quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Analista de riscos: EUA estão entrando em espiral de dívidas sem fim

Nassim Taleb, analista de risco e gestor de fundos, expressou preocupação com o perigoso aumento da dívida nacional dos Estados Unidos, que está gerando divisões políticas em Washington e dificultando a resolução do problema.

"Enquanto o Congresso continuar a ampliar o limite da dívida e a fazer acordos por medo das consequências de tomar a decisão correta, essa estrutura política dentro do sistema político resultará, eventualmente, em uma espiral de dívida. Uma espiral de dívida é como uma espiral sem fim… mortal", alertou Taleb durante um evento para a Universal Investments, grupo de empresas de investimento, nesta terça-feira (30).

Taleb ressaltou seu pessimismo em relação ao sistema político do mundo ocidental como um todo.

Na semana passada, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, mencionou que a dívida nacional dos Estados Unidos, que alcançou a marca inédita de US$ 34 trilhões (cerca de R$ 168 trilhões), é um número assustador, mas gerenciável.

Yellen deu a justificativa de que a dívida dos EUA é administrável devido à sua "economia enorme".

O livro de Taleb, "A lógica do Cisne Negro", que aborda estratégias para navegar em um mundo repleto de incertezas, é um best-seller do The New York Times.

 

       EUA retomam sanções aliviadas à Venezuela após oposição ser barrada nas eleições

 

No final de semana, foi ventilado que o governo norte-americano poderia reativar sanções aliviadas à Venezuela no âmbito da negativa de Caracas de permitir que a principal candidata da oposição, María Corina Machado, concorresse à eleição deste ano.

Nesta terça-feira (30), as sanções voltaram oficialmente a serem aplicadas, segundo a CNN. Segundo a mídia, o Departamento do Tesouro anunciou que vai retirar a licença concedida à mineradora estatal Compañía General de Minería de Venezuela C.A, conhecida como Minerven. A medida começará a valer a partir do dia 13 de fevereiro.

Além disso, o órgão afirmou que o país não renovará uma licença geral para o setor de petróleo e gás venezuelano, que vai expirar em abril, a menos que haja progresso político entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição.

27 de janeiro, 22:30

Segunda (29), o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby, referiu-se em coletiva de imprensa à decisão do Supremo Tribunal da Venezuela de desqualificar a candidatura de Machado e anunciou que haveria ações por parte de Washington, embora não tenha detalhado naquele momento quais medidas seriam tomadas.

A Venezuela suspendeu o direito de concorrer a Machado, a quem acusa de fazer parte de um complô de corrupção gerado na gestão de Juan Guaidó, pelo qual já foi inabilitada em 2021, no mesmo processo que a Controladoria abriu em 2014 por supostas irregularidades na declaração juramentada de bens de quando era deputada.

Os Estados Unidos tinham aliviado as sanções petrolíferas ao país em outubro, após uma reunião em Barbados, depois que o governo Maduro assinou um acordo com a oposição sob o qual Caracas assumiu o compromisso de realizar eleições presidenciais livres e justas em 2024.

•        Maduro: EUA espionam a Venezuela a partir da Colômbia

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (29) que a Agência Central de Inteligência (CIA), a Administração de Fiscalização de Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) e o Comando Sul dos EUA espionam o país a partir da vizinha Colômbia, para tentar neutralizar seu sistema de armas.

"Eles nos espionam, a CIA da Colômbia, a DEA da Colômbia, o Comando Sul da Colômbia tentam comprar mercenários, como já foi demonstrado, compram mercenários que conhecem os segredos dos nossos sistemas de armas para ver como neutralizá-los, e digo ao Comando Sul e digo ao Reino Unido que eles não serão capazes de nos derrotar. Nosso caminho é a diplomacia bolivariana de paz", afirmou Maduro durante seu programa de televisão Con Maduro+.

O presidente afirmou que isso acontece em meio à disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo, e que os Estados Unidos e o Reino Unido apostam em uma guerra entre as duas nações.

"A guerra não é uma opção, não é uma alternativa, quem quer a guerra entre a Guiana e a Venezuela? Os Estados Unidos da América, quem quer a guerra entre os Estados Unidos e a Venezuela? O Reino Unido, e não vamos dar a eles o prazer de sempre", comentou.

Os governos da Venezuela e da Guiana comprometeram-se na última quinta-feira (25) a continuar o diálogo sobre a região de Essequibo, no âmbito da primeira comissão mista de chanceleres e técnicos realizada no Brasil.

Na ocasião, Caracas e Georgetown manifestaram seu compromisso com a Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz, quando em 14 de dezembro, Maduro e seu homólogo guianês, Irfaan Ali, concordaram, em São Vicente e Granadinas, que a Venezuela e a Guiana "não se ameaçarão direta ou indiretamente, nem usarão a força uma contra a outra em nenhuma circunstância".

Além disso, concordaram que qualquer litígio entre os dois Estados será resolvido de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966.

•        Complôs e planos de assassinato

Na semana passada, 32 pessoas foram presas pelas autoridades venezuelanas, acusadas de participarem de um complô para assassinar Maduro.

Na quinta-feira (25) Maduro declarou que os acordos com a oposição para a realização de eleições no segundo semestre deste ano estão "mortalmente feridos" após a descoberta do complô.

O chefe da delegação do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, afirmou que o governo Maduro cumpriu o mecanismo estabelecido no âmbito do Acordo de Barbados e anunciou a criação de uma comissão para monitorar os acordos:

"Vamos fazer uma nova tentativa de sustentar o Acordo de Barbados apesar das tentativas daqueles que querem sair da via constitucional", disse Rodríguez na segunda-feira em referência às supostas conspirações contra o governo frustradas, entre maio do ano passado e nos primeiros dias de 2024.

•        Acordos de Barbados

O governo venezuelano e membros da oposição de direita retomaram as negociações formais em Barbados, no Caribe, no dia 17 de outubro de 2023 com a assinatura de acordos parciais para promover direitos políticos e garantias eleitorais, bem como para proteger os ativos do país no exterior.

O Tesouro dos EUA anunciou, posteriormente, a emissão de licenças gerais por um período de seis meses, que permitem algumas transações com o setor de petróleo e gás da Venezuela e interação com a mineradora de ouro Minerven.

Além disso, o Tesouro suspendeu uma proibição secundária à negociação de determinados títulos soberanos, obrigações de dívida e ações da PDVSA. A flexibilização das sanções dos EUA contra a Venezuela não afetou os ativos congelados da petrolífera CITGO, bem como de empresas associadas à Rússia.

 

       Xi prometeu a Biden que a China não interferiria nas eleições de 2024, diz mídia americana

 

O encontro entre Xi Jinping e Joe Biden na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em novembro ainda está rendendo novas informações, mesmo após meses da reunião.

Recentemente, foi divulgado que o líder chinês disse diretamente ao seu homólogo norte-americano que a China reunificará Taiwan de qualquer forma. Hoje (30), a CNN afirmou que, durante a reunião, Xi também disse a Biden que Pequim não influenciará nas eleições estadunidenses.

Ainda segundo o canal, foi Biden quem levantou a questão na reunião na Califórnia que durou horas entre os dois mandatários.

A garantia chinesa foi reiterada pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, ao conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, no fim de semana na reunião entre os dois em Bangkok, reporta a mídia.

A garantia das autoridades chinesas surge em meio a preocupações crescentes sobre a interferência estrangeira nas eleições dos EUA.

"Entre a crescente turbulência geopolítica e o caótico ambiente político interno, haverá muitas motivações e oportunidades para uma ampla gama de atores de ameaças interferirem nas eleições deste ano. Adicione campanhas de influência alimentadas por IA e 2024 poderá ser diferente de qualquer outra eleição prévia", afirmou Chris Krebs, líder nos esforços da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestruturas dos EUA (CISA, na sigla em inglês) para proteger as eleições em 2020.

Os Estados Unidos preparam-se para eleger um novo presidente em 2024. As convenções, republicana e democrática, nas quais será nomeado o candidato à Casa Branca e aprovado o seu programa, vão decorrer, respectivamente, entre 15 e 18 de julho e entre 19 e 22 de agosto. A eleição do, ou da, 47º presidente dos EUA terá lugar a 5 de novembro.

 

       Ex-embaixador da UE: EUA pagam preço por manter bases ilegais e indefensáveis na Síria e no Iraque

 

Os Estados Unidos estão enfrentando as consequências de manter bases consideradas ilegais e indefensáveis na Síria e no Iraque.

A decisão do governo Biden de manter essas bases, desafiando abertamente o direito internacional, é vista como um presente contínuo ao Irã. Isso proporciona alvos vulneráveis a Teerã, permitindo que o país ataque a qualquer momento, humilhando os Estados Unidos e desafiando Washington a arriscar uma escalada, de acordo com Peter Ford, ex-embaixador do Reino Unido na Síria e especialista na região.

Na semana passada, três soldados dos EUA foram mortos em um ataque a um posto avançado na Jordânia. A Casa Branca afirmou que os EUA responderão ao ataque no momento e local de sua escolha, mas não pretendem iniciar uma guerra com o Irã ou um conflito mais amplo no Oriente Médio.

Ford aconselha que a resposta racional para evitar futuros ataques seria encerrar as bases dos EUA na Síria e no Iraque. Ele destaca que observadores sensatos há muito tempo alertam que as tropas nessas bases são alvos fáceis e que a presença delas não tem outro propósito além de impedir que a Síria e o Iraque exerçam plena soberania sobre seus territórios.

Embora Washington tenha continuado a operar essas bases, desafiando a soberania síria e o direito internacional, isso continua sendo um embaraço para os Estados Unidos, sublinha Ford. As forças armadas dos EUA mantiveram as bases impunemente sob três presidentes – Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden.

Ford não espera que a administração Biden abandone imediatamente as bases, apesar do último incidente e da alta probabilidade de mais acontecerem. Ele acredita que, inicialmente, os Estados Unidos podem se debater para tomar uma decisão sensata, como a retirada, mas eventualmente, o Pentágono pode insistir na retirada, como ocorreu no Afeganistão.

No entanto, Ford observa que essa retirada não será imediata, pois isso favoreceria as alegações dos republicanos de que Biden é fraco. Biden afirmou na terça-feira que já decidiu como responder ao ataque de drones a uma base militar na fronteira entre Jordânia e Síria, que resultou na morte de três soldados americanos, mas indicou que não deseja uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Ele também responsabilizou parcialmente o Irã pelo ataque às tropas americanas.

 

       Ataque direto dos EUA ao Irã abriria a 'Caixa de Pandora', diz analista político

 

Tendo acusado sem fundamento o Irã de planejar o recente ataque mortal à base militar dos EUA na Jordânia, Joe Biden e sua equipe estão supostamente considerando um ataque secreto contra Teerã ou funcionários do país, de acordo com a Bloomberg. Em entrevista à Sputnik, um especialista em assuntos internacionais analisa o caso.

O ataque com drones no fim de semana que deixou três soldados estadunidenses mortos e 34 feridos está aumentando a pressão sobre Biden antes das eleições presidenciais de 2024, de acordo com a imprensa dos EUA. A administração Biden jogou a culpa sobre Teerã, não apresentando evidências para apoiar suas declarações.

"Um ataque direto ao Irã abrirá a 'Caixa de Pandora'", disse à Sputnik o professor Hossein Askari, analista político e professor emérito de negócios e assuntos internacionais da Universidade George Washington.

"Se o ataque foi de milícia iraquiana que o Irã apoia, então um ataque dos EUA à milícia afetará as relações com o Iraque, que já se opôs a outras respostas dos EUA às milícias e está envolvido em negociações para os EUA saírem do Iraque. É um ano eleitoral nos EUA e há muita pressão sobre Biden para ser 'duro' com o Irã", observa o analista político.

Segundo Askari, Biden está entre a cruz e a espada: não importa o que ele faça, é provável que seja alvo de fortes críticas por ser muito fraco ou escalar o conflito.

"Um ataque dentro do Irã, sem dúvida, ampliaria a guerra, com o final do jogo se tornando ainda mais sombrio e [um ataque] dentro do Iraque prejudicando ainda mais as relações entre EUA e Iraque", frisou o professor.

Ele acredita que mesmo assim Biden vai atacar, e que o ataque vai pôr mais lenha na fogueira uma vez que Teerã está "ainda procurando vingança ao assassinado do general Soleimani e do líder da milícia iraquiana, Abu Mahdi al-Muhandis".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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