Há um ano Brasil fechava a lata do lixo da História e voltava à
normalidade
Faz um ano. Naquele 1° de janeiro de 2023, o Brasil
fechava a tampa da lata de lixo da História e enterrava a mais vexatória,
humilhante e desastrosa de suas páginas. Um sujeito vulgar, absolutamente
incapaz e moralmente desajustado desocupava o posto máximo de liderança da
República e voltaria para os esgotos para seguir postando suas mentiras e
insanidades. O preço ainda é alto, já que uma fração imensa do povo entrou na
psicose torpe da gritaria e da reverberação de falsidades.
Quatro anos de uma baixaria inimaginável, de
escatologia em estado bruto. Um naufrágio socioeconômico sem precedentes fez o
país empobrecer numa velocidade jamais vista. No fim de um mandato caótico, 49
milhões de miseráveis (23% da população), 125 milhões de pessoas em situação de
insegurança alimentar (59% dos habitantes) e uma inflação pornográfica que
bateu o recorde do índice desde a criação do plano real, há 30 anos: 11,3% no
acumulado de 12 meses aferido no primeiro semestre de 2022. Desemprego explodindo,
nas alturas. Fomos parar na 13ª economia do planeta.
Nos primeiros dias de seu mandato, o incivilizado e
bárbaro extremista postou um vídeo de uma bandinha de carnaval em que um homem
urinava no rosto de outro, que se requebrava fazendo uma performance com
conotação sexual, em cima de um ponto de táxi de São Paulo. O chefe de Estado
brasileiro, presumivelmente dando as contas oficiais para um dos filhos
aloprados administrar, perguntava “o que é golden shower”, numa referência a
uma prática sexual escatológica. O Brasil tinha um novo presidente havia uns pares
de semana e já tinha se tornado isso.
O tempo passou e vieram as mortes pelo discurso
inacreditável e doentio antivacina, durante a pandemia, as frases desumanas
como “eu não sou coveiro” e “e daí?”, além de imitações monstruosas de gente
morrendo por falta de ar provocada pela Covid. Uma besta-fera descontrolada
estava dentro do Palácio.
No mundo, a vergonha era interminável. Capitaneado
por um abobalhado, o Itamaraty falava de “cruzada pelos cristãos” e de
“covidismo”. Nas reuniões de Estado e de chanceleres, o constrangimento era
insuportável. Em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, o sujeito
desajustado que se apoderou da faixa ofereceu (literalmente) a Amazônia para um
ex-presidente dos EUA. A cena foi tão grotesca que até o gringo comentou, em
algumas entrevistas, que ficou desconcertado na hora.
Arruaceiros montados em motocicletas cortavam o
Brasil empobrecido (com dinheiro público) enaltecendo armas de fogo.
Abestalhados faziam cosplay de militar e colocavam fardas camufladas e coturnos
para prestar continência ao "ídolo". Cena de hospício. Houve
encontros oficiais com pastores estelionatários, padres fakes de igrejas
inventadas, curandeiros oferecendo cipó como solução para o coronavírus dentro
do Ministério da Ciência e Tecnologia. Um general que não sabia a diferença
entre as siglas de Amazonas e Amapá foi colocado na Saúde para “conter” a
pandemia e deixou a falta de oxigênio em Manaus, o que resultou em
centenas de mortes. E essa gente tiravam sarro dos dados e da
monstruosidade.
Houve muita coisa além disso. Muita coisa. Houve
desesperança, desespero e sentimento de impotência. Mas o dia da partida chegou
e a festa foi bonita. Hoje, neste 1° de janeiro de 2024, a despedida
inesquecível completou um ano. Um ano que lacramos a lata do lixo da História,
o inferno de imoralidade onde essa figura deverá permanecer por toda a
eternidade.
Há muito a se fazer pelo Brasil, mas é sempre bom
lembrarmos do dia que despachamos uma maldição que quase custou a própria
existência da nação.
Ø Secom de
Lula relembra 1 ano da fuga de Bolsonaro e faz pergunta inusitada
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República (Secom), Paulo
Pimenta, relembrou que neste sábado (30) faz exatamente um ano que Jair Bolsonaro, ainda na presidência, fugiu do país rumo aos
Estados Unidos para não participar da cerimônia de posse do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entregar a faixa presidencial
ao mandatário.
Através da rede X (antigo Twitter), Pimenta ainda
aproveitou para alfinetar o ex-presidente, citando indiretamente as denúncias
sobre roubo de joias do acervo da União que já pesavam sobre
Bolsonaro e o risco do ex-mandatário ser preso, e fez uma pergunta
inusitada: qual adjetivo as pessoas dariam para o ex-chefe do Executivo que
deixou o país dois dias antes do novo presidente ser empossado.
"É difícil de escolher o adjetivo
para classificar quem fugiu para os EUA para não ter que passar a faixa na
posse e assistir de camarote o 08 de janeiro. Dia 30/12/22 com as malas cheias
de jóia e presentes do governo brasileiro o inelegível embarcou como um
fugitivo com medo de ser preso. Que adjetivo você usaria ?"
·
Relembre
Jair Bolsonaro embarcou às 13h45 de uma
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022, no avião presidencial Brazilian Air Force
1 empreendendo fuga para a Flórida, nos Estados Unidos, após ser alertado
por advogados dos riscos de ser preso após Lula tomar posse - e,
consequentemente, ele perder o foro privilegiado.
Poucas horas antes do embarque, Bolsonaro
terminou aos prantos a sua última live em que reconheceu a derrota para
Lula e abortou o esperado golpe, causando a fúria de apoiadores. Poucos
dias depois, em 8 de janeiro, radicais empreenderiam os atos golpistas na Praça
dos Três Poderes, em Brasília.
Em frente ao quartel-general do Exército na capital
federal, os golpistas à época acampados se desesperaram após o
pronunciamento de Bolsonaro. Amontoados junto a caixas de som xingaram,
choraram e rezaram.
Em seguida, algumas dezenas de golpistas pegaram
seus pertences e foram para casa. Outros insistiram em permanecer na área,
tocaram o hino nacional e se reuniram em um misto de frustração e apatia.
Ø Advogado-Geral
da União sobre golpistas do 8 de janeiro: "sem anistia"
Jorge Messias, atual ministro da Advocacia
Geral da União (AGU), foi às redes sociais no primeiro dia de 2024 para se pronunciar sobre
o levante golpista promovido por bolsonaristas em 8 de
janeiro de 2023.
Um dos cotados para assumir o Ministério da Justiça
no lugar de Flávio Dino, que deixou a pasta para ocupar uma cadeira no Supremo
Tribunal Federal (STF), Messias fez questão de expor sua posição em defesa de
investigação e punição cabível àqueles que participaram, direta ou
indiretamente, da tentativa de golpe.
"Todos os golpistas, tantos os que proveram os
ataques in loco no 8 de Janeiro , quanto os covardes dos mentores intelectuais,
estão sujeitos, na forma da lei, à investigação e eventual condenação,
garantindo a todos o direito de defesa. Difícil entender algumas críticas aos
defensores de nossa democracia", escreveu o AGU.
"A geração de meus pais ficou 21
sob um regime ditatorial. Os golpistas almejaram destruir a Democracia, a
Liberdade de Imprensa, a Liberdade de todos. O Brasil diz Basta! O Brasil quer
paz! SEM ANISTIA!", prosseguiu.
Ato pela democracia em Brasília
O ato pela democracia anunciado por Lula para
acontecer no dia 8 de janeiro, um ano após a depredação promovida por
apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para tentar um golpe de Estado, já tem local
e parte da programação definida.
Além de Lula, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Luís
Roberto Barroso, presidentes do três poderes, Alexandre de Moraes, que comanda
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve discursar no evento que acontecerá no
Salão Negro do Congresso Nacional.
O evento, que está sendo chamado de Democracia
Restaurada, deve ter cerca de uma hora de duração e contará com a apresentação
de um vídeo com imagens dos ataques às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF),
Congresso e Palácio do Planalto.
Por outro lado, governadores alinhados ao
bolsonarismo buscam arrumar desculpas para fugirem do ato.
·
Ato em SP
No próximo dia 8 de Janeiro, as Frentes Brasil
Popular e Povo Sem Medo, protagonistas de diversas manifestações em defesa da
democracia durante o governo de Jair Bolsonaro, realizarão um ato de
resistência em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida
Paulista, às 17h. A iniciativa visa marcar o primeiro
aniversário da tentativa de golpe deflagrada por bolsonaristas, que
invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Sob o lema "8 de Janeiro: o Brasil se une
em defesa da democracia", os movimentos pretendem reafirmar a importância
da preservação do Estado democrático de direito e enviar uma mensagem clara de
repúdio a qualquer ameaça às instituições democráticas.
Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil
Popular e da Central de Movimentos Populares (CMP), destaca a relevância do
evento como meio de prevenir futuras tentativas golpistas. Em suas palavras:
"A manifestação será importante para impedir que novas tentativas de golpe
ocorram."
Ø Governo
Lula e evangélicos ensaiam aproximação
O movimento tem duas mãos. De um lado, auxiliares
aconselham o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se aproximar do público
evangélico que, até então, tem se mantido fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). Por outro, lideranças do segmento religioso querem uma atenção maior do
presidente.
E Lula parece estar propenso a se reaproximar do
nicho, segundo fontes do primeiro escalão do governo que falar ao jornal Valor
Econômico. O presidente deve passar a ter um diálogo mais direto com lideranças
religiosas neste ano, em que ele pretende percorrer o país de olho nas eleições
municipais de outubro.
O Palácio do Planalto identificou através de
pesquisas internas que este segmento está entre os que mais rechaçam a figura
de Lula, seu desempenho e o governo de uma maneira geral.
·
Datafolha
O Datafolha fez um levantamento no início de
dezembro apontando que a reprovação a Lula no segmento chega a 38%, que
classificam sua gestão como ruim ou péssima, ante 30% na média geral da
população.
As pesquisas do Planalto identificam, em especial,
um rechaço a Lula entre as mulheres jovens e evangélicas. E, na raiz dessa
rejeição, está a pauta comportamental.
“São pessoas que não viveram os anos de bonança dos
primeiros mandatos. E já cresceram em um meio mais religioso que o de suas
mães. Então, esses temas como a postura sobre drogas, do direito ao aborto, dos
direitos humanos e outros pegam muito negativamente entre elas”, diz uma fonte.
·
Fundação Perseu Abramo
Por outro lado, a Fundação Perseu Abramo, principal
centro de estudos ligado ao PT, pretende criar neste ano um núcleo dedicado a
estudar temas religiosos e a relação do partido com as diversas fés.
Segundo nota publicada na coluna Painel, da Folha,
desta terça-feira (2), todas as religiões serão objeto de análise do núcleo,
mas os evangélicos terão atenção especial.
Esses grupos de estudo, chamados de NAPPs (Núcleos
de Acompanhamento de Políticas Públicas), se dedicam a temas como economia,
segurança, agricultura, educação, saúde e outros.
Segundo o presidente da Fundação, Paulo
Okamotto, "precisamos dar uma atualizada no comportamento dos religiosos
no Brasil, refletir sobre o que pensam e como podem se relacionar
conosco".
A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar
sugestões sobre como se relacionar com o segmento. "Existem diversos
pentecostais e neopentecostais que simpatizam com o PT e pertencem ao
partido", afirma.
Fonte: Fórum
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