sábado, 23 de março de 2024

O que é narguile e seus riscos para a saúde?

O narguile, também conhecido como arguile, narguilé ou shisha, é um tipo de cachimbo de água originário do Oriente Médio, mais especificamente do norte da África e sul da Ásia.

Recentemente, ele se tornou popular no ocidente. Mas, é verdade que o narguile é pior do que o cigarro?

Um estudo revelou que quase um terço dos jovens acredita que fumar narguilé é menos prejudicial que fumar cigarros. Porém, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, uma hora de uso do dispositivo equivale à fumaça de 100 a 200 cigarros.

•        Qual é a origem do narguilé?

Apesar de haver discordâncias, o narguilé, possivelmente originado na Índia e Paquistão no século XVII, foi criado por Hakim Abul Fath, médico que buscava purificar o fumo. A palavra “narguile” provém do persa, significando coco, material do recipiente de fumar da época.

Na Turquia, o hábito se difundiu mundialmente, gerando cafés especializados e um polo cultural há cerca de 500 anos. Em alguns lugares, fumar narguilé é associado a paz, rituais e repouso. Reuniões de fumo costumam ser acompanhadas por chás, cafés e petiscos leves.

Em nações árabes, ele pode ser usado como decoração em casa, e presentear alguém com este objeto é um gesto hospitaleiro.

•        Narguile faz mal?

Uma pesquisa da University of Pittsburgh School of Medicine revelou que o narguilé é muito mais prejudicial que o cigarro, com 25 vezes mais alcatrão, 125 vezes mais fumaça, 2,5 vezes mais nicotina e 10 vezes mais monóxido de carbono. Essas substâncias são altamente tóxicas e cancerígenas para o corpo humano.

Outros estudos indicam riscos para fumantes passivos e trabalhadores na produção do aparelho. Mesmo uso esporádico pode causar danos significativos. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, uma sessão de narguilé de uma hora expõe o fumante a 90 mil ml de fumaça, comparado a 600 ml de um cigarro.

Entretanto, não está claro se os fumantes de narguilé estão mais ou menos expostos a substâncias tóxicas, pois isso depende também dos hábitos de cada um. Porém, um estudo envolvendo 1.671 adolescentes descobriu que fumar durante a adolescência está relacionado ao uso futuro do cigarro.

•        Riscos a longo prazo

Fumar cigarro ou narguilé traz riscos similares, uma vez que a água não filtra toxinas. Com o tempo, o risco de doenças relacionadas ao fumo aumenta, incluindo:

•        Problemas pulmonares como DPOC e bronquite;

•        Aumento do risco de doenças do coração e ataques cardíacos;

•        Maior probabilidade de câncer, especialmente de pulmão, garganta e boca;

•        Envelhecimento precoce devido à redução de oxigênio na pele;

•        Aumento de infecções como mononucleose e herpes oral;

•        Asma;

•        Infertilidade;

•        Osteoporose;

•        Gengivite;

•        Outros cânceres graves.

Muitas universidades vêm ampliando a conscientização sobre riscos do narguilé, pois jovens podem carecer de informação para escolhas conscientes. Educação é responsabilidade coletiva. Compará-lo com cigarro depende da frequência e profundidade da inalação, mas essências mais aromatizadas tendem a ser mais tóxicas.

•        Quer parar de fumar?

Devido aos riscos associados ao narguile, tentar parar de fumar pode ser uma boa opção. Porém, a verdade é que parar de fumar é difícil, pode demandar energia e você não se sentirá em suas melhores condições físicas.

Por ser um vício, parar de fumar subitamente vai trazer inúmeros efeitos colaterais — e a abstinência.

No início, os sintomas mais recorrentes são:

•        mais fome do que o habitual (o que leva ao ganho de peso);

•        mal-humor;

•        depressão;

•        inquietude;

•        insônia;

•        dificuldades para se concentrar.

Mas tenha em mente que esses sintomas de abstinência são temporários e desaparecem em alguns dias.

•        Métodos

Há vários métodos farmacêuticos para parar de fumar, como o uso de vareniclina, adesivos de nicotina, chicletes, pastilhas, enzimas e sprays nasais.

Tais métodos são mais eficazes estatisticamente, já que pessoas que fazem uso deles têm maior tendência a não voltar a fumar. Também há métodos não farmacêuticos, para aqueles que não querem abandonar o vício utilizando outras “drogas”, preferindo estratégias naturais.

Para isso, os próximos itens podem ser muito úteis para controlar a vontade de fumar! Lembrando que não há problema em sobrepor métodos naturais; na verdade, isso pode até ser bom! O ideal é, afinal, parar de fumar. Alguns métodos incluem:

•        Prática de exercícios físicos: cinco minutos de atividade física de intensidade moderada (subir e descer alguns lances de escadas, caminhar pelo quarteirão e fazer yoga, por exemplo) diminui a vontade de fumar e os sintomas de abstinência.

•        Meditação: a meditação pode ser muito útil no processo de parar de fumar. Isso porque a prática reduz o desejo pelo narguile e ajuda a treinar o autocontrole. Dessa forma, é possível mudar a forma como você responde a esses impulsos quando eles surgem.

•        Uso de plantas: fazer uso de plantas herbáceas em alimentos ou mascando-as pode te ajudar a relaxar nos momentos de tensão que você sentirá quando começar a parar de fumar. Alguns exemplos incluem a erva-de-são-joão (também conhecida como hipérico) ou a lobélia.

•        Acupuntura: fazer acupuntura tem eficácia semelhante aos substitutos da nicotina. Ela ajuda bastante nos estágios iniciais, mas, após um ano, assim como os adesivos de nicotina e pílulas, surte um efeito placebo.

•        Mudar hábitos: sair de férias ou fazer qualquer outra alteração em seus horários e hábitos é mais uma das dicas para parar de fumar. Estar fora do seu ambiente natural e respirando novos ares pode facilitar a superação dos primeiros dias sem cigarro, que são os mais desafiadores.

 

       A ascensão do cigarro eletrônico

 

O cigarro eletrônico está se popularizando cada vez mais, para se ter uma ideia, a estranha variante eletrônica do cigarro movimentou US$ 2 bilhões no varejo entre 2012 e 2013, em todo o mundo, o que é “ótimo” para uma indústria que era vista apenas como moda passageira. Agora, com o conhecimento do consumidor a respeito das marcas (pelo menos no exterior) e com investidores de olho, o e-cig pode ter um boom no mercado.

A mundialmente famosa Napster e seu co-fundador Sean Parker investiram US$ 75 milhões na NJOY, uma fabricante do cigarro eletrônico. Também fazem parte desse negócio o Founders Fund, um grupo de capital de risco do cofundador do PayPal, Peter Thiel, que, ironicamente, ajudou a financiar o filme antitabagista “Obrigado por fumar”.

•        Cigarro eletrônico?

Mas, o que é o e-cig? O cigarro eletrônico, nome popular para dispositivo eletrônico para fumar (DEF), é um aparelho que converte o líquido (contendo ou não nicotina) em vapor, simulando um cigarro comum. O vaporizador contido no cigarro eletrônico funciona com uma bateria, existem modelos descartáveis e reutilizáveis. Alguns se parecem com uma caneta, outros, com um cigarro, com um charuto ou até com um cachimbo.

O cigarro eletrônico é geralmente composto por uma piteira, na ponta do dispositivo, um cartucho que pode ser substituído, este é preenchido com o líquido composto de propileno glicol, nicotina e substâncias aromatizantes, alguns líquidos não possuem nicotina, apenas sabor e aroma.

Ao dar um trago, o usuário aciona o elemento aquecedor do aparelho, esquentando o ar, que viaja pelo tubo, vaporizando a nicotina, que é inalada. Quando o “fumante” solta o ar, ele está soprando vapor, não fumaça. Isso porque, em todo o processo, não há fogo e não ocorre inalação de monóxido de carbono nem de alcatrão. Portanto não há a liberação de tantas substâncias tóxicas igual ao cigarro tradicional. No entanto, isso não significa que em seu consumo não haja riscos à saúde.

O Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula a distribuição de alimentos e medicamentos nos EUA, acredita que essa tecnologia apresenta riscos mas também benefícios caso haja a redução da toxicidade do cigarro eletrônico comparada ao cigarro convencional. O FDA ainda aponta que são necessário mais estudos científicos dos impactos do produto na saúde dos usuários e não usuários.

Estudos que analisaram a solução da nicotina nos cigarros eletrônicos encontraram substâncias carcinogênicas comuns nos cigarros “normais”. Outros estudos revelaram que fumar um cigarro eletrônico por cinco minutos dificulta a respiração. Produtos químicos presentes na nicotina podem causar aumento do risco de asma e inflamação das vias respiratórias. E testes nos refis de nicotina relataram que o vapor que sai do aparelho contém pequenas partículas de metal, aumentando a toxicidade para células humanas.

Mitch Zeller, responsável pela seção de tabaco da FDA, descreveu o mercado de e-cigs como “o oeste selvagem”, devido à fraca regulamentação. O cigarro eletrônico pode não ser tão ruim quanto o cigarro, mas também não deixa de ser perigoso.

No Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ), proibiu o comércio e importação dos cigarros eletrônicos devido a falta de comprovação científica sobre a eficiência e segurança do dispositivo, através da RDC 46/2009.

O primeiro cigarro eletrônico foi feito pela Golden Dragon Holding, uma empresa chinesa que começou a exportar seus dispositivos em 2005. Em 2013, dos 45 milhões de fumantes dos EUA, 2,5 milhões passaram a utilizar o cigarro eletrônico. Com o aumento das vendas e do uso, analistas da Wells Fargo Securities dizem que esses produtos podem superar os US$ 10 bilhões até o fim de 2017.

 

Fonte: eCycle/ Mashable

 

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