quarta-feira, 17 de abril de 2024

Por que gostamos de ouvir música triste? Estudo responde

Você é daquelas pessoas que gostam de ouvir músicas tristes? Provavelmente, você não está sozinho. Um novo estudo, publicado na revista científica PLOS One, descobriu que as emoções negativas sentidas ao ouvir uma música triste pode, na verdade, nos fazer bem — e é por isso que, geralmente, esse tipo de música é o favorito de muitas pessoas.

“É paradoxal pensar que você poderia desfrutar de algo que o faz sentir uma emoção negativa”, diz o professor Emery Schubert, autor do estudo do Laboratório de Musicologia Empírica da Escola de Artes e Mídia, UNSW ArtsDesign & Architecture, em comunicado à imprensa. “Mas esta pesquisa mostra a primeira evidência empírica de que a tristeza pode afetar positivamente o prazer da música, diretamente.”

Para chegar a essa conclusão, o estudo contou com 50 participantes, consistindo, principalmente, em estudantes de graduação em música. Eles foram instruídos a escolher uma música triste que gostassem. As escolhas incluíram desde clássicos do Beethoven, até sucessos atuais da Taylor Swift.

Os participantes, então, foram convidados a imaginar se a sua tristeza poderia ser “removida” ao ouvir a música. A maioria deles respondeu que sim. “Sabemos que muitas pessoas são bastante hábeis quando se trata de experimentos mentais, por isso, é uma abordagem razoável de usar e, na pior das hipóteses, não deve produzir resultados”, explica Schubert.

Após a “remoção da tristeza”, os pesquisadores perguntaram se os participantes passaram a gostar da música escolhida de uma forma diferente. 82% deles disseram que “remover” a tristeza reduziu o prazer com a música.

“As descobertas sugerem que a tristeza sentida ao ouvir música pode realmente ser apreciada e pode aumentar o prazer de ouvi-la”, diz Schubert.

·        Tristeza e “ficar comovido”

Pesquisas anteriores mostraram que a tristeza não é apreciada quando se ouve música, mas é mediada por um sentimento complexo com aspectos positivos que envolvem “estar comovido”. “Estudos anteriores referem-se a uma ‘hipótese do efeito indireto’, o que significa que as pessoas podem sentir tristeza, mas é outra coisa de que gostam – ficar comovidas”, diz Schubert.

Para discutir as descobertas desses estudos anteriores, 53 participantes de outro grupo foram instruídos que escolhessem músicas que gostavam e que consideravam “comoventes”. Essas pessoas relataram que sentiram, sim, tristeza, além de se emocionarem.

“Anteriormente, pensava-se que quando as pessoas sentiam tristeza em resposta à música que gostavam, elas estavam realmente se emocionando”, diz o professor Schubert. “Mas as descobertas deste estudo sugerem que ficar emocionado e sentir tristeza têm significados sobrepostos”, completa. Em outras palavras, ficar comovido provoca tristeza, e a tristeza leva à comoção, segundo o pesquisador.

O estudo possui algumas limitações, como o fato de permitir que os participantes pudessem escolher as músicas que os emocionam por conta própria.

“É sempre arriscado pedir a um participante que escolha uma música que ambos adorem e que os deixe tristes, pois isso pode dar-lhes uma pista sobre o objetivo do estudo”, explica Schubert. “Mas tomamos medidas para minimizar isso em nosso método, incluindo não mencionar as preocupações do estudo durante o recrutamento, examinar as peças auto-selecionadas e ter uma condição de controle.”

Portanto, mais estudos são necessários para confirmar os achados da pesquisa e de estudos anteriores.

 

Ø  Quer ser feliz? Pesquisadores indicam hábitos para atingir a felicidade

 

Dinheiro pode não comprar felicidade, mas alguns hábitos simples ajudam a atingir uma vida mais feliz, segundo cientistas. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bristol desenvolveu um curso chamado “Ciência da Felicidade” que mostra que o contentamento pode ser aprendido e conquistado com uma série de práticas que devem ser mantidas a longo prazo.

Em estudo recente, publicado em março deste ano na revista científica Higher Education, os pesquisadores descobriram que os hábitos ensinados no curso podem levar ao aumento do bem-estar, principalmente quando fazem parte do dia a dia das pessoas.

“É como ir à academia – não podemos esperar fazer uma aula e estar em forma para sempre. Tal como acontece com a saúde física, temos que trabalhar continuamente na nossa saúde mental, caso contrário as melhorias serão temporárias”, afirma o autor sênior da pesquisa, Bruce Hood.

Lançado em 2018, o curso “Ciência da Felicidade” foi o primeiro desse tipo no Reino Unido. O objetivo é ensinar aos alunos o que os estudos nas áreas de psicologia e neurociência dizem sobre a felicidade. Segundo o atual estudo, os alunos que fizeram o curso relataram uma melhoria de 10% a 15% no bem-estar. Além disso, aqueles que mantiveram os hábitos aprendidos no curso mantiveram esse nível de bem-estar dois anos depois.

·        Quais são as práticas ensinadas pelo curso?

Os hábitos que podem levar à felicidade, de acordo com o curso “Ciência da Felicidade”, são:

  • Conversar com estranhos, por mais que muitas pessoas evitem esses tipos de encontros;
  • Dar presentes para outras pessoas, pois isso ativa centros de recompensa no cérebro, proporcionando felicidade;
  • Ter uma boa qualidade de sono;
  • Caminhar na natureza;
  • Praticar atos de bondade;
  • Praticar meditação;
  • Ter atenção aos eventos e aspectos positivos de cada dia;
  • Praticar atividade física;
  • Praticar a gratidão.

“Muito do que ensinamos gira em torno de intervenções de psicologia positiva que desviam sua atenção de si mesmo, ajudando os outros, estando com amigos, agradecendo ou meditando”, afirma Hood. “Isso é o oposto da atual doutrina do ‘autocuidado’, mas inúmeros estudos demonstraram que sair da nossa cabeça ajuda a afastar-nos de ruminações negativas que podem ser a base de tantos problemas de saúde mental.”

 

Fonte: CNN Brasil

 

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