sexta-feira, 2 de junho de 2023

7 JULGAMENTOS DE CASOS SOBRENATURAIS

Fenômenos paranormais não podem ser comprovados, como o próprio nome já diz. Eles costumam estar relacionados justamente a eventos inexplicáveis, que acabam envolvendo fé, valores e crenças muito pessoais. Mas há vezes em que até o inconcebível precisou ser analisado sob a ótica da justiça.

Será que é possível colocar um demônio no banco dos réus? Ou contar com o testemunho de uma vítima que já partiu desse plano? Acredite ou não, isso já aconteceu em alguns julgamentos que envolveram casos sobrenaturais.

A Caveira estudou todos os arquivos sobrenaturais de sete casos possuídos que foram parar nos tribunais. Eis as provas:

·         1. O Demônio em Connecticut

Ao longo de sua carreira como demonologistas, o casal Warren se deparou com muitas assombrações, famílias atormentadas e casos de exorcismo. Mas um deles foi parar nos tribunais: o caso do Demônio em Connecticut. 

Em 1981, Arne Cheyenne Johnson foi preso pelo assassinato do locador do imóvel onde morava. Antes do crime, no entanto, o irmão mais novo de sua noiva teria sido possuído por mais de sessenta demônios. Em uma das incansáveis sessões de exorcismo, Arne teria dito aos demônios para possuírem seu corpo no lugar do garoto.

No julgamento, Arne Cheyenne Johnson alegou inocência em um caso que ganhou ampla cobertura da mídia e ficou conhecido como “o diabo me obrigou”. A defesa trabalhou com a tese de possessão demoníaca no momento do crime e até mesmo Ed e Lorraine Warren se envolveram com o caso na tentativa de expulsar os demônios do corpo do menino.

O episódio deu origem ao filme Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio, que acrescentou vários elementos fictícios à trama. Quem tiver interesse em conhecer o caso real em detalhes que vão muito além do longa-metragem precisa ler Ed & Lorraine Warren: Luz nas Trevas. O livro é o quarto publicado pela Caveira sobre os casos sobrenaturais investigados pelo casal e foi escrito por Gerald Brittle, autor de Ed & Lorraine Warren: Demonologistas.

·         2. Exorcismo em Klingenberg

Em 1976, uma jovem chamada Anneliese Michel faleceu em uma cidadezinha da Alemanha meses após ter passado por exaustivas sessões de exorcismo. O caso foi levado à promotoria pública, que processou os pais dela e dois padres por homicídio por negligência.

Há alguns anos Anneliese sofria com convulsões e alucinações, um quadro clínico que foi tratado como epilepsia do lobo temporal. Porém, a ineficácia dos remédios ao longo do tempo levantou outra hipóteses para a família dela, que era bem religiosa: possessão demoníaca. Com a ajuda de um padre da paróquia local e a autorização do bispo, foram conduzidas as sessões de exorcismo que, segundo os padres exorcistas, tiveram êxito. Após isso, Anneliese parou com o tratamento médico também.

Em questão de meses, a saúde dela ficou bem debilitada, levando a um quadro de desnutrição e desidratação profundas, além de ossos quebrados de tanto se ajoelhar para rezar. O caso foi parar nos tribunais e rendeu um verdadeiro embate entre ciência e religião para tentar justificar o quadro de Anneliese e os tratamentos mais indicados para salvar sua vida. 

De um lado, os médicos argumentavam que não havia possessão e que suas alucinações com demônios eram um sintoma da epilepsia. Do outro, padres argumentavam que não existe remédio contra o diabo. Como evidências, foram reproduzidas fitas das gravações feitas durante o exorcismo. Tanto os pais como os padres foram condenados e cumpriram a pena em liberdade condicional.

O caso completo está no livro Possessão, escrito por Felicitas D. Goodman após uma extensiva pesquisa sobre o episódio. Ele também inspirou o filme O Exorcismo de Emily Rose, com direito aos desdobramentos jurídicos.

·         3. O júri usou um tabuleiro de Ouija

Já pensou utilizar um tabuleiro de Ouija para determinar se alguém é ou não culpado de um crime? Foi isso que aconteceu em 1994 no Reino Unido quando um homem chamado Stephen Young foi preso pelo assassinato de Harry e Nicola Fuller.

Foi um crime bem violento que chocou a comunidade. O julgamento de Stephen Young durou cinco semanas e acabou com a condenação do réu. Mas cerca de um mês após sua sentença ter sido decretada, uma manchete de jornal anunciou: “Veredito do tabuleiro de Ouija em julgamento de assassinato”.

Um dos membros do júri havia se manifestado publicamente. Ele alegava que quatro pessoas que faziam parte do júri haviam usado um tabuleiro de Ouija para fazer contato com os espíritos de Harry e Nicola Fuller. Durante a sessão espírita, quando um deles perguntou a Harry Fuller quem era o seu assassino a resposta teria sido “Stephen Young fez isso”. Quando esse mesmo jurado perguntou como, a resposta foi “tiro”. 

Cinco semanas depois, um novo julgamento foi convocado, e Stephen Young foi condenado culpado mais uma vez. Só que agora sem nenhuma interferência do além.

·         4. A regra dos caça-fantasmas

O nome oficial do caso é Stambovsky versus Ackley, mas ele ficou mais famoso por ter instituído a “regra dos caça-fantasmas”. Corretores imobiliários precisam revelar a compradores em potencial o passado desagradável de algum imóvel, como assassinatos, suicídios e qualquer morte que tenha ocorrido na casa. Em alguns locais dos Estados Unidos exigem até uma espécie de atestado de que a casa está “livre de assombrações”.

O caso em questão envolveu uma propriedade histórica no estado de Nova York, que se tornou residência particular no século XX e foi comprada por Helen Ackley nos anos 1960. Não demorou muito para que a família passasse a presenciar atividades paranormais no imóvel.

Os moradores acreditavam que um fantasma chamado “Sir George”, que havia morado no local no século XVIII, ainda habitava a casa. Quando seu marido faleceu, Helen colocou a propriedade à venda. Assim que o comprador, Stambovsky, descobriu o passado assombrado da residência, exigiu a rescisão do contrato por fraude. Inicialmente o caso foi rejeitado, mas o comprador recorreu e acabou ganhando graças à tal regra dos caça-fantasmas. Detalhe: ele nunca chegou a se mudar para o imóvel ou ser pessoalmente assombrado.

·         5. O aluguel do fantasma da Flórida

Esse caso é até bem recente: aconteceu em 2005 na cidade de Orlando, Flórida. O proprietário de um prédio comercial processou um dos seus inquilinos por se recusar a pagar o aluguel. De acordo com os locatários, Christopher e Yoko Chung, eles não iriam se mudar e nem pagar o aluguel porque a propriedade estaria assombrada. 

Os dois alegaram que havia aparições de fantasmas no local e que, por causa de suas crenças religiosas, não poderiam cumprir as obrigações do contrato de aluguel. O prédio inteiro já tinha um histórico de fantasmas e especialistas em atividades paranormais acreditam que tais espíritos seriam de crianças que eram filhas de prostitutas e foram assassinadas no local há mais de um século. 

No processo, a defesa dos proprietários alegou que nunca foram observados fenômenos paranormais relacionados a fantasmas no local e que eles teriam investido muito dinheiro para reformar o espaço e transformá-lo em um centro comercial.

·         6. A fazenda assombrada de Ohio

Às vezes a maior assombração de um local pode ser as histórias que contam sobre ele. Nesse caso, os proprietários da Fazenda Staley processaram os autores do livro Weird Ohio [Estranho Ohio] porque, graças à publicação, sua propriedade começou a atrair caça-fantasmas. A fazenda apareceu no livro porque o patriarca da família, o “Velho Staley”, teria assassinado a sua família inteira com um machado.

De acordo com a lenda urbana do local, se você dirigir pela rua Staley à noite, vai ter a sensação de que alguém tomou o controle do seu carro, com buzinas acionando sozinhas e faróis apagando sem motivo. Também dizem que o fantasma do Velho Staley pode ser avistado na floresta.

Segundo os proprietários da fazenda, os autores do livro seriam os responsáveis por um número considerável de pessoas invadindo a propriedade. No entanto, o que salvou os escritores foi o aviso no início da obra, que dizia: “O leitor deve estar ciente de que vários dos locais descritos em Weird Ohio ficam em propriedades privadas e não devem ser visitados ou você poderá ser indiciado por invasão”. Parece que o aviso não funcionou muito bem.

·         7. O fantasma de Gambler

Em 1854, um homem chamado Leban Mercer foi julgado pelo assassinato de John Gamble, que estaria devendo 2 dólares da compra de um novilho. Quando fecharam a venda, ele apenas tinha notas altas, totalizando 200 dólares. Aparentemente, os dois tinham combinado de se encontrar mais tarde, mas Mercer foi a última pessoa a ver Gamble com vida.

Horas depois, o barco de Gambler foi visto flutuando no rio. Mercer teria retornado de madrugada completamente encharcado e sujo de lama, com uma quantia em dinheiro nos bolsos. O corpo de Gamble, no entanto, estava desaparecido. 

Certa noite, um homem chamado John Hindman alegou que o fantasma de Gambler havia aparecido para ele e lhe contado que teria sido assassinado por Mercer, o que levou à acusação e ao julgamento. Porém, Mercer foi absolvido por falta de evidências.

 

Fonte: Dark Blog

 

Nenhum comentário: