Fim do
acordo do petrodólar entre Arábia Saudita e EUA é fracasso completo de
Washington
O
fim do acordo do petrodólar entre os EUA e a Arábia Saudita foi a vingança do
príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a quem Joe Biden chamou de
"pária", afirmou Bercan Tutar, diretor de departamento do jornal
turco Sabah.
O
artigo ressalta que o balanço global e as posições dos aliados estratégicos do
Ocidente estão mudando radicalmente.
"Pode-se
dizer que os atores de ambos os lados do Atlântico estão caminhando para o
desastre em suas políticas internas e externas. A velha ordem está se
desmoronando rapidamente. Os líderes ocidentais, buscando metas maximalistas,
aceleram ainda mais a transição para a era pós-americana", diz Tutar.
Ele
acredita que um dos principais sinais dessa nova era é o fim do sistema do
petrodólar, segundo o qual a Arábia Saudita concordava em vender seu petróleo
por dólares. O jornalista lembra que durante a campanha eleitoral de 2020, o
presidente dos EUA, Joe Biden, insultou o príncipe herdeiro saudita, chamando-o
de "pária" e prometendo levá-lo à justiça pela morte do jornalista
Jamal Khashoggi.
"A
decisão de Riad mostra um fracasso completo para os EUA. Não há dúvida de que o
colapso do petrodólar também será o fim dos EUA como superpotência
mundial", disse Tutar, acrescentando que Bin Salman assim se vingou de
Biden.
O
chamado acordo do petrodólar da Arábia Saudita e EUA, negociado após a crise do
petróleo de 1973, terminou em 9 de junho.
O
acordo previa que a Arábia Saudita determinasse o preço de petróleo
exclusivamente em dólares estadunidenses e investisse as receitas excedentes de
petróleo em títulos do tesouro dos Estados Unidos. Por sua vez, os EUA forneciam
ao reino apoio e proteção militar.
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Macron pode ter
provocado Frexit com anúncio de eleições antecipadas, diz alto responsável da
UE
O
presidente francês fez uma aposta muito arriscada se pensa que seu partido pode
derrotar o Reagrupamento Nacional, argumenta o negociador da UE para o Brexit.
O
presidente francês Emmanuel Macron corre o risco de provocar a saída da França
da União Europeia com sua decisão de dissolver o Parlamento do país
antecipadamente e realizar eleições antecipadas, de acordo com o negociador da
UE para o Brexit.
Em
uma entrevista divulgada no sábado (22) no jornal britânico The Telegraph,
Michel Barnier disse que a aposta de Macron de que seu partido Renascença pode
derrotar o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (Rassemblement
National, em francês) nas eleições é muito arriscada. Ele acredita que os
líderes desse partido, que as pesquisas de opinião preveem que vencerá, podem
querer que a França saia da União Europeia.
"Não
creio que [a ex-líder e membro do RN, Marine] Le Pen ou [o presidente do RN,
Jordan] Bardella tenham mudado de ideia. Eles ainda têm opiniões
antieuropeias", disse Barnier ao jornal.
Mais
cedo, François Hollande, ex-presidente da França (2012-2017), disse que o
macronismo na França acabou.
Nas
eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu na França, o RN mais do que
dobrou sua vantagem sobre a coalizão dos partidários do presidente Macron, com
31,36% dos votos.
Em
seguida, Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, a câmara baixa do
Parlamento francês, e a realização de eleições parlamentares extraordinárias em
dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho. De acordo com as pesquisas, mais de
um terço dos franceses está pronto para votar no partido União Nacional,
enquanto a coalizão presidencial pode receber menos de 20% dos votos.
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Franceses confiam mais no partido de Le Pen que de Macron para conduzir
economia
Com
a reputação abalada graças à alta de inflação, a imagem do governo Macron segue
prejudicada aos olhos do eleitor quando o assunto é melhoria dos padrões de
vida.
De
acordo com uma pesquisa de opinião encomendada pelo Financial Times (FT), os
eleitores franceses confiam mais no Reagrupamento Nacional, de extrema-direita,
do que em qualquer outro partido, para gerir a economia e as finanças públicas,
apesar dos seus planos de redução de impostos e despesas não financiadas e da
falta de experiência no governo.
As
conclusões da pesquisa mostram a difícil batalha que a aliança centrista
Renascimento de Emmanuel Macron enfrenta antes das eleições de 30 de junho.
Realizada
de 19 a 20 de junho, envolvendo cerca de 2.000 eleitores registrados com 18
anos ou mais, a pesquisa descobriu que 25% dos entrevistados têm mais confiança
no partido de Marine Le Pen para tomar as decisões corretas sobre questões
econômicas, em comparação com 22% da Nova Frente Popular, de esquerda, e apenas
20% para a aliança de Macron.
Na
opinião dos entrevistados, o Reagrupamento Nacional lidera a confiança dos
eleitores nos temas de melhoria dos padrões de vida, no combate à inflação e na
redução de impostos. Surpreendentemente, também ficou em primeiro na redução do
desemprego e na redução do déficit público. Ao que tudo indica, os eleitores
parecem dispostos a dar uma chance ao partido de oposição no próximo pleito.
Segundo
o pesquisador Mathieu Gallard da Ipsos — realizadora da pesquisa — a estratégia
de "normalização" do Reagrupamento Nacional junto ao eleitorado tem
sido bem sucedida, mas a dinamica evidenciadas pelos dados também se refere
"à desilusão causada pela esquerda sob o presidente François Hollande e
depois pelo macronismo, e às dificuldades da esquerda em fornecer uma oposição
crível e coerente a Macron".
A
pesquisa também constatou que 62% dos entrevistados disseram que o programa do partido
de Le Pen não era credível, contra 36% que disseram o contrário.
Ainda
de acordo com a apuração, alguns economistas alertam que os planos de governo
do Reagrupamento Nacional carecem de propostas sérias de aumento de receitas, o
que tem sido utilizado por membros do governo em sua incessante campanha contra
seus principais opositores nas urnas.
Em
termos de intenções de voto para o primeiro turno, a Ipsos colocou o
Reagrupamento Nacional com 35,5%, o Nova Frente Popular com 29,5% e os
centristas com 19,5%, em linha com outras pesquisas. Projeções recentes sugerem
que a França está caminhando para um Parlamento dividido, mas atribuem ao
partido de Le Pen a maior fatia.
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Autoridades dos EUA
alertam governo Lula sobre negociação entre empresa chinesa e Avibras
A
possível compra da Avibras Aeroespacial pela estatal chinesa Norinco pode
resultar em embargo dos Estados Unidos à exportação e ao uso de produtos de
defesa norte-americanos para o Brasil.
Segundo
duas fontes ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, a possibilidade de embargo
foi relatada por representantes do governo dos EUA a membros da administração
Lula.
Isso
aconteceria porque, em 2021, o presidente Joe Biden impôs sanção à empresa
chinesa alegando que o uso de produtos da Norinco representa ameaça à
"segurança nacional, política externa e economia".
Em
2022, os estadunidenses ameaçaram usar o embargo contra a Norinco em uma
concorrência do Exército Brasileiro para a compra de quase 100 blindados,
recorda a mídia.
As
possíveis sanções sobre a Avibras, caso seja comprada pelo grupo chinês, já
haviam sido sinalizadas pelo pesquisador do Grupo de Estudos de Defesa e
Segurança Internacional (Gedes), da Universidade Estadual Paulista (Unesp),
José Augusto Zague.
Ao
ser entrevistado pela Sputnik Brasil, Zague afirmou que tendo ou não o
controle, ou seja, mesmo que a empresa chinesa não adquira a maior parte
percentual da companhia, ainda assim vai ser alvo de sanções dos Estados
Unidos.
Para
reverter o possível cenário, empresas chinesas deveriam passar a fornecer
"componentes equivalentes aos fornecidos pelos EUA", sugeriu o
pesquisador.
A
presença da estatal asiática minaria, ainda segundo o especialista, negociações
dos materiais desenvolvidos pela Avibras com países parceiros dos EUA e da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os
executivos da empresa chinesa enviaram carta a autoridades brasileiras na
última semana para comunicar o interesse chinês em adquirir 49% das ações da
Avibras — considerada a principal fabricante de sistemas pesados de defesa do
Brasil.
O
interesse chinês surgiu após o grupo de investidores australiano DefendTex
desistir das negociações com por dificuldade de obter financiamento para a
empreitada.
Um
empresário com conhecimento das negociações afirmou ao jornal, sob anonimato,
que outro motivo para o recuo com os australianos foi o fato de o governo
brasileiro vetar exportações de produtos militares para uso no conflito da
Ucrânia.
Na
avaliação de um integrante do governo e três oficiais-generais também ouvidos
sob reserva pela mídia, a proposta chinesa é importante porque mantém o
controle da empresa no Brasil. Os impactos geopolíticos do negócio, porém, são
o ponto negativo.
O
comandante do Exército, general Tomás Paiva, viaja à China em julho para
participar de uma série de reuniões. Ele será apresentado a produtos da Norinco
e discutirá a participação chinesa na Avibras, por mais que não tenha poder de
chancelar ou vetar a negociação, relata a Folha.
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Decisão de Biden sobre
as exportações de GNL criará dificuldades para a Ucrânia
A
decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de suspender o procedimento de
aprovação de novos contratos de exportação de gás natural liquefeito (GNL) cria
dificuldades para a Ucrânia, relata a mídia norte-americana.
No
início de junho, a empresa ucraniana D.Trading, criada pelo maior investidor
privado na indústria energética ucraniana DTEK, assinou um acordo com a empresa
norte-americana Venture Global para fornecer GNL dos EUA à Ucrânia e leste
europeu. O contrato prevê apoio às necessidades de segurança energética a médio
e longo prazo, bem como cooperação para facilitar o acesso às capacidades das
centrais de regaseificação e dos gasodutos.
"A
boa notícia: a Ucrânia fechou um grande acordo com um fornecedor de GNL dos EUA
na semana passada para aliviar a dependência do leste europeu do gás natural
russo. A má notícia: o presidente Biden está a impedir o sucesso do
acordo", publicou o The Wall Street Journal.
A
decisão do governo norte-americano de deixar de conceder licenças de exportação
de combustíveis aplica-se ao terminal CP2 da Venture Global, do qual a Ucrânia
planejava comprar até dois milhões de toneladas de gás por ano, acrescenta o
jornal. Segundo o texto, caso Biden seja reeleito para um segundo mandato,
tornará a moratória permanente.
A
publicação sugere que as condições para a retomada tem dois pontos:
O
Ministério da Energia do país deve estudar o impacto do gás no meio ambiente.
A
chancelaria deve aprovar uma licença de exportação, uma vez que a Ucrânia não possui
um acordo de livre comércio.
Esses
requisitos são impostos para garantir que a transação seja de "interesse
público". Além disso, o jornal observa que antes disso, Biden se
posicionou como um aliado confiável da Ucrânia, no entanto, "as
exportações de GNL mostram que a sua principal lealdade é para com o lobby
climático".
O
texto diz ainda que, apesar das tentativas da Europa de diversificar o seu
abastecimento energético desde o início da operação militar especial russa,
muitas nações continuam a depender do gás da Rússia, através de um gasoduto que
passa pelo território da Ucrânia.
"A
Rússia ainda representa cerca de 15% do fornecimento de gás à Europa. No mês
passado, no meio de problemas numa fábrica de GNL dos EUA, a Europa importou
mais gás da Rússia do que dos Estados Unidos pela primeira vez em quase dois
anos. Se os europeus não conseguirem obter gás dos Estados Unidos, terão de
recorrer à Rússia. O mesmo se aplica a outros países", sublinha a mídia.
As
importações de GNL russo para a Europa aumentaram na sequência das restrições
impostas pela UE aos recursos energéticos russos. No entanto, em 21 de junho,
representantes permanentes dos países da União Europeia chegaram ao acordo
sobre o 14º pacote de sanções contra a Rússia. As restrições afetariam pela
primeira vez o fornecimento de GNL russo.
Moscou
indicou repetidamente que a UE cometeu um erro grave ao renunciar à aquisição
de hidrocarbonetos russos. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu que
o seu país não nega a ninguém o fornecimento dos seus recursos energéticos. Nas
suas palavras, a Europa esperava que, se não recebesse o gás russo, a Rússia
entraria em colapso, mas, em vez disso, processos irreversíveis estão a começar
a ter lugar nos seus estados.
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Adesão da Ucrânia à UE
vai causar dificuldades à agricultura do bloco, diz MRE da Polônia
A
adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) será um problema para a política
agrícola comum do bloco, disse o ministro das Relações Exteriores polonês,
Radoslaw Sikorski.
O
ministro Radoslaw Sikorski, durante uma intervenção no canal TVN ao comentar o
início das conversações de adesão da Ucrânia e da Moldávia já no mês de junho,
declarou que a agricultura é um dos temas mais sensíveis.
"Destas
30 e tantas disposições que iremos negociar, creio que as mais difíceis [...]
serão os temas da agricultura e dos transportes", disse Sikorski.
Ele
observou que a Ucrânia tem "fazendas gigantes" em "terras muito
férteis", o que "será um problema para toda a política agrícola comum
da União Europeia".
O
ministro das Relações Exteriores acrescentou ainda que o pior para a Ucrânia
seria o saque da ajuda financeira ocidental.
Na
sexta-feira (21), o Conselho da UE aprovou o início das negociações sobre a
adesão da Ucrânia e da Moldávia a partir de 25 de junho.
A
Ucrânia obteve um acordo comercial temporário de isenção de impostos com a UE
em junho de 2022. Em março de 2022, o bloco europeu lançou adicionalmente
“corredores verdes” para facilitar o trânsito de grãos ucranianos para o
mercado mundial em meio à operação militar especial da Rússia. No entanto, os
cereais baratos provenientes da Ucrânia acabaram por inundar os mercados da UE,
provocando indignação e protestos entre os agricultores locais.
Em
março de 2023, a Bulgária, a Hungria, a Polônia, a Romênia e a Eslováquia
solicitaram à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que
introduzisse medidas para neutralizar os efeitos negativos do aumento das
importações de produtos agrícolas ucranianos. Em maio de 2023, a Comissão
Europeia proibiu a venda de trigo, milho, colza e sementes de girassol
ucranianos nesses cinco países até 5 de junho, em uma tentativa de
"aliviar os estrangulamentos logísticos", mas permitiu a sua circulação
noutros mercados europeus. A proibição foi posteriormente estendida até 15 de
setembro.
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Rússia quer impedir
politização da cooperação econômica no G20
A
Rússia pretende limitar as tentativas de "politizar artificialmente"
a cooperação econômica do G20 na próxima reunião de sherpas no Rio de Janeiro,
Brasil, disse neste domingo (23) o embaixador do Ministério das Relações
Exteriores da Rússia para assuntos do G20 e sous-sherpa do G20, Marat Berdyev.
A
terceira reunião dos sherpas do G20 acontecerá no Rio de Janeiro, de 3 a 5 de
julho, dando início a um trabalho prático sobre o projeto preliminar da
declaração da Cúpula do G20. A cúpula está agendada para 18 e 19 de novembro.
"Junto
com os países que pensam como nós, expressaremos nossa opinião sobre uma
situação complicada nas relações internacionais que tem levado a constantes
conflitos, instabilidade e guerras comerciais. Também coibiremos com firmeza
quaisquer tentativas de politizar artificialmente a cooperação econômica ou a
imposição pelo G7 da sua falsa avaliação unilateral dos desenvolvimentos na
arena internacional", disse Berdyev.
Os
principais temas escolhidos pela presidência brasileira do G20 para a discussão
são a luta contra a pobreza, a fome, a implementação de transições energéticas
justas sem danos ao progresso econômico e a reforma das instituições
governamentais globais, disse o responsável.
"A
Rússia apoia totalmente a agenda indicada", disse ele.
A
delegação russa na reunião sherpa será liderada pelo Sherpa do G20 e pela
vice-chefe da Diretoria de Especialistas Presidenciais, Svetlana Lukash, disse
Berdyev. Lukash será acompanhada por alguns funcionários da administração
presidencial russa e do departamento de cooperação econômica.
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BRICS 'pode se tornar
um contrapeso mais forte' para o G7 se expandir novamente, diz mídia
O
grupo, que pode em breve passar por uma terceira expansão, está sendo promovido
pela China para desafiar a hegemonia dos EUA, segundo a Bloomberg.
A
expansão do grupo BRICS o torna um "contrapeso mais forte" para o G7,
e busca desafiar o domínio dos EUA no cenário mundial, escreveu na sexta-feira
(21) a agência norte-americana Bloomberg.
"[…]
A expansão [do BRICS] é mais política e menos sobre a economia [...]. A aliança
ampliada pode se tornar um contrapeso mais forte para o chamado Grupo dos
Sete", diz a mídia, citando analistas da agência.
De
acordo com a Bloomberg, a China busca construir uma ordem mundial alternativa,
"atraindo os Estados do Hemisfério Sul para sua órbita econômica",
desafiando assim a hegemonia dos EUA.
Muitas
associações internacionais estão atualmente buscando um objetivo semelhante,
indica a Bloomberg, citando a OPEP, a OCX, o Mercosul e a União Africana como
exemplos.
A
Rússia passou a presidir o BRICS por um ano em 1º de janeiro de 2024. A
presidência russa tem como lema o reforço do multilateralismo para o
desenvolvimento global equitativo e a segurança. A Rússia está organizando mais
de 200 eventos políticos, econômicos e sociais, incluindo uma reunião em Nizhny
Novgorod, no âmbito da presidência.
O
ano começou com a entrada de novos membros na organização – além da África do
Sul, do Brasil, da China, da Índia e da Rússia, agora inclui a Arábia Saudita,
o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã. A África do Sul foi a
primeira a se juntar ao grupo em 2010.
Fonte:
Sputnik Brasil
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