sexta-feira, 7 de julho de 2023

Lukashenko descarta vingança de Putin e diz que ele não matará chefe do Grupo Wagner

O presidente de BelarusAlexander Lukashenko, disse não acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, buscaria vingança contra Yevgeny Prigozhin, chefe do Grupo Wagner.

“Tenho certeza de que Prigozhin está livre. Conversamos várias vezes por telefone. Ontem, depois do almoço, conversamos com ele por telefone e apenas discutimos… novas ações do Wagner.”

Lukashenko disse anteriormente que Prigozhin, que não era visto em público desde 24 de junho, estava agora na Rússia, apesar de uma alegação anterior de que seria exilado em Belarus.

Falando em uma coletiva de imprensa em Minsk na terça-feira (4), ele disse: “O que acontecerá com Prigozhin a seguir? Bem, tudo acontece na vida. Mas se você acha que Putin é tão malicioso e vingativo que vai ‘matar’ Prigozhin amanhã – não, isso não vai acontecer.”

Putin conhece Prigozhin “muito melhor do que eu”, disse Lukashenko.

“Você tem que entender que Putin conhece Prigozhin muito melhor do que eu e o conhece há mais tempo do que eu, cerca de 30 anos, já que ambos viveram e trabalharam em São Petersburgo. Eles tinham relações muito boas um com o outro, talvez até mais do que isso.”

Após a insurreição abortada de Prigozhin e a intervenção de Lukashenko, o Kremlin divulgou o relacionamento de Lukashenko com Prigozhin.

“O fato é que Alexander Grigoryevich [Lukashenko] conhece Prigozhin pessoalmente há muito tempo, há cerca de 20 anos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em 24 de junho.

“E foi sua proposta pessoal, que foi acordada com Putin. Somos gratos ao presidente de Belarus por esses esforços.”

·         Chefe da milícia Wagner está na Rússia, diz presidente bielorrusso

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse nesta quinta-feira (6) que o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que recentemente se rebelou contra os comandantes militares do presidente Vladimir Putin, estava na Rússia. 

"Quanto a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está esta manhã? Ele pode ter partido para Moscou ou outro lugar, mas não está em território bielorrusso", disse Lukashenko em entrevista coletiva à imprensa estrangeira em Minsk. 

O presidente bielorrusso intermediou o acordo que pôs fim à revolta de 23 e 24 de junho de Prigozhin, cujas milícias desempenharam um papel de liderança na ofensiva russa na Ucrânia. Esse pacto previa que o mercenário se exilasse em Belarus, aliada e vizinha da Rússia. 

Lukashenko garantiu em 27 de junho que Prigozhin havia chegado a Belarus. 

"Tenho certeza de que ele está livre", disse Lukashenko nesta quinta-feira, afirmando que conversou com Prigozhin por telefone no dia anterior, que lhe garantiu que continuaria "trabalhando para a Rússia".

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado sobre o paradeiro de Prigozhin, respondeu: "Não estamos acompanhando seus movimentos." 

Putin, que denunciou Prigozhin como um "traidor", deu aos combatentes de Wagner a opção de ingressar no exército regular, ir para Belarus ou retornar à vida civil.

Mas, de acordo com Lukashenko, os combatentes de Wagner também estão "em seus acampamentos permanentes" na Ucrânia e não em Belarus, "no momento".

O presidente bielorrusso também garantiu que a questão da "transferência" de Wagner para Belarus "não está resolvida", ao mesmo tempo em que disse estar convencido de que o grupo paramilitar russo não se rebelará ou usará suas armas contra seu governo. 

Após o motim de 24 horas que abalou o Kremlin, Prigozhin garantiu que não queria tomar o poder, mas proteger o grupo Wagner do risco de ser desmantelado pelo Estado-Maior russo, que acusa de incompetência no conflito na Ucrânia.

- Mísseis contra Lviv -

Na Ucrânia, Lviv (oeste) foi alvo de uma salva de mísseis russos durante a noite, que danificaram mais de 30 prédios, segundo autoridades locais. 

"Este é o ataque mais destrutivo contra a população civil da região de Lviv desde o início da guerra", disse o chefe da administração militar regional, Maksym Kozytsky, no Telegram. 

Ao menos cinco pessoas morreram e 37 ficaram feridas, segundo o Ministério do Interior. 

"Acordei com a primeira explosão, mas não tivemos tempo de sair do apartamento. Houve uma segunda explosão, o teto começou a cair", disse à AFP Olya, uma moradora. 

"Minha mãe morreu, meus vizinhos morreram. Neste momento, parece que sou a única que sobreviveu no quarto andar", acrescentou.

O exército russo alegou que havia atacado locais de "implantação temporária" de soldados ucranianos. "Todas as instalações designadas foram afetadas", disse o Ministério da Defesa.

Na usina nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa, que está nas mãos das tropas russas desde março de 2022, as tensões estão "diminuindo", disse Nataliya Gumenyuk, porta-voz do exército ucraniano. Ambos os lados se acusaram nesta semana de planejar ataques contra a usina. 

Quase um mês após o início da contraofensiva ucraniana, o Estado-Maior anunciou progressos "em alguns lugares" ao redor da devastada cidade de Bakhmut. 

As forças armadas ucranianas enfrentam poderosas linhas de defesa russas e pedem às potências ocidentais que acelerem suas entregas de armas, particularmente caças F-16 dos EUA e munição de artilharia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chegou à Bulgária, produtora de munição, nesta quinta-feira para uma visita oficial para discutir a entrega de armas e a adesão de seu país à Otan, antes de uma grande cúpula transatlântica da Otan em Vilnius (Lituânia), em 11 e 12 de julho. 

Zelensky também visitará Istambul na sexta-feira para conversas com o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, enquanto Moscou ameaça se retirar do acordo negociado pela Turquia sobre as exportações de grãos ucranianos.

·         Polícia russa encontra perucas, armas e dinheiro em sede do chefe do Grupo Wagner

A televisão estatal russa parece ter lançado uma campanha difamando Yevgeny Prigozhin, o fundador da empresa militar privada Wagner.

As operações do grupo na Ucrânia eram, até recentemente, destacadas na TV estatal, especialmente após a captura de Bakhmut, que foi um raro ganho russo na Ucrânia nos últimos meses. No entanto, tudo isso mudou após o curto motim de Wagner no mês passado.

Um longo segmento transmitido pela televisão estatal detalhou o passado criminoso de Prigozhin, incluindo acusações de roubo e agressão e uma longa sentença em uma colônia penal na década de 1980.

Nesta quinta-feira (6), a mídia estatal russa publicou um vídeo de uma suposta batida policial no escritório e residência de Yevgeny Prigozhin em São Petersburgo, intensificando essa aparente campanha de propaganda contra o chefe mercenário do grupo Wagner.

A filmagem – descrita pelos apresentadores como “escandalosa” – mostra o que seria um estoque de ouro, dinheiro e perucas, junto com armas e vários passaportes aparentemente pertencentes a Prigozhin sob diferentes pseudônimos.

Em um segmento separado, o Russia 24 exibiu um vídeo da polícia invadindo seu escritório e várias fotos de uma casa ricamente decorada onde um guarda-roupa cheio de perucas de cores diferentes pode ser visto.

A televisão estatal russa costuma transmitir imagens dramáticas do que é descrito como incursões dos serviços de segurança e planos terroristas frustrados.

Especialistas e defensores dos direitos humanos dizem que as autoridades russas têm um padrão de fabricar processos criminais contra os adversários políticos do Kremlin.

·         Lukashenko afirma que impediu Putin de “destruir” o Grupo Wagner

O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, afirma ter convencido o líder russo, Vladimir Putin, a não “destruir” o Grupo Wagner e seu chefe Yevgeny Prigozhin, falando sobre seu papel em deter a insurreição militar dos mercenários que causou crise na Rússia no fim de semana.

Lukashenko descreveu sua visão das negociações que levaram Prigozhin a encerrar sua marcha em direção a Moscou e disse que o oligarca está agora em Belarus, conforme foi acordado.

“A coisa mais perigosa, pelo que entendi, não é qual era a situação, mas como ela poderia se desenvolver e quais seriam suas consequências”, citou Lukashenko, segundo a mídia estatal belarussa.

“Também percebi que foi tomada uma decisão dura, de destruir. Sugeri a Putin que não se apressasse. Vamos conversar com Prigozhin, com seus comandantes”, prosseguiu.

Segundo Lukashenko, Putin disse o seguinte: “Ouça, Alex, é inútil. [Prigozhin] nem atende o telefone, não quer falar com ninguém.”

Mas o presidente belarusso explicou que conseguiu se apossar do chefe do Grupo Wagner. Segundo seu relato, ele avisou que seria “esmagado como um inseto” se as tropas mercenárias continuassem avançando para a capital russa.

“Conversamos durante a primeira rodada de 30 minutos com palavras fortes. Exclusivamente. Havia 10 vezes mais palavrões (mais tarde eu os analisei) do que o vocabulário normal”, acrescentou Lukashenko, descrevendo suas interações com um Prigozhin desbocado.

“Claro, ele se desculpou com antecedência e começou a me contar tudo usando essas palavras obscenas”, continuou.

O Kremlin creditou a Lukashenko a ajuda para desescalar a situação, embora o relato do líder belarusso sobre os eventos não tenha sido corroborado por Putin ou Prigozhin.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expôs que Lukashenko conseguiu estabelecer um relacionamento pessoal com Prigozhin para chegar ao acordo, que também veria tropas e equipamentos do Gupo Wagner absorvidos pelos militares russos.

Enquanto isso, o Serviço Federal de Segurança da Rússia informou que desistiria do caso contra os combatentes mercenários por causa do aparente levante.

A rebelião de Prigozhin marcou uma escalada repentina e dramática de sua rivalidade de longa data com os comandantes militares da Rússia.

Ele assumiu o controle de um quartel-general militar do sul e dirigiu suas tropas privadas para Moscou, e exigiu a renúncia do ministro da Defesa, Sergei Shoigu – uma ligação que Lukashenko diz ter desistido durante as discussões.

Embora Putin tenha sobrevivido aos eventos, sua posição parece significativamente enfraquecida. Em um discurso na segunda-feira (26), o líder russo agradeceu aos mercenários por tomarem a “decisão certa” ao interromper seu avanço e ofereceu-lhes contratos para ingressar na força do Ministério da Defesa russo.

O presidente russo também afirmou que a “rebelião armada teria sido reprimida de qualquer maneira”, sem especificar como.

Lukashenko disse nesta terça-feira que Prigozhin recebeu suas garantias pessoais de segurança e a segurança de seus homens, a fim de neutralizar a rebelião na noite de sábado (24).

“Às cinco horas da tarde ele me ligou e disse: ‘Aceito todas as suas condições. Mas… O que devo fazer? Nós paramos – eles vão nos destruir’ Eu respondi: ‘Eles não vão. Eu garanto-te. Vou assumir isso sozinho’”, lembrou Lukashenko.

·         Lukashenko diz que alertou Prigozhin que forças do Grupo Wagner seriam “esmagadas como um inseto” se marchassem para Moscou

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que alertou o chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que suas forças seriam destruídas se continuassem sua marcha para a capital russa.

“No meio do caminho, você será esmagado como um inseto”, lembra Lukashenko, dizendo a Prigozhin durante uma ligação no sábado (24), de acordo com a mídia estatal de Belarus.

Lukashenko disse que Prigozhin disse a ele: “Queremos justiça! Eles querem nos estrangular! Iremos para Moscou!”

“Por muito tempo, tentei convencê-lo. E no final disse: ‘Sabe, você pode fazer o que quiser. Mas não se ofenda comigo. Nossa brigada está pronta para ser transferida para Moscou’ ele disse.”

Lukashenko disse que disse a Prigozhin que “esta situação não diz respeito apenas à Rússia. Não é apenas porque esta é nossa pátria e porque, Deus me livre, essa turbulência se espalharia por toda a Rússia e os pré-requisitos para isso eram colossais, nós éramos os próximos.”

 

Fonte: CNN Brasil

 

Nenhum comentário: