'OTAN
flerta com a guerra e com a extinção', diz analista
Os
Estados Unidos abriram a porta para que as suas armas fossem utilizadas em
ataques ao interior do território russo, mais um passo no sentido de pensar que
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está na verdade à procura de
uma guerra muito mais perigosa.
A
narrativa de guerra do Ocidente tem aumentado constantemente há algum tempo em
torno do conflito ucraniano, mas agora são as decisões tomadas que mostram que
a Europa está cada vez mais perto de um conflito de grande escala para o qual a
OTAN pode não estar preparada.
"A
OTAN está a flertar com a guerra e a extinção", alerta Stephen Bryen,
antigo subsecretário do Pentágono e especialista em questões de segurança e
defesa.
Segundo
ele, os passos que a Aliança Atlântica tem dado em relação à crise apenas
levaram a uma escalada do bloco contra a Rússia. Mais ainda agora que "a
França está 'oficialmente' a enviar tropas para a Ucrânia" e que alguns
países da OTAN exigem ataques em profundidade em solo russo.
"Assustar
os russos para que recuem atacando o território russo ou enviando soldados
franceses não funcionará, uma vez que os russos já compreenderam essa realidade
e estão a avançar [...] na Ucrânia", observa Bryen.
O
especialista afirma também que os líderes da OTAN temem o colapso da Ucrânia.
Por isso, diz, recorrem a medidas como o envio de soldados do bloco, em número
relativamente pequeno, mas "isso não é solução".
Sobre
a solução do conflito entre Kiev e Moscou, Bryen afirma que a Aliança Atlântica
não quer negociar com a Rússia por razões políticas, principalmente devido à
posição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que teme chegar às
próximas eleições tendo perdido o Afeganistão e a Ucrânia, salienta.
"Qualquer
acordo com os russos hoje significaria grandes concessões, não apenas em
território, mas quanto ao futuro da Ucrânia", acrescenta.
"O
resultado provável de tudo isto é que o conflito na Ucrânia continuará. A OTAN
sofrerá ainda mais perdas, incluindo soldados. Os planos nos bastidores para
usar o poder aéreo ou forças terrestres da OTAN são improváveis, dadas as
terríveis consequências para a Europa", conclui.
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Oficiais da OTAN estão
insatisfeitos com falta de estratégia sobre a Ucrânia, diz coronel dos EUA
Para
Lawrence Wilkerson, um coronel aposentado do Exército dos EUA, devido à
situação política interna, Joe Biden está impedido de tomar medidas
recomendadas, como "um cessar-fogo e negociações construtivas".
Os
oficiais mais competentes da OTAN estão insatisfeitos com o fato de o Ocidente
não ter uma estratégia completa de ação na Ucrânia, disse um coronel aposentado
do Exército dos EUA em uma entrevista no YouTube.
"Eles
[na OTAN] têm um problema de liderança", de acordo com Lawrence Wilkerson,
em declarações ao canal Judging Freedom.
"Percebi
que […] há um sério descontentamento entre os oficiais da OTAN que valem alguma
coisa. […] Eles dizem sinceramente que na verdade não sabem qual é sua
estratégia", apontou.
Segundo
ele, todas as ações ocidentais na Ucrânia têm como objetivo apenas trazer
dinheiro para as elites e garantir a reeleição de Joe Biden como presidente dos
EUA.
"A
situação política interna impede Biden de fazer algo parecido com o que é
geralmente recomendado – um cessar-fogo e negociações construtivas",
observou o coronel.
Recentemente,
políticos de Estados-membros da OTAN, incluindo o presidente francês Emmanuel
Macron, o chanceler dinamarquês Lars Rasmussen e o secretário-geral da aliança
Jens Stoltenberg, têm pedido que os países produtores de armas ocidentais
permitam que as Forças Armadas da Ucrânia usem essas armas para lançar ataques
contra o interior do território russo.
Ao
mesmo tempo, outros países da aliança se opuseram. De acordo com o vice-premiê
e chanceler italiano Antonio Tajani, a Ucrânia deveria usar as armas recebidas
do Ocidente somente em seu próprio território. Peter Szijjarto, ministro das
Relações Exteriores da Hungria, classificou igualmente os planos da OTAN como
uma "missão maluca".
Vladimir
Putin, presidente da Rússia, deixou claro que os representantes dos países da
OTAN devem saber "com o que estão brincando" quando falam sobre
planos para permitir que Kiev atinja "alvos legítimos" dentro do
território russo.
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Serviço de Segurança
da Ucrânia pressiona igrejas para incitarem fiéis a se juntarem ao Exército
Kiev
está tentando reforçar suas tropas recrutando membros das denominações cristãs,
advertiu a resistência pró-russa em Kherson.
O
Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU) obriga os sacerdotes e paróquias de
várias denominações cristãs a incitar os fiéis a se juntarem ao Exército
ucraniano, disseram à Sputnik representantes da resistência pró-russa em
Kherson.
"Os
oficiais do SSU que supervisionam as igrejas e outras organizações religiosas,
após a publicação da nova lei sobre a mobilização, obrigaram os clérigos das
denominações que tutelam a induzir os paroquianos a se juntarem às Forças
Armadas da Ucrânia. As respectivas instruções foram recebidas na Igreja
Evangélica Cristã Batista, na Igreja da Fé Evangélica, na Igreja Católica Grega
Ucraniana e na Igreja Ortodoxa da Ucrânia", relatou a fonte.
De
acordo com ele, os oficiais do SSU tentam induzir constantemente o clero
ucraniano a cooperar e denunciar os fiéis. Isso é feito sob a ameaça de
mobilização forçada do próprio clero, acrescentou a resistência.
A
fonte ainda referiu que os comissários militares estão de plantão perto das
igrejas ucranianas para deter homens em idade militar durante os serviços
religiosos, incluindo casamentos e funerais.
A
Ucrânia anunciou uma mobilização geral em 25 de fevereiro de 2022. Os homens de
18 a 60 anos foram proibidos de deixar o país, com as convocações militares
podendo ser entregues não apenas na residência, mas em qualquer lugar. Ao mesmo
tempo, os policiais e os militares fazem incursões para recrutar cidadãos,
muitas vezes com violência.
Em
18 de maio de 2024 entrou em vigor a lei sobre mobilização intensificada,
obrigando todas as pessoas sujeitas ao alistamento a se apresentarem a um
escritório de alistamento militar ou a se registrarem on-line. Além disso, as
pessoas sujeitas ao serviço militar devem ter sempre consigo sua carteira de
identidade militar e apresentá-la na primeira solicitação de oficiais militares
ou policiais.
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Zelensky vai à
Ásia-Pacífico em busca de apoio para 'cúpula de paz', mas China permanece
irredutível
Com
relatórios indicando "paranoia" no gabinete de Zelensky em relação à
"conferência de paz" para a Ucrânia que acontecerá na Suíça sem a
presença de Joe Biden, o gabinete de Vladimir Zelensky busca apoio de países
asiáticos após a negativa da China.
O
líder ucraniano, Vladimir Zelensky, chegou a Cingapura, no sábado (1º), para
uma visita surpresa. Desta vez, o seu pedido se dirigiu aos líderes da
Ásia-Pacífico, reunidos para a sua principal cúpula de defesa.
O
Diálogo de Shangri-La, realizado de 31 de maio a 2 de junho, é organizado pelo
Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês). Com
45 países presentes, incluindo o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e
o ministro da Defesa Nacional da China, almirante Dong Jun, não é de admirar
que o agora ilegítimo presidente da Ucrânia tenha ido direto para o evento.
Zelensky
chegou a Cingapura enquanto as forças de Kiev lutam para evitar o avanço
constante dos militares russos, especialmente perto de Carcóvia. Ao mesmo
tempo, a tão elogiada "conferência de paz", organizada pela Suíça,
não conseguiu atrair participantes extremamente importantes como o presidente
dos EUA, Joe Biden, e o líder da China, Xi Jinping. A Rússia afirmou mais de
uma vez que a Suíça já não é considerada um ator neutro para exercer o papel de
mediador na crise europeia, e que, portanto, não compareceria no evento mesmo
se tivesse sido convidada.
Rustem
Umerov, ministro da Defesa ucraniano até o último dia de mandato de Zelensky,
manteve conversações com Lloyd Austin neste domingo (2), à margem da
conferência. O chefe do Departamento de Defesa dos EUA "reafirmou o
compromisso dos EUA em manter o forte apoio" à Ucrânia durante a reunião,
disse um funcionário do Pentágono citado pela Reuters.
Zelensky
se vangloriou em sua conta no X (anteriormente Twitter) de ter se reunido com o
presidente de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, e o primeiro-ministro Lawrence
Wong, o presidente eleito da Indonésia, Prabowo Subianto, o presidente de
Timor-Leste, José Ramos-Horta, e uma delegação do Congresso dos EUA. Ele disse
que Ramos-Horta tinha concordado em participar da cúpula de paz.
A
China, no entanto, permanece inflexível. Em um discurso aos delegados neste
domingo (2), o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, disse que o seu país tem
"promovido conversações de paz com uma atitude responsável".
"Nunca
fornecemos armas a nenhuma das partes do conflito. Implementámos controles
rigorosos sobre as exportações de produtos de dupla utilização e nunca fizemos
nada para atiçar as chamas. Estamos firmemente do lado da paz e do
diálogo", disse ele.
Anteriormente,
a China explicou por que não participaria do evento.
"Há
uma discrepância clara entre a agenda da conferência, as exigências da China e
as expectativas gerais da comunidade internacional, tornando difícil para a
China participar desta reunião", disse a porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da China, Mao Ning, aos repórteres na sexta-feira (31).
As
exigências da China por uma conferência de paz que seja justa e imparcial e não
dirigida contra qualquer parte estão refletidas no consenso sobre uma solução
política para a crise na Ucrânia recentemente divulgado em conjunto com o
Brasil, e expressam preocupações gerais da comunidade internacional,
especialmente dos países em desenvolvimento, disse o diplomata, acrescentando
que tal conferência poderia ser reconhecida tanto por Moscou quanto por Kiev.
Moscou
disse anteriormente que a cúpula de 15 a 16 de junho foi concebida como mais um
esforço para "fazer avançar a impraticável 'fórmula de paz' de Zelensky
que ignora os interesses russos". Acrescentou que a reunião será
"absolutamente fútil" sem a participação da Rússia.
Além
disso, a cúpula ocorre depois de os EUA, o Reino Unido e outros aliados da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) terem levantado as restrições
formais que limitavam a utilização de mísseis de longo alcance pela Ucrânia
fornecidos pelo Ocidente para atacar alvos no interior da Rússia. O presidente
russo, Vladimir Putin, alertou as nações da OTAN que deveriam perceber
"com o que estão brincando" ao permitir que a Ucrânia ataque o
território russo.
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Orbán: coalizão
'transatlântica' pela paz pode ser criada após eleições nos EUA e União
Europeia
O
primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán disse neste sábado (1º) que uma coalizão
transatlântica pela paz poderia ser formada após as eleições para o Parlamento
europeu e o pleito presidencial nos Estados Unidos (EUA). Para o premiê a
medida terá ainda mais chances "se um presidente a favor da paz for
eleito" em Washington.
"As
eleições estão a uma semana de distância, depois disso podemos criar uma
coalizão europeia pela paz. No outono, os norte-americanos podem eleger um
presidente pró-paz, e juntos com eles, podemos criar uma coalizão
transatlântica pan-ocidental pela paz", disse Orbán aos participantes da
Marcha pela Paz.
Os
defensores da paz estavam em minoria no início deste ano, mas até o final do
ano poderiam formar uma maioria no Ocidente, acrescentou Orbán.
Milhares
de húngaros se reuniram em Budapeste em uma marcha pela paz para protestar
contra a possível participação do país europeu no conflito da Ucrânia.
Já
as eleições para o Parlamento europeu estão marcadas para ocorrer entre os dias
6 e 9 de junho.
Porém,
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) continua uma escalada contra
a Rússia: após a Assembleia Parlamentar da aliança declarar em maio que a
Ucrânia tem o direito de atacar territórios russos com armas fornecidas pelo
Ocidente, França, Alemanha, Holanda e outras nações europeias aprovaram essa
medida.
A
eleição presidencial dos EUA acontecerá em novembro, com as apostas aumentando
na semana passada após o principal candidato republicano, Donald Trump, ser
considerado culpado por um tribunal de Nova York em todas as 34 acusações
criminais de falsificação de registros comerciais para encobrir um pagamento de
suborno à atriz de filmes adultos Stormy Daniels.
Trump
criticou o veredito como parte de uma caça às bruxas política contra ele,
enquanto sua campanha relatou um valor recorde de US$ 53 milhões (R$ 278
milhões) em doações no intervalo de 24 horas após a condenação.
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Conflito na Ucrânia
O
chefe do Pentágono, Lloyd Austin, declarou na última sexta-feira (31) que não
há responsabilidade da aliança militar pelo início do conflito ucraniano.
"Discordo respeitosamente do seu ponto de vista de que a expansão da OTAN
causou a crise na Ucrânia", disse Austin durante os Diálogos Shangri-La,
conferência intergovernamental de segurança, em Cingapura.
As
Forças Armadas da Rússia prosseguem a operação militar especial na Ucrânia,
anunciada pelo presidente russo Vladimir Putin no dia 24 de fevereiro de 2022.
Segundo Putin, entre os objetivos principais da operação lançada estão a
"desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
Fonte:
Sputnik Brasil
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