Que fatos
históricos, se houver, existem que provam que Jesus da Galiléia era uma pessoa
real?
O
EVANGELHO E JESUS DE ACORDO COM OS NÃO-CRISTÃOS
No ano 66
d.C., os judeus da Palestina iniciaram uma revolta contra o governo romano que,
para dizer o mínimo, não agradou aos romanos. O imperador enviou tropas
lideradas pelo general Vespasiano para conter a rebelião e retomar o controle
das áreas rebeldes. Em 67, Vespasiano liderou um cerco à cidade rebelde de
Jotapata, na Galiléia. No 47o dia daquele cerco, um jovem revolucionário judeu
optou por entregar-se ao exército romano, muito superior, em vez de cometer
suicídio — um destino que muitos de seus compatriotas haviam escolhido. Aquele
jovem recebeu o favor de Vespasiano e, depois, foi levado a Roma pelo general
Tito, filho de Vespasiano; mais tarde, Tito destruiu Jerusalém e o templo judeu
no ano 70 d.C.
Aquele
jovem era Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.) que, por fim, tornou-se o maior
historiador judeu de sua época. Josefo começou a escrever documentos históricos
em Roma, enquanto trabalhava como historiador do imperador romano Domiciano.
Foi ali
que escreveu sua autobiografia e duas obras históricas importantes. Uma dessas
obras é sua atualmente famosa Antiguidades dos judeus [publicada em português
pela CPAD], concluída por volta do ano 93. No livro 18, capítulo 3, seção 3
dessa obra, Josefo, que não era cristão, escreveu estas palavras:
Nessa
época [a época de Pilatos], havia um homem sábio chamado Jesus. Sua conduta era
boa e [ele] era conhecido por ser virtuoso. Muitos judeus e de outras nações
tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. Mas
aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram seu discipulado, antes
relataram que Jesus havia reaparecido três dias depois de sua crucificação e
que estava vivo; por causa disso, ele talvez fosse o Messias, sobre quem os
profetas contaram maravilhas.
a) Essa não foi a única menção feita a Jesus
por Josefo.
b) Em outra passagem das Antiguidades dos
judeus, Josefo revelou de que maneira o novo sumo sacerdote dos judeus (Ananus,
o jovem) valeu-se de um hiato no governo romano para matar…(continua após notas
a e b)
(a) Existe
uma versão dessa citação na qual Josefo afirma que Jesus era o Messias, mas a
maioria dos estudiosos acredita que os cristãos mudaram a citação para que
fosse lida dessa maneira. De acordo com Orígenes, um dos pais da Igreja,
nascido no século lI, Josefo não era cristão. Desse modo, é improvável que ele
pudesse afirmar que Jesus era o Messias. A versão que citamos aqui vem de um
texto árabe que, acredita-se, não foi corrompido.
(b) Por
que Josefo não fez mais referências a Jesus? Podemos conjecturar que, como
historiador do imperador, Josefo tinha de escolher os temas e as palavras com
muito cuidado. De modo mais patente, Domiciano suspeitava de tudo o que pudesse
ser associado a sedição. Esta nova seita chamada cristianismo poderia ter sido
considerada sediciosa porque os cristãos tinham esse novo e estranho sistema de
crenças e recusavam-se a adorar César e os deuses romanos. Como resultado
disso, Josefo certamente não queria alarmar ou irritar seu chefe ao escrever um
grande número de comentários favoráveis sobre o cristianismo. Todavia, essas
duas referências confirmam a existência de Jesus e de Tiago e corrobora os
relatos do Novo Testamento.
Tiago, o
irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano Festo
morreu repentinamente durante seu ofício. Três meses se passaram até que seu
sucessor, Albino, pudesse chegar à Judéia, abrindo um grande espaço de tempo
para que Ananus realizasse seu trabalho sujo. Josefo descreve o incidente da
seguinte maneira:
# Festo
está morto, e Albino está a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote]
reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, que era
chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus
companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como
transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.
Temos aqui
não apenas outra referência do século I feita a Jesus, mas a confirmação de que
tinha um irmão chamado Tiago que, obviamente, não era benquisto pelas
autoridades judaicas. Poderia ser o caso de Tiago ter sido martirizado por ser
ele o líder da igreja de Jerusalém, como o NT (Novo Testamento) deixa
implícito?
Quantas
fontes não-cristãs fazem menção a Jesus? Incluindo Josefo, existem dez outros
escritores não-cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de até 150
anos depois de sua morte. Por outro lado, nesses mesmos 150 anos, existem nove
fontes não-cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano dos tempos
de Jesus. Assim, descontando todas as fontes cristãs, em relação ao imperador
romano existe uma fonte a mais que menciona Jesus. Se você incluir as fontes
cristãs, os autores que mencionam Jesus superam aqueles que mencionam Tibério
numa proporção de 43 para 10!
Algumas
dessas fontes não-cristãs — como Celso, Tácito e o Talmude judaico — poderiam
ser consideradas como fontes anticristãs. Embora essas obras não tenham uma
testemunha ocular sequer que contradiga os fatos descritos nos documentos do
NT, foram escritas por autores claramente anticristãos. O que podemos aprender
nos baseando neles e nas fontes não-cristãs mais neutras?
Aprendemos
que admitem certos fatos sobre o cristianismo primitivo que nos ajudam a formar
uma narrativa que é surpreendentemente congruente com o NT.
<<<
Reunindo todas as (c) dez referências não-cristãs, vemos que:
1 - Jesus
viveu durante o tempo de Tibério César.
2- Ele
viveu uma vida virtuosa.
3-
Realizou maravilhas.
4- Teve um
irmão chamado Tiago.
5- Foi
aclamado como Messias.
6- Foi
crucificado a mando de Pôncio Pilatos.
7- Foi
crucificado na véspera da Páscoa judaica.
8- Trevas
e um terremoto aconteceram quando ele morreu.
9- Seus
discípulos acreditavam que ele ressuscitara dos mortos.
10- Seus
discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença.
11- O
cristianismo espalhou-se rapidamente, chegando até Roma.
12- Seus
discípulos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.
13- À luz
dessas referências não-cristãs, a teoria de que Jesus nunca existiu é
claramente injustificável. De que maneira escritores não-cristãos poderiam
juntos revelar uma narrativa congruente com o NT se Jesus nunca tivesse
existido?
Mas as
implicações vão muito, além disso. O que isso nos fala sobre o NT?
Diante de
tal fato, as fontes não-cristãs confirmam o NT. Embora os autores não-cristãos
não digam que acreditam na ressurreição de Jesus, eles relatam que os
discípulos certamente acreditavam nela.
(c) As dez
fontes não-cristãs são: Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem,
político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo,
historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista
grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que
escrevia para seu filho; e o Talmude.
Este
argumento da Revista Super Interessante que geralmente é cética com respeito ao
Cristianismo é Interessante:
“Sim, ele
esteve entre nós. Há registros em fontes diversas, como as cartas de Paulo, dos
anos 40 e 50, e os Evangelhos, feitos a partir de 70 d.C. O Evangelho de Marcos
traz informações específicas sobre Jesus: ele era de Nazaré, foi batizado por
João Batista e morto no governo de Pôncio Pilatos (sabe-se que estes dois
existiram).
Há também
relatos não cristãos, como os do historiador judeu Flavio Josefo e do romano
Tácito. Mas o que garante que tudo isso não foi inventado? Bom, Jesus morreu
por volta de 30 d.C. Se Paulo, Marcos e outros tivessem inventado a figura de
Jesus e as histórias nas quais ele se meteu, inclusive com gente importante,
ninguém teria acreditado. E o relato dificilmente teria chegado até hoje.”
• Fonte arqueológica
Em 1961,
os arqueólogos liderados pelo Dr. Antonio Frova descobriram em Cesária
Marítima, uma cidade romana antiga ao longo da costa mediterrânea de Israel, um
fragmento de pedra calcária na qual foi gravada uma inscrição com o nome de
Pôncio Pilatos.
A placa de
82 cm de largura e 68 cm de altura, que pode ser encontrada atualmente no Museu
de Israel (Jerusalém), foi escrita em latim e colocada em uma das escadas do
anfiteatro de Cesárea.
A
inscrição diz o seguinte: “Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, dedicou ao povo
de Cesaréia um templo em honra a Tibério”.
A
informação descrita coincide com o reinado do imperador Tibério entre os anos
14 e 37 d.C. e também com o cronograma bíblico descrito no Novo Testamento:
Lucas, em seu Evangelho, se referiu a Pilatos como o governador romano da
Judeia durante o reinado de Tibério César.
Além dos
Evangelhos, vários historiadores pagãos da época também escreveram sobre o
procurador romano.
Cornélio
Tácito, historiador romano do século I, mencionou Pilatos em um de seus
escritos: “Imputou os cristãos que tomam o nome de Cristo, o qual durante o
reinado de Tibério havia sido condenado à morte pelo procurador Pôncio
Pilatos”.
Também
falou sobre ele Flavio Josefo, historiador que participou na guerra dos judeus
entre os anos 66 e 70. No ano 93, no século I, escreveu o seguinte: “Naquele
tempo apareceu Jesus, homem excepcional, se é que podemos chamá-lo de homem,
pois realizou milagres incríveis (...). Tanto entre os judeus como entre os
gregos havia muitos discípulos que o seguiam. Devido à denúncia dos líderes do
povo, Pilatos o condenou ao suplício da cruz. Mas isso não impediu que os seus
discípulos continuassem amando-o como antes. Depois de três dias da sua morte,
apareceu vivo”.
Também
Filo de Alexandria, contemporâneo de Jesus, descreveu Pilatos como uma pessoa
cruel e caracterizada pela “sua venalidade, violência, furtos, assaltos, pelo
seu comportamento abusivo, suas frequentes execuções de presos que não haviam
sido julgados e sua ferocidade sem limites”.
Fonte:
Quora
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