sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Tratamento revolucionário pode levar à cura do diabetes; entenda

O diabetes é uma doença crônica que afeta mais de 500 milhões de pessoas no mundo. A doença crônica ocorre quando o corpo não produz ou não consegue usar de forma eficiente a insulina, um hormônio que ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue. O tratamento exige cuidado e em algumas situações aplicações diárias de insulina, mas uma novidade pode transformar essa realidade vivida por milhões de pessoas no mundo.

Recentemente, um grupo de cientistas australianos divulgou um estudo que pode levar à cura do diabetes. A pesquisa, publicada na revista científica Nature, mostrou que dois medicamentos usados para tratar o câncer podem regenerar células beta pancreáticas, que são responsáveis pela produção de insulina.

Os cientistas testaram a combinação dos medicamentos em células doadas por uma criança e um adulto com diabetes tipo 1. Em 48 horas, as células voltaram a produzir insulina.

A pesquisa ainda está em fase inicial, mas os cientistas acreditam que é possível aplicá-la em pessoas. Se isso de fato se confirmar, essa descoberta poderá revolucionar o tratamento do diabetes.

Os medicamentos, já aprovados para humanos, usados na pesquisa são o ácido valpróico e o decitabina. O ácido valpróico é usado para tratar convulsões e alguns tipos de câncer, como o câncer de mama e o câncer de ovário. A decitabina é usada para tratar leucemia, linfoma e mieloma múltiplo.

A pesquisa foi liderada pelo Dr. Mark Smythe, do Baker Heart and Diabetes Institute, na Austrália. O Dr. Smythe e sua equipe acreditam que os medicamentos funcionam ativando um processo chamado reprogramação celular. Esse processo transforma células-tronco adultas em células beta pancreáticas.

Os cientistas ainda precisam realizar mais testes para confirmar a eficácia e a segurança do tratamento. No entanto, os resultados da pesquisa são promissores e abrem novas esperanças para as pessoas com diabetes autoimune.

A descoberta australiana é um grande passo no caminho para a cura do diabetes. Se os testes forem bem-sucedidos, esse tratamento poderá revolucionar a qualidade de vida de quem convive com a doença, permitindo que as pessoas com diabetes tipo 1 vivam sem a necessidade de injeções de insulina.

A notícia encheu de esperança milhares de pessoas com diabetes no mundo. inclusive esse colunista que ficou emocionado e esperançoso com a nova descoberta.


Mitos e verdades sobre insulina para quem tem diabetes. Por Tom Bueno


Carlos Roberto Camargo é leitor do portal  Um Diabético . Ele me escreveu pedindo para eu esclarecer uma dúvida muito comum sobre o uso da insulina e o que isso pode influenciar no pâncreas. A pergunta dele foi a seguinte: “Caso uma pessoa com diabetes tipo 2 tenha que tomar insulina por um período de seis meses, isto poderá danificar o pâncreas definitivamente?”. A preocupação do Carlos Roberto tem motivo, neste período de tantas fake news existem muitos conteúdos compartilhados, sem nenhum embasamento ou até mesmo de forma mentirosa, no intuito de confundir e colocar em risco a vida de quem precisa deste medicamento para cuidar da saúde.

Por isso, conversei com a endocrinologista Denise Franco que separou o que é mito e o que é verdade a respeito desse tema. Ela lembra que o diabetes tipo 2 é uma condição complexa que envolve tanto a resistência à insulina quanto a diminuição progressiva na produção desse hormônio pelo pâncreas. “É um equívoco pensar que utilizar insulina temporariamente pode danificar permanentemente o pâncreas. Pelo contrário, a administração adequada desse hormônio visa controlar a glicemia e preservar a função pancreática”, esclarece a especialista.

O uso de insulina, mesmo por um período como mencionado por Carlos Roberto, é uma estratégia válida em diferentes situações, como momentos de maior demanda metabólica ou episódios de estresse. O leitor levantou a preocupação de que o uso prolongado de insulina pudesse causar danos irreversíveis ao pâncreas. No entanto, os especialistas reforçam que não há evidências que sustentem essa hipótese. O tratamento com insulina busca, na verdade, fornece o suporte necessário para regular os níveis de glicose no sangue e preservar a função pancreática.

É essencial destacar que cada caso é único, e o tratamento do diabetes tipo 2 deve ser personalizado conforme as necessidades do paciente. A experiência do Carlos Roberto Camargo levanta uma questão comum, e a resposta oferecida pelos profissionais destaca a importância de desmistificar informações que possam gerar receios desnecessários. “Usar insulina não significa que, se eu começar a usar, o meu pâncreas nunca mais vai produzir. Eu posso usar insulina, por exemplo, no momento em que estou internada. Tem momentos na vida que eu posso usar insulina. Pode ser que eu não precise usar”, alerta a endocrinologista.

Em suma, utilizar insulina no diabetes tipo 2, mesmo por um período prolongado, não está associado a danos irreversíveis ao pâncreas. Pelo contrário, a abordagem cuidadosa e sob supervisão médica busca melhorar o controle glicêmico e preservar a saúde pancreática, contribuindo para uma vida plena e saudável para os pacientes com essa condição. “A insulina é um dos remédios mais efetivos para tratar o diabetes. Ela ajuda a baixar os valores, simplesmente. Então, está errado quando a gente imagina que usar insulina faz a minha célula não produzir mais. Pelo contrário, vou usar porque estou precisando”, explica Denise Franco.

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Cuidado! Não acredite em tudo que compartilham por aí sobre o tratamento do diabetes. Você pode estar colocando a sua vida em risco ao acreditar em notícias e informações falsas.


Tom Bueno: Chocolate para tratar o diabetes: aonde querem chegar?


Eu nem sou tão fã de chocolate, mas confesso que essa novidade me caiu super bem. Quem convive com diabetes e precisa, obrigatoriamente, aplicar insulina várias vezes ao dia vai me entender e eu espeço que você que tem diabetes, e não precisa de usar insulina, ou que conhece alguém com a doença também entenda. Há anos a ciência tenta descobrir uma maneira de desenvolver uma insulina oral. Já foram várias tentativas sem sucesso. Fazer com que o hormônio passe pelo aparelho digestivo é um dos maiores desafios. E foi nessa tentativa de “driblar” o processo digestivo que os pesquisadores de universidades da Australia e da Noruega desenvolveram um chocolate de insulina.

A guloseima, sem açúcar, possui pedacinhos minúsculos de insulina e se mostrou segura e eficiente em testes com animais, de acordo com a publicação feita na revista NatureNanotechnology . Os pesquisadores decidiram colocar as nanopartículas de insulina em cápsulas pratas na tentativa de impedir que o hormônio fosse destruído pelo ácido estomacal e pelas enzimas do sistema digestivo. A estratégia teria dado certo nos estudos com animais.

Essa cápsula protetora da insulina só é decomposta por enzimas liberadas quando os níveis de glicose estão elevados no sangue. Desta forma evitaria o risco de hipoglicemia, ou glicose abaixo de 70mL/dl.

O próximo passo é testar o “chocolate de insulina” em humanos e buscar algumas respostas que ainda vamos precisar saber: como cada organismo vai reagir? Existirá doses diferentes para cada necessidade, como já acontece com o medicamento oral para tratar a obesidade? Qual os riscos e segurança que essa estratégia pode apresentar para cada perfil de pessoa? O chocolate não faria a pessoa engordar e aumentar a chance de resistência insulínica?

São essas e outras perguntas importantes que os pesquisadores terão que buscar a partir de agora. Os testes em humanos devem acontecer até 2025. Caso os resultados sejam positivos, a nova estratégia de tratamento deve estar no mercado em 2 ou 3 anos, depois de ser aprovada pelo órgão regulatórios de cada país.

Para mim, é importante termos uma avaliação mais profunda sobre essa descoberta, afinal não é sobre o chocolate e sim sobre a possibilidade de existir no futuro uma insulina oral, o que até hoje a ciência não conseguiu descobrir. Caso os resultados sejam positivos, além de chocolate também teremos comprimidos, o que pode ajudar a melhorar a adesão e até a resistência de muitos ao uso de insulina injetável.

Vamos aguardar os resultados. 


Fonte: iG Saúde


 

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