Analista
de riscos: EUA estão entrando em espiral de dívidas sem fim
Nassim
Taleb, analista de risco e gestor de fundos, expressou preocupação com o
perigoso aumento da dívida nacional dos Estados Unidos, que está gerando
divisões políticas em Washington e dificultando a resolução do problema.
"Enquanto
o Congresso continuar a ampliar o limite da dívida e a fazer acordos por medo
das consequências de tomar a decisão correta, essa estrutura política dentro do
sistema político resultará, eventualmente, em uma espiral de dívida. Uma
espiral de dívida é como uma espiral sem fim… mortal", alertou Taleb
durante um evento para a Universal Investments, grupo de empresas de
investimento, nesta terça-feira (30).
Taleb
ressaltou seu pessimismo em relação ao sistema político do mundo ocidental como
um todo.
Na semana
passada, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, mencionou que a dívida
nacional dos Estados Unidos, que alcançou a marca inédita de US$ 34 trilhões
(cerca de R$ 168 trilhões), é um número assustador, mas gerenciável.
Yellen deu
a justificativa de que a dívida dos EUA é administrável devido à sua
"economia enorme".
O livro de
Taleb, "A lógica do Cisne Negro", que aborda estratégias para navegar
em um mundo repleto de incertezas, é um best-seller do The New York Times.
EUA retomam sanções aliviadas à Venezuela
após oposição ser barrada nas eleições
No final
de semana, foi ventilado que o governo norte-americano poderia reativar sanções
aliviadas à Venezuela no âmbito da negativa de Caracas de permitir que a
principal candidata da oposição, María Corina Machado, concorresse à eleição
deste ano.
Nesta
terça-feira (30), as sanções voltaram oficialmente a serem aplicadas, segundo a
CNN. Segundo a mídia, o Departamento do Tesouro anunciou que vai retirar a
licença concedida à mineradora estatal Compañía General de Minería de Venezuela
C.A, conhecida como Minerven. A medida começará a valer a partir do dia 13 de
fevereiro.
Além
disso, o órgão afirmou que o país não renovará uma licença geral para o setor
de petróleo e gás venezuelano, que vai expirar em abril, a menos que haja
progresso político entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição.
27 de
janeiro, 22:30
Segunda
(29), o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby,
referiu-se em coletiva de imprensa à decisão do Supremo Tribunal da Venezuela
de desqualificar a candidatura de Machado e anunciou que haveria ações por
parte de Washington, embora não tenha detalhado naquele momento quais medidas
seriam tomadas.
A
Venezuela suspendeu o direito de concorrer a Machado, a quem acusa de fazer
parte de um complô de corrupção gerado na gestão de Juan Guaidó, pelo qual já
foi inabilitada em 2021, no mesmo processo que a Controladoria abriu em 2014
por supostas irregularidades na declaração juramentada de bens de quando era
deputada.
Os Estados
Unidos tinham aliviado as sanções petrolíferas ao país em outubro, após uma
reunião em Barbados, depois que o governo Maduro assinou um acordo com a
oposição sob o qual Caracas assumiu o compromisso de realizar eleições
presidenciais livres e justas em 2024.
• Maduro: EUA espionam a Venezuela a
partir da Colômbia
O
presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (29) que a
Agência Central de Inteligência (CIA), a Administração de Fiscalização de
Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) e o Comando Sul dos EUA espionam o
país a partir da vizinha Colômbia, para tentar neutralizar seu sistema de
armas.
"Eles
nos espionam, a CIA da Colômbia, a DEA da Colômbia, o Comando Sul da Colômbia
tentam comprar mercenários, como já foi demonstrado, compram mercenários que
conhecem os segredos dos nossos sistemas de armas para ver como neutralizá-los,
e digo ao Comando Sul e digo ao Reino Unido que eles não serão capazes de nos
derrotar. Nosso caminho é a diplomacia bolivariana de paz", afirmou Maduro
durante seu programa de televisão Con Maduro+.
O
presidente afirmou que isso acontece em meio à disputa entre a Venezuela e a
Guiana pelo território de Essequibo, e que os Estados Unidos e o Reino Unido
apostam em uma guerra entre as duas nações.
"A
guerra não é uma opção, não é uma alternativa, quem quer a guerra entre a
Guiana e a Venezuela? Os Estados Unidos da América, quem quer a guerra entre os
Estados Unidos e a Venezuela? O Reino Unido, e não vamos dar a eles o prazer de
sempre", comentou.
Os
governos da Venezuela e da Guiana comprometeram-se na última quinta-feira (25)
a continuar o diálogo sobre a região de Essequibo, no âmbito da primeira
comissão mista de chanceleres e técnicos realizada no Brasil.
Na
ocasião, Caracas e Georgetown manifestaram seu compromisso com a Declaração de
Argyle para o Diálogo e a Paz, quando em 14 de dezembro, Maduro e seu homólogo
guianês, Irfaan Ali, concordaram, em São Vicente e Granadinas, que a Venezuela
e a Guiana "não se ameaçarão direta ou indiretamente, nem usarão a força
uma contra a outra em nenhuma circunstância".
Além
disso, concordaram que qualquer litígio entre os dois Estados será resolvido de
acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de
fevereiro de 1966.
• Complôs e planos de assassinato
Na semana
passada, 32 pessoas foram presas pelas autoridades venezuelanas, acusadas de
participarem de um complô para assassinar Maduro.
Na
quinta-feira (25) Maduro declarou que os acordos com a oposição para a
realização de eleições no segundo semestre deste ano estão "mortalmente
feridos" após a descoberta do complô.
O chefe da
delegação do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, afirmou que o governo Maduro
cumpriu o mecanismo estabelecido no âmbito do Acordo de Barbados e anunciou a
criação de uma comissão para monitorar os acordos:
"Vamos
fazer uma nova tentativa de sustentar o Acordo de Barbados apesar das
tentativas daqueles que querem sair da via constitucional", disse
Rodríguez na segunda-feira em referência às supostas conspirações contra o
governo frustradas, entre maio do ano passado e nos primeiros dias de 2024.
• Acordos de Barbados
O governo
venezuelano e membros da oposição de direita retomaram as negociações formais
em Barbados, no Caribe, no dia 17 de outubro de 2023 com a assinatura de
acordos parciais para promover direitos políticos e garantias eleitorais, bem
como para proteger os ativos do país no exterior.
O Tesouro
dos EUA anunciou, posteriormente, a emissão de licenças gerais por um período
de seis meses, que permitem algumas transações com o setor de petróleo e gás da
Venezuela e interação com a mineradora de ouro Minerven.
Além
disso, o Tesouro suspendeu uma proibição secundária à negociação de
determinados títulos soberanos, obrigações de dívida e ações da PDVSA. A
flexibilização das sanções dos EUA contra a Venezuela não afetou os ativos
congelados da petrolífera CITGO, bem como de empresas associadas à Rússia.
Xi prometeu a Biden que a China não
interferiria nas eleições de 2024, diz mídia americana
O encontro
entre Xi Jinping e Joe Biden na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico
(APEC) em novembro ainda está rendendo novas informações, mesmo após meses da
reunião.
Recentemente,
foi divulgado que o líder chinês disse diretamente ao seu homólogo
norte-americano que a China reunificará Taiwan de qualquer forma. Hoje (30), a
CNN afirmou que, durante a reunião, Xi também disse a Biden que Pequim não
influenciará nas eleições estadunidenses.
Ainda
segundo o canal, foi Biden quem levantou a questão na reunião na Califórnia que
durou horas entre os dois mandatários.
A garantia
chinesa foi reiterada pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, ao
conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, no fim de
semana na reunião entre os dois em Bangkok, reporta a mídia.
A garantia
das autoridades chinesas surge em meio a preocupações crescentes sobre a interferência
estrangeira nas eleições dos EUA.
"Entre
a crescente turbulência geopolítica e o caótico ambiente político interno,
haverá muitas motivações e oportunidades para uma ampla gama de atores de
ameaças interferirem nas eleições deste ano. Adicione campanhas de influência
alimentadas por IA e 2024 poderá ser diferente de qualquer outra eleição
prévia", afirmou Chris Krebs, líder nos esforços da Agência de Segurança
Cibernética e de Infraestruturas dos EUA (CISA, na sigla em inglês) para
proteger as eleições em 2020.
Os Estados
Unidos preparam-se para eleger um novo presidente em 2024. As convenções,
republicana e democrática, nas quais será nomeado o candidato à Casa Branca e
aprovado o seu programa, vão decorrer, respectivamente, entre 15 e 18 de julho
e entre 19 e 22 de agosto. A eleição do, ou da, 47º presidente dos EUA terá
lugar a 5 de novembro.
Ex-embaixador da UE: EUA pagam preço por
manter bases ilegais e indefensáveis na Síria e no Iraque
Os Estados
Unidos estão enfrentando as consequências de manter bases consideradas ilegais
e indefensáveis na Síria e no Iraque.
A decisão
do governo Biden de manter essas bases, desafiando abertamente o direito
internacional, é vista como um presente contínuo ao Irã. Isso proporciona alvos
vulneráveis a Teerã, permitindo que o país ataque a qualquer momento,
humilhando os Estados Unidos e desafiando Washington a arriscar uma escalada,
de acordo com Peter Ford, ex-embaixador do Reino Unido na Síria e especialista
na região.
Na semana
passada, três soldados dos EUA foram mortos em um ataque a um posto avançado na
Jordânia. A Casa Branca afirmou que os EUA responderão ao ataque no momento e
local de sua escolha, mas não pretendem iniciar uma guerra com o Irã ou um
conflito mais amplo no Oriente Médio.
Ford
aconselha que a resposta racional para evitar futuros ataques seria encerrar as
bases dos EUA na Síria e no Iraque. Ele destaca que observadores sensatos há
muito tempo alertam que as tropas nessas bases são alvos fáceis e que a
presença delas não tem outro propósito além de impedir que a Síria e o Iraque
exerçam plena soberania sobre seus territórios.
Embora
Washington tenha continuado a operar essas bases, desafiando a soberania síria
e o direito internacional, isso continua sendo um embaraço para os Estados
Unidos, sublinha Ford. As forças armadas dos EUA mantiveram as bases
impunemente sob três presidentes – Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden.
Ford não
espera que a administração Biden abandone imediatamente as bases, apesar do
último incidente e da alta probabilidade de mais acontecerem. Ele acredita que,
inicialmente, os Estados Unidos podem se debater para tomar uma decisão
sensata, como a retirada, mas eventualmente, o Pentágono pode insistir na
retirada, como ocorreu no Afeganistão.
No
entanto, Ford observa que essa retirada não será imediata, pois isso
favoreceria as alegações dos republicanos de que Biden é fraco. Biden afirmou
na terça-feira que já decidiu como responder ao ataque de drones a uma base
militar na fronteira entre Jordânia e Síria, que resultou na morte de três
soldados americanos, mas indicou que não deseja uma guerra mais ampla no
Oriente Médio. Ele também responsabilizou parcialmente o Irã pelo ataque às
tropas americanas.
Ataque direto dos EUA ao Irã abriria a
'Caixa de Pandora', diz analista político
Tendo
acusado sem fundamento o Irã de planejar o recente ataque mortal à base militar
dos EUA na Jordânia, Joe Biden e sua equipe estão supostamente considerando um
ataque secreto contra Teerã ou funcionários do país, de acordo com a Bloomberg.
Em entrevista à Sputnik, um especialista em assuntos internacionais analisa o
caso.
O ataque
com drones no fim de semana que deixou três soldados estadunidenses mortos e 34
feridos está aumentando a pressão sobre Biden antes das eleições presidenciais
de 2024, de acordo com a imprensa dos EUA. A administração Biden jogou a culpa
sobre Teerã, não apresentando evidências para apoiar suas declarações.
"Um
ataque direto ao Irã abrirá a 'Caixa de Pandora'", disse à Sputnik o
professor Hossein Askari, analista político e professor emérito de negócios e
assuntos internacionais da Universidade George Washington.
"Se o
ataque foi de milícia iraquiana que o Irã apoia, então um ataque dos EUA à
milícia afetará as relações com o Iraque, que já se opôs a outras respostas dos
EUA às milícias e está envolvido em negociações para os EUA saírem do Iraque. É
um ano eleitoral nos EUA e há muita pressão sobre Biden para ser 'duro' com o
Irã", observa o analista político.
Segundo
Askari, Biden está entre a cruz e a espada: não importa o que ele faça, é
provável que seja alvo de fortes críticas por ser muito fraco ou escalar o
conflito.
"Um
ataque dentro do Irã, sem dúvida, ampliaria a guerra, com o final do jogo se
tornando ainda mais sombrio e [um ataque] dentro do Iraque prejudicando ainda
mais as relações entre EUA e Iraque", frisou o professor.
Ele
acredita que mesmo assim Biden vai atacar, e que o ataque vai pôr mais lenha na
fogueira uma vez que Teerã está "ainda procurando vingança ao assassinado
do general Soleimani e do líder da milícia iraquiana, Abu Mahdi
al-Muhandis".
Fonte:
Sputnik Brasil
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