quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Morte de líder do Hamas em ataque de Israel a Beirute, gera temor de escalada em guerra

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao integrante do gabinete de guerra israelense, Benny Gantz, para evitar a escalada do conflito, “especiamente no Líbano”, de acordo com um comunicado da presidência francesa.

Os comentários de Macron foram feitos depois que o Hamas acusou Israel de realizar um ataque em Beirute que matou o líder do Hamas, Saleh Al-Arouri, na terça-feira (02). Israel não assumiu a responsabilidade.

“O Presidente da República sublinhou que era essencial evitar qualquer atitude de escalada, particularmente no Líbano, e que a França continuaria a transmitir estas mensagens a todos os interventores direta ou indiretamente envolvidos na área”, dizia o comunicado francês.

Macron também expressou preocupação com o número de mortos civis e a emergência humanitária em Gaza. Os ataques israelenses à Faixa mataram pelo menos 22.185 palestinos, informou  o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

O presidente francês também se manifestou contra as declarações “inaceitáveis” que apelam ao deslocamento forçado dos habitantes de Gaza.

Dois membros da coligação de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu expressaram nos últimos dias a opinião de que os residentes palestinos deveriam deixar Gaza enquanto as autoridades consideram o futuro do enclave costeiro no pós-guerra.

 

Ø  Autoridade dos EUA diz que Israel realizou ataque que matou líder do Hamas

 

Israel realizou o ataque na terça-feira (02) no sul de Beirute que matou o líder do Hamas, Saleh Al-Arouri, disse uma autoridade dos Estados Unidos à CNN.

A administração Biden não foi informada antecipadamente sobre a operação, acrescentou o responsável.

Citando um alto funcionário israelense, Barak Ravid, da Axios, relatou anteriormente que a administração foi informada “no momento em que a operação estava acontecendo”.

O Hamas disse que Arouri, vice-chefe do gabinete político do Hamas, foi “martirizado num traiçoeiro ataque aéreo sionista em Beirute”.

Arouri foi considerado um dos membros fundadores da ala militar do grupo, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, e estava morando em Beirute.

Dois outros líderes do braço militar do Hamas, Samir Findi Abu Amer e Azzam Al-Aqraa Abu Ammar, estão entre os mortos no ataque, segundo autoridades do Hamas.

O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse que Israel “não assumiu a responsabilidade” pelo ataque. Durante uma entrevista à MSNBC, o conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter “visto os relatórios” sobre o ataque.

¨      Israel não assume responsabilidade pelo ataque que matou um dos fundadores do Hamas no Líbano

O Hamas disse na última terça-feira (2) que um de seus altos funcionários foi morto em um ataque no sul de Beirute.

Saleh Mohammed Suleiman Al-Arouri foi um proeminente líder político e militar palestino que Israel considera um dos principais fundadores das Brigadas Al-Qassam, ala militar do Hamas na Cisjordânia.

Membro do Hamas desde 1987, Al-Arouri começou a estabelecer e organizar um aparelho militar para o movimento na Cisjordânia em 1991, o que contribuiu para o lançamento efetivo das Brigadas Al-Qassam na Cisjordânia em 1992.

Ele foi o ex-vice-chefe do braço político do Hamas e participou, em 2011, da negociação da libertação do soldado israelense capturado Gilad Shalit em troca de 1.027 prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.

Al-Arouri foi repetidamente preso por Israel, inclusive por longos períodos entre 1985 e 1992, e de 1992 a 2007, segundo o Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Em 2010, ele foi deportado por Israel para a Síria, onde viveu durante três anos antes de se mudar para a Turquia e de lá para o Líbano.

>>> Aqui estão os últimos desenvolvimentos:

·        Israel não assume responsabilidade

Durante uma entrevista à “MSNBC”, Mark Regev, conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, disse “Israel não assumiu a responsabilidade por este ataque”.

“Mas quem o fez deve deixar claro que não se tratou de um ataque ao Estado libanês. Não foi um ataque nem mesmo ao Hezbollah”, prosseguiu Regev.

Enquanto isso, um ex-embaixador israelense nas Nações Unidas Danny Danon, elogiou as agências de segurança do país pelo “assassinato” de Arouri.

·        O número de mortos em Gaza aumenta

Os ataques israelenses a Gaza mataram pelo menos 22.185 palestinos do território.

CNN não consegue confirmar de forma independente os números fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, devido ao acesso restrito à região e à dificuldade em verificar números precisos no meio da guerra em curso.

·        Militar israelense ajusta operações em Gaza

O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse em uma visita à Faixa de Gaza que as operações militares de Israel no enclave irão continuará por algum tempo. Entretanto, mudarão à medida que avaliar a situação.

“A sensação de que iremos parar em breve é ​​incorreta sem uma vitória clara, não seremos capazes de viver no Oriente Médio, explicou Gallant.

·        Israel comparecerá perante ao Tribunal de Haia

O Estado de Israel comparecerá perante o Tribunal Internacional de Justiça em Haia “para dissipar o absurdo libelo de sangue da África do Sul”, disse o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, na terça-feira.

Ele se referia à alegação da África do Sul de que Israel está cometendo genocídio em sua guerra contra o Hamas.

·        Delegação do Senado dos EUA planeja se reunir com Netanyahu

Um grupo bipartidário de senadores dos Estados Unidos viajaram para o Oriente Médio na terça-feira para se reunir com altos funcionários israelenses para discutir o estado da guerra Israel-Hamas.

Os legisladores são membros do Comitê de Inteligência do Senado. Eles também deverão conversar com Netanyahu e líderes dos países árabes durante a visita, segundo a senadora democrata Kirsten Gillibrand.

 

Ø  Ministros israelenses sugerem saída total de palestinos de Gaza; EUA repudiam falas

 

Os ministros das Finanças e da Segurança Nacional de Israel, Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, respectivamente, sugeriram no início desta semana que os palestinos saíssem da Faixa de Gaza e fossem reassentados em outro lugar.

Smotrich pediu aos residentes palestinos que deixassem a Faixa de Gaza, para dar lugar aos israelenses que poderiam “fazer o deserto florescer”, segundo a Reuters.

Gvir, da extrema-direita, expressou apoio ao reassentamento de palestinos da Faixa de Gaza no exterior, declarando que a guerra apresenta uma “oportunidade para se concentrar no incentivo à migração dos residentes de Gaza” durante uma reunião política.

Hamas lança ataques aéreos contra Israel durante a virada de ano | CNN NOVO DIA

O Departamento de Estado dos EUA repreendeu os comentários de Gvir, que respondeu no X:

“Agradeço muito aos Estados Unidos da América, mas, com todo o respeito, não somos apenas mais uma estrela na bandeira americana”, disse o ministro da Segurança Nacional, na terça-feira (2). Ele chamou os EUA de “bom amigo” de Israel.

“Mas antes de mais nada faremos o que é bom para o Estado de Israel”, disse o ministro, acrescentando que a “emigração de centenas de milhares de Gaza” permitirá que os colonos israelitas regressem e “vivam em segurança”.

Na terça-feira anterior, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matt Miller, disse que “tais declarações não refletem a política do governo israelense”, denunciando-as como “inflamatórias e irresponsáveis”.

 

Ø  Palestinos deslocados descrevem “sonhos destruídos” à medida que guerra entra em 2024

 

Mohammed Aghaalkurdi, oficial de programa da organização beneficente Medical Aid for Palestinians (MAP) com sede no Reino Unido, diz que seus sobrinhos e sobrinhas em Gaza estão “desejando uma ceia quente e saudável” neste ano, já que centenas de milhares de palestinos deslocados tentam buscar proteção contra os bombardeios e a ofensiva terrestre de Israel.

“Enquanto as crianças de todo o mundo estão comemorando o Natal e o Ano Novo e estabelecendo resoluções para o que se espera que seja um futuro brilhante, as crianças de Gaza estão sendo fortemente atacadas”, disse Aghaalkurdi na segunda-feira (1).

Seu testemunho foi compartilhado com a CNN pela MAP. Ele está hospedado em uma casa alugada em Khan Younis, no sul de Gaza, com pelo menos 10 outras pessoas — incluindo cinco de seus colegas e suas famílias.

O cerco total de Israel ao território palestino e as severas restrições à entrada de suprimentos essenciais na faixa provocaram uma espiral de preços dos alimentos. O que deixou 2,2 milhões de residentes em Gaza em risco de desidratação grave, desnutrição e doenças infecciosas, incluindo infecções do trato respiratório superior, diarreia, piolhos e sarna, catapora, erupções cutâneas, icterícia e meningite, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os ataques israelenses em Gaza desde os ataques do Hamas em 7 de outubro mataram pelo menos 22.185 palestinos, a maioria dos quais são mulheres, crianças e idosos, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

A CNN não pode confirmar de forma independente os números fornecidos pelo Ministério da Saúde em Gaza devido ao acesso restrito à região e à dificuldade de verificar números precisos em meio à guerra em andamento.

“Por mais de 80 dias, elas (as crianças) foram impiedosamente mortas e deslocadas com suas famílias inúmeras vezes até que (elas) acabaram em uma tenda indefesa e fria, desprotegidas, famintas e sedentas”, disse Aghaalkurdi.

Ele acrescenta que “seus belos sonhos foram destruídos e transformados em pesadelos cheios de medo e falta de moradia. Cercados por adultos exaustos e ocupados (em busca de comida e água potável), nossos filhos perderam os belos significados da vida”.

Ele relata que ainda há um pouco de esperança nos corações de que “a calma prevalecerá em breve e nossos filhos serão curados”, apesar do que está acontecendo.

Salwa Tibi, uma trabalhadora humanitária deslocada que trabalha na agência humanitária CARE International, disse à CNN nesta terça-feira (2) esperar que 2024 traga “segurança, proteção, paz e prosperidade”.

Tibi, 53 anos, está hospedada em uma casa alugada em Rafah, no sul de Gaza, com pelo menos 20 parentes, incluindo oito crianças e bebês — o mais novo deles tem três meses de idade.

“Espero que Gaza seja reconstruída o mais rápido possível e que a vida volte ao normal, apesar da dor intensa e das perdas de entes queridos, amigos e parentes”, disse ela.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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