quarta-feira, 29 de março de 2023

Aleitamento materno faz bem para mãe e bebê

O aleitamento materno é a alimentação de bebês e crianças com leite produzido pelas mulheres. É o meio de nutrição ideal pelo menos até os seis meses de idade. A prática proporciona benefícios para a mãe o bebê, podendo prevenir depressão pós-parto na mãe, melhorar o desempenho cognitivo do bebê e evitar doenças em ambos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) afirmam que a amamentação de todos os bebês nos primeiros dois anos pode salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos todos os anos. O aleitamento contínuo é recomendado por pelo menos um ano, à medida que diferentes alimentos são introduzidos na dieta do bebê.

O aleitamento materno fornece tudo o que o bebê precisa nos primeiros seis meses de vida, em todas as proporções corretas. Sua composição também muda de acordo com as necessidades de saúde do bebê, especialmente durante o primeiro mês de vida. Durante os primeiros dias após o nascimento, as glândulas mamárias da mãe produzem um fluido espesso e amarelado chamado colostro, que é rico em proteínas, pobre em açúcar e carregado de compostos benéficos.

O colostro é o primeiro alimento ideal e ajuda o trato digestivo imaturo do recém-nascido a se desenvolver. Após os primeiros dias, os seios começam a produzir grandes quantidades de leite à medida que o estômago do bebê se desenvolve. O único nutriente que não é fornecido por meio da amamentação – a não ser que a mãe tenha ingerido quantidades exorbitantes – é a vitamina D. Para compensar essa deficiência, podem ser recomendadas algumas gotas de vitamina D a partir de duas a quatro semanas de idade.

O aleitamento materno é a principal forma pela qual o bebê obtém anticorpos que ajudam o organismo a combater vírus e bactérias. Isso se aplica particularmente ao colostro, o primeiro leite. O colostro fornece grandes quantidades de imunoglobulina A (IgA), bem como vários outros anticorpos. Quando a mãe é exposta a vírus ou bactérias, ela começa a produzir anticorpos. Esses anticorpos são excretados no leite materno e ingeridos pelo bebê por meio do aleitamento materno.

O IgA protege o bebê de ficar doente, formando uma camada protetora no nariz, garganta e sistema digestivo. Por esse motivo, as mães que realizam o aleitamento enquanto estão resfriadas ou gripadas fornecem aos seus bebês anticorpos que os ajudam a combater o patógeno específico que está causando a doença. No entanto, se você estiver doente e em fase de aleitamento, pratique uma higiene rigorosa. Lave as mãos com frequência e tente evitar infectar seu bebê.

As fórmulas de leite não fornecem anticorpos para os bebês. Numerosos estudos mostram que aqueles que não são amamentados são mais vulneráveis ​​a problemas de saúde como pneumonia, diarreia e infecção.

Quando a criança se alimenta apenas de leite materno há benefícios relevantes para a saúde, incluindo:

  • Redução de infecções de ouvido: três ou mais meses de aleitamento materno podem reduzir o risco em 50%, enquanto qualquer tipo de amamentação pode reduzir em 23%;
  • Redução de infecções do trato respiratório: o aleitamento materno por mais de quatro meses reduz o risco de hospitalização por esse tipo de infecção em até 72%;
  • Redução de resfriados e infecções: bebês que receberam aleitamento materno durante seis meses podem ter um risco até 63% menor de ficarem gripados, com infecções de ouvido ou garganta;
  • Redução de infecções intestinais: o aleitamento materno está associado a uma redução de 64% nas infecções intestinais, observadas por até dois meses após a interrupção da amamentação;
  • Redução de danos no intestino: a alimentação de bebês prematuros com leite materno é associada a uma redução de 60% na incidência de enterocolite necrosante;
  • Redução da síndrome da morte súbita do lactente (SMSL): O aleitamento materno também está associada a um menor risco de SMSL em 50% após UM mês e a um risco reduzido em 36% no primeiro ano;
  • Redução de doenças alérgicas: o aleitamento materno por pelo menos três a quatro meses está associada a um risco reduzido de 27 a 42 % de asma, dermatite atópica e eczema;
  • Redução de incidência de doença celíaca: bebês que são amamentados no momento da primeira exposição ao glúten têm um risco 52% menor de desenvolver doença celíaca;
  • Redução de doença inflamatória intestinal: o aleitamento materno pode reduzir em 30% o desenvolvimento de doença inflamatória intestinal na infância;
  • Redução de diabetes: o aleitamento materno por pelo menos três meses está associada a um menor risco de diabetes tipo 1 em até 30% e diabetes tipo 2 em até 40%;
  • Redução de leucemia infantil: o aleitamento materno por seis meses ou mais está associada a uma redução de 15 a 20% no risco de leucemia infantil;

O leite humano ajuda a prevenir a obesidade infantil. Estudos mostram que as taxas de obesidade são 15 a 30% mais baixas em bebês que receberam aleitamento materno, em comparação com bebês alimentados com fórmula. Isso pode ser devido ao desenvolvimento de bactérias benéficas no intestino, chamadas de probióticos, que influenciam a forma que o organismo armazena gordura.

Bebês alimentados com leite materno também têm mais leptina (um hormônio responsável por regular o apetite e armazenamento de gordura) do que bebês alimentados com fórmula. O aleitamento materno também promove uma maior autorregulação da ingestão de leite por parte do bebê. Ele se sente mais satisfeito e, ao longo da vida, desenvolve padrões de alimentação mais saudáveis. Alguns estudos sugerem que pode haver uma diferença no desenvolvimento cerebral entre os bebês que receberam amamentação exclusiva e os alimentados com fórmula.

Essa diferença pode ser devida à intimidade física, ao toque e ao contato visual associados ao aleitamento materno. Estudos indicam que os bebês amamentados com leite materno são mais inteligentes e menos propensos a desenvolver problemas de comportamento e aprendizado à medida que envelhecem. No entanto, os efeitos mais significativos são vistos em bebês prematuros, que têm um risco maior de problemas de desenvolvimento. O aleitamento materno tem efeitos positivos significativos no desenvolvimento cerebral a longo prazo.

Enquanto algumas mulheres parecem ganhar peso durante a amamentação, outras parecem perder peso facilmente. Embora o aleitamento materno aumente as demandas de energia da mãe em cerca de 500 calorias por dia, o equilíbrio hormonal do corpo é muito diferente do normal. Devido a essas alterações hormonais, as mulheres que amamentam têm um aumento do apetite e podem estar mais propensas a armazenar gordura para a produção de leite.

Nos primeiros três meses após o parto, as mulheres que amamentam podem perder menos peso do que as que não amamentam, e podem até ganhar peso. No entanto, após três meses de lactação, elas experimentam um aumento na queima de gordura. Entre os três e seis meses após o parto, as mulheres que amamentam perdem mais peso do que as que não amamentam.

Entretanto, a alimentação e a prática de exercícios são os fatores determinantes para perda de peso pós-parto. Alguns estudos mostraram que as mulheres que amamentam, geralmente, apresentam menor perda sanguínea após o parto. A depressão pós-parto é um tipo de depressão que afeta até 15% das mães.

Entretanto, as mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver depressão pós-parto, em comparação às mães que desmamam cedo ou não amamentam. Aquelas que apresentam depressão pós-parto são mais propensas a ter problemas de amamentação e o fazem por um período mais curto. Esses fatores podem estar relacionados devido ao fato da amamentação provocar alterações hormonais que estimulam o cuidado e o vínculo materno.

Uma das mudanças mais significativas é o aumento da quantidade de ocitocina (hormônio “do amor”) produzida durante o parto e o aleitamento materno. A oicitocina parece ter efeitos anti-ansiedade a longo prazo, estimula a sensação de afeto e de relaxamento. Esses efeitos também podem explicar, em parte, porque as mães que amamentam têm uma taxa menor de rejeição materna, em comparação com aquelas que não amamentam.

Um estudo mostrou que a taxa de abuso e negligência materna infantil foi quase três vezes maior para as mães que não amamentaram, em comparação àquelas que não amamentaram. Mas isso não significa, necessariamente, que não amamentar sempre aumentará a negligencia materna. O tempo total que uma mulher gasta com o aleitamento materno está associado a um risco reduzido de câncer de mama e de ovário.

As mulheres que amamentam por mais de 12 meses durante a vida têm um risco 28% menor de câncer de mama e de ovário. Cada ano de aletaimento materno está associado a uma redução de 4,3% no risco de câncer de mama. A amamentação ainda pode proteger contra a síndrome metabólica, um grupo de condições que aumentam o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde.

As mulheres que amamentam durante um ou dois anos ao longo da vida têm um risco 10-50% menor de pressão alta, artrite, níveis elevados de gordura no sangue, doenças cardíacas e diabetes tipo 2. O aleitamento materno interrompe a ovulação e a menstruação. Algumas mulheres usam a amamentação, também, como uma forma de controle de natalidade nos primeiros meses após o parto. No entanto, pode não ser um método anticoncepcional completamente eficaz. Por outro lado, apresenta o benefício de evitar cólicas e a TPM.

Para completar a lista, o aleitamento materno é totalmente gratuito.

Ao escolher amamentar, você não precisará:

  • Gastar dinheiro com fórmulas;
  • Calcular quanto seu bebê precisa beber diariamente;
  • Gastar tempo limpando e esterilizando garrafas;
  • Aquecer mamadeira no meio da noite ou do dia;

Por outro lado, sabemos que essas tarefas poderiam ser delegadas ao pai ou à outra pessoa responsável pelo bebê, enquanto você usaria um tempo para si mesma. Além do mais, vale ressaltar que mulheres que não podem amamentar devem alimentar o bebê com fórmula, pois ela fornecerá todos os nutrientes que ele precisa.

 

Fonte: eCycle

 

Nenhum comentário: