quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Tensão na região: Irã promete resposta retumbante após ataque com mais de 100 mortos

Duas explosões mataram nesta quarta-feira (3) 103 pessoas que caminhavam em procissão para o túmulo de Qassem Soleimani, o general iraniano morto por um ataque com drone dos Estados Unidos em 2020, no Irã. Outras 140 ficaram feridas, segundo serviços de emergência do Irã.

O grupo, segundo autoridades locais, faria uma homenagem pelos quatro anos da morte de Soleimani, ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e uma das pessoas mais influentes no país quando morreu, em 3 de janeiro de 2020.

O governo iraniano chamou a explosão de "atentado terrorista" e disse se tratar de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão. Nenhum grupo havia reivindicado o ataque até a última atualização desta reportagem.

O ministro de Interior iraniano, Ahmad Vahidi, prometeu uma "resposta retumbante" ao suposto ataque.

A imprensa local afirmou que as explosões ocorreram em uma rua a caminho do cemitério onde o corpo de Soleimani está enterrado, na cidade de Kerman, na região central do país.

A primeira explosão, segundo o serviço de emergência de Kerman, aconteceu a cerca de 700 metros do túmulo do general iraniano. Pelas redes sociais, pessoas que estavam no local relataram haver centenas de corpos espalhados.

Já a segunda explosão ocorreu minutos depois, em um ponto mais afastado e perto das primeiras equipes de emergência que já haviam chegado, ainda de acordo com as autoridades locais.

As explosões aumentaram as tensões no Oriente Médio, já elevadas por conta da guerra entre Israel e Hamas. Ontem, um ataque com drones em Beirute, no Líbano, matou Saleh al-Arouri, um dos chefes do Hamas. O governo libanês acusou Israel, que ainda não havia se manifestado sobre o caso até a última atualização desta notícia.

Após as explosões, a brigada Al-Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã, afirmou que atacou posições do Exército de Israel na Faixa de Gaza, em uma operação conjunta com soldados do Al-Qassam, o braço armado do Hamas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou o ataque e disse condenar "o terrorismo em todas as suas formas".

A morte de Soleimani, considerado um herói nacional no Irã, provocou uma onda de revolta no país contra os Estados Unidos.

Ele foi morto por um ataque com drones no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque, onde Soleimani estava, acompanhado de uma comitiva, em uma operação secreta ordenada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

À época, o Pentágono, que comandou o ataque, alegou que Soleimani estava por trás de mortes de soldados norte-americanos no Oriente Médio e planejava futuros ataques iranianos.

Logo após o ataque, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que "redobraria" a "resistência" contra os EUA e Israel.

Desde então, o governo iraniano tem aumentado o apoio e o financiamento a grupos que atuam contra Israel, como o Hamas e o Hezbollah.

Quando morreu, ele liderava havia 15 anos a Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, e era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.

·        Após explosões, Irã se junta ao Hamas e diz ter atacado forças de Israel em Gaza

Após duas explosões matarem nesta quarta-feira (3) 103 pessoas que caminhavam para o túmulo de Qassem Soleimani (leia mais abaixo), no Irã, a brigada Al-Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do país, afirmou que atacou posições do Exército de Israel na Faixa de Gaza, em uma operação conjunta com soldados do Al-Qassam, o braço armado do Hamas.

"Esta tarde, numa operação conjunta com o al-Qassam, bombardeamos 60 grupos de veículos e soldados inimigos nas linhas de frente que avançam sobre o centro de Khan Younis", diz o comunicado da Al-Quds.

Até o momento, não há evidências que associem Israel às explosões em Kerman, durante a procissão. O exército de Jerusalém não se pronunciou.

O governo iraniano chamou a explosão de "atentado terrorista" e disse se tratar de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão. Nenhum grupo havia reivindicado o ataque até a última atualização desta reportagem.

A primeira explosão, segundo o serviço de emergência de Kerman, aconteceu a cerca de 700 metros do túmulo do general iraniano. Pelas redes sociais, pessoas que estavam no local relataram haver centenas de corpos espalhados.

Já a segunda explosão ocorreu minutos depois, em um ponto mais afastado e perto das primeiras equipes de emergência que já haviam chegado, ainda de acordo com as autoridades locais.

 

Ø  Irã: assassinato de Saleh al-Arouri é ‘crime’ e ‘não atingiu nenhum objetivo’

 

O presidente do Irã, Ibrahim Raisi, condenou o assassinato de Saleh al-Arouri, vice-líder do Hamas, que foi alvo de um ataque aéreo israelense nesta terça-feira (02/01) no bairro de Mashrafiyah, na região sul de Beirute, capital do Libano. 

Em pronúncia nesta quarta-feira (03/01), segundo a emissora catari Al Jazeera, o líder iraniano classificou o atentado como “um crime” ao explicar que al-Arouri, conhecido também como o número 2 da organização da resistência palestina, era um “combatente proeminente que defendia os direitos do seu povo”.

Já o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, usou suas redes sociais para denunciar a conduta israelense sobre todo o território palestino, afirmando que “a operação terrorista” de Tel Aviv contra Gaza é “um fracasso”, ressaltando também que ela representa uma “ameaça real à paz e à segurança”.

Para o chanceler iraniano, o assassinato de al-Arouri prova que o Estado judeu “não atingiu nenhum de seus objetivos após semanas de crimes de guerra, genocídio e destruição em Gaza”, e ainda lembrou que todas ações de Israel durante esse tempo têm tido apoio da Casa Branca.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o episódio incentivará a luta contra os “ocupantes sionistas” em todo o território palestino.

Ainda de acordo a Al Jazeera, no mês passado, Irã havia alertado Israel que tomaria medidas “diretas” como parte de uma retaliação pelo assassinato de um dos combatentes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), Razi Moussavi, que foi morto na Síria, também em um ataque aéreo.

“Nossa resposta ao assassinato de Moussavi será uma combinação de ação direta junto com outras lideradas pelo Eixo da Resistência”, disse Ramezan Sharif na ocasião, segundo relatou a agência local Mehr.

 

Ø  Egito interrompe mediação de reféns após assassinato de número dois do Hamas

 

O governo do Egito comunicou as autoridades israelenses que congelará sua participação na mediação das negociações para a troca de reféns entre Tel Aviv com os grupos palestinos.

De acordo com a emissora israelense Makan, a decisão anunciada nesta quarta-feira (03/01) é uma resposta ao assassinato do vice-chefe do gabinete político do Hamas, Saleh al-Arouri, que foi morto por um ataque aéreo israelense no dia anterior, no bairro de Mashrafiyah, na região sul de Beirute, capital do Líbano.

Além disso, ainda segundo o veículo, que citou informações repassadas por fontes do Catar, uma das nações responsáveis pela mediação do acordo entre Israel e Hamas, a postura do Estado judeu teria gerado “insatisfação” por parte das autoridades egípcias, uma vez que a delegação israelense havia interrompido uma recente visita a Cairo destinada para tratar das negociações de troca de reféns.

O jornal egípcio Ahram ainda informou nesta quarta-feira (03/01) que o presidente Abdul Fattah Al-Sisi salientou que a única forma de alcançar a “estabilidade duradoura” no território palestino é um acordo baseado na “justiça”, de forma que alcance a “verdadeira segurança para todos os povos da região e neutralize crises e guerras no Oriente Médio”.

A declaração foi dada na recepção de uma delegação dos partidos Democrata e Republicano do Congresso dos Estados Unidos, chefiada pelo Senador Joni Ernst, na presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros Sameh Shoukry.

O presidente egípcio enfatizou a importância de um trabalho que seja capaz de evitar fatores que agravam o conflito na região, uma vez que estes implicam contra a paz, além das seguranças regional e internacional.

Ao jornal norte-americano New York Times, um alto funcionário dos Estados Unidos havia declarado, na noite de terça-feira (02/01), logo após o noticiamento do assassinato de al-Arouri, que “atacar os líderes do Hamas poderia dificultar as negociações sobre a cessação dos combates em Gaza e libertação de reféns” no território palestino.

Saleh al-Arouri, que foi vítima de um atentado israelense, era membro do comitê político do Hamas e considerado o “número dois” dentro da organização de resistência palestina”. Um ataque aéreo operado por Israel, no bairro no subúrbio ao sul de Beirute, resultou na morte do combatente e de outras três pessoas que estavam dentro de um carro no local, gerando uma onda de indignações por nações irmãs, como o Irã.

 

Fonte: g1/Opera Mundi

 

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