Chefe do Grupo
Wagner “saiu dos trilhos por causa de muito dinheiro”, diz TV russa
Um
apresentador de TV conhecido por ser um dos rostos da propaganda russa disse em
seu programa semanal que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, “saiu dos
trilhos por causa de muito dinheiro”.
Segundo
a AFP, o apresentador Dmitry Kisilev disse que Prigozhin “pensou
que pode desafiar o Ministério da Defesa, o próprio estado e o presidente
pessoalmente”. E que as operações do grupo de mercenários na Síria e na África
deram ao chefe um sentimento de impunidade que foi sendo reforçado pelas
vitórias no campo de batalha ucraniano.
Kisilev
também falou, sem fornecer provas, que o grupo recebeu mais de 858 bilhões de
rublos (cerca de R$ 46 bilhões) de financiamento estatal.
Na
terça-feira (27), o presidente russo Vladimir Putin disse que Prigozhin recebeu US$ 1 bilhão do Ministério da Defesa entre maio
de 2022 e maio de 2023. E que a empresa de catering Concord de Prigozhin
ganhou US$ 940 milhões com contratos estatais para fornecer alimentos ao
exército russo.
Putin
disse que iria investigar o destino dos valores pagos após a breve rebelião
liderada pro Prigozhin no final de semana passado. Ele acusou abertamente os militares da Rússia de atacar um
acampamento do Wagner e matar uma “grande quantidade” de seus
homens.
O
chefe do grupo prometeu retaliar com força e marchou com suas tropas para a
cidade russa de Rostov-on-Don. Mais tarde, Prigozhin voltou atrás em sua
ameaça, dizendo que sua crítica à liderança militar russa era uma “marcha de
justiça” e não um golpe e depois voou para Belarus.
·
Grupo
de mídia russo comandado por Prigozhin será fechado
O
grupo de mídia controlado por Yevgeny Prigozhin fechará. Foi o que anunciou o
diretor de um de seus veículos, uma semana após o colapso de um rápido motim
organizado por seus combatentes do Grupo Wagner.
Sob
um acordo que interrompeu o motim, Prigozhin, um ex-aliado do presidente
Vladimir Putin, foi autorizado a se exilar em Belarus e seus homens tiveram a
opção de se juntar a ele, ser integrados às forças armadas da Rússia ou voltar
para casa.
A
Patriot Media, cujo meio de comunicação mais proeminente era o site de notícias
RIA FAN, adotou uma linha editorial fortemente nacionalista e pró-Kremlin, ao
mesmo tempo em que forneceu cobertura positiva de Prigozhin e seu Grupo Wagner.
“Estou
anunciando nossa decisão de fechar e deixar a área de informação do país”,
disse o diretor da RIA FAN, Yevgeny Zubarev, em um video publicado na noite de
sábado nas contas de mídia social da holding.
Zubarev
não deu motivos para a decisão.
O
jornal russo Kommersant informou na sexta-feira que o órgão de vigilância das
comunicações do país, Roskomnadzor, bloqueou veículos de mídia ligados a
Prigozhin, sem dar mais detalhes. O órgão fiscalizador não pôde ser contatado
neste domingo para comentar.
A
mídia russa também informou que uma “fábrica de trolls” supostamente usada por
Prigozhin para influenciar a opinião pública em países estrangeiros, incluindo
os Estados Unidos, foi dissolvida.
Em
seu vídeo, Zubarev elogiou o histórico da Patriot Media, dizendo que defendeu
tanto Prigozhin quanto Putin de ataques da oposição anti-Kremlin, incluindo o
crítico de Putin preso Alexei Navalny.
O
Patriot Group trabalhou “contra Alexei Navalny e outros representantes da
oposição que genuinamente tentaram destruir nosso país”, disse ele.
Apesar
do motim, as autoridades russas não baniram oficialmente o Grupo Wagner, mas
Putin disse na terça-feira que as finanças da empresa de catering de Prigozhin
seriam investigadas.
Ele
disse que Wagner e seu fundador receberam quase 2 bilhões de dólares da Rússia
no ano passado.
Os
homens de Wagner travaram algumas das batalhas mais sangrentas da guerra de 16
meses na Ucrânia, e suas fileiras incluíram milhares de ex-prisioneiros
recrutados em prisões russas.
Sob
a liderança de Prigozhin, o grupo se tornou um negócio internacional em
expansão com interesses de mineração e combatentes na África e no Oriente
Médio.
Foi
fundado em 2014 depois que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia e
começou a apoiar separatistas pró-Rússia na região de Donbass, no leste da
Ucrânia.
Ø
Zelensky
diz que resposta de Putin ao grupo Wagner foi fraca: “Seu poder está
desmoronando”
A
resposta de Vladimir Putin à rebelião armada do grupo Wagner foi
“fraca” e
o presidente russo está perdendo o controle de seu próprio povo, disse o
presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à CNN em uma entrevista exclusiva,
cuja íntegra será publicada na quarta-feira.
Putin
enfrentou a maior ameaça à sua autoridade em duas décadas no mês passado, quando o chefe
do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, lançou um levante de curta
duração,
reivindicando o controle de instalações militares em duas cidades russas e
marchando em direção a Moscou antes de concordar em abaixar as armas.
“Vemos
a reação de Putin. É fraca”, disse Zelensky à âncora Erin Burnett, da CNN, em Odessa, na Ucrânia, em uma
entrevista gravada no último domingo (2).
“Em
primeiro lugar, vemos que ele não controla tudo. O fato de [o grupo] Wagner
avançar dentro da Rússia e tomar certas regiões mostra como é fácil fazer isso.
Putin não controla a situação nas regiões”, completou.
“Toda aquela vertical de poder que ele
costumava ter está desmoronando.”
Alguns
russos aplaudiram os combatentes do grupo Wagner enquanto Prigozhin liderava o
desafio sem precedentes à autoridade de Putin. Um vídeo checado pela CNN mostrou multidões aplaudindo
quando o veículo do chefe de Wagner partiu da cidade de Rostov-on-Don, no sul,
em 24 de junho.
Zelensky
disse que os relatórios de inteligência ucranianos mostraram que o Kremlin
estava medindo o apoio a Prigozhin, e afirmou que metade da Rússia apoiou o
chefe de Wagner e o motim do grupo paramilitar.
A
entrevista com Zelensky ocorre em um momento crítico – não apenas após a
fracassada insurreição de Prigozhin, mas também semanas após o lento esforço da
Ucrânia para recapturar o território ocupado pela Rússia.
Esse
esforço está sob intenso escrutínio de aliados ocidentais e, no sábado, uma
autoridade dos EUA disse à CNN que
o chefe da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), Bill Burns, visitou
Kiev recentemente e se encontrou com Zelensky e funcionários da inteligência
ucraniana.
Zelensky
disse à CNN que ficou
“surpreso” ao ver seu encontro com Burns reportado na mídia. “Minha comunicação
com o chefe da CIA deve ser sempre nos bastidores”, disse ele. “Discutimos
coisas importantes – o que a Ucrânia precisa e como a Ucrânia está preparada
para agir.”
Burns,
um diplomata veterano, tornou-se um interlocutor de confiança em Kiev e fez
várias viagens à Ucrânia durante a guerra.
“Não
temos nenhum segredo da CIA, porque temos boas relações e nossos serviços de inteligência
conversam entre si”, disse Zelensky.
“A
situação é bastante simples. Temos boas relações com o chefe da CIA e estamos
conversando. Contei a ele sobre todas as coisas importantes relacionadas ao
campo de batalha de que precisamos”, completou.
Burns
viajou para Kiev antes da rebelião de Prigozhin, que não foi um tópico de
discussão, disse o funcionário dos EUA à CNN.
Falando
em uma entrevista coletiva em Kiev no sábado, Zelensky disse que a rebelião de
Prigozhin “afetou muito o poder russo no campo de batalha” e pode ser benéfica
para a contra-ofensiva da Ucrânia.
Embora
os esforços de Kiev tenham se concentrado na recaptura de territórios no sul e
no leste da Ucrânia, Zelensky disse a Burnett que seu objetivo final era
libertar a Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014 em violação ao
direito internacional.
“Não
podemos imaginar a Ucrânia sem a Crimeia. E enquanto a Crimeia está sob
ocupação russa, isso significa apenas uma coisa: a guerra ainda não acabou”,
disse ele.
Questionado
se havia algum cenário em que poderia haver paz sem a Crimeia, Zelensky disse:
“Não será uma vitória então”.
·
Rússia
diz ter impedido tentativa de assassinato de premiê da Crimeia pela Ucrânia
A Rússia afirmou que interceptou uma tentativa
de assassinato da Ucrânia contra o líder da Crimeia, apoiado pela Rússia, segundo os meios de
comunicação estatais TASS e RIA, citando o Serviço Federal de Segurança (FSB,
na sigla em inglês).
A
agência de segurança russa disse ter prendido um suspeito contratado pelos
serviços de segurança ucranianos para matar Sergey Aksyonov, que foi nomeado
governador da Crimeia depois que a Rússia a anexou ilegalmente da Ucrânia em
2014.
Em
um comunicado, o FSB disse que um russo recrutado pelos serviços de segurança
da Ucrânia chegou à Crimeia no mês passado para começar a se preparar para o
ataque e foi preso antes que pudesse plantar a bomba.
Mais
alguns detalhes: o suposto agente nasceu em 1988 e passou por “treinamento em
reconhecimento e atividades subversivas, incluindo treinamento em explosivos de
minas”, segundo o FSB.
O
suspeito foi acusado de “tentativa de terrorismo e aquisição, posse e
transporte ilegais de explosivos ou artefatos explosivos” e está sob custódia,
disse a agência de segurança.
Aksyonov
agradeceu ao FSB por frustrar o suposto atentado contra sua vida e disse que “é
possível eliminar completamente a ameaça terrorista de Kiev apenas cumprindo os
objetivos da ‘operação especial'”, informou a TASS. A Rússia continua a
referir-se à sua guerra na Ucrânia como uma “operação militar especial”.
Autoridades
ucranianas, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, há muito declaram
seu objetivo de recapturar a Crimeia, mas raramente comentam diretamente sobre
as ações na península.
·
Assessor
de Zelensky diz que reconquistar a Crimeia é um dos objetivos finais da
contraofensiva
O
“objetivo final da campanha de contraofensiva da Ucrânia é reconquistar todos os territórios,
incluindo a Crimeia“, disse o principal assessor diplomático
do presidente Volodymyr Zelensky na
segunda-feira (12).
Durante
uma entrevista com Christiane Amanpour, da CNN, o conselheiro Igor Zhovkva afirmou que algumas ações
contraofensivas estavam em andamento, mas não deu detalhes.
Ele
também procurou diminuir quaisquer expectativas de que a campanha alcançaria
resultados rápidos, dizendo que poderia levar muitos meses para a Ucrânia
atingir seus objetivos.
Na
mesma linha, ele lembrou a Amanpour que esta não foi a primeira contraofensiva
da Ucrânia – uma referência aos avanços bem-sucedidos do exército ucraniano em
setembro e outubro do último ano, quando as forças russas foram expulsas da
região de Kharkiv e da parte
norte da região de Kherson.
A
investida atual “provavelmente não seria a última operação de contraofensiva”,
disse ele.
Ele
também disse que, para o sucesso da Ucrânia, parcerias ocidentais seriam
necessárias para fornecer mais artilharia e munição.
Ø
Ucrânia
decepcionou Ocidente ao perder equipamento fornecido, diz colunista alemão
A
Ucrânia não atendeu às expectativas do Ocidente quanto ao uso do equipamento
fornecido pela OTAN, tendo perdido o equipamento enviado ao país um mês mais
tarde, escreve o colunista Franz Becchi em um artigo no Berliner Zeitung.
"Com
elevadas expectativas, os países ocidentais forneceram tanques e veículos
blindados de transporte de pessoal à Ucrânia, na esperança de que, com esses
veículos de combate, o país conseguisse conquistar progressos significativos.
Cerca de um mês após o início da ofensiva de verão [europeu] da Ucrânia veio a
decepção", declarou o autor do artigo.
O
jornalista ressaltou que o apoio de Berlim a Kiev "custou vidas e
dinheiro". Segundo ele, em 2023, a Alemanha já alocou cerca de cinco
bilhões e meio de euros (R$ 26,3 bilhões) para fornecer apoio militar à
Ucrânia. Isso, concluiu Becchi, é um investimento significativo em comparação
com os dois bilhões de euros (R$ 9,5 bilhões) enviados em 2022.
Kiev
enviou as brigadas treinadas por especialistas da OTAN e armadas com
equipamentos ocidentais. No entanto, como disse o presidente russo, Vladimir
Putin, em 27 de junho, a Ucrânia perdeu 259 tanques e 780 veículos blindados
desde o início da chamada contraofensiva, dos quais 41 tanques e 102 veículos
blindados só na linha de Orekhovo e na linha de Zaporozhie na última semana.
Fonte:
CNN Brasil/Sputnik Brasil
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