sábado, 27 de janeiro de 2024

Pentágono: EUA não estão prontos para guerra com grandes potências

Foi o que afirmou Richard Moore Jr., vice-chefe do Estado-Maior para Planos e Programas do Departamento de Defesa dos EUA, nesta quarta-feira (24).

Segundo o representante, os militares dos EUA não estão preparados para uma ampla competição de poder, apenas estariam prontos para conduzir operações de contrainsurgência.

"Estamos prontos não para uma grande competição entre potências, mas sim para uma guerra de contrainsurgência", declarou Moore durante uma discussão promovida pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês).

Moore destacou que os Estados Unidos estavam preparados para uma competição significativa de potências com a Rússia durante a operação Tempestade no Deserto, nos anos 1990.

Recentemente, o Departamento de Defesa descreveu os desafios enfrentados pelo complexo industrial de defesa dos EUA, que impactam a capacidade de produção de equipamentos militares no país.

Autoridades norte-americanas também manifestaram preocupação com a modernização das forças armadas pela China, em especial no que diz respeito ao tamanho de sua força naval.

·        Senador: EUA já perderam a corrida por armas hipersônicas e energia direcionada para seus rivais

Os EUA já perderam a corrida do desenvolvimento de armas hipersônicas e de energia dirigida, ou seja, a laser, para seus rivais, disse o senador independente Angus King durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA na terça-feira (23).

"Estamos lamentavelmente atrasados na questão da energia dirigida", disse King. "Em hipersônicos e energia dirigida, perdemos a corrida ou estamos perdendo em muito a corrida. Temos muito para recuperar. Essa deve ser uma prioridade urgente."

No mar Vermelho, a Marinha dos EUA foi forçada a usar mísseis de vários milhões de dólares para derrubar drones baratos disparados pelos rebeldes houthis no Iêmen que custam menos de 1% do preço dos sistemas dos EUA, observou o senador.

"Os mísseis que estamos usando custam de US$ 2 milhões [R$ 9,95 milhões] a US$ 4 milhões [R$ 19,9 milhões] por unidade. Isso é como usar um obuseiro para atirar em um pato", acrescentou King.

Mais cedo na terça-feira (23), a Associação Industrial de Defesa Nacional e o Instituto de Tecnologias Emergentes disseram em um novo relatório que a administração Biden e o Departamento de Defesa não conseguiram fornecer à indústria e às empresas dos EUA a direção e liderança claras necessárias para desenvolver armas de energia dirigida e, como resultado, elas não serão capazes de produzir tais armas por um longo tempo.

·        Milícia iraquiana afirma ter atacado bases dos EUA no Iraque e na Síria

A coalizão xiita conhecida como Resistência Islâmica no Iraque anunciou nesta quarta-feira (24) que realizou ataques contra três bases dos Estados Unidos no Iraque e na Síria em um único dia.

"Em continuidade à nossa resistência contra as forças de ocupação americanas no Iraque e na região, e como resposta ao massacre perpetrado pela entidade sionista [Israel] contra nosso povo na Faixa de Gaza, nossos combatentes atacaram, com mísseis e drones, três bases de ocupação localizadas no Iraque e na Síria no dia de hoje, quarta-feira", declarou o grupo em seu canal no Telegram.

O comunicado ainda especifica que foram alvo dos ataques a base dos EUA no aeroporto internacional de Arbil, no Curdistão iraquiano; a base no campo petrolífero de Koniko, na província síria de Deir ez-Zor; e a base aérea de Al Asad, no oeste do Iraque.

Mais cedo, um porta-voz do primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, criticou duramente os ataques realizados na última terça-feira (23) por forças norte-americanas contra grupos militantes iraquianos, afirmando que aquelas mostram "clara determinação em prejudicar a segurança e a estabilidade do Iraque".

·        Iraque sobe o tom e diz que ataques dos EUA fazem 'escalada irresponsável' no país

Na terça-feira (23), os Estados Unidos realizaram ataques no Iraque contra três instalações ligadas à milícia apoiada pelo Irã, afirmou o Pentágono.

Segundo o Departamento de Defesa norte-americano, a ação foi uma resposta ao ataque no fim de semana a uma base aérea iraquiana que feriu forças estadunidenses.

Nesta terça-feira (24), um porta-voz do primeiro-ministro, Mohammed Shia al-Sudani, disse que os ataques noturnos dos EUA contra grupos militantes iraquianos, que fazem parte das forças de segurança formais do país, mostraram "clara determinação em prejudicar a segurança e a estabilidade do Iraque".

"Esse ato inaceitável mina anos de cooperação, viola flagrantemente a soberania do Iraque e contribui para uma escalada irresponsável", disse o porta-voz, em uma das críticas mais duras já feitas aos EUA pelo primeiro-ministro do Iraque, escreve a agência Reuters.

No dia 5 de janeiro, o premiê disse que Bagdá está analisando uma data exata para terminar a missão da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no país árabe visto que "não há mais justificações para a sua existência", conforme noticiado.

Alguns dos grupos militantes apoiados pelo Irã, que têm lançado ataques às forças dos EUA, fazem parte das Forças de Mobilização Popular do Iraque (PMF, na sigla em inglês), uma força de segurança sancionada pelo Estado que começou como um grupo de milícias em 2014 para combater o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos lugares).

Embora formalmente sob o comando de al-Sudani, muitos dos grupos tomam decisões fora da cadeia de comando e prometeram continuar os ataques às forças dos EUA até o fim da guerra em Gaza.

 

Ø  EUA pedem à China que ajude a conter ataques houthis no mar Vermelho, diz mídia

 

Pressão diplomática de Washington para que Pequim ajude no combate aos houthis iemenitas no mar Vermelho ainda não produziu resultados, dizem autoridades.

De acordo com o Financial Times (FT), os EUA pediram à China que exorte Teerã a controlar os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, que atacam navios comerciais no mar Vermelho, mas viram poucos sinais de ajuda de Pequim, segundo autoridades norte-americanas.

Segundo a apuração, as autoridades têm levantado a questão com os altos responsáveis chineses nos últimos três meses. Mas, apesar de esforços como os do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, há poucas evidências de que a China tenha pressionado o Irã para conter os houthis, além dos apelos às "partes relevantes" para garantirem a passagem segura dos navios que navegam pelo mar Vermelho por parte do governo de Pequim.

A pressão diplomática sobre Pequim surge em um momento em que os EUA e os aliados, em especial o Reino Unido, continuam bombardeando posições houthis no Iêmen, em resposta a pelo menos 33 ataques houthis a navios comerciais que transitam pelo mar Vermelho desde meados de novembro.

Uma autoridade norte-americana não identificada disse ao FT que houve "alguns sinais" de envolvimento da China na questão, mas não de forma significativa.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse na terça-feira (23) que Washington "acolheria com satisfação um papel construtivo da China, usando a influência e o acesso que sabemos que eles têm [...] ajudaria a conter o fluxo de armas e munições para os houthis".

Liu Jianchao, chefe do departamento internacional do Partido Comunista da China, que esteve em contato com funcionários norte-americanos sobre a questão, viajou ao Irã em dezembro, dias depois da cúpula bilateral entre o presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em São Francisco. Mas muito pouco ocorreu na parte de Pequim, segundo Washington.

O antigo especialista da CIA em China, Dennis Wilder, especialista da Universidade de Georgetown, disse ao FT que Pequim "trabalhou assiduamente" para cortejar as nações do Oriente Médio, incluindo o Irã, em busca de ganhos econômicos e geopolíticos. Mas ele disse que estaria "muito relutante em usar a sua influência limitada sobre a República Islâmica de uma forma que perceba os interesses avançados dos EUA sem benefício para a China".

Suzanne Maloney, chefe de estudos de política externa da Brookings Institution, disse que discutiu a questão com especialistas chineses e não detectou qualquer interesse sério em ajudar.

"Acho que eles calcularam[...] é que esta é uma crise que está atolando os EUA e os seus parceiros e que não teve um impacto significativo no transporte marítimo chinês", ponderou.

A embaixada chinesa nos EUA disse não ter detalhes das trocas com Liu, mas que a China está preocupada com a "escalada da tensão" no mar Vermelho. O porta-voz Liu Pengyu disse que isso serve os interesses comuns da comunidade internacional e que a China instou "as partes relevantes a desempenharem um papel construtivo e responsável na manutenção de um mar Vermelho seguro e estável".

 

Ø  Rússia superou esforços europeus e OTAN subestimou Moscou, diz chefe das Forças Armadas da Estônia

 

Diferentemente da previsão feita por Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o Kremlin está longe do ponto de ruptura, com Moscou podendo produzir vários milhões de projéteis, afirmou o chefe da Defesa estoniana.

O comandante das Forças Armadas da Estônia, Martin Herem, disse que novas informações coletadas por sua inteligência sobre a capacidade da Rússia de produzir munições e recrutar tropas levaram a uma reavaliação entre os aliados da OTAN e a uma série de avisos para se prepararem para um conflito de longo prazo.

Na visão de Herem, as previsões de que as forças russas atingiriam os limites dos seus recursos não se concretizaram, foram subestimadas, e que as Forças Armadas russas têm capacidade para produzir vários milhões de projéteis de artilharia por ano, superando em muito os esforços europeus, além de poder recrutar centenas de milhares de novos soldados, afirmou o comandante segundo a agência Bloomberg.

A mídia ressalta que o militar estoniano se uniu a um número crescente de chefes militares da OTAN, que alertaram durante o mês passado que a aliança deveria se preparar para uma posição de guerra com Moscou.

"Muitas pessoas pensavam que não poderiam [os russos] ir além disso. Hoje, os fatos nos dizem o contrário. Eles podem produzir ainda mais, muitas mais, munições", afirmou Herem.

A inteligência da Estônia previu que a Rússia precisaria de três a cinco anos para trabalhar o suficiente, a fim de representar uma ameaça direta à OTAN. No entanto, a proximidade da região do Báltico e o prolongamento do conflito na Ucrânia levantaram preocupações sobre o tempo para prontidão militar russa, escreve a mídia.

Embora Tallinn não veja a Rússia como uma ameaça direta "hoje ou amanhã", Herem disse que o risco para a Aliança Atlântica poderá aumentar para um nível crítico assim que os recursos russos forem libertados da campanha na Ucrânia.

As Forças Armadas da Rússia prosseguem a operação militar especial na Ucrânia, anunciada pelo presidente russo Vladimir Putin em 24 de fevereiro de 2022. Segundo o chefe de Estado, entre os objetivos principais da operação lançada estão a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

·        Em 2 anos do conflito na Ucrânia, o Exército da Rússia se tornou mais experiente, diz mídia

O Exército da Rússia, em quase dois anos desde o início da operação militar na Ucrânia, se tornou mais experiente, suas competências seguem melhorando, avança o Breaking Defense com referência a um oficial britânico não identificado.

"Dois anos de lições de ações de combate fizeram do Exército russo uma força muito mais proficiente", aponta o jornal.

De acordo com o oficial, as linhas defensivas russas são "bem construídas, bem protegidas e bem camufladas". Ele acrescentou que as forças russas também estão melhorando os ataques com base nos dados da inteligência.

Segundo a fonte britânica, as conquistas russas tornaram a contraofensiva da Ucrânia mais difícil e forçaram Kiev a recorrer a táticas da era da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a depender mais do uso de tanques.

Vale ressaltar que no início de janeiro o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a Rússia continuará atingindo consistentemente os objetivos da operação militar especial. Ele relatou que em 2023 as perdas das Forças Armadas da Ucrânia excederam 215.000 homens e 28.000 peças de armamento.

 

Ø  Mídia dos EUA revela perda de 'dezenas' de veículos Bradley e seu mau desempenho na Ucrânia

 

Os EUA e seus aliados enviaram centenas de veículos blindados para a Ucrânia em 2022 e 2023, desde blindados de transporte a tanques, em preparação para a malfadada contraofensiva do ano passado de Kiev.

"Dezenas" de veículos de combate Bradley foram danificados ou destruídos no decorrer das batalhas contra as forças russas, com os operadores ucranianos insatisfeitos com o desempenho dos veículos no inverno e a condição de alguns dos Bradleys que receberam de seus parceiros dos EUA, de acordo com um relatório da CNN que caracterizou o Bradley como a "ponta de lança durante a malfadada contraofensiva ucraniana do ano passado".

Exagerando as supostas capacidades do veículo de combate blindado em "abrandar as ondas de ataque da Rússia", após o fracasso da contraofensiva, a mídia reclamou que, dos cerca de 200 Bradleys prometidos à Ucrânia por Washington, "dezenas" foram "danificados e destruídos em combate".

"As tripulações ucranianas, embora admiradoras do poder dos Bradley, também criticaram sua capacidade de resistir ao rigoroso inverno ucraniano e o estado de alguns dos veículos mais antigos enviados pelos EUA", acrescenta o artigo.

Elogiando os veículos de transporte de infantaria e de apoio de fogo fabricados pela Bae Systems, as tropas ucranianas, no entanto, relataram à CNN que foram superadas pelas forças russas, sendo capazes de disparar um projétil de artilharia para cada dez disparados pelas forças russas, e reclamando que a Ucrânia simplesmente "não tem armas e equipamentos suficientes para vencer a Rússia".

Recentemente, o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, notou que os EUA não têm mais meios para continuar apoiando a Ucrânia, com os novos pacotes de assistência exigindo a aprovação de novos fundos por parte do Congresso.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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