Caldeirão
do PSDB baiano em grande ebulição
Em evento com quadros estaduais do PSDB que teve a
presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no auditório
do edifício Torre América na manhã deste sábado, 27, foi cogitado por uma
importante liderança a possibilidade de a legenda ter um candidato próprio em
2024.
Presidente estadual do partido e único deputado
federal tucano da Bahia, Adolfo Viana (PSDB-BA) questionou o motivo de o PSDB
não poder ter seu próprio palanque, ao ser perguntado se apoiaria o prefeito
Bruno Reis (União Brasil) ou alguém do grupo de Jerônimo Rodrigues (PT) no
pleito municipal do ano que vem em Salvador.
“Podemos ter o nosso palanque, por exemplo. Por que
gente sempre tem que estar em algum palanque e não construir o nosso palanque?
Não podemos ter o nosso? A eleição é no ano que vem. O momento agora é de
trabalhar por Salvador, pela Bahia e pelo Brasil”, afirmou Viana.
Perguntado em seguida se o presidente da Câmara
Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), é um bom nome para concorrer ao
cargo de prefeito da capital baiana, Viana, que durante a entrevista estava ao
lado de Muniz, desconversou. “Ele [Muniz] nos honra muito com sua presença.
Alguém que deu força ao partido e com quem a gente está construindo a política
da melhor maneira possível, com franqueza e clareza. Sem dúvida nenhuma, todos
os partidos queriam ter o presidente da Câmara, e o PSDB foi contemplado”,
continuou.
Desde a semana passada, durante a visita dos
ministros Rui Costa e Camilo Santana a Lauro de Freitas, durante entrega de uma
escola, lideranças do PT confirmaram o interesse de ter o PSDB na base do
governo Jerônimo Rodrigues (PT) e que o diálogo estaria em andamento.
Na Câmara Municipal, no entanto, o PSDB tem boa
relação com Bruno Reis, o que fez a vereadora Cris Correia (PSDB) e o próprio
Carlos Muniz descartarem a hipótese de rompimento com a Prefeitura. Chefe da
Serin e aliado do governador, Luiz Caetano (PT) diz que pretende fazer o
possível para tirar os tucanos do vínculo com o Executivo Municipal.
• Adolfo
Viana nega rompimento com Bruno Reis
Com diversas sinalizações de que pode se aproximar
do governo Jerônimo Rodrigues (PT), o presidente do PSDB-BA, Adolfo Viana, se
reuniu com seus quadros estaduais e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite (PSDB), na manhã deste sábado, 27. No encontro, ocorrido no auditório do
edifício Torre América, em Salvador, o único deputado federal eleito pela
legenda, na Bahia, negou que romperia relações com o prefeito de Salvador,
Bruno Reis (União Brasil).
Em coletiva de imprensa, o deputado federal Adolfo
Viana, que minutos antes do encontro tomou café da manhã com o governador
Jerônimo Rodrigues, esclareceu o posicionamento adotado pelo PSDB e os planos
do partido para a Bahia.
"A Esquerda e a Direita vivem nessa guerra,
nessa polarização que não nos leva a lugar algum. O governador [Eduardo Leite]
sempre disse, em sua caminhada, que o PSDB precisava atacar os problemas e não
as pessoas. Acho que nós precisamos ter essa postura aqui na Bahia. Podemos,
sim, conversar com o governador [Jerônimo Rodrigues] e continuar essa excelente
relação que temos com o prefeito Bruno Reis, mas sempre visando o interesse do
estado da Bahia. Não tem por que nos privar de sentar na mesa pra gerar aquilo
que é positivo pra Salvador, pra Bahia e para o Brasil", afirmou.
Em relação ao PSDB integrar o governo Jerônimo
Rodrigues, Viana ressaltou que a sigla apoiaria a gestão estadual nas pautas
que julgassem boas para o estado.
"Nós vamos dialogar com o governador [Jerônimo
Rodrigues], que tem feito sinalizações objetivas e elegantes para o PSDB,
respeitando as nossas posições, as nossas bandeiras. Não só o governador, o
vice-governador (Geraldo Junior) e as grandes lideranças do governo. Mas eles
sabem que nós temos altivez e independência para apoiar aquilo que for positivo
e se opor àquilo que não concordamos", destacou.
Sobre as consequências que uma aproximação com o
governo estadual poderia ocasionar na relação entre a legenda e a gestão
municipal, o presidente "tucano" afirmou não há dúvidas quanto a
solidez da aliança entre as partes, visto que há indicações e participações do
partido na gestão do prefeito Brunos reis.
"Minha relação com Bruno sempre foi muito boa,
muito madura e muito franca. Não tem nada que não tenha sido conversado. Afinal
de contas, eu acho assim: nós estamos aqui reafirmando o que o governador
Eduardo leite acaba de dizer. O PSDB, na Bahia, vai continuar mantendo essa
relação com Bruno Reis, mas abrindo a possibilidade de conversar com o
governador [Jerônimo Rodrigues]de forma madura, defendendo sempre o interesse
do estado da Bahia. Não tem por que ser diferente".
Segundo o parlamentar, a aproximação com a gestão
estadual acontece a partir de uma sinalização do governador petista de buscar
dialogar com o PSDB sobre pautas em prol da Bahia.
"Nós não vamos nos opor a defender aquilo que é
importante para a Bahia. Isso seria fazer uma oposição radical e não é o perfil
do PSDB. As pessoas falam que o PSDB fica em 'cima do muro'. Mas, se ficar em
cima do muro é ouvir os dois lados para extrair o que tem de melhor da Esquerda
e da Direita, eu não fico desconfortável em estar em cima do muro",
concluiu.
• "Neste
momento, o candidato do PSDB é Bruno Reis", diz Carlos Muniz
Presidente da Câmara Municipal de Salvador, o
vereador Carlos Muniz (PSDB) foi questionado sobre quem o seu partido
defenderia nas eleições municipais do ano que vem em Salvador.
De acordo com o edil, caso o pleito fosse realizado
hoje, o candidato escolhido pelo Partido Social da Democracia Brasileira seria
o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União).
"A ponte entre o PSDB e o governo Jerônimo fui
eu, eles não conversavam antes. Em relação a apoio, a eleição falta mais de um
ano e o PSDB pode conversar sobre isso no futuro. Neste momento, o candidato do
PSDB é Bruno Reis", garantiu.
Sobre sua vontade pessoal, Muniz reiterou o desejo
de ver outro personagem no páreo: o ex-vice presidente da CMS e atual
vice-governador do estado Geraldo Júnior (MDB).
"Meu desejo, já falei em outras ocasiões, que é
ver Geraldo Júnior como prefeito. Se ele conseguir fazer isso, será meu
candidato à prefeitura de Salvador", concluiu Carlos Muniz.
<<< PT e PSDB
Questionado sobre a declaração do secretário Luiz
Caetano, que manifestou desejo em afastar o PSDB do União Brasil, o vereador se
esquivou e disse que a conversa ainda não está em pauta.
"Isso não está em pauta no momento. A pauta do
momento é ter apoio na assembleia legislativa e no governo de Lula.
Infelizmente, não poderemos conversar sobre algo que não tem sido tratado pelo
partido", completou.
• "Há
conversa, mas o martelo ainda não foi batido", diz Pablo Roberto
Presente na reunião estadual do PSDB, realizada em
Salvador na manhã deste sábado, 27, o deputado estadual Pablo Roberto afirmou
que entende a posição do partido que, ao longo de sua história vem dialogando e
conversando com outras legendas, mas que suas posições serão tomadas de acordo
com sua base política em Feira de Santana.
Ao Portal A TARDE, o parlamentar lembrou que ganhou
a última eleição com um discurso de oposição ao governo petista, e que o
sensato seria ouvir seus apoiadores antes de adotar qualquer posicionamento.
"Qualquer decisão que Pablo Roberto for tomar
depende primeiro da escuta com a base de Feira de Santana, com as lideranças
que compõem o meu grupo político em Feira de Santana. Claro que eu entendo
qualquer decisão que o partido venha a tomar com relação a essas tratativas,
mas Pablo Roberto só vai tratar desse assunto após ouvir a sua base, a sua
militância na cidade de Feira de Santana, por tudo que temos construindo e
pavimentando para o futuro", destacou
Questionado sobre o aceno do PSDB à gestão estadual
e se tal aliança geraria um desconforto para seu grupo político, o deputado
comentou uma possível integração da legenda à base do governo Jerônimo
Rodrigues.
"Não. Tudo o que nós acompanhamos até aqui,
inclusive o que a grande mídia estadual divulgou, é que o governador, que deu
entrevista na semana passada, tem esse desejo, e o presidente estadual do
partido, o deputado Adolfo Viana, colocou que o PSDB é um partido de diálogo,
de conversa. Então, claro que decisões como essa não se resolvem em um café da
manhã, é preciso muito diálogo, muita conversa. Não dá pra negar que as conversas
estão acontecendo, mas também não posso adiantar de que o martelo está
batido", revelou.
Roberto disse ainda que espera que a sigla possa
tomar uma decisão com vistas ao que seja bom para a Bahia, sem deixar de
considerar a importância de cidades como Feira de Santana, Juazeiro e Vitória
da Conquista nesse processo.
"Então, existe alguns pontos que devem ser
tratados e com bastante cuidado nessa conversa que está acontecendo. Eu acho
que quando você assume um compromisso muito sério com a sociedade, com as
pessoas que lhe colocaram no cargo eletivo, você tem acima de tudo um
compromisso com o eleitor, com o cidadão. Então qualquer movimento que aconteça
com relação a uma possível apoio do PSDB à base do governo, não vai mudar o
posicionamento de votar naquilo que é importante pra Bahia", completou.
• Prefeita
de Juazeiro diz respeitar adversários e estar para "o que acontecer"
Diante do interesse político do grupo do PT nos
tucanos baianos, a prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos (PSDB), parece não ter problemas
com a aliança entre os dois partidos. Durante o evento que reuniu os grupos, na
manhã deste sábado, 27, em Salvador, a gestora da cidade afirmou que respeita
os "adversários". "Não teria problema nenhum em sentar com
qualquer um dos candidatos de oposição e estou ai para o que acontecer",
declarou em entrevista ao Portal A TARDE.
Suzana Ramos também não acredita que a relação entre
os tucanos e a base do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), fique
estremecida, caso o grupo chegue para a base do governador do Estado, Jerônimo
Rodrigues (PT). "Agora tenho que trabalhar por Juazeiro. Lógico que em uma
cidade, se vc tiver uma prefeita ao lado do governador, quem vai ganhar é a
população e eu estou ai para o que der e vier", concluiu.
Aqui na Bahia, especula-se a possibilidade de o
partido ir para a base de Jerônimo Rodrigues. Depois de um longo período, o
partido voltou a ter um certo “poder” com Carlos Muniz, presidente da Câmara de
Vereadores de Salvador.
• Caetano
sobre relação do PSDB com prefeitura: "Quero tirar eles de lá"
O titular da Secretaria das Relações Institucionais
(Serin) do governo da Bahia, Luiz Caetano (PT), falou com o Portal A TARDE após
as coletivas do governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), e o deputado federal
Adolfo Viana (PSDB-BA).
Em entrevista exclusiva, o secretario ratificou que
a gestão estadual baiana está aberta ao diálogo com o Partido da Social
Democracia Brasileira e reforçou a intenção de afastá-lo da gestão municipal,
encabeçada pelo prefeito Bruno Reis.
"Nós ainda não conversamos com o PSDB, mas
estamos abertos ao diálogo. Obviamente que, quando eles quiserem conversar,
iremos conversar normalmente. O Adolfo é uma pessoa muito comprometida com o
trabalho, um cara muito sério. Não temos porquê não conversarmos, mas ainda não
fizemos. Já falei e repito, eu sei que eles estão com Bruno Reis, mas eu quero
tirar eles (o PSDB) de lá", afirmou.
<<<< Contexto
Nas últimas semanas, a 'paquera' entre PT e PSDB têm
se intensificado bastante, principalmente do lado petista. Presidente do PT
Bahia, Eden Valadares chegou a dizer, inclusive, que as conversas ainda eram
"namoro, e não casamento".
O governador Jerônimo Rodrigues seguiu na mesma
linha, dizendo que o partido da esquerda tinha interesse em manter o flerte com
os Tucanos. "Tenho o interesse de ter o apoio do PSDB, mas estamos
pensando nisso de forma alinhada com o presidente Lula", afirmou o gestor
baiano na ocasião.
Mais cedo neste sábado, Eduardo Leite e Adolfo Viana
se reuniram com Jerônimo para um café da manhã, o que levantou ainda mais as
suspeitas de aproximação entre os partidos. No entanto, ao ser questionado
sobre a situação, o governador gaúcho tratou de ratificar que o encontro não
representava uma adesão.
Já Adolfo Viana reforçou a boa relação com o
prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), que, em tese, faz oposição ao PT na
Bahia. Mesmo assim, o parlamentar garante que estão abertos ao diálogo.
Fonte: A Tarde
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