Como saber se estou fazendo meu check-up
médico corretamente?
Adotar um estilo de
vida saudável é uma forma é autocuidado e amor-próprio. Buscar uma alimentação equilibrada,
fazer atividades físicas, dormir bem e manter o estresse sob controle devem
fazem parte da rotina. É comum, também, que muitos médicos recomendem manter o
check-up em dia.
“O check-up anual é
uma forma de prevenir e detectar doenças, muitas vezes silenciosas, que podem
afetar a sua saúde. Os exames que devem ser feitos dependem de vários fatores,
como idade, sexo, histórico familiar e hábitos de vida. Por isso, é importante
que você consulte um médico regularmente e siga as suas orientações”, destaca o
médico Vital Fernandes Araújo.
Carolina Ferraz,
endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Regional São Paulo – SBEM-SP, concorda. “Os exames de check-up ajudam a
diagnosticar as doenças silenciosas, aquelas doenças que raramente vão
apresentar sintomas clínicos ou aquelas que merecem ser diagnosticadas
precocemente”, avalia. “Um exame que não pode faltar é o exame de sangue que
mede a glicemia, que é um meio importante para o médico avaliar a diabetes.”
No entanto, para a
médica, alguns exames que muitas vezes são pedidos pelos médicos, “como os
exames para avaliar a função do rim ou do fígado, geralmente entram na lista do
check-up, mas não deveriam entrar porque depende da queixa de cada paciente e
da idade.”
Para aqueles que
passaram dos 40 anos, alguns exames serão incluídos na lista de exames anuais,
principalmente para as mulheres. Mamografia e colonoscopia devem fazer parte da
rotina. “Uma pessoa jovem não precisa fazer esses exames salvo algum problema de
saúde.”
• Exagero de exames médicos no check-up
Se não ficarmos
atentos, podemos acabar cometendo exageros na hora de solicitar exames. Para
Carolina Ferraz, “muitos exames hoje estão entrando na lista de check-up que
não deveriam entrar, muitos médicos estão solicitando uma série de vitaminas e
hormônios, como testosterona, para homens e mulheres, embora só devam ser
pedidos em caso de alguma queixa.”.
Ela completa: “pedir
um exame como esse à toa pode dar muito mais erro de interpretação do que
qualquer coisa”. Além disso, alguns exames podem gerar ansiedade e uma
preocupação desnecessária ao paciente.
• Lista de exames médicos para realizar
todos os anos
Vital Fernandes
Araújo. Afirma que existem alguns exames que são considerados básicos e que
podem ser feitos por homens e mulheres de todas as idades, pelo menos uma vez
por ano. São eles:
# Hemograma: analisa o
sangue e mostra a quantidade e a qualidade dos glóbulos vermelhos, brancos e
plaquetas. Pode indicar anemia, infecções, inflamações, alergias e alterações
na coagulação
# Glicemia em jejum:
mede o nível de açúcar no sangue e pode diagnosticar diabetes ou pré-diabetes,
que são condições que aumentam o risco de problemas cardiovasculares, renais e
oftalmológicos.
# Colesterol e
triglicerídeos: avaliam os níveis de gordura no sangue e podem revelar o risco
de entupimento das artérias, que pode causar infarto, derrame e outras
complicações.
# Ureia e creatinina:
verificam o funcionamento dos rins e podem identificar insuficiência renal, que
é uma doença silenciosa e grave.
# TGO e TGP: medem as
enzimas que indicam o funcionamento do fígado e podem detectar hepatites,
cirrose e outras doenças hepáticas.
# TSH e T4 livre:
examinam o funcionamento da tireoide e podem diagnosticar hipotireoidismo ou
hipertireoidismo, que são distúrbios hormonais que afetam o metabolismo, o
peso, o humor e a energia.
# Ácido úrico: mede a
concentração de ácido úrico no sangue e pode indicar gota, cálculos renais e
pressão alta.
# Exame de urina:
analisa a presença de células, bactérias, cristais e outras substâncias na
urina e pode indicar infecções urinárias, cistite, pedras nos rins e outras
doenças renais e genitais.
# Eletrocardiograma:
registra a atividade elétrica do coração e pode identificar arritmias,
isquemias, infartos e outras alterações cardíacas.
# Teste ergométrico:
avalia o comportamento do coração durante o esforço físico e pode detectar
doenças coronarianas, angina, insuficiência cardíaca e outras condições
cardiovasculares.
>>> Evite o
Dr. Google para não aumentar sua preocupação
Evite consultar o ‘Dr.
Google’ para interpretar os exames.
Vital Fernandes
destaca os motivos:
• A pessoa pode se autodiagnosticar de
forma errada, pois os sintomas que pesquisa podem estar relacionados a diversas
doenças, desde as mais simples até as mais graves. Por exemplo, uma dor de
cabeça pode ser causada por um resfriado, uma sinusite, uma enxaqueca ou até
mesmo um tumor cerebral.
• Se assustar ou se tranquilizar demais
com as informações que encontra na internet, sem ter a certeza de que elas são
confiáveis, atualizadas e baseadas em evidências científicas. Muitos sites e
aplicativos são criados por pessoas leigas, que não têm conhecimento médico ou
que podem ter interesses comerciais ou ideológicos.
• Aumenta o risco de se automedicar de
forma inadequada, sem consultar um médico ou seguir as suas orientações, o que
pode agravar o seu quadro, causar efeitos colaterais, interações
medicamentosas, alergias ou resistência a antibióticos.
• Pode-se perder tempo e oportunidades de
tratamento, ao adiar ou evitar a consulta médica, confiando apenas nas
informações encontradas na internet. Algumas doenças exigem um diagnóstico
precoce e uma intervenção rápida para terem melhores chances de cura ou
controle.
“Portanto, o melhor a
fazer é sempre procurar um médico de confiança, que possa avaliar os seus
exames, os seus sintomas, o seu histórico e o seu contexto de vida, que possa
indicar o tratamento mais adequado para o seu caso. A internet pode ser uma
fonte de informação complementar, mas nunca substituir o profissional de
saúde”, conclui.
Fonte: Vida Simples
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