sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Que fatos históricos, se houver, existem que provam que Jesus da Galiléia era uma pessoa real?

O EVANGELHO E JESUS DE ACORDO COM OS NÃO-CRISTÃOS

No ano 66 d.C., os judeus da Palestina iniciaram uma revolta contra o governo romano que, para dizer o mínimo, não agradou aos romanos. O imperador enviou tropas lideradas pelo general Vespasiano para conter a rebelião e retomar o controle das áreas rebeldes. Em 67, Vespasiano liderou um cerco à cidade rebelde de Jotapata, na Galiléia. No 47o dia daquele cerco, um jovem revolucionário judeu optou por entregar-se ao exército romano, muito superior, em vez de cometer suicídio — um destino que muitos de seus compatriotas haviam escolhido. Aquele jovem recebeu o favor de Vespasiano e, depois, foi levado a Roma pelo general Tito, filho de Vespasiano; mais tarde, Tito destruiu Jerusalém e o templo judeu no ano 70 d.C.

Aquele jovem era Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.) que, por fim, tornou-se o maior historiador judeu de sua época. Josefo começou a escrever documentos históricos em Roma, enquanto trabalhava como historiador do imperador romano Domiciano.

Foi ali que escreveu sua autobiografia e duas obras históricas importantes. Uma dessas obras é sua atualmente famosa Antiguidades dos judeus [publicada em português pela CPAD], concluída por volta do ano 93. No livro 18, capítulo 3, seção 3 dessa obra, Josefo, que não era cristão, escreveu estas palavras:

Nessa época [a época de Pilatos], havia um homem sábio chamado Jesus. Sua conduta era boa e [ele] era conhecido por ser virtuoso. Muitos judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram seu discipulado, antes relataram que Jesus havia reaparecido três dias depois de sua crucificação e que estava vivo; por causa disso, ele talvez fosse o Messias, sobre quem os profetas contaram maravilhas.

a)       Essa não foi a única menção feita a Jesus por Josefo.

b)       Em outra passagem das Antiguidades dos judeus, Josefo revelou de que maneira o novo sumo sacerdote dos judeus (Ananus, o jovem) valeu-se de um hiato no governo romano para matar…(continua após notas a e b)

(a) Existe uma versão dessa citação na qual Josefo afirma que Jesus era o Messias, mas a maioria dos estudiosos acredita que os cristãos mudaram a citação para que fosse lida dessa maneira. De acordo com Orígenes, um dos pais da Igreja, nascido no século lI, Josefo não era cristão. Desse modo, é improvável que ele pudesse afirmar que Jesus era o Messias. A versão que citamos aqui vem de um texto árabe que, acredita-se, não foi corrompido.

(b) Por que Josefo não fez mais referências a Jesus? Podemos conjecturar que, como historiador do imperador, Josefo tinha de escolher os temas e as palavras com muito cuidado. De modo mais patente, Domiciano suspeitava de tudo o que pudesse ser associado a sedição. Esta nova seita chamada cristianismo poderia ter sido considerada sediciosa porque os cristãos tinham esse novo e estranho sistema de crenças e recusavam-se a adorar César e os deuses romanos. Como resultado disso, Josefo certamente não queria alarmar ou irritar seu chefe ao escrever um grande número de comentários favoráveis sobre o cristianismo. Todavia, essas duas referências confirmam a existência de Jesus e de Tiago e corrobora os relatos do Novo Testamento.

Tiago, o irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano Festo morreu repentinamente durante seu ofício. Três meses se passaram até que seu sucessor, Albino, pudesse chegar à Judéia, abrindo um grande espaço de tempo para que Ananus realizasse seu trabalho sujo. Josefo descreve o incidente da seguinte maneira:

# Festo está morto, e Albino está a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.

Temos aqui não apenas outra referência do século I feita a Jesus, mas a confirmação de que tinha um irmão chamado Tiago que, obviamente, não era benquisto pelas autoridades judaicas. Poderia ser o caso de Tiago ter sido martirizado por ser ele o líder da igreja de Jerusalém, como o NT (Novo Testamento) deixa implícito?

Quantas fontes não-cristãs fazem menção a Jesus? Incluindo Josefo, existem dez outros escritores não-cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de até 150 anos depois de sua morte. Por outro lado, nesses mesmos 150 anos, existem nove fontes não-cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano dos tempos de Jesus. Assim, descontando todas as fontes cristãs, em relação ao imperador romano existe uma fonte a mais que menciona Jesus. Se você incluir as fontes cristãs, os autores que mencionam Jesus superam aqueles que mencionam Tibério numa proporção de 43 para 10!

Algumas dessas fontes não-cristãs — como Celso, Tácito e o Talmude judaico — poderiam ser consideradas como fontes anticristãs. Embora essas obras não tenham uma testemunha ocular sequer que contradiga os fatos descritos nos documentos do NT, foram escritas por autores claramente anticristãos. O que podemos aprender nos baseando neles e nas fontes não-cristãs mais neutras?

Aprendemos que admitem certos fatos sobre o cristianismo primitivo que nos ajudam a formar uma narrativa que é surpreendentemente congruente com o NT.

<<< Reunindo todas as (c) dez referências não-cristãs, vemos que:

1 - Jesus viveu durante o tempo de Tibério César.

2- Ele viveu uma vida virtuosa.

3- Realizou maravilhas.

4- Teve um irmão chamado Tiago.

5- Foi aclamado como Messias.

6- Foi crucificado a mando de Pôncio Pilatos.

7- Foi crucificado na véspera da Páscoa judaica.

8- Trevas e um terremoto aconteceram quando ele morreu.

9- Seus discípulos acreditavam que ele ressuscitara dos mortos.

10- Seus discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença.

11- O cristianismo espalhou-se rapidamente, chegando até Roma.

12- Seus discípulos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.

13- À luz dessas referências não-cristãs, a teoria de que Jesus nunca existiu é claramente injustificável. De que maneira escritores não-cristãos poderiam juntos revelar uma narrativa congruente com o NT se Jesus nunca tivesse existido?

Mas as implicações vão muito, além disso. O que isso nos fala sobre o NT?

Diante de tal fato, as fontes não-cristãs confirmam o NT. Embora os autores não-cristãos não digam que acreditam na ressurreição de Jesus, eles relatam que os discípulos certamente acreditavam nela.

(c) As dez fontes não-cristãs são: Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem, político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo, historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que escrevia para seu filho; e o Talmude.

Este argumento da Revista Super Interessante que geralmente é cética com respeito ao Cristianismo é Interessante:

“Sim, ele esteve entre nós. Há registros em fontes diversas, como as cartas de Paulo, dos anos 40 e 50, e os Evangelhos, feitos a partir de 70 d.C. O Evangelho de Marcos traz informações específicas sobre Jesus: ele era de Nazaré, foi batizado por João Batista e morto no governo de Pôncio Pilatos (sabe-se que estes dois existiram).

Há também relatos não cristãos, como os do historiador judeu Flavio Josefo e do romano Tácito. Mas o que garante que tudo isso não foi inventado? Bom, Jesus morreu por volta de 30 d.C. Se Paulo, Marcos e outros tivessem inventado a figura de Jesus e as histórias nas quais ele se meteu, inclusive com gente importante, ninguém teria acreditado. E o relato dificilmente teria chegado até hoje.”

•        Fonte arqueológica

Em 1961, os arqueólogos liderados pelo Dr. Antonio Frova descobriram em Cesária Marítima, uma cidade romana antiga ao longo da costa mediterrânea de Israel, um fragmento de pedra calcária na qual foi gravada uma inscrição com o nome de Pôncio Pilatos.

A placa de 82 cm de largura e 68 cm de altura, que pode ser encontrada atualmente no Museu de Israel (Jerusalém), foi escrita em latim e colocada em uma das escadas do anfiteatro de Cesárea.

A inscrição diz o seguinte: “Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, dedicou ao povo de Cesaréia um templo em honra a Tibério”.

A informação descrita coincide com o reinado do imperador Tibério entre os anos 14 e 37 d.C. e também com o cronograma bíblico descrito no Novo Testamento: Lucas, em seu Evangelho, se referiu a Pilatos como o governador romano da Judeia durante o reinado de Tibério César.

Além dos Evangelhos, vários historiadores pagãos da época também escreveram sobre o procurador romano.

Cornélio Tácito, historiador romano do século I, mencionou Pilatos em um de seus escritos: “Imputou os cristãos que tomam o nome de Cristo, o qual durante o reinado de Tibério havia sido condenado à morte pelo procurador Pôncio Pilatos”.

Também falou sobre ele Flavio Josefo, historiador que participou na guerra dos judeus entre os anos 66 e 70. No ano 93, no século I, escreveu o seguinte: “Naquele tempo apareceu Jesus, homem excepcional, se é que podemos chamá-lo de homem, pois realizou milagres incríveis (...). Tanto entre os judeus como entre os gregos havia muitos discípulos que o seguiam. Devido à denúncia dos líderes do povo, Pilatos o condenou ao suplício da cruz. Mas isso não impediu que os seus discípulos continuassem amando-o como antes. Depois de três dias da sua morte, apareceu vivo”.

Também Filo de Alexandria, contemporâneo de Jesus, descreveu Pilatos como uma pessoa cruel e caracterizada pela “sua venalidade, violência, furtos, assaltos, pelo seu comportamento abusivo, suas frequentes execuções de presos que não haviam sido julgados e sua ferocidade sem limites”.

 

Fonte: Quora

 

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