As ‘enroladas’ de Juscelino Filho, ministro das Comunicações
Primeiro ministro do novo governo de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) a ver seu nome envolvido em uma investigação da Polícia
Federal, Juscelino Filho, titular das Comunicações, teve R$ 835 mil bloqueados
por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
no escopo de uma operação deflagrada nesta sexta-feira (01/09).
A PF apura possíveis desvios na Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) por meio de
emendas parlamentares, daí o bloqueio contra Juscelino – deputado federal
maranhense licenciado pela União Brasil, ele é autor de parte dessas emendas e
seria supostamente um dos beneficiários de uma organização criminosa que,
segundo a PF, fraudava licitações, desviava recursos públicos e lavava dinheiro
da estatal.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Juscelino Filho
destinou ao menos R$ 42 milhões a contratos com empreiteiras suspeitas de
irregularidades. Uma delas, a Contruservice, teria usado laranjas para disputar
contratos licitados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A defesa dele nega irregularidades, diz que o
ministro está à disposição das autoridades e ressalta que emendas "são
instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional".
Parte do Centrão, a União Brasil tem 59 deputados e
10 senadores. Embora não integre oficialmente a base do governo Lula, o partido
controla três ministérios: além das Comunicações, detém ainda o Turismo e a
Integração.
• Irmã
prefeita no interior do Maranhão sob a mira da PF
Embora Juscelino Filho não tenha sido alvo de
mandado de busca e apreensão – Barroso negou pedido nesse sentido feito pela PF
–, a irmã dele, Luanna Rezende, teve endereços revistados pelos agentes nesta
sexta e foi afastada do cargo de prefeita de Vitorino Freire, no Maranhão.
Segundo o portal de notícias UOL, o bloqueio de
valores de Juscelino Filho ocorreu justamente em função de suspeita de desvios
em uma obra de asfaltamento executada pela Construservice na cidade gerida pela
irmã dele.
Loteada entre partidos do centrão durante o governo
Bolsonaro, a Codevasf se transformou naquele período em um dos principais
escoadouros do dinheiro de emendas do orçamento secreto, usadas como moeda de
troca pelo governo federal no trato com o Legislativo – a prática se manteve
sob o governo Lula, ainda que sob nova roupagem e com algumas diferenças.
Na legislatura anterior, Juscelino Filho teria
destinado ao menos R$ 13,4 milhões em emendas do orçamento secreto e outros R$
11,1 milhões em emendas individuais ao município de Vitorino Freire, informou o
jornal O Globo. A cidade tem pouco mais de 30 mil habitantes.
• Cavalos
de raça
Em fevereiro, o jornal O Estado de S.Paulo revelou
que o ministro deixou de informar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um
patrimônio de pelo menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração de
bens entregue no ano anterior, quando disputou – com sucesso – a eleição para
deputado federal pelo Maranhão.
A investigação do jornal mostra que, na época em
que fez a declaração ao TSE em 2022, o atual ministro das Comunicações teria ao
menos 12 cavalos da raça Quarto de Milha, adquiridos em leilão. Quando
concorreu pela primeira vez a deputado federal, em 2014, Juscelino chegou a
declarar vários animais. Já em 2018 e 2022, ele não fez menção a animais.
No ano passado, ele declarou ao TSE um patrimônio
de R$ 4,4 milhões – incluindo fazendas, carros, metade de uma aeronave,
apartamento e o terreno onde está instalado um haras. De acordo com o jornal, o
valor é quase o mesmo que ele teria movimentado em leilões desde 2018, período
no qual também teria vendido 14 animais da raça Quarto de Milha.
• Haras
no Maranhão
Não bastasse a omissão, os animais de raça seriam
criados no haras do ministro, na cidade maranhense de Vitorino Freire, onde seu
pai já foi prefeito e que atualmente é governada pela irmã, Luanna Rezende.
No papel, o haras pertence à irmã do ministro e a
Gustavo Marques Gaspar, um ex-assessor da Câmara. No entanto, um funcionário do
haras disse ao Estadão que não conhece nenhum Gustavo Gaspar.
De acordo com O Estado de S.Paulo, o terreno da
propriedade de 165 mil metros quadrados pertencia à prefeitura de Vitorino
Freire. Mas, em 1999, a área foi adquirida por Juscelino Filho por R$ 1 mil. Na
época, ele tinha apenas 14 anos e seu pai, Juscelino Rezende, era o prefeito da
cidade.
Em 2007, Juscelino Filho vendeu a área por R$ 50
mil para Gustavo Gaspar e readquiriu a propriedade em 2018 por R$ 167 mil.
• Estrada
em benefício próprio
Sobre o haras também recai outra suspeita: o atual
ministro teria mandado asfaltar uma estrada que passa por fazendas da família
com dinheiro do orçamento secreto, recebido quando era deputado federal.
De acordo com O Estado de S.Paulo, Juscelino teria
indicado R$ 5 milhões em emendas do orçamento secreto que foram usados para
melhoria de 19 quilômetros da estrada que circunda ao menos oito fazendas da
família.
Quando a notícia veio a público, Juscelino
argumentou que as propriedades beneficiadas são cercadas por "inúmeros
povoados".
Parte das verbas do orçamento secreto destinadas
por ele à cidade de Vitorino Freire também teriam sido usadas para contratar
pelo menos quatro empresas de amigos, ex-assessores e uma cunhada do ministro.
• Uso
de avião da FAB para ir a leilão
Quando já era ministro, Juscelino Filho teria usado
aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para cumprir agendas pessoais –
incluindo um leilão de cavalos em São Paulo. O caso ensejou uma investigação da
Comissão de Ética da Presidência da República.
No caso do leilão de cavalos, a justificativa
oficial do ministro foi de que a viagem – uma agenda em São Paulo em 27 de
janeiro, uma sexta-feira, com duração de menos de três horas e encerramento ao
meio-dia – seria "urgente". Ele deixou Brasília na quinta-feira, dia
26 de janeiro, e permaneceu em São Paulo até 30 de janeiro. Naquele fim de
semana, assessorou compradores de animais, promoveu um de seus cavalos, recebeu
um prêmio de criadores e inaugurou praça em homenagem a um cavalo de seu sócio.
Além do uso do avião da FAB, o ministro recebeu
quatro diárias e meia, mesmo seus compromissos de trabalho tendo terminado
ainda na sexta-feira. De acordo com O Estado de S.Paulo, a viagem teria custado
cerca de R$ 140 mil.
Ao serem questionados sobre o fato pelo portal
Poder360, os advogados do ministro responderam que a viagem "se tratava de
agenda oficial" e tinha "claro interesse público".
• Chips
para Terra Indígena
Recentemente, como ministro das Comunicações,
Jucelino Filho também se envolveu em mais uma polêmica: enviou mil chips de
celular para serem utilizados nas operações humanitárias na Terra Indígena
Yanomami, em Roraima. No entanto, os chips não funcionam na área porque não há
cobertura da operadora de celular.
• Escolhido
por "cotas parlamentares"
Médico radiologista, Juscelino não tem experiência
na área de Comunicações, mas vem de uma família influente no Maranhão. A
nomeação dele – no passado, apoiador de Bolsonaro e que votou a favor do
impeachment de Dilma Rousseff – faz parte das chamadas "cotas
parlamentares" para facilitar a relação com o Congresso.
Releito deputado federal pela terceira vez em 2022,
ele apresentou naquele ano um único projeto na Câmara, justamente para criar o
"Dia Nacional do Cavalo".
Embora evite publicar em suas redes sociais
postagens sobre cavalos, ele aparece frequentemente em filmagens de leilões,
sendo ovacionado.
• As
explicações de Juscelino
Em março, quando a história do leilão de cavalos
veio à tona, Juscelino divulgou um vídeo em que se defendia das acusações de
uso indevido de verba pública. Sobre o recebimento das diárias, apontou
"erro no sistema", que acabou incluindo valores relativos aos finais
de semana, quando ele não teve agenda de trabalho.
"O que aconteceu foi que o sistema gerou
automaticamente as diárias para todo o período, um erro de sistema, sem
diferenciar o final de semana”, afirmou. Em outra postagem no Twitter, o
ministro exibe cópia de dois comprovantes de depósito na conta única do Tesouro
Nacional. Um no valor de R$ 2.004,45, realizado no dia 28 de fevereiro e outro
no valor de R$ 2.786, feito no dia 19 de janeiro.
Sobre seus investimentos em cavalos de raça,
Juscelino Filho diz declarar tudo ao fisco e chama as acusações de
"ataques distorcidos".
"Desde sempre declaro todos os meus bens na
minha declaração de Imposto de Renda [IR], inclusive os meus cavalos. E faço
questão de deixar claro: a Receita Federal sempre aprovou todas as minhas
declarações de IR. E mais, a Justiça Eleitoral também aprovou as minhas
contas", afirmou. "Sou ficha limpa e não respondo a nenhum processo e
é importante deixar isso bem claro", defendeu-se.
O ministro também negou na época uso de emendas
parlamentares em benefício próprio e de familiares.
"Não houve obras nas proximidades da minha
fazenda nem na via de acesso. E o projeto tem o objetivo de atender inúmeras
comunidades que convivem com lama e com a poeira", argumentou.
<><> Barroso nega buscas em endereço de
ministro de Lula investigado por desvios na Codevasf
A Polícia Federal pediu para vasculhar endereços do
ministro de Comunicações Juscelino Filho, no centro das investigações que miram
fraudes e desvios de verbas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf). No entanto, o ministro Luís Roberto
Barroso, relator da apuração no Supremo Tribunal Federal, negou expedir o
mandado de busca e apreensão contra o ministro do governo Lula.
A avaliação de Barroso foi a de que, apesar dos
indícios de desvio de dinheiro de emenda parlamentar direcionada, não haviam
elementos concretos sobre uma ‘atuação direta’ de Juscelino Filho. Para o
ministro, o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra o deputado
federal do Maranhã seria uma medida ‘drástica’ ante as informações disponíveis
nos autos.
De outro lado, Barroso destacou a necessidade de
continuidade das apurações e determinou o bloqueio de bens do ministro das
Comunicações do governo Lula.
A ofensiva cumpre 12 mandados de busca e apreensão
na manhã desta sexta, 1º, sendo que um dos alvos é a prefeita Luanna Rezende,
de Vitorino Freire, irmã de Juscelino Filho. Ela foi afastada do cargo. As
diligências são cumpridas não só no município de 30 mil habitantes, mas também
na capital maranhense, São Luís, e em Bacabal.
Segundo a PF, a ofensiva aberta hoje mira o ‘núcleo
público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de
emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município
maranhense’, indicou a corporação.
Em janeiro, o Estadão revelou que Juscelino Filho
direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino
Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no
município maranhense. A pedido de Juscelino, durante seu mandato como deputado
federal pelo União Brasil, os recursos foram parar na prefeitura da irmã.
A empresa Construservice, contratada pelo município
para tocar a obra, é de Eduardo José Barros Costa, amigo de Juscelino Filho. A
PF fez buscas em dois endereços da empresa. O engenheiro da Codevasf, Julimar
Alves da Silva Filho, que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a
pavimentação foi indicado pelo grupo político de Juscelino Filho. Em 18 de
agosto, Silva Filho foi demitido da companhia.
Segundo a PF, a ofensiva é um desdobramento da
Operação Odoacro, que já teve duas fases ostensivas abertas - em julho e outubro
do ano passado. A investigação se debruça sobre supostos crimes de fraude a
licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção
ativa e corrupção passiva.
O nome da ofensiva, Benesse, está ligado aos
indícios de que o ‘líder do núcleo público da organização criminosa ora
investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio’.
“Denominou-se esta fase investigativa de “benesse”, que segundo o dicionário
Oxford significa ‘vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho’”,
indicou a PF.
Desde o início do ano, o Estadão tem mostrado a
atuação de Juscelino Filho como deputado federal e também como ministro das
Comunicações. Além de mandar recursos para asfaltar a estrada que passa em
frente a suas fazendas, Juscelino Filho acumula uma série de acusações sobre
uso indevido de verbas públicas.
Indicado pelo União Brasil e nomeado por Luiz
Inácio Lula da Silva, o deputado federal licenciado já enviou informações
falsas à Justiça Eleitoral para comprovar voos não realizados durante a
campanha e usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias para
participar de leilões de cavalos de raça em São Paulo. O ministro ainda abriu o
gabinete do ministério para o sogro empresário despachar como se tivesse um cargo
público.
Saiba
quem é Eduardo DP, empresário alvo de apuração que mira ministro de Lula
Um dos principais alvo de operação da Polícia
Federal nesta sexta-feira (1º) é o empresário Eduardo José Barros Costa, sócio
oculto da maranhense Construservice. Ele foi preso nas primeiras fases da
investigação e é também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP.
As informações coletadas nas primeiras fases aponta
que a polícia avalia que Costa tinha fácil acesso à cúpula da estatal Codevasf,
entregue pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e mantida desta
forma pelo presidente Lula (PT) em troca de apoio no Congresso, o chamado
"toma lá dá cá".
A PF também suspeita que as licitações da Companhia
de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba podem ser apenas
meios de formalizar o direcionamento da verba à empreiteira.
Isso porque, na leitura dos investigadores,
empresas de fachada e ligadas a Costa disputaram algumas das obras entregues
para a Construservice. Os agentes da PF levantaram indícios de que o grupo de
Costa atuava com seis empresas de fachada e seis laranjas.
A PF cumpre nesta manhã mandados de busca e
apreensão em uma investigação que mira o ministro da Comunicações do governo
Lula, Juscelino Filho (União Brasil-MA). A PF chegou a pedir buscas contra
Juscelino, mas Luís Roberto Barroso, do STF, negou a solicitação.
Um dos alvos de busca é Luanna Resende, irmã de
Juscelino, e prefeita de Vitorino Freire, no Maranhão. Ela também foi afastada
do cargo por decisão de Barroso.
A investigação mira obras da construtora
Construservice contratadas pela Codevasf e bancadas com dinheiro de emendas
parlamentares, algumas delas enviadas por Juscelino Filho.
A construtora, como revelou a Folha de S.Paulo em
maio do ano passado, chegou a aparecer como a vice-líder em licitações da
estatal federal Codevasf e utilizou laranjas para participar de concorrências
públicas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com sede em Codó (a 300 km de São Luís), desde 2019
ela já teve empenhado pelo governo federal ao menos R$ 140 milhões. Todos os
contratos da empreiteira com a administração federal haviam sido firmados após
2019, ou seja, no governo Bolsonaro.
As duas pessoas registradas oficialmente como donas
da empresa são as mesmas que, em 2015, foram ouvidas em uma investigação
policial e admitiram que foram chamadas para constar formalmente como sócias na
construtora, embora não mantivessem nenhuma ligação pessoal ou empresarial
entre elas.
Os convites, dizem os sócios laranjas, partiram de
Eduardo DP, alvo da operação desta sexta-feira.
Segundo apurações da Polícia Civil e do Ministério
Público do Maranhão, Costa é suspeito de comandar uma quadrilha responsável por
crimes em mais de 40 municípios do estado, pelo menos de 2009 a 2012, entre
eles desvios de recursos federais do Ministério da Educação.
Costa é réu em ações nas Justiças Estadual e
Federal que tratam dos supostos desvios e atos de corrupção e chegou a ser
preso nas ações policiais relacionadas a esses casos —mas segue em
liberdade.
Ele não aparece nos registros da Construservice.
Mas em pelo menos uma ação trabalhista a Justiça do Maranhão o reconhece como
sócio de fato da construtora.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o empresário
Eduardo DP manteve relações políticas no Maranhão com aliados de Flávio Dino
(PSB).
A empresa também foi uma das maiores beneficiadas
por verbas para obras de pavimentação no período em que o atual ministro da
Justiça, além de seu vice, Carlos Brandão (PSB), governaram o estado —recebeu cerca de
R$ 710 milhões de 2015 a 2022.
O empresário aparece em ao menos duas fotografias
com Dino em eventos no interior do Maranhão.
Em outubro de 2021, o então governador posou para
foto ao lado de Eduardo DP, no dia em que entregaria obras de pavimentação.
Dino já havia dividido o mesmo palanque de Eduardo
DP em setembro de 2017, em ato político em Vitorino Freire. O atual ministro
das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), e outros políticos do estado
também acompanharam a cerimônia.
Não há registro de apoio público ou menção a
Eduardo DP em discursos de Dino.
Questionado à época sobre a relação de seus aliados
com Eduardo DP e sobre negócios da Construservice com o Governo do Maranhão, o
Ministério da Justiça do governo Lula disse que Dino "não mantém e nunca
manteve relação com empresários citados".
Na agenda oficial da Codevasf, há o registro de uma
audiência de "Eduardo Costa - Empresa Construservice" com o
presidente da estatal, Marcelo Moreira, nomeado sob Bolsonaro e que segue no
comando da estatal no governo Lula. Esse encontro ocorreu em 16 de dezembro de
2020.
Questionada pela reportagem no ano pasado, a
Codevasf não quis esclarecer se o "Eduardo Costa" mencionado na
agenda é Eduardo José Barros Costa e qual foi o teor da conversa. A estatal
disse apenas que esse tipo de encontro trata de "temas de interesse
institucional e de projetos".
A Polícia Federal suspeita que tem origem na
Codevasf um esquema de fraude em licitações com verba federal para beneficiar a
Construservice. Os investigadores levantam a hipótese de que as licitações são
apenas meios de formalizar o direcionamento da verba à empresa.
Eduardo Costa é referência para políticos locais na
hora de questionar obras da Construservice.
Em 12 de abril, o deputado estadual Vinicius Louro
(PL) disse, na tribuna da Assembleia Legislativa maranhense, que telefonou ao
"proprietário da empresa, da Construservice, Eduardo DP" para
cobrá-lo sobre o andamento de obras em estradas.
O deputado disse à Folha que não conhece o quadro
societário da construtora, mas que "todo mundo no Maranhão sabe que ele
[Costa] responde por ela [a empresa]". Ele declarou "falar
direto" com Costa sobre obras da empreiteira.
Em inquérito que começou como desmembramento das
investigações do assassinato do jornalista Décio Sá em São Luís (MA), em 2012,
a polícia do Maranhão deflagrou em 2015 a Operação Imperador, cujo título é uma
alusão ao apelido de Costa.
Costa não se tornou réu pelo assassinato, mas,
segundo as autoridades, as apurações do caso revelaram que ele arregimentou um
laranjal para constar nos quadros de sócios de construtoras usadas no esquema.
Fonte: Deutsche Welle/FolhaPress
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