Morte de líder do Hamas em ataque de Israel a Beirute, gera temor de
escalada em guerra
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao
integrante do gabinete de guerra israelense, Benny Gantz, para evitar a
escalada do conflito, “especiamente no Líbano”, de acordo com um comunicado da
presidência francesa.
Os comentários de Macron foram feitos depois que o
Hamas acusou Israel de realizar um ataque em Beirute que matou o líder do
Hamas, Saleh Al-Arouri, na terça-feira (02). Israel não assumiu a
responsabilidade.
“O Presidente da República sublinhou que era
essencial evitar qualquer atitude de escalada, particularmente no Líbano, e que
a França continuaria a transmitir estas mensagens a todos os interventores
direta ou indiretamente envolvidos na área”, dizia o comunicado francês.
Macron também expressou preocupação com o número de
mortos civis e a emergência humanitária em Gaza. Os ataques israelenses à Faixa
mataram pelo menos 22.185 palestinos, informou o Ministério da Saúde
administrado pelo Hamas.
O presidente francês também se manifestou contra as
declarações “inaceitáveis” que apelam ao deslocamento forçado dos habitantes de
Gaza.
Dois membros da coligação de direita do
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu expressaram nos últimos dias a opinião de
que os residentes palestinos deveriam deixar Gaza enquanto as autoridades
consideram o futuro do enclave costeiro no pós-guerra.
Ø Autoridade
dos EUA diz que Israel realizou ataque que matou líder do Hamas
Israel realizou o ataque na terça-feira (02) no sul
de Beirute que matou o líder do Hamas, Saleh Al-Arouri, disse uma autoridade
dos Estados Unidos à CNN.
A administração Biden não foi informada
antecipadamente sobre a operação, acrescentou o responsável.
Citando um alto funcionário israelense, Barak
Ravid, da Axios, relatou anteriormente que a administração foi informada “no
momento em que a operação estava acontecendo”.
O Hamas disse que Arouri, vice-chefe do gabinete
político do Hamas, foi “martirizado num traiçoeiro ataque aéreo sionista em
Beirute”.
Arouri foi considerado um dos membros fundadores da
ala militar do grupo, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, e estava morando em
Beirute.
Dois outros líderes do braço militar do Hamas,
Samir Findi Abu Amer e Azzam Al-Aqraa Abu Ammar, estão entre os mortos no
ataque, segundo autoridades do Hamas.
O porta-voz do governo israelense, Mark Regev,
disse que Israel “não assumiu a responsabilidade” pelo ataque. Durante uma
entrevista à MSNBC, o conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense,
Benjamin Netanyahu, disse ter “visto os relatórios” sobre o ataque.
¨
Israel não assume responsabilidade pelo ataque que matou um dos
fundadores do Hamas no Líbano
O Hamas disse na última terça-feira (2) que um de
seus altos funcionários foi morto em um ataque no sul de Beirute.
Saleh Mohammed Suleiman Al-Arouri foi um
proeminente líder político e militar palestino que Israel considera um dos
principais fundadores das Brigadas Al-Qassam, ala militar do Hamas na
Cisjordânia.
Membro do Hamas desde 1987, Al-Arouri começou a
estabelecer e organizar um aparelho militar para o movimento na Cisjordânia em
1991, o que contribuiu para o lançamento efetivo das Brigadas Al-Qassam na
Cisjordânia em 1992.
Ele foi o ex-vice-chefe do braço político do Hamas
e participou, em 2011, da negociação da libertação do soldado israelense
capturado Gilad Shalit em troca de 1.027 prisioneiros palestinos detidos em
prisões israelenses.
Al-Arouri foi repetidamente preso por Israel,
inclusive por longos períodos entre 1985 e 1992, e de 1992 a 2007, segundo o
Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Em 2010, ele foi deportado por Israel para a Síria,
onde viveu durante três anos antes de se mudar para a Turquia e de lá para o
Líbano.
>>> Aqui estão os últimos
desenvolvimentos:
·
Israel não assume responsabilidade
Durante uma entrevista à “MSNBC”, Mark Regev,
conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, disse
“Israel não assumiu a responsabilidade por este ataque”.
“Mas quem o fez deve deixar claro que não se tratou
de um ataque ao Estado libanês. Não foi um ataque nem mesmo ao Hezbollah”,
prosseguiu Regev.
Enquanto isso, um ex-embaixador israelense nas
Nações Unidas Danny Danon, elogiou as agências de segurança do país pelo
“assassinato” de Arouri.
·
O número de mortos em Gaza aumenta
Os ataques israelenses a Gaza mataram pelo menos
22.185 palestinos do território.
A CNN não consegue confirmar de
forma independente os números fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza,
controlado pelo Hamas, devido ao acesso restrito à região e à dificuldade em
verificar números precisos no meio da guerra em curso.
·
Militar israelense ajusta operações em Gaza
O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant,
disse em uma visita à Faixa de Gaza que as operações militares de Israel no
enclave irão continuará por algum tempo. Entretanto, mudarão à medida que
avaliar a situação.
“A sensação de que iremos parar em breve é incorreta – sem uma
vitória clara,
não seremos
capazes de viver no Oriente Médio”, explicou Gallant.
·
Israel comparecerá perante ao Tribunal de Haia
O Estado de Israel comparecerá perante o Tribunal
Internacional de Justiça em Haia “para dissipar o absurdo libelo de sangue da
África do Sul”, disse o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, na
terça-feira.
Ele se referia à alegação da África do Sul de que
Israel está cometendo genocídio em sua guerra contra o Hamas.
·
Delegação do Senado dos EUA planeja se reunir com
Netanyahu
Um grupo bipartidário de senadores dos Estados
Unidos viajaram para o Oriente Médio na terça-feira para se reunir com altos
funcionários israelenses para discutir o estado da guerra Israel-Hamas.
Os legisladores são membros do Comitê de
Inteligência do Senado. Eles também deverão conversar com Netanyahu e líderes
dos países árabes durante a visita, segundo a senadora democrata Kirsten
Gillibrand.
Ø Ministros
israelenses sugerem saída total de palestinos de Gaza; EUA repudiam falas
Os ministros das Finanças e da Segurança Nacional
de Israel, Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, respectivamente, sugeriram no
início desta semana que os palestinos saíssem da Faixa de Gaza e fossem
reassentados em outro lugar.
Smotrich pediu aos residentes palestinos que
deixassem a Faixa de Gaza, para dar lugar aos israelenses que poderiam “fazer o
deserto florescer”, segundo a Reuters.
Gvir, da extrema-direita, expressou apoio ao
reassentamento de palestinos da Faixa de Gaza no exterior, declarando que a
guerra apresenta uma “oportunidade para se concentrar no incentivo à migração
dos residentes de Gaza” durante uma reunião política.
Hamas lança ataques aéreos contra Israel durante a
virada de ano | CNN NOVO DIA
O Departamento de Estado dos EUA repreendeu os
comentários de Gvir, que respondeu no X:
“Agradeço muito aos Estados Unidos da América, mas,
com todo o respeito, não somos apenas mais uma estrela na bandeira americana”,
disse o ministro da Segurança Nacional, na terça-feira (2). Ele chamou os EUA
de “bom amigo” de Israel.
“Mas antes de mais nada faremos o que é bom para o
Estado de Israel”, disse o ministro, acrescentando que a “emigração de centenas
de milhares de Gaza” permitirá que os colonos israelitas regressem e “vivam em
segurança”.
Na terça-feira anterior, o porta-voz do
Departamento de Estado dos EUA, Matt Miller, disse que “tais declarações não
refletem a política do governo israelense”, denunciando-as como “inflamatórias
e irresponsáveis”.
Ø Palestinos
deslocados descrevem “sonhos destruídos” à medida que guerra entra em 2024
Mohammed Aghaalkurdi, oficial de programa da
organização beneficente Medical Aid for Palestinians (MAP) com sede no Reino
Unido, diz que seus sobrinhos e sobrinhas em Gaza estão “desejando uma ceia
quente e saudável” neste ano, já que centenas de milhares de palestinos
deslocados tentam buscar proteção contra os bombardeios e a ofensiva terrestre
de Israel.
“Enquanto as crianças de todo o mundo estão
comemorando o Natal e o Ano Novo e estabelecendo resoluções para o que se
espera que seja um futuro brilhante, as crianças de Gaza estão sendo fortemente
atacadas”, disse Aghaalkurdi na segunda-feira (1).
Seu testemunho foi compartilhado com
a CNN pela MAP. Ele está hospedado em uma casa alugada em Khan
Younis, no sul de Gaza, com pelo menos 10 outras pessoas — incluindo cinco de
seus colegas e suas famílias.
O cerco total de Israel ao território palestino e
as severas restrições à entrada de suprimentos essenciais na faixa provocaram
uma espiral de preços dos alimentos. O que deixou 2,2 milhões de residentes em
Gaza em risco de desidratação grave, desnutrição e doenças infecciosas,
incluindo infecções do trato respiratório superior, diarreia, piolhos e sarna,
catapora, erupções cutâneas, icterícia e meningite, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Os ataques israelenses em Gaza desde os ataques do
Hamas em 7 de outubro mataram pelo menos 22.185 palestinos, a maioria dos quais
são mulheres, crianças e idosos, de acordo com o Ministério da Saúde
administrado pelo Hamas.
A CNN não pode confirmar de forma
independente os números fornecidos pelo Ministério da Saúde em Gaza devido ao
acesso restrito à região e à dificuldade de verificar números precisos em meio
à guerra em andamento.
“Por mais de 80 dias, elas (as crianças) foram
impiedosamente mortas e deslocadas com suas famílias inúmeras vezes até que
(elas) acabaram em uma tenda indefesa e fria, desprotegidas, famintas e
sedentas”, disse Aghaalkurdi.
Ele acrescenta que “seus belos sonhos foram
destruídos e transformados em pesadelos cheios de medo e falta de moradia.
Cercados por adultos exaustos e ocupados (em busca de comida e água potável),
nossos filhos perderam os belos significados da vida”.
Ele relata que ainda há um pouco de esperança nos
corações de que “a calma prevalecerá em breve e nossos filhos serão curados”,
apesar do que está acontecendo.
Salwa Tibi, uma trabalhadora humanitária deslocada
que trabalha na agência humanitária CARE International, disse à CNN nesta
terça-feira (2) esperar que 2024 traga “segurança, proteção, paz e
prosperidade”.
Tibi, 53 anos, está hospedada em uma casa alugada
em Rafah, no sul de Gaza, com pelo menos 20 parentes, incluindo oito crianças e
bebês — o mais novo deles tem três meses de idade.
“Espero que Gaza seja reconstruída o mais rápido
possível e que a vida volte ao normal, apesar da dor intensa e das perdas de
entes queridos, amigos e parentes”, disse ela.
Fonte: CNN Brasil
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