segunda-feira, 29 de abril de 2024

Defesa aérea da Rússia é 'uma das mais robustas' do mundo, diz ex-oficial da Força Aérea dos EUA

A chegada de caças F-16 à Ucrânia não deve mudar a situação do conflito, uma vez que as Forças Armadas russas dominam tanto o campo de batalha terrestre como o aéreo.

Em entrevista ao portal norte-americano Business Insider, o tenente-coronel aposentado da Força Aérea dos EUA e experiente piloto de F-16, John Baum, afirmou que as aeronaves que chegarão a Ucrânia neste verão enfrentarão seu "campo de batalha mais perigoso".

Isto se deve principalmente ao fato de que os caças se depararão com sofisticados sistemas de defesa aérea russos, assim como mísseis ar-ar de longo alcance testados e comprovados.

As capacidades de defesa aérea russas são "provavelmente um dos sistemas integrados de defesa aérea mais robustos e avançados do mundo", observou Baum.

Devido às capacidades de combate limitadas, os pilotos ucranianos serão imediatamente alvo das forças russas assim que decolarem.

"Assim que os F-16 ucranianos decolarem, poderão estar imediatamente dentro do alcance dos sistemas terra-ar russos, em vez de desfrutarem de território neutro", destacou o ex-oficial.

Os Países Baixos e a Dinamarca foram os primeiros países a concordar em fornecer F-16 à Ucrânia. A Casa Branca confirmou que Kiev receberá de terceiros os jatos fabricados nos EUA assim que os pilotos ucranianos terminarem o seu treinamento. O ministro da defesa holandês disse que o país planeja fornecer à Ucrânia o primeiro lote de F-16 em 2024.

¨      A nova tática da Ucrânia em usar tanques Abrams no campo de batalha terá algum impacto?

A busca por novas táticas de utilização de tanques Abrams de fabricação americana não ajudará no confronto com as tropas russas, garantiu à Sputnik Igor Kimakovsky, assessor do chefe da República Popular de Donetsk.

Sobre táticas alternativas para o uso de veículos de combate das Forças Armadas ucranianas, Kimakovsky destacou que "a eficácia do Abrams é extremamente baixa porque o Exército russo é moderno e realiza combates generalizados com competência".

Segundo o assessor, os campos minados, a artilharia, a Força Aeroespacial da Rússia e o reconhecimento para identificar grupos táticos em veículos blindados tornavam improvável o uso concentrado de equipamentos militares em uma única área, por isso os Abrams quase nunca eram usados ​​em combate.

Os tanques entregues à 47ª Brigada Mecanizada ucraniana destinavam-se a fornecer apoio de fogo à infantaria de assalto e quebrar a defesa russa perto do vilarejo de Rabotino, mas falharam na sua missão e a brigada foi mantida em reserva estratégica.

"Durante a libertação de Avdeevka pelas tropas russas, a brigada ucraniana foi posta em combate, mas utilizou os Abrams como apoio de fogo. Mesmo aí revelaram-se ineficazes, pois cinco tanques foram atingidos em um curto período de tempo", especificou.

Primeiro, os tanques foram imobilizados por drones e depois foram atingidos por operadores de mísseis guiados antitanque ou pela artilharia russa, detalhou Kimakovsky.

Anteriormente, sabia-se que a Ucrânia tinha deixado de utilizar os tanques Abrams entregues pelos EUA devido à atividade de drones russos, o que os tornava demasiado vulneráveis ​​no campo de batalha, informou a agência Associated Press citando militares norte-americanos.

o Abrams no combate entre armas, no qual os tanques fazem parte de um sistema ofensivo que inclui artilharia, infantaria e aviação, detalhou o artigo.

Além disso, a agência observou que Washington planeja colaborar com os ucranianos em um "reajuste tático", entre outras coisas porque as tropas ucranianas "não adotaram táticas que poderiam ter tornado os tanques mais eficazes".

¨      Congresso dos EUA entra em pânico com drones russos destruindo tanques Abrams, diz diplomata

A pressa para acelerar US$ 6 bilhões em ajuda militar à Ucrânia nesta sexta-feira (26) reflete o pânico sentido pela administração Biden.

No Congresso dos Estados Unidos, o movimento é resultado de uma afobação devido ao fato de que as forças do regime de Zelensky estão entrando em colapso em meio a relatos de que os drones russos estão se mostrando bem-sucedidos em atingir e destruir os tanques de batalha Abrams fornecidos pelos EUA, disse à Sputnik o diplomata veterano do Reino Unido, ex-embaixador e comentarista político Peter Ford.

"A pressa em liberar bilhões de dólares em fundos para a Ucrânia acende o alarme dos EUA sobre a relativamente terrível situação que o seu Estado 'cliente' [Ucrânia] enfrenta no campo de batalha", disse ele nesta sexta-feira à Sputnik.

A medida, da aprovação da verba para a Ucrânia, ocorreu em meio a relatos de que as Forças Armadas ucranianas retiraram os tanques Abrams das linhas de frente devido a ameaças de drones russos.

Ford observou que a pressa em enviar tantos sistemas de armas mais avançados para a Ucrânia surgiu na sequência destes relatórios sobre a ineficácia dos armamentos norte-americanos no front.

"O anúncio [da aprovação da verba para novas armas a Kiev] coincide com relatos de que os ucranianos estão retirando os tanques Abrams dos EUA da frente porque se mostraram vulneráveis ​​aos ataques de drones russos", detalhou.

No entanto, os principais empreiteiros de defesa dos EUA estavam alheios às múltiplas falhas dos seus sistemas de armas nos campos de batalha da Ucrânia e estavam apenas interessados ​​em expandir ainda mais as suas já enormes margens de lucro, disse Ford.

"Não importa, os principais objetivos estão para serem alcançados. Não para ajudar a Ucrânia – que ingenuidade! – mas para enfiar bilhões de dólares dos contribuintes na goela dos fabricantes de armas", arremata o diplomata.

¨      Espanha confirma entrega de mísseis Patriot dos EUA a Zelensky

O Ministério da Defesa espanhol confirmou nesta sexta-feira (26) o envio de mísseis Patriot americanos para a Ucrânia em meio ao conflito com a Rússia.

"A ministra [Margarita Robles] concentrou-se especialmente na contribuição espanhola para a defesa antiaérea […] anunciando o envio de um conjunto de mísseis interceptadores antiaéreos Patriot de longo alcance que chegarão à base logística dentro de quatro dias", afirmou a pasta.

Segundo o comunicado, a ministra da Defesa espanhola participou de uma reunião sobre o tema convocada pelos Estados Unidos.

A mídia local noticiou mais cedo que a Espanha concordou em entregar esse tipo de míssil ao presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, sob pressão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia.

Segundo a nota, "a ajuda espanhola prevista para os próximos dois meses inclui metralhadoras ligeiras e pesadas, veículos logísticos blindados sobre rodas, veículos blindados de infantaria, armas antitanque e obuseiros de artilharia de campanha".

"Essas remessas serão seguidas pelo fornecimento de vários sistemas de vigilância antiaérea e estações remotas de armas para defesa contra drones", disse ela.

Robles também informou na referida reunião que a preparação de novos tanques Leopard para transferência para Zelensky progride conforme planejado e que as primeiras unidades estarão prontas antes do final de junho.

Segundo o texto, a Espanha enviará munições de 155 mm e 120 mm nos próximos meses. A Espanha tem uma bateria de mísseis Patriot instalada na Turquia para proteger o espaço aéreo daquele país contra possíveis ataques da Síria.

As forças russas realizam uma operação militar especial desde fevereiro de 2022 para impedir os bombardeios ucranianos contra civis em Donetsk e Lugansk, dois territórios que se tornaram independentes da Ucrânia em 2014 e se juntaram à Rússia em setembro de 2022.

De acordo com a liderança russa, os objetivos da campanha militar são deter "o genocídio do povo de Donetsk e Lugansk cometido pelo regime ucraniano" e enfrentar os riscos de segurança nacional colocados pelo avanço da OTAN em direção ao leste do continente.

A Rússia considera que os envios de armas para Zelensky dificultam a resolução do conflito.

¨      Lei de mobilização ucraniana foi feita por sob pressões de Washington, diz mídia

A nova lei de mobilização da Ucrânia, que aumenta os esforços no recrutamento de novos soldados para a linha de frente, foi instituída sob pressões de Washington, informou uma reportagem do New York Times.

"Enquanto as autoridades americanas pressionavam os legisladores em Washington para que fornecessem mais ajuda militar à Ucrânia, também pressionavam o governo de Kiev para resolver os problemas com a mobilização", escreveu a publicação norte-americana.

James O'Brien, secretário adjunto de Estado dos EUA para os assuntos europeus e eurasiáticos, explicou às autoridades ucranianas durante a sua viagem a Kiev no início desta semana que o trabalho de mobilização e o fornecimento de novas armas eram igualmente importantes para garantir os possíveis sucessos da Ucrânia no campo de batalha.

"A Ucrânia precisa ter certeza de que tem as pessoas necessárias para lutar", disse O'Brien, citado pelo jornal, em entrevista coletiva.

Sob a pressão contínua de Washington, Kiev está agora também perseguindo aqueles que fugiram do país. As missões diplomáticas da Ucrânia no exterior suspenderam os serviços consulares e a emissão de novos passaportes para cidadãos em idade militar no início desta semana.

Em 11 de abril, o Parlamento ucraniano adotou um projeto de lei sobre a mobilização destinado a reabastecer as forças ucranianas esgotadas por dois anos de conflito militar com a Rússia. Em 16 de abril, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky sancionou a lei. O documento entrará em vigor em 18 de maio.

O projeto de lei diz que os responsáveis ​​pelo serviço militar devem comparecer às comissões militares para esclarecer seus dados cadastrais no prazo de 60 dias após o anúncio da mobilização. O projeto de lei também obriga os responsáveis ​​pelo serviço militar a portarem consigo carteiras de identidade militar durante o período de mobilização e apresentá-las a pedido dos funcionários dos cartórios de registro e alistamento militar, policiais e guardas de fronteira.

Em 24 de fevereiro de 2022 foi introduzida a lei marcial na Ucrânia. No dia seguinte, Zelensky assinou um decreto sobre a mobilização geral. Sob a lei marcial, homens com idades entre 18 e 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia.

¨      Comandante das Forças Armadas ucranianas 'ficou furioso' com rendição de batalhão em Donbass

O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, ficou fora de si após ouvir a notícia da rendição dos soldados da 25ª brigada, afirmou o especialista britânico Alexander Mercouris em seu canal no YouTube.

"Quando uma formação deste tamanho se rende no campo de batalha, é uma grande notícia. Há duas semanas, na aldeia de Vodyanoye, soldados da 25ª brigada aerotransportada das Forças Armadas ucranianas se renderam. Isso enfureceu o comando ucraniano e o general Syrsky que, depois disso, decidiu desmantelar a brigada", afirmou Mercouris.

Anteriormente, o Ministério da Defesa da Rússia já havia informado o rendimento da 25ª brigada aerotransportada aos militares russo do grupo Tsentr (Centro) na direção de Avdeevka.

Segundo os prisioneiros, o comando ucraniano nunca apareceu na linha de frente e definiu tarefas remotamente, por meio de comunicações de rádio. Os soldados acrescentaram ainda que foram utilizados como bucha de canhão, independentemente das perdas colossais sofridas.

Mais cedo, Aleksandr Syrsky também reclamou das dificuldades encontradas no campo de batalha. Em uma publicação no seu canal oficial do Telegram, Syrsky deu detalhes da sua reunião com o Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, também conhecido como Aliança Ramstein.

"Informei os membros da coligação sobre a complexa situação operacional e estratégica, que tende a piorar", disse, enquanto ressaltou também a "necessidade urgente de mísseis, munições, armas, equipamento militar".

Ø  'Aliados da OTAN não honraram suas promessas de ajudar a Ucrânia', admite Stoltenberg

Segundo o secretário-geral da OTAN, "nos últimos meses" tanto os Estados Unidos como a Europa entregaram muito menos ajuda militar à Ucrânia que o necessário.

Os EUA e a Europa não forneceram à Ucrânia o apoio militar prometido nos últimos meses, disse o secretário-geral da OTAN durante uma visita à Alemanha.

"Temos que ser francos: nos últimos meses, os aliados da OTAN não honraram suas promessas de ajudar a Ucrânia", afirmou Jens Stoltenberg.

Stoltenberg lembrou que os EUA não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo pacote de ajuda por vários meses, enquanto os países europeus forneceram muito menos do que o planejado.

"Esses atrasos têm consequências", apontou o secretário-geral.

Em particular, disse ele, a Ucrânia não tinha nada para se defender contra drones e mísseis russos, e Kiev também era significativamente inferior à Rússia em termos de poder de fogo.

No entanto, para o alto responsável nem tudo estaria perdido para a Ucrânia ainda, pois "a ajuda já está a caminho".

¨      'Renúncia fictícia e muito dinheiro': militares franceses e os atrativos para que lutem pela Ucrânia

Segundo o ex-funcionário do serviço antiterrorismo da França, Nicolas Cinquini, a renúncia fictícia e uma grande quantia de dinheiro eram prometidas aos militares que topassem ajudar Kiev no conflito.

À Sputnik, Cinquini disse: "Fontes disseram-nos que nas fileiras do exército francês, os especialistas receberam ofertas atraentes: falsa demissão, uma garantia de reintegração após a conclusão e, entretanto, um rendimento significativamente superior ao seu salário normal".

Cinquini está atualmente em busca de informações sobre cidadãos franceses que lutam no conflito ao lado da Ucrânia.

  • 75 mercenários franceses lutaram pela Ucrânia

Pelo menos 75 mercenários franceses na Ucrânia foram mortos, feridos ou retornaram à França desde o início da operação militar especial da Rússia, disse Nicolas Cinquini, ex-oficial francês da inteligência antiterrorismo, à Sputnik.

"Incluindo os mortos, os feridos e os que regressaram, a lista que publiquei até hoje inclui 75 indivíduos que foram identificados com precisão ou sob pseudônimos, o que já pode nos dizer muito", detalhou Cinquini.

Ele disse que a lista também inclui dois homens que as autoridades francesas chamam de "voluntários".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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