um bom tempo fomos negligentes a ponto de falarmos que
não poderia misturar política com religião, e o mal tomou o espaço. Chegou o
momento da libertação", disse no trio elétrico na Paulista.
Fonte: Forum/Jornal
GGN/Infomoney/Agencia Estado
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