Tony Garcia divulga
conversas com Moro sobre suposto acordo informal
Desta
vez, ao que parece, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) terá
dificuldades para provar que em seus anos de magistratura agia de maneira
“normal”, dentro da lei e respeitando o que se espera de funcionários públicos
que exercem tal função. Uma conversa pelo telefone divulgada pelo empresário
paranaense Tony Garcia mostra o então “chefão” da Lava Jato conversando
naturalmente com ele, então seu réu na 13ª Vara Federal de Curitiba, e tratando
abertamente de “acordos”.
No
diálogo, Moro parece arrogante e despreocupado, ante um Garcia implorando para
que “o acordo seja cumprido” e pedindo para que o juiz não fique divulgando na
mídia suas sentenças e condenações, porque isso estaria destruindo sua vida. O
agora senador parece não ligar muito para as súplicas do empresário e diz que
“precisa divulgar” porque se não o fizer “o pessoal vai ficar cobrando”, numa
conversa absolutamente absurda e incompatível entre o homem que julgava
processos da esfera federal e um de seus acusados que estava sob julgamento.
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Leia uma parte da transcrição da conversa abaixo e ouça o telefonema a seguir.
Tony
Garcia – “Agora, eu sei que o senhor comentou... Mas doutor Sergio, é o
seguinte... Preciso só lhe fazer uma pergunta pra ver como vamos lidar com isso...
Nós estamos chegando nos ‘finalmente’, e uma coisa só que me preocupa: quando
for a sentença, seja qual for e tal, isso aí, o senhor vai dar publicidade
nisso daí?"
Sergio
Moro – “É, veja, eu sei que tu é uma pessoa publicamente exposta, né... Aí,
assim, o que acontece? Se eu não divulgar, o pessoal vai ficar cobrando...
Então eu prefiro divulgar, entendeu, informa de maneira...”
Tony
Garcia – “Eu era, agora não sou mais, nem concorrendo eu tô nas eleições, nada,
doutor Sergio... Doutor Sergio, veja, pra eu cumprir esse acordo, pra eu fazer
tudo, eu vou depender muito do que estou reestabelecendo da minha vida... A
perda que causa na vida da gente esse tipo de coisa, o senhor não pode
imaginar... Agora, eu só quero fazer o seguinte: se tem uma maneira de nós
sentarmos com o senhor, com Ministério Público, nós, a defesa e tudo, de a
gente ver uma maneira, doutor Sergio, que não me deixe uma coisa, uma empresa
ou alguma coisa assim... Eu não sei como que é feito isso, porque envolveu
empresa como organização criminosa, como isso, como aquilo...”
Sergio
Moro – “Não, o que importa é o senhor... “
Tony
Garcia – “Isso, não, não... que envolvia empresa... Não, não... falaram,
citaram nome, o Paulo Pimental citou o Baltimore, tudo”
Sergio
Moro – “É, essa empresa (inaudível)...”
Tony
Garcia – “Eu sei, mas nessa, quando dá...”
Sergio
Moro – “Não vou tocar no nome da Baltimore...”
Tony
Garcia – “Não vai ser tocado em nome de empresa, nada disso? Vai ser tocado no
nome da minha pessoa?"
Sergio
Moro – “Sim... Do que foi decidido do consórcio Garibaldi...”
Tony
Garcia – “Uhum... No setor de comunicação, quando é meu nome, você sabe o que
acontece, né... Primeira página”
Sergio
Moro – “É... Eu vou divulgar, esse conteúdo eu vou divulgar porque na verdade é
um processo que é uma grande publicidade aí por conta de sua exposição pública,
né... E assim, acho que tá sendo divulgado porque...”
Tony
Garcia – “Mas doutor, vou pedir pro senhor, encarecidamente, que seja de uma
maneira que não me macule de tal maneira que eu não possa mais trabalhar para
conseguir, inclusive, cumprir e deixar esse ônus da Baltimore, que eu não
queria...”
Sergio
Moro – “Eu vou provavelmente divulgar uma informação sucinta... Que foi
condenado... E também devo divulgar no caso das condenações, termos... E
provavelmente ter que deixar meio público aí, e falar alguma coisa... Falar
alguma coisa que a pena foi ‘x’... Eu vou tratar como dano, por exemplo...”
Tony
Garcia – “É... É alguma coisa que não acabe comigo comercialmente, né... Pra eu
poder continuar a trabalhar, é só isso que eu vou pedir ao senhor
Ø
Grampos
de Tony Garcia confirmam que ele foi agente infiltrado de Moro e que houve
festa da cueca. Por Joaquim de Carvalho
O
Brasil 247 teve acesso a uma parte das conversas que o empresário Antônio Celso
Garcia, o Tony, gravou quando era agente infiltrado do então juiz.
Neste
primeiro trecho, Tony Garcia, na condição de réu, conversa com o juiz sobre as
ações que ele queria executar. Tony cita o advogado Michel Saliba, que na época
era presidente da seccional da OAB em Curitiba.
Saliba
acabaria preso por Moro e ficaria cerca de três meses na prisão, tempo que
durou até a Justiça decidir que o então juiz não tinha competência para
processá-lo e anular a ação.
A
gravação foi realizada em 2005 e foi feita em um aparelho que Tony Garcia
ocultava na cintura, segundo disse.
Tony
guarda o equipamento na casa de um irmão que mora em Los Angeles, e foi casado
com Priscilla Presley.
O
empresário enviou o equipamento para o exterior por receio de que Moro
determinasse busca em seus endereços no Brasil e o apreendesse fortuitamente.
Quando
o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, abriu a investigação
contra Moro e determinou que ele seja ouvido em depoimento, Tony providenciou
uma cópia das gravações.
O
empresário diz que entregará a cópia e o próprio gravador, para serem
periciados.
Neste
primeiro trecho, que o 247 divulga com exclusividade, Moro conversa com Tony
sem a presença de advogados e, além de determinar alvo, demonstra que combina
suas ações com o Ministério Público Federal, o que é ilegal.
Tony
Garcia também gravou suas conversas com os procuradores da república Januário
Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima.
Em
uma delas, os procuradores contam que um desembargador do Tribunal Federal da
4a. Região acabou se separando da esposa depois que soube que havia a gravação
em vídeo da chamada festa da cueca, com garotas de programa, no hotel Bourbon.
Eles
riem porque o desembargador teria se antecipado à possível divulgação da
gravação e contado à mulher, que acabaria por se separar dele.
Tony
diz que o vídeo da festa da cueca foi apreendido por Moro, mas não foi anexado
a nenhum processo. Ele acredita que Moro possa ter usado a gravação para
chantagear desembargadores.
Esta
seria a razão pela qual o TRF-4 passou a confirmar as decisões do então juiz,
mesmo diante de abusos.
Importante:
Tony Garcia foi preso por conta de suposta fraude no consórcio Garibaldi, mas
os assuntos que ele trata com Moro e com os procuradores nada tem a ver com a
investigação inicial.
Spoofing: Flávia Blanco, a
testemunha-chave da Lava Jato
Uma
das testemunhas-chave da Lava Jato ainda não foi ouvida. Está abrigada em um
cargo no gabinete da deputada Rosângela Moro. Mas, por ela, passaram todas as
ordens indevidas e procedimentos ilegais do juiz Sérgio Moro, em sua linha de
transmissão com os procuradores federais.
Trata-se
de Flávia Cecília Maceno Blanco, ex-chefe de gabinete de Sérgio Moro. Passavam
por ela todas as movimentações e eventos da Operação. E também todas as informações
sigilosas, que eram compartilhadas sem nenhum limite com os procuradores.
Ao
indicá-la para seu gabinete, Rosângela Moro procurou garantir seu silêncio
sobre os episódios investigados.
Segundo
informações enviadas ao GGN por um leitor que pediu anonimato, o marido de
Flávia, Maurício Blanco, foi trabalhar com o senador Sergio Moro. Ele informa
que ambos fizeram campanha em 2022. Ela era servidora da Justiça Federal e ele
autônomo. Essas informações podem ser confirmadas em redes sociais e pesquisas
google.
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Aqui, um trecho da Spoofing que expõe essa promiscuidade:
15 Dec 16
12:07:12 Athayde
Delta
12:07:23
Athayde como vamos fazer com a denuncia do CABRAL?
12:07:32
Athayde vai hj junto? vai dps?
12:08:04
Athayde to incomodado pq ontem passei a info para o reporter
12:13:45
Deltan Protocola hoje e divulga amanhã. Não vejo problema em ter passado para
um repórter específico e de confiança dentro de uma perspectiva (que mudou por
fatorei alheios à sua vontade) de divulgação na mesma data. O único equívoco
foi de achar que ficaria pronta ontem, pois depois do curso de ação do Lula
mudar, poderia ter soltado ontem mesmo e teria sido ótimo passar pro Vladimir.
Contudo, o equívoco é plenamente escusável. Não se culpe
12:17:17
Athayde Dava pra ter soltado ontem
12:17:51
Athayde Mas se protocolar hj e possivel q outros vejam nao?
12:18:17
Deltan Não se protocolar com sigilo e pedir pra Flavia levantar amanhã em certo
horário
12:18:27
Deltan Bota sigilo nível 2
12:18:33
Athayde Mas nao tem sigilo nos autos.
12:18:43
Athayde Posso por, mas nao tem
12:20:02
Deltan O evento pode ter sigilo
12:20:05 Deltan
Coloca sigilo
12:20:10
Deltan Sem problemas
12:20:15
Deltan Mas acerta com a Flávia
12:20:23
Athayde Ta
15:21:05
Deltan Tatá, por acaso tem a nota?
15:21:23
Deltan Protocolou com sigilo e falou com Flávia ou vai esperar?
15:21:30
Athayde Camila ta fazendo.
15:21:36
Athayde Falei c a Flavia
15:21:52
Athayde Ela vai esperar nosso sinal verde para levantar o sigilo
15:22:18
Athayde Camila ainda ta protocolando
16:20:43
Deltan boa
• Bruno Dantas reage e chama Lava Jato de
“bando de pistoleiros de aluguel”
Depois
de tomar conhecimento dos diálogos da Spoofing, divulgados pelo GGN, com a
articulação dos procuradores para atacá-lo, o Ministro Bruno Dantas, do
Tribunal de Contas da União, decidiu pedir ao STF cópias de todos os diálogos.
“Pedirei
ao STF cópia de todos os diálogos para avaliar providências legais. Se forem
verdadeiros, comprovam o incesto havido na Lava Jato e revelam um bando de
pistoleiros de aluguel recebendo uma encomenda de assassinato de reputação”
Fonte:
Fórum/Brasil 247/Jornal GGN
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