quinta-feira, 25 de abril de 2024

UE está perto de acordar confisco de ativos da Rússia, Moscou critica consequências

A agência norte-americana Bloomberg relatou os aparentes avanços na questão do confisco de ativos russos, que poderiam ser usados até 1º de julho deste ano.

Os países da União Europeia poderão em breve chegar a um acordo sobre o uso dos lucros dos ativos russos congelados, escreve na segunda-feira (22) a agência norte-americana Bloomberg.

De acordo com a agência, que citou Vincent Van Peteghem, ministro das Finanças da Bélgica, está planejado usar esses fundos pela primeira vez até 1º de julho.

O uso dos lucros dos ativos russos congelados será discutido na reunião de hoje (22) dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União Europeia em Luxemburgo. Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), já declarou que espera decisões concretas dessa reunião. Além disso, ele pediu aos países europeus que busquem as armas necessárias para Kiev.

Além disso, será discutido o 14º pacote de sanções contra a Rússia. Espera-se que ele se concentre em medidas contra a evasão das sanções atuais. De acordo com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, o novo pacote pode ser aprovado até o final de maio.

Enquanto isso, Anton Siluanov, ministro das Finanças da Rússia, sugeriu que as medidas são "politicamente motivadas" e "minam a já frágil base do atual sistema monetário e financeiro internacional".

"Essas ações ilegais tornarão as principais moedas de reserva ainda mais 'tóxicas' para uso na circulação internacional de pagamentos e, consequentemente, na formação de reservas de ouro e câmbio dos bancos centrais", disse Siluanov.

Ele notou que a Rússia está mudando com sucesso para as moedas nacionais no comércio com países amigos, e advertiu que a fragmentação restringe o crescimento da economia global no médio prazo.

"O preço da fragmentação da economia mundial pode ser de até 12% do PIB global. Medidas restritivas unilaterais e restrições comerciais impostas por motivos políticos levam ao ganho de países individuais ao custo de dividir a economia mundial em blocos", acredita ele.

De acordo com o serviço de imprensa do ministério, Anton Siluanov participou na sexta-feira (19) da sessão plenária do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), que costuma ser realizada como parte da reunião de início do ano dos órgãos dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Grupo do Banco Mundial.

¨      Bruxelas: União Europeia ainda não confiscará ativos da Rússia devido à insuficiente clareza legal

Apesar de os EUA terem decidido apreender os ativos russos sob sua posse, Josep Borrell afirmou que a UE não sabe "o que podemos fazer e o que não podemos fazer" sobre o assunto.

A União Europeia (UE) não vai confiscar os ativos russos congelados "por enquanto" para apoiar militarmente Ucrânia devido à falta de clareza sobre questões legais a esse respeito, disse na terça-feira (23) chefe das Relações Exteriores da União Europeia.

Nesse dia, o maior grupo político do Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu, instou o bloco a confiscar todos os ativos russos congelados para financiar "reparações" para a Ucrânia.

Tal aconteceu após a votação de sábado (20) pela Câmara dos Representantes dos EUA de uma lei que, além de US$ 61 bilhões (R$ 312,4 bilhões) para as necessidades militares e civis ucranianas, prevê o confisco dos ativos congelados da Rússia.

"E, por enquanto, não vamos tomar, confiscar o capital, porque não há clareza suficiente sobre o que podemos fazer e o que não podemos fazer", disse Josep Borrell durante uma sessão plenária do Parlamento Europeu.

Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia em 2022, a UE e o G7 congelaram quase metade das reservas de moeda estrangeira da Rússia, no valor de cerca de € 300 bilhões (R$ 1,66 trilhão). A UE está atualmente discutindo maneiras de usar os ativos russos congelados para financiar a reconstrução da Ucrânia. O Banco Central Europeu e várias personalidades e entidades internacionais alertaram que isso poderia representar riscos para a reputação da moeda europeia no longo prazo e defendeu que se olhe para além desse conflito isolado.

Moscou também advertiu em várias ocasiões que qualquer tentativa de confiscar os ativos russos congelados violaria as normas proprietárias internacionais, e que faria tudo o que for possível para recuperar os ativos confiscados. Além disso, o Kremlin avisou que, se tal acontecesse, a Rússia tomaria medidas recíprocas sobre ativos ocidentais.

¨      'Europeus perderão mais do que nós' se confiscarem ativos da Rússia, diz Moscou

A presidente do Conselho da Federação da Rússia, a câmara alta do parlamento, condenou o iminente passo pelos países europeus, que vê como tendo maiores consequências para eles mesmos do que para os russos.

Moscou tem uma resposta preparada para o confisco dos ativos congelados da Rússia em favor da Ucrânia, anunciou a presidente do Conselho da Federação da Rússia em declarações à Sputnik.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou no sábado (20) por maioria de votos um projeto de lei para alocar cerca de US$ 61 bilhões (R$ 317 bilhões) para a Ucrânia, e outro projeto de lei que inclui uma provisão para confiscar ativos soberanos russos em favor da Ucrânia.

"Nós também [temos] uma resposta preparada. Temos um projeto de lei que estamos prontos para considerar imediatamente, sobre medidas retaliatórias. Os europeus perderão mais do que nós, e eles certamente têm medo disso. Especialmente no contexto de sua economia em colapso", disse Valentina Matvienko em uma entrevista a Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.

Ela também referiu que a aprovação de tal medida pela Europa será devastadora para a economia mundial.

"Essa será, em princípio, uma medida sem precedentes na história do mundo, que simplesmente destruirá a economia mundial. Destruirá a confiança na economia mundial. E, é claro, é absolutamente ilegal, ilegítimo. E todos na Europa entendem isso, que isso não pode ser feito", apontou.

A presidente do Conselho da Federação da Rússia notou que, ao prepararem um pacote de sanções antirrussas, os EUA se protegeram de certa forma.

"Mas os europeus sabem que haverá uma resposta muito dura de nossa parte, e uma resposta adequada", garantiu Matvienko.

¨      Chefe da agência da ONU para Palestina diz que 'vai à Rússia' para 'reunião do BRICS'

O comissário-geral da agência da ONU para Palestina disse nesta terça-feira (23) que viajará à Rússia para "visitar o membro do BRICS".

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, declarou durante coletiva de imprensa que pretende conversar com países do BRICS na Rússia.

"Vou encontrar muito em breve com os países do BRICS [...] pretendo ir para a Rússia [...] há uma reunião do BRICS e sou convidado para conversar com os países do bloco", disse o comissário-geral.

Ele também disse que faz viagens regulares de trabalho à Europa e informou que acabou de "retornar de Tóquio".

Moscou assumiu a presidência do BRICS durante um ano a partir de 1º de janeiro de 2024. O programa russo na presidência terá mais de 200 eventos sobre vários temas, incluindo uma cúpula regular do BRICS em Kazan em outubro.

O Brasil, membro fundador do grupo, já confirmou sua presença através do Palácio do Planalto que confirmou a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cúpula.

 

Ø  Aprovação de auxílio à Ucrânia no Senado dos EUA prova que ala neoconservadora domina republicanos

 

A aprovação pelo Senado dos EUA, nesta terça-feira (23), do projeto de lei que destina cerca de US$ 95 bilhões (R$ 487,1 bilhões) em ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan prova que o verdadeiro centro de poder do Partido Republicano permanece com a ala neoconservadora dominante, segundo especialista ouvido pela Sputnik.

A ajuda estava paralisada na Câmara dos Representantes até sábado passado, quando o presidente da Câmara, Mike Johnson, levou o projeto de lei ao plenário, apesar da oposição à continuação da ajuda à Ucrânia.

No último sábado (20), os deputados votaram em separado os projetos de lei de ajuda aos três países, além de aprovarem o uso dos ativos russos congelados para financiar o governo ucraniano. Por conta de mudanças, as propostas foram encaminhadas para o Senado.

O financiamento recebeu 75 votos favoráveis e 17 contrários, sendo necessários no mínimo 60 senadores para a aprovação da proposta.

Do total dos recursos, cerca de US$ 61 bilhões (R$ 312,4 bilhões) são para a Ucrânia, outros quase US$ 27 bilhões (R$ 140,4 bilhões) para Israel e US$ 8,12 bilhões (R$ 42,2 bilhões) são destinados a Taiwan.

O projeto de lei foi criticado por 51% dos norte-americanos. De acordo com pesquisa recente, 61% dos republicanos, incluindo 55% que se identificam como republicanos que não apoiam Trump, dizem que se opõem ao envio de mais ajuda à Ucrânia. Enquanto mais de 50% da bancada republicana votou contra o projeto de lei, os restantes se juntaram aos democratas da Câmara para aprovar o documento. O presidente da Câmara concordou em levar o projeto de lei ao plenário, apesar de suas críticas anteriores à ajuda à Ucrânia.

Durante e após a eleição de 2016, alguns neoconservadores se autodenominaram "Nunca-Trumpers" para expressar sua oposição ao ex-presidente Donald Trump. Alguns até mesmo migraram para o Partido Democrata.

Mas, no final das contas, a velha guarda do Partido Republicano ainda consegue obter o que quer através do controle de figuras-chave no partido, de acordo com o pesquisador sênior do Instituto de Política Global George Szamuely, ouvido pela Sputnik:

"As pessoas que ainda importam dentro do Partido Republicano, incluem doadores, incluem a própria elite do Partido Republicano, [ex-presidente George W.] Bush, [ex-senador John] McCain."

Mas não foram apenas os políticos típicos do establishment que trabalharam para conseguir a ajuda quando a situação apertou. Johnson, até recentemente, era visto como parte da ala populista e até mesmo Trump saiu em apoio.

"Trump desempenhou um papel decisivo aqui. Foi Trump quem endossou Mike Johnson. Mike Johnson foi a Mar-a-Lago e, basicamente, Trump apoiou o pacote. Ele não saiu e disse 'sou contra, não vou ter nada a ver com isso. Quando eu for presidente, vou encerrar a guerra', era o que ele estava dizendo durante as primárias da campanha", disse Szamuely.

Em janeiro, Trump aparentemente afundou um acordo entre republicanos e democratas que teria aprovado ajuda à Ucrânia em troca de concessões na fronteira pelos democratas. Também anteriormente afirmou que encerraria o conflito na Ucrânia em 24 horas após assumir o cargo, presumivelmente cortando a ajuda à Ucrânia.

No início deste mês, no entanto, depois que Johnson prometeu levar a ajuda à Ucrânia a votação no plenário, Trump ficou ao lado de Johnson durante uma coletiva de imprensa: "Estou com o presidente da Câmara", disse Trump, acrescentando que Johnson está "fazendo um ótimo trabalho".

"Acredito que o endosso de Trump ajudou vários republicanos a dizerem, 'Bem, se Trump está a favor, por que não votar a favor?'", especulou Szamuely.

¨      Novo financiamento à Ucrânia de US$ 61 bi é criticado por 51% dos norte-americanos, revela pesquisa

A aprovação do projeto de lei com financiamento adicional de US$ 61 bilhões (R$ 312,4 bilhões) à Ucrânia pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos é criticada por 51% dos norte-americanos, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pelo Daily Express US. A aprovação ao texto é de apenas 39%.

Os índices mostram o cansaço da população com o apoio do presidente Joe Biden ao conflito, que teve uma desaprovação com a condução da questão por 60% dos norte-americanos, apontou a pesquisa. Outros 27% apoiam o democrata. O levantamento foi realizado com 1,5 mil eleitores do país.

No último sábado (20), quase seis meses após o projeto ser enviado pelo presidente Joe Biden, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o projeto de lei para envio de novos recursos à Ucrânia, em meio à operação militar especial russa. O texto recebeu o apoio de 311 parlamentares, enquanto 112 foram contrários.

Além disso, os congressistas aprovaram o fornecimento de Sistemas de Mísseis Táticos do Exército de longo alcance (Atacms, na sigla em inglês) à Ucrânia.

Os parlamentares também deram aval ao texto que autoriza o envio de US$ 8,12 bilhões (R$ 42,2 bilhões) a Taiwan. De acordo com o resultado da votação, 385 parlamentares votaram a favor do projeto. Outros 34 foram contra.

Por fim, foi aprovado o envio de cerca de US$ 27 bilhões (R$ 140,4 bilhões) para Israel em meio à escalada das tensões no Oriente Médio e o receio de confronto direto do país com o Irã, uma das maiores potências militares da região.

Na última segunda (22), em ligação para o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, Joe Biden garantiu que o governo norte-americano "rapidamente fornecerá novos pacotes significativos de assistência de segurança" a Kiev assim que o Senado aprovar a proposta suplementar de segurança nacional e a lei ser sancionada.

·        Recursos não vão mudar situação no campo de batalha

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o novo pacote de ajuda militar dos EUA para Kiev não mudaria a situação no campo de batalha e apenas aumentaria as perdas militares da Ucrânia. "Isso enriquecerá ainda mais os Estados Unidos da América e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando ainda mais ucranianos por causa do regime de Kiev", declarou.

Já a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, enfatizou que a ajuda militar dos Estados Unidos a Ucrânia, Israel e Taiwan vai agravar ainda mais as crises globais. Além disso, Zakharova enfatizou que o financiamento do governo de Vladimir Zelensky é um patrocínio direto de atividades terroristas.

"O fornecimento pelos Estados Unidos de ajuda militar a Ucrânia, Israel e Taiwan vai agravar as crises globais: a ajuda militar ao regime de Kiev é um patrocínio direto de atividades terroristas; a Taiwan é uma interferência nos assuntos internos da China; e a Israel é um caminho direto para a escalada de um aumento sem precedentes da tensão na região", disse após a aprovação do projeto.

¨      Rússia expandirá 'zona tampão' da Ucrânia se Kiev obtiver mísseis de longo alcance, diz Kremlin

Nesta quarta-feira (24), o Kremlin, através do seu porta-voz Dmitry Peskov, comentou a possibilidade de o pacote de ajuda militar dos Estados Unidos para Ucrânia incluir mísseis ATACM de longo alcance.

Neste momento, Washigton está preparando um pacote de ajuda militar no valor de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) para Kiev, o primeiro proveniente do projeto de lei Ucrânia-Israel ainda a ser assinado.

Quando questionado sobre a possibilidade de o pacote incluir mísseis ATACM, Peskov disse que neste caso a Rússia expandiria ainda mais sua zona tampão na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o porta-voz afirmou que a situação no campo de batalha "é muito clara" e todos os novos envios de armas para a Ucrânia "não mudarão a dinâmica na linha de frente".

"A situação no campo de batalha é demasiado eloquente e inequívoca, mas ainda não nos cansamos de repetir que todos estes novos lotes de armas, que provavelmente já estão prontos, não mudarão a dinâmica na linha da frente", disse.

Anteriormente, Peskov já havia declarado que a nova ajuda militar estadunidense a Kiev só "enriquecerá ainda mais os Estados Unidos e arruinará ainda mais a Ucrânia, matando mais ucranianos", conforme noticiado.

Após três dias da aprovação pela Câmara dos Representantes, o Senado dos EUA deu aval na terça-feira (23) ao pacote de financiamento de US$ 95 bilhões (R$ 487,1 bilhões) para Ucrânia, Israel e Taiwan. O texto segue para ser assinado pelo presidente Joe Biden.

A aprovação do projeto de lei com financiamento adicional de US$ 61 bilhões (R$ 312,4 bilhões) para Kiev foi criticada por 51% dos norte-americanos, apontou a pesquisa divulgada ontem (23) pelo Daily Express US. A aprovação ao texto é de apenas 39%.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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