segunda-feira, 25 de março de 2024

Comando Espacial dos EUA procura US$ 1,2 bilhão para 'dissuadir' a Rússia e a China

O dinheiro solicitado, que integraria o orçamento do próximo ano fiscal, financiaria programas como proteção dos sistemas GPS, mais sensores e dólares ligados ao Comando Espacial e outros.

As autoridades do Comando Espacial dos EUA (SPACECOM, na sigla em inglês) querem um financiamento adicional de US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões) no ano fiscal de 2025 para reforçar as capacidades espaciais ofensivas e de defesa das Forças Armadas norte-americanas, cita na sexta-feira (22) o portal Defense News.

A maior parte do dinheiro, que cobriria o período de outubro de 2024 a setembro de 2025, apoiaria programas confidenciais para desenvolver capacidades destinadas a "dissuadir e afastar a agressão da Rússia e da China", incluindo uma Capacidade Móvel Anti-Espaço da Marinha dos EUA.

O Comando Espacial tem expressado preocupação crescente sobre os programas espaciais da China, que, segundo o general Stephen Whiting, comandante do Comando Espacial, pratica "ações cada vez mais assertivas", e da Rússia, vendo ambas como podendo afetar as operações militares dos EUA.

Whiting alertou especialmente sobre as ameaças ao GPS, uma constelação de satélites administrada pela Força Espacial dos EUA, que fornece recursos de navegação e cronometragem para usuários civis e militares, e destacou o crescente foco da Rússia em capacidades cibernéticas e nucleares.

"Isso, por sua vez, coloca em risco os soldados, marinheiros, aviadores, fuzileiros navais e guardiões, que dependem das capacidades espaciais todos os dias", disse ele.

Relativamente aos programas espaciais públicos dos EUA, os pedidos do Comando Espacial incluem instalações de operações comerciais e militares e sensores e radares de conscientização do domínio espacial, o programa Célula Conjunta de Operações Comerciais (JCOC, na sigla em inglês), que obtém dados de rastreamento comercial de 14 países e os utiliza para aumentar as informações militares.

O Comando Espacial também solicitou financiamento para o Projeto Farol, uma iniciativa que integra radares e sensores de conscientização do domínio espacial para ajudar a coordenar a compreensão do Comando Espacial sobre o que está acontecendo em órbita, incluindo uma Capacidade de Radar Avançado Multimissão (MMARC, na sigla em inglês).

O ramo militar ainda pretende modernizar sensores, incluindo o Radar de Instrumentação e Rastreamento de Longo Alcance (LRTIR, na sigla em inglês) do Exército, localizado no Local de Testes Reagan, nas Ilhas Marshall, no oceano Pacifico.

"Os recursos e a infraestrutura do radar no Local de Testes Reagan são os únicos sistemas de vigilância do espaço profundo com múltiplos fenômenos no Pacífico", disse o Comando Espacial, acrescentando que "a perda de transmissores, da fonte de alimentação ou da cobertura do espaço profundo para todas as condições meteorológicas levará anos para ser recuperada".

"Sem financiamento, as capacidades de expansão [do Comando Espacial] não serão integradas, colocando em risco as operações de proteção e defesa dos aliados dos EUA e das nações parceiras", avisou.

•        Congresso dos EUA aprova US$ 825 bilhões para o Pentágono horas após medidas anteriores expirarem

O projeto de lei, que cobre o resto do ano fiscal de 2024, prevê financiar medidas como "o combate à China" e o "desenvolvimento de armas de última geração".

O Congresso dos EUA aprovou no início de sábado (23) o projeto de lei de gastos com defesa para o resto do ano fiscal de 2024, que vigora até o final de setembro deste ano civil.

O projeto de lei de US$ 825 bilhões (R$ 4,13 trilhões), aprovado horas após o fim do financiamento para o Departamento de Defesa e várias outras agências, permitirá que o Pentágono lance suas iniciativas militares e inicie a aquisição dos principais sistemas de armas que havia planejado para este ano.

"Fizemos mudanças e decidimos por esforços que incluem o combate à China, o desenvolvimento de armas de última geração e o investimento na qualidade de vida de nossos membros dos serviços", resumiu Kay Granger, presidente do Comitê de Apropriações da Câmara, do Texas, antes da votação na Câmara.

O projeto de lei inclui dinheiro para a construção de oito navios, 86 caças F-35 e 24 F-15EX, 15 aviões-tanque KC-46A, além da Arma Hipersônica de Longo Alcance (LRHW, na sigla em inglês) do Exército dos EUA e a arma de Ataque Rápido Convencional Intermediário (CPS, na sigla em inglês) da Marinha do país norte-americano.

Ele também prevê financiar contratos plurianuais para a aquisição do Míssil de Ataque Naval, o Sistema de Foguete de Lançamento Múltiplo Guiado (GMLRS, na sigla em inglês), o Capacidade Avançada Patriot-3, o Míssil Antinavio de Longo Alcance, o Míssil Conjunto Ar-Superfície de Bloqueio e o Míssil Ar-Ar Avançado de Médio Alcance. O Pentágono visa tais contratos para garantir a estabilidade da demanda e da produção militar.

O projeto de lei também inclui US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) para a Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que permite que o Pentágono faça contratos para o envio de novos equipamentos a Kiev, embora o valor seja menor do que os US$ 60 bilhões (R$ 300,17 bilhões) requisitados no projeto de lei de ajuda externa do Senado.

O Senado aprovou o pacote de gastos com 74 votos a favor e 24 contra, depois que a Câmara dos Representantes votou com 286 vozes favoráveis e 134 negativas. O presidente Joe Biden também se comprometeu a assinar o projeto de lei, o último passo necessário para a sua entrada em vigor.

O Congresso dos EUA tem financiado o Departamento de Defesa nos níveis do ano fiscal de 2023 por meio de uma série de medidas paliativas, evitando uma paralisação do governo, mas prejudicando iniciativas e planos de aquisição militares.

¨      EUA instaram Ucrânia a suspender ataques às refinarias de petróleo russas, diz mídia britânica

De acordo com três fontes ouvidas pelo Financial Times, o governo norte-americano instou a Ucrânia a interromper os ataques à infraestrutura energética da Rússia, alertando que os ataques com drones correm o risco de aumentar os preços globais do petróleo e provocar retaliações.

Os repetidos avisos de Washington, que foram entregues a altos funcionários do serviço de segurança EUA, instaram Ucrânia a suspender ataques às refinarias de petróleo russas, afirma a mídia britânica

Uma das fontes afirmou que a Casa Branca está cada vez mais frustrada com os descarados ataques de drones ucranianos que atingiram refinarias de petróleo, terminais, depósitos e instalações de armazenamento no oeste da Rússia.

Washington também teme que, se Kiev continuar a atacar instalações russas, incluindo muitas que estão a centenas de quilômetros da fronteira, Moscou possa retaliar atacando as infraestruturas energéticas em que o Ocidente confia, escreve a mídia.

Isso inclui o oleoduto CPC que transporta petróleo do Cazaquistão através da Rússia para o mercado global. Empresas ocidentais, incluindo a ExxonMobil e a Chevron, utilizam o gasoduto.

"Não encorajamos nem permitimos ataques dentro da Rússia", disse um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA ao jornal britânico.

As objeções norte-americanas surgem em um momento em que Joe Biden enfrenta uma dura batalha pela reeleição neste ano, com os preços da gasolina em alta, aumentando quase 15% neste ano, para cerca de US$ 3,50 (R$ 17,9) por galão.

"Nada aterroriza mais um presidente americano em exercício do que um aumento nos preços nas bombas durante um ano eleitoral", disse Bob McNally, presidente da consultoria Rapidan Energy e ex-conselheiro de energia da Casa Branca, citado pela mídia.

A Rússia continua a ser um dos mais importantes exportadores de energia do mundo, apesar das sanções ocidentais ao seu setor de petróleo e gás.

Os preços do petróleo subiram cerca de 15% neste ano, para US$ 85 (R$ 424) por barril, aumentando os custos dos combustíveis.

 

       França e Alemanha reforçam envolvimento e acordam produção conjunta de projéteis na Ucrânia

 

Os responsáveis pela Defesa dos dois países europeus querem produzir munição e peças de reposição para equipamentos enviados a Kiev por ambos, e foram proclamados avanços no projeto de um tanque conjunto.

A França e a Alemanha concordaram em produzir conjuntamente munição na Ucrânia por meio de uma nova subsidiária da montadora franco-alemã KNDS, relatou na sexta-feira (22) a agência norte-americana Bloomberg.

A empresa, que fabrica obuseiros autopropulsados Caesar, sistemas de artilharia e veículos blindados, criará assim uma unidade na Ucrânia para produzir munição e peças de reposição para equipamentos enviados pelos dois países europeus, de acordo com um acordo firmado em Berlim por Boris Pistorius, ministro da Defesa da Alemanha, e Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas da França.

A unidade ucraniana KNDS poderá posteriormente produzir sistemas de armas do zero, de acordo com um oficial francês.

Lecornu e Pistorius também afirmaram ter chegado a um acordo sobre como dividir a carga de trabalho entre as empresas de ambos os países que trabalham no Sistema Principal de Combate Terrestre (MGCS, na sigla em inglês), a próxima geração de tanques. O MGCS deve substituir os tanques Leclerc da França e os Leopard da Alemanha.

Pistorius revelou que os dois países assinarão em 26 de abril em Paris um memorando de entendimento para o MGCS, com um contrato pronto até o final do ano.

A montadora alemã Rheinmetall AG anunciou em fevereiro que abrirá uma nova fábrica na Ucrânia para produzir munição de artilharia em uma joint venture com um produtor local.

 

Ø  Macron tenta 'fazer com que os EUA gostem dele' enviando as suas tropas para a Ucrânia, diz Lavrov

 

O presidente francês Emmanuel Macron procura agradar aos Estados Unidos quando fala em enviar tropas para a Ucrânia, supõe o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

"Em relação a Macron, determinado a não excluir o envio de forças terrestres para a Ucrânia, não é mais uma questão de 'autonomia estratégica', mas de fazer com que os EUA gostem dele e, ao mesmo tempo, provocar os aliados dentro da OTAN", disse Lavrov em documentário feito por ocasião do 25º aniversário do bombardeio da Iugoslávia pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Longe de dar prioridade aos interesses nacionais, disse o ministro das Relações Exteriores russo, os atuais governantes europeus nos subordinam à exigência coletiva do Ocidente.

"A Europa caiu completamente sob o domínio dos Estados Unidos, perdeu toda a autonomia", disse Lavrov. Todas as declarações de Macron sobre "autonomia estratégica" se revelaram vazias, acrescentou o ministro.

Em 26 de fevereiro, o presidente Macron declarou durante uma conferência internacional em Paris que "nada deveria ser excluído", incluindo o envio de tropas para a Ucrânia, mas a maioria dos aliados de Kiev e a oposição na França se distanciaram dessa posição.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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